quinta-feira, 24 de abril de 2008

Marcha na mira do MP e da polícia

João Pessoa - A polêmica em torno da Marcha da Maconha continua. Desta vez, o Ministério Público da Paraíba e órgãos de segurança do Estado se reuniram na manhã de ontem em torno do assunto. No final do encontro, os representantes foram taxativos no sentido de não permitir, sob qualquer hipótese, apologia ao crime por ocasião do evento, que acontece em 4 de maio, na Capital. Até câmeras serão instaladas para evitar atos ilegais. O arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, em nota oficial, também se posicionou terminantemente contra a manifestação.
Na manhã de ontem, estiveram reunidos no MP, em João Pessoa, a procuradora-geral de Justiça, Janete Ismael, o superintendente da Polícia Federal (PF), Cláudio Gomes, o secretário adjunto de Segurança e Defesa Social, Airton de Sá Ferraz, o delegado geral da Polícia Civil, Gerson Alves Barbosa, e o Comandante da Polícia Militar, Coronel Kelson Chaves.
Mesmo ainda não tendo recebido comunicação oficial sobre a realização do evento, todos os órgãos informaram que estão preparados para manter a ordem pública, como ressaltou Janete Ismael. "O Ministério Público e os órgãos de segurança pública da Paraíba não permitirão apologia ao crime. Esta foi uma reunião por prevenção, já que a imprensa vem divulgando essa marcha", disse, ao ressaltar ainda que todos vão coibir qualquer incentivo à prática de crime.
Também ficou decidido, durante a reunião, que será terminantemente proibida a presença de pessoas menores de 18 anos na Marcha da Maconha. Caso isso aconteça, a criança ou adolescente será retirado do evento e levado aos pais. Para garantir a ordem pública, o movimento será filmado e gravado pelos órgãos de segurança pública. Janete Ismael lembrou ainda que todos os Ministérios Públicos Estaduais já se posicionaram contra a legalização da maconha, por entender que o evento reforça o tráfico de entorpecente.
Em nota oficial divulgada ontem, o Arcebispo da Arquidiocese da Paraíba faz duras críticas ao evento, o qual denominou de "marcha de corrupção e da morte". O líder religioso também coloca em xeque a legalidade da iniciativa. "Questionamos, nos termos constitucionais, se tais movimentos têm direito de fazer apologia à droga. Qual a identidade e finalidade de movimentos pela liberação da droga? Como se organizam? Quem os patrocina e lhes garante respaldo jurídico?", diz o texto.
Em seguida, no documento, o arcebispo condena veemente a marcha. "A sociedade verdadeiramente democrática não pode aceitar a apologia do uso da maconha ou de quaisquer outras drogas, prevendo-se a propagação do vício um mal intrínseco", ressalta.

SAIBA MAIS

Por fim, Dom Aldo se dirige às autoridades na nota, solicitando providências. "A sociedade pleiteia, junto aos gestores públicos, seus direitos de defesa e segurança, pois se sente ameaçada por corifeus propagadores do vício e do crime, desmascarando o ludíbrio, apresentando sob aparências de pseuso democracia", está escrito. Amanhã à tarde, a reunião do Conselho Municipal Anti-Drogas terá como uma das pautas de discussão. a Marcha da Maconha. O grupo é formado por membros da sociedade civil e do poder público. (Fonte: O Norte – João Pessoa-PB)

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