quinta-feira, 24 de abril de 2008

Operação Arco de Fogo na Amazônia

Autoridades se reúnem em RO para avaliar ações do Ibama e PF

Porto Velho (Decom) - Com a presença dos senadores Expedito Júnior (RO), Flexa Ribeiro (PA), Jaime Campos (MT) e Gilberto Goellner (MT), do deputado federal Lindomar Garçon e do deputado estadual Neodi de Oliveira, presidente da Assembléia Legislativa, centenas de moradores de Machadinho D’Oeste participaram com o governador Ivo Cassol de audiência pública na manhã desta quinta-feira (24) na Escola Estadual Alberto Nepomuceno para debater as conseqüências da Operação Arco de Fogo nos estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso, e que praticamente parou a economia de Machadinho D’Oeste e Cujubim, municípios que possuem grande dependência das madeireiras, hoje lacradas pelo Ibama e pela Polícia Federal.
Recentemente a Operação Arco de Fogo resultou na apreensão de 3 mil metros cúbicos de madeira, o que equivale a 130 caminhões cheios, aplicou mais de R$ 15 milhões de reais em multas e suspendeu a licença de funcionamento de 25 madeireiras (10 madeireiras foram lacradas e 15 estão paradas por bloqueio de liberação de licenças de manejo).
A comissão de senadores também analisou junto aos moradores, produtores rurais e empresários do setor madeireiro os reflexos da media provisória 6.231, que trata sobre as ações relativas à prevenção, monitoramento e controle de desmatamento da Amazônia.
“A ação do Ibama, Incra e Polícia Federal inviabilizaram a região de Machadinho D’Oeste, propriedades rurais e madeireiras foram lacradas e os empregados demitidos hoje estão passando fome, não podem trabalhar por causa de medidas arbitrárias do Governo Federal. Exigimos respeito, somos empresários honestos, pagamos impostos e geramos empregos”, disse o presidente da Assembléia, deputado Neodi Carlos, ele mesmo vítima de autuação e lacre de suas propriedades pelo Ibama.
O presidente da Associação Comercial de Machadinho D’Oeste, Amauri Vale, Wilson Popinhaki, que representou o setor madeireiro, e Edílson Correia, representante dos pequenos produtores rurais foram unânimes em mostrar a indignação com as ações desenvolvidas em Machadinho pelo Ibama e P.F. ”Infelizmente os senhores senadores vieram à Machadinho para ver um funeral, por favor, nos ajude, levem à Brasília o que os senhores viram aqui: estamos pedindo socorro!”, disse Popinhaki.
Em seu discurso o prefeito de Machadinho, José Flávio Ribeiro, declarou que já houve uma queda de mais de 50% na arrecadação do município, e a situação é alarmante. “São centenas de famílias que estão dependendo de cesta básica para sobreviver, a merenda escolar já está virando a única opção de alimento para nossas crianças, estamos desesperados”, disse. “É preciso que o Incra, o Ibama e o Ministério do Meio-Ambiente venham aqui para nos dar alternativas de sobrevivência, não é só chegar e multar e lacrar as madeireiras, como se fôssemos os vilões da estória”, disse o prefeito em seu discurso.


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