quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ENXAQUECA OU DOR DE CABEÇA

Evite a automedicação. Pode piorar

Antero Sóter

A automedicação é, e sempre foi, uma mania em todas as camadas sociais, mesmo com a mídia e as autoridades alertando quanto aos perigos desta prática. A qualquer sinal de dor de cabeça, ocasional ou frequente, as pessoas correm ao armário em busca de um analgésico qualquer, na maioria das vezes indicado por um parente ou amigo. Um ato, de acordo com especialistas, danoso à saúde e que pode, inclusive piorar as crises, já que o uso indiscriminado de analgésicos, ao invés de aliviar o sintoma, pode agravá-lo. O alívio, quase que imediato causado por tais medicamentos, quando usados sem prescrição médica após uma bateria de exames, cobra seu preço levando a um aumento na frequência de crises.
Segundo o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São Paulo, “existe uma multidão de pessoas que tem dor de cabeça quase todos os dias e vivem a base de analgésicos. O ideal, nesses casos é iniciar um tratamento preventivo, mudança de estilo de vida e cessar o uso abusivo de tais medicamentos”.
Os analgésicos simples, de acordo com Leandro, são direcionados para doenças agudas ou para pessoas com crises de dor de cabeça eventuais. “Quando a pessoa tem mais que duas crises de dor de cabeça forte por mês, já está indicado o tratamento preventivo. O uso excessivo de analgésico transforma uma enxaqueca eventual em uma enxaqueca crônica, com frequência muito elevada de crises, por vezes todos os dias. Para saber se você usa analgésicos demais bastar contar o número de comprimidos usados em uma semana, se for mais que dois, você está fazendo mais mal do que bem à sua saúde” orienta o especialista.
O neurologista paulista ensina que o tratamento correto de dores de cabeça frequentes exige um diagnóstico preciso do tipo de dor, que pode ser do tensional, causado pela tensão do dia a dia e que são mais leves, constantes, bilaterais, “aperto e sem sintomas de náuseas”, e a enxaqueca, “que apresenta dores mais intensas, pulsáveis, lateralizadas, com intolerância à luz, cheiro e ruídos, acompanhada de náuseas
Para Leandro Telles, em qualquer uma das situações, quando a frequência de crises mensais é alta, o tratamento preventivo (com medicamento usado diariamente, escolhido pelo neurologista e em dose baixa) é mais eficiente. “Correr atrás da dor com analgésicos causa uma espécie de efeito rebote tirando o quadro de controle. Quando a pessoa se dá conta, está com um monte de remédios na bolsa e usando analgésico diariamente. O mesmo remédio que alivia um pouco o sofrimento gera o retorno precoce da dor. Algo semelhante ocorre com alguns descongestionantes nasais, você pinga, o nariz abre, depois o nariz fecha, aí você pinga de novo e o ciclo se repete por meses e até anos. (mais um exemplo de efeito medicamentoso rebote)”, diz ele.
Para Leandro Teles, “não tem jeito, para tratar dores de cabeça crônicas e frequentes o ideal é procurar profissionais habilitados. O diagnóstico preciso, o mapeamento da dor, mudanças pontuais de estilo de vida e escolha de medicamentos apropriados para cortar ou prevenir a dor, quase sempre confere um alívio mais duradouro do martírio causado pela dor de cabeça”.



O que te dá dor de cabeça?


O neurologista Leandro Teles afirma que “grande parte das dores de cabeça crônicas são determinada por aspectos genéticos e exacerbada por aspectos ambientais. Como ainda não podemos mudar o código genético, nos resta tentar mudar o estilo de vida dessas pessoas”. Segundo ele, existem inúmeras causas e tipos de dor de cabeça.
“O tratamento da dor de cabeça crônica é um processo que nasce de um diagnóstico preciso, compreensão do contexto de vida do paciente, mapeamento dos sintomas (diário de dor), mudanças de estilo de vida e, eventualmente, medicamento preventivo”, explica o neurologista.
Leandro Teles aponta alguns hábitos que podem gerar dor em pessoas com enxaqueca e dor de cabeça tensional.
1-   Sedentarismo
Esse é um erro comum de quem tem dor de cabeça frequente. Inúmeros estudos já demonstraram os benefícios da atividade física regular na redução da frequência e intensidade de crises de dor de cabeça. O ideal é a atividade aeróbica, que dê prazer ao praticante (seguir gostos pessoais) e com regularidade. Além de um controle direto das dores, a atividade melhora o sono, controla a ansiedade, o peso e a saúde como um todo.
2-   Privação de Sono
Isso não é nada recomendado para tem predisposição à dor de cabeça. O ideal é manter cerca regularidade de horário, dormir continuamente e pelo menos entre 6 e 10 horas por noite (a depender da necessidade individual). Quando for inevitável a privação é fundamental descansar bastante antes da noite em questão e dar opção ao corpo de descansar um pouco a mais na manhã seguinte. Outro problema quem tem dores de cabeça é dormir demais, isso mesmo, dormir muito também causa dor. Por isso a dica é a regularidade.
3-   Ficar muito tempo sem comer
Erro clássico. As pessoas estão sempre no corre-corre, resolvendo problemas do dia-a-dia e se esquecem dessa medida simples e muito importante: se alimentar em intervalos regulares. Quem tem enxaqueca ou cefaleia tensional pode desencadear uma crise por essa privação glicêmica. A dica é manter pequenas porções, várias vezes ao dia. Evite ficar mais de 4 horas sem comer alguma coisa, pode ser uma refeição, um lanche, uma fruta ou mesmo uma barra de cereais.
4-   Alimentação Inadequada
Algumas pessoas são sensíveis a alguns alimentos, manifestando dor de cabeça após esse consumo. Os mais comuns, no caso da enxaqueca são: chocolate ao leite, queijos amarelos, embutidos, condimentos e temperos. Eles podem conter substâncias que alteram o calibre dos vasos dentro da cabeça, precipitando uma crise (são ricos em tiramina, cafeína, sulfitos, nitratos, etc.). O ideal é ficar bem atento, só retire da dieta se houver uma associação consistente. Atente também para laticínios (muitas pessoas são intolerantes), fast food, refrigerantes, etc. Neste quesito cada paciente precisa se conhecer muito bem evitar dietas padronizadas sem evidência de associação.
5-   Stress do dia-a-dia
Isso sim é uma bomba-relógio. A sobrecarga de trabalho, acúmulo de tarefas, pressão emocional, etc., tudo isso coopera com elevação na taxa de crises de dor de cabeça. Como é impossível eliminar todos os fatores estressores da nossa rotina, a dica é tentar minimizar esses momentos e abusar de medidas anti-stress (atividades de relaxamento, sociais, lazer, atividade física, férias, etc.).
6-   Consumo Álcool
As bebidas alcoólicas podem gerar dor de cabeça tipo tensão e agravar enxaqueca. Isso pode ocorrer desde poucos minutos após sua ingesta (efeito vasodilatador e neurotóxico do etanol) até um dia após (efeito de desidratação da ressaca). Quem tem predisposição a crises de dor de cabeça deve ter muito moderação e cuidado com uso do álcool. No caso específico da enxaqueca, ocorre uma sensibilidade maior ao vinho tinto, que além do álcool contém tiramina (uma substância que altera os vasos).
7-   Abuso de Medicamento Analgésico
Consumir muito analgésico causa mais crises de dor. Parece paradoxal, mas é isso mesmo. O analgésico comum pode ser usado para crises muito eventuais, no máximo duas vezes na semana. Acima disso, considera-se abuso, pois ele precipita a dor de cabeça rebote. O medicamento em excesso faz com que as crises retornem com uma frequência cada vez maior, podendo aparecer até todos os dias. Para evitar isso é fundamental procurar ajuda especializada e iniciar um tratamento mais adequado e personalizado.
8-   Doenças descompensadas
Uma série grande de doenças clínicas descompensadas pode causar ou piorar crises de dor de cabeça. Entre as principais estão: fibromialgia, problemas de coluna cervical, depressão, ansiedade, problemas na tireoide, insônia, disfunção de ATM, bruxismo, etc. Pode isso, é fundamental manter a saúde em dia e atentar para a compensação de outras patologias que possam estar associada à dor de cabeça. Para tal, é importante o seguimento médico regular e uma abordagem clínica abrangente.
9-   Oscilação hormonal
A queda ou a elevação do estrógeno são importantes desencadeadores de dores de cabeça. A montanha russa hormonal que as mulheres em idade fértil passam as torna muito mais sensíveis às dores de cabeça. Por isso que a enxaqueca é três vezes mais comum em mulheres do que em homens. O período de maior risco é o pré-menstrual, aonde o estrógeno despenca, mas podem ocorrer crises durante ou mesmo logo após a menstruação. É fundamental checar se sua dor de cabeça tem esse padrão e comunicar ao seu ginecologista e seu neurologista de confiança.
 10-Exposição solar excessiva
A exposição excessiva à luz solar, seja em tempo, seja em intensidade, pode causar desde desconforto leve até fortes crises de enxaqueca. O calor é vasodilatador, além disso, a exposição luminosa intensa pode precipitar crises. No verão, é muito comum haver piora das crises, por viagens, alteração do ritmo de sono e alimentar, excesso de álcool e aumento da exposição solar.


ENXAQUECA

O neurologista Leandro Teles explica que “a enxaqueca é uma dor de cabeça muito peculiar, o diagnóstico preciso é fundamental, pois o tratamento é direcionado e pode ser bem diferente do feito para outros tipos de dor. Estamos falando de uma doença relativamente comum, cerca de 30% das mulheres em idade fértil e 10 % dos homens apresentam esse tipo específico e incapacitante de dor na cabeça”.
As características clássicas da crise de enxaqueca, segundo ele, podem ser explicadas através de vários fatores.
1-    Evolução = a enxaqueca evolui em crises. A pessoa, de tempos em tempos, apresenta o sintoma – a duração da crise é de 4 a 72 horas (se não medicada). Entre as crises a pessoa está bem. É fundamental pelo menos cinco crises na vida para o diagnóstico e evidências que o problema é crônico.
2-    Característica da dor = de intensidade moderada a forte, geralmente de uma da cabeça (apenas de 40 % das vezes dói os dois lados), característica pulsátil (latejante, como se o coração batesse dentro da cabeça), que piora com atividades do cotidiano (melhora com repouso).
3-    Sintomas associados = além da dor, o paciente costuma sentir intolerância à luz, ao barulho e, eventualmente, a odores fortes. É muito frequente a presença de náuseas e até vômitos (o que dificulta a tomada de remédios). Em cerca de 20% dos casos de enxaqueca podem surgir sintomas neurológicos transitórios antes, durante ou depois da dor. Esses sintomas são geralmente visuais, como pontos brilhantes ou visão turva, mas podem ser formigamentos e até bloqueio da fala (chamamos esse sintoma de aura, e são absolutamente típicos da enxaqueca).
4-    Afastar outras doenças = é fundamental afastar outras doenças importantes na hora de dar o diagnóstico de enxaqueca. Para isso o médico usa toda a sua experiência e o exame neurológico, em casos mais complicados podem ser necessários exames complementares (guiados para afastar outras causas, uma vez que a enxaqueca não aparece nos exames). Várias doenças podem simular dores de cabeça mais crônicas, tais como: trombose venosa cerebral, meningite crônica, hipertensão intracraniana, sinusopatia, etc. (por isso nada de auto-diagnóstico)
5-    Complicações = a enxaqueca mal conduzida pode complicar, sendo as duas principais complicações: 1- Estado de mal de enxaqueca = é quando a dor dura mais que 72 horas, muitas vezes necessitando de internação e medidas mais drásticas; 2- Enxaqueca transformada: algumas vezes a enxaqueca sai do controle e começa a aparecer quase todo o dia. Fica um pouco mais fraca mais não vai mais embora (a principal causa para isso é o uso excessivo de analgésicos comuns – acima de duas vezes por semana).
“Aa enxaqueca é uma síndrome complexa. Envolve a cabeça, intolerância a estímulos, alterações de estômago e até sintomas neurológicos focais. Além disso, tem doenças sérias que podem simular uma enxaqueca descontrolada, atrasando muito o diagnóstico correto. Por fim, o tratamento incorreto pode levar à complicações como a dor de cabeça crônica diária, que causa profundos impactos físicos, sociais e emocionais a quem já experimentou essa complicação”, informa Leandro Teles.

Por tudo isso, segundo ele, é fundamental dar atenção ao sintoma e buscar ajuda especializada. O tratamento correto inclui mudanças personalizadas no estilo de vida, escolha de medicamentos preventivos em casos selecionados e definição da terapia anti-dor caso, ainda assim, ela apareça. Os resultados são muito bons quando damos a devida atenção a essa incapacitante doença. (Com Sacha Silveira_Assessoria)





Nome:

E-Mail:

Assunto:

Mensagem:


O Pit Bull, o Doberman e o Rottweiler

Cães que também podem ser dóceis e leais

Antéro Sóter

O brasileiro está acostumado a ouvir histórias e estórias mirabolantes acerca de algumas raças de cães, que, na maioria das vezes, levam ao pânico. Acostumou-se também a ouvir dizer que o Pit Bull, o Doberman e o Rottweiler são objetos de uma mente doentia, que teria feito modificações genéticas que resultaram em raças de guerra feita para matar e nunca para serem acariciadas.
No entanto especialistas como os médicos veterinários Randal Barbosa de Moura e Hélio Gonçalves Ferreira, ambos do Hospital Veterinário Pluto, em Goiânia, e o vice-presidente do Clube Mineiro do American Pit Bull Terrier, Erick Corrêa, além da adestradora de cães Cristiane Garcia de Oliveira, da Dog Defender, mostram que não é bem assim e garantem quem bem cuidados, respeitados e mimados, animais destas raças podem ser, sim, dóceis, confiáveis e leais.

PIT BULL

Não é uma mutação genética


O Pit Bull, ao contrário do que pensa a maioria não é resultado de mutações genéticas produzidas em laboratórios. "Como ocorreu com praticamente todas as raças, o pit Bull é fruto do cruzamento entre cães de raças diferentes, com características diversas", explica o vice-presidente do Clube Mineiro do American Pit Bull Terrier, Erick Corrêa. Ele observa que a espécie teve origem na Inglaterra, numa época em que ainda não existiam laboratórios genéticos. "O Pit Bull surgiu por volta do século 17, quando os cães eram usados em combates contra animais selvagens e de grande porte, como ursos e touros." A atividade, que divertia muitas pessoas, foi proibida pelo governo inglês em 1835, dando origem a lutas clandestinas.
Até esse período, os old bulldogs eram usados nas rinhas. Esses cães eram muitos ferozes e agressivos com outros animais. A aparência deles, de acordo com o dirigente do clube de Minas Gerais, não tinha muita importância, porque o que realmente contava era o desempenho dos cachorros no ringue. A luta entre um urso e um bulldog era uma prática comum que atraía muita gente e gerava pequenas fortunas, em função das apostas e da manutenção dos ursos.
No entanto, outros especialistas, como os médicos veterinários Randal Barbosa Moura e Hélio Gonçalves Ferreira,, que atendem no Hospital Veterinário Pluto, em Goiânia, explicar a origem exata da raça pit Bull é uma tarefa muito complexa. A teoria mais comum aponta para o resultado do cruzamento do antigo bulldog com cães do grupo terrier. Os criadores de cães de combate perceberam que os vencedores deveriam ser mais ágeis, resistentes e determinados. Os cães terrier, uma classificação para o grupo formado por animais de caça destemidos, resistentes e fáceis de lidar, foram escolhidos para o cruzamento com o bulldog.
O dirigente do Clube Mineiro explica que, da mistura surgiram várias nomenclaturas, como pit bulldogs, pit terrier, half and half, yanke terrier, pit Bull terrier e american staffordshire terrier. "O primeiro registro de um pit Bull foi feito nos Estados Unidos, quando ficou estabelecido o nome oficial de american pit Bull terrier", explica Erick. Hoje, os cães são criados para participar de exposições e competições, como o game-dog. "É um tipo de evento esportivo em que o pit bulls são treinados para saltar, correr e fazer demonstrações de força e agilidade."
A literatura médica-veterinária, de acordo com os veterinários goianos, ensina que Pit Bull é um termo genérico que se refere a um conjunto de raças de cães, incluindo (mas não se limitando) ao American Pit Bull Terrier, o American Staffordshire Terrier e o Staffordshire Bull Terrier, e os cruzamentos entre essas raças. Costuma-se usar o termo Pit Bull para designar a raça American Pit Bull Terrier, não confundindo com a raça English Bull Terrier .
Na Inglaterra sua criação é autorizada apenas pela justiça. Nos Estados Unidos, baniram a criação em alguns estados com muitos outros empregando pesadas restrições na posse do animal. No Brasil, o Estado do Rio de Janeiro proibiu a criação e a presença do animal na rua antes das 23 horas. E tramita no Congresso Nacional projeto que regulamenta o assunto em nível nacional. A cada fatalidade reportada na mídia, inflama o debate na sociedade por leis mais rígidas e punição aos donos.
Segundo resultados da American Temperament Test Society (ATTS), instituição que estuda e avalia o temperamento e comportamento de milhares de cães de diversas raças, diante de situações variadas, pessoas diferentes, o seu equilíbrio, capacidade de avaliação e reação, instinto de proteção e agressividade, o American Pit Bull Terrier teve um dos maiores índices de aprovação, estando dentre os mais dóceis e menos propensos a atacarem uma pessoa, ficando inclusive a frente de Collies, Cockers, Pastores Alemães, Golden Retrievers, e Dálmatas.

História do American Pit Bull Terrier

A história do desenvolvimento do Pit Bull na máquina de combate que é hoje, tem início há cerca de dois séculos. Era o período do apogeu do Bulldog e a atividade predominante não era a luta de cães, mas sim o bull baiting.
Tomando o termo cães de combate num sentido mais amplo – cães de guerra, de caça pesada e perigosa e lutas contra os mais diversos oponentes. “Vamos recuar no tempo e tentar reconstituir a história deste grupo”, diz o mineiro Erick Corrêa. Segundo ele, “esta tentativa não é uma empreitada simples. A documentação é esparsa e muitas vezes dispomos de apenas fragmentos de um mural para fundamentar uma linha de raciocínio”.

Este breve histórico citado por Erick Corrêa está, segundo ele, baseado na obra de dois renomados estudiosos do tema: os Drs. Carl Semencic e Dieter Fleig. Os autores Diane Jessup e Richard Stratton foram também consultados.
2000 AC: Os babilônios já usavam cães gigantescos em seus exércitos.
1600: os cães utilizados para caça pesada, como o aurochs e o stag, eram descendentes dos grandes molossos.
1800: O bear baiting, a luta entre um urso e um Bulldog, deixou de ser prerrogativa da nobreza e tornou-se uma diversão popular. Pequenas fortunas surgiam em função das apostas e com a manutenção dos ursos. O Bulldog já era praticamente idêntico ao moderno Pit Bull.
1830: O bull baiting era o entretenimento favorito das massas. O Bulldog é claramente um Pit Bull moderno, de compleição mais robusta.
1850: Com a proibição do bull baiting, as lutas de cães se tornam populares. O bull and terrier, menor e mais ágil, substitui o Bulldog: está formado o Pit Bull.
Cães de Guerra
Seja qual for sua origem, registros de sua atuação nos campos de batalha não faltam:
- Hamurabi, rei da Babilônia, já empregava cães gigantescos com seus guerreiros em 2100 A.C.
- Os Lídios, tribo asiática, utilizaram um batalhão de cães em suas guerras contra os Kimérios (628 – 571 A.C.)
- Os persas do Rei Kambyses também os utilizaram contra os egípcios em 525 A.C.
- Na batalha de Maratona, um cão de guerra ateniense foi imortalizado como herói em um mural.
A partir de cerca do ano 100 D.C., os romanos passaram a adotar uma companhia de cães por legião. Anos antes, durante a invasão da Inglaterra, os mastiffs ingleses se mostraram muito superiores aos cães romanos, sendo trazidos para Roma e utilizados em lutas no Coliseu.
Em tempos mais recentes, os espanhóis os utilizaram no México para dizimar os povos locais; o Conde de Essex, no reinado de Elizabeth I, também lançou mão deles para sufocar, de forma sangrenta, um levante irlandês; Napoleão determinou que fossem utilizados na batalha de Aboukir.
Nas guerras deste século, os cães também foram largamente utilizados, porém não mais diretamente no combate e sim como mensageiros, guardas, detetores de minas etc. O emprego dos grandes molossos tinha acabado.
Encerrou-se, então, uma era em que a coragem e a devoção do cão a seu master foi testada como nunca. E foi comprovada na mais cruel das situações, onde coragem e bravura são requisitos para a sobrevivência.

Pit Bull salva quatro crianças de incêndio

Um incêndio na cidade de Niles, localizada no estado americano de Michigan, poderia ter tido consequências muito mais graves, não fosse a iniciativa de um Pit Bull chamado Hector em participar dos salvamentos.
Além dos latidos insistentes que alertaram seus vizinhos do incêndio que estava ocorrendo em sua casa, Hector também levou as quatro crianças da residência atingida pelo fogo para local seguro.
Meagan Shell e seu marido acordaram no meio da noite do dia 1º por causa dos latidos de Hector. O cão não costumava latir à noite e Shell percebeu que estava ocorrendo algo de errado. "Nós sabíamos que havia alguma coisa acontecendo", disse Shell. "Algo estava sucedendo, porque Hector nunca late no meio da noite."
Shell saiu de casa para verificar qual o motivo de Hector estar tão alarmado. O cão, imediatamente, saiu correndo na direção da casa vizinha, seguido por Shell. "De repente, ao virarmos a esquina, vimos a fumaça que saía da casa ao lado", disse Shell. Ela, imediatamente, chamou os bombeiros, enquanto Hector continuava a latir insistentemente na casa dos vizinhos.
Num dado momento, quatro crianças saíram correndo da casa e Hector parou de latir. As crianças dormiam profundamente e só acordaram graças aos latidos de Hector. Shell orientou as crianças para que se agarrassem à coleira de Hector e disse a ele que voltasse para casa.
Hector, imediatamente, conduziu as crianças para a segurança da casa de Shell. "Eu nunca o havia visto comportar-se desta maneira," disse Shell. "Ele estava numa missão. Não estava tentando agredir ninguém, mas sim, tentando ajudar a salvar vidas." (Do site ANDA com informações do portal Life With Dogs)

BULLDOG

Um nome e dois significados

O médico veterinário Randal Barbosa, lembra que, historicamente, o termo Bulldog possui dois significados. O primeiro diz respeito à aparência de um determinado cão, desenvolvido na Inglaterra na segunda metade do século XIX. O cão hoje conhecido como Bulldog inglês é, na realidade, uma distorção criada a partir de 1860, baseados no que um grupo de pessoas "achava" que era a conformação ideal de um bullbaiter. Nenhuma pintura que represente o bullbaiting mostra um animal com as deformações do moderno Bulldog, mas sim cães bastante semelhantes ao Pit Bull.
O segundo significado, muito mais antigo, é um termo funcional: qualquer cão capaz de ser efetivamente utilizado como bullbaiter. Esta é a definição que nos interessa.
Dentro desta conotação, eram Bulldogs:
- Na Inglaterra, o Bulldog propriamente dito, que evoluiu para o moderno Pit Bull;
- Na Alemanha, o mastim bullenbeisser, que resultou no boxer;
- Nas Ilhas Canárias, o bardino majero, ancestral do presa canário.
Seja qual for a definição, é aceito que o Bulldog derivou dos mastiffs. A primeira referência explícita ao Bulldog que se tem notícia, segundo Randal e Hélio Ferreira, foi feita em 1631 por um sujeito chamado Prestwich Eaton. Em uma carta para George Willingham, solicita claramente "um bom mastiff e dois bons Bulldogs". Tem-se hoje como certo que o Bulldog foi aos poucos sendo selecionado dentre os mastiffs de menor porte e maior agilidade.
Outro possível ancestral do Bulldog é o alaunt. Esta raça foi descrita no livro Master of Game, do II Duque de York, em torno de 1410. Foram descritas três variedades: alaunt gentle, alaunt veutreres e alaunt of the butcheries, sendo realçada a aptidão para bullbaiting dos dois últimos. O primeiro se assemelhava a um grande grayhound. Acredita-se que tenha origem na China e tenha chegado à Europa junto com migrações de povos como os hunos e os álanos, no início da era cristã. Esta tese é reforçada por um livro chinês chamado Book of Odes, de 600 A.C. As descrições de duas raças neste livro (shan e shejo), tanto física quanto funcionalmente, são iguais às dos alaunt do Duque de York 2000 anos depois.
É possível que os mastins tenham tais cães como ancestrais. O que parece é que, sob a classificação de alaunt, estavam todos os cães de trabalho de então: os grandes cães de caça, os mastins e os Bulldogs.

O DECLÍNIO

No início das lutas de cães, o Bulldog ainda era o cão mais utilizado pelos baiters. Não demorou muito para os organizadores das rinhas percebessem que, embora o pesado Bulldog, com seus 35-45kg, fosse um excelente combatente contra touros, um cão mais leve e ágil seria mais apropriado para as lutas de cães.
Um dado interessante que explica a grande diversidade de características físicas desses cães é o segredo mantido pelos criadores do século XIX acerca de seus métodos de criação. Mesmo quando registrados em papel, o que era raro, os pedigrees não eram divulgados, por receio de que os rivais descobrissem o segredo do sucesso e pudessem replicá-lo.
Em todo caso, em meados do século XIX os bull-and-terrier já tinham adquirido todas as características apreciadas nos dias de hoje: capacidade atlética, gameness incomparável e temperamento afável.
O estabelecimento da raça na Inglaterra
Embora criado num passado recente e razoavelmente documentado, a origem do Pit Bull é um pouco nebulosa e se divide, basicamente, em duas vertentes, ambas defendidas por autores de renome: O Pit Bull é exatamente o antigo Bulldog
Esta tese é suportada por autores como Richard Stratton e Diane Jessup. Para eles, não existe nenhuma característica no Pit Bull que justifique sua origem em um terrier. Embora possa ter ocorrido alguma introdução de sangue terrier no século passado, isso não foi de forma alguma significativo. O cão que é uma evolução do bull-and-terrier (cruzamento do Bulldog com game terriers) é o moderno bull terrier.
A chegada à América
Como visto, os ancestrais imediatos do Pit Bull foram os pit fighting dogs importados da Irlanda e Inglaterra a partir de meados do século XIX. A literatura médica veterinária mostra que, na América, a raça começou a divergir ligeiramente do que estava sendo produzido naqueles países de origem. Os cães não foram utilizados apenas para rinhas, mas também como catch dogs – presa de gado e porcos desgarrados – e como guardas da propriedade e da família. Daí começaram a ser selecionados cães de maior porte, mas esse ganho de peso não foi muito significativo até cerca de 20 anos atrás.
Nas mãos dos criadores americanos, o Pit Bull se popularizou a ponto de ser símbolo dos Estados Unidos na 1ª Guerra Mundial. Homens como Louis Colby, cuja família mantém até hoje uma tradição de 109 anos, C.Z. Bennet, fundador do United Kennel Club (UKC) e Guy McCord, fundador da American Dog Breeders Association (ADBA), foram fundamentais na consolidação da raça.
Sua popularidade atingiu o auge na década de 30, quando o seriado infantil Little Rascals era estrelado por Pete, um Pit Bull: era o cachorro favorito de 10 entre 10 crianças americanas. Esta projeção levou finalmente o American Kennel Club (AKC), após anos de pressão a reconhecer o Pit Bull com o nome de staffordshire terrier, para diferenciá-lo dos cães voltados para rinhas. Este cão é hoje o american staffordshire terrier, tendo o "american" sido acrescido ao nome original em 1972 para evitar confusão com o staffordshire bull terrier.


ROTTWEILER

Má criação criam uma imagem errada da raça


Os cães da raça Rottweiler se tornaram muito comuns em nosso país a partir dos anos 90 por sua habilidade como cão de guarda. Após o “boom” de anos atrás o Rottweiler o qual pouco se ouvia falar se popularizou rapidamente no Brasil, porém ainda há muitos aspectos sobre a raça desconhecidos, informações errôneas, e a má criação de alguns exemplares do cão, fazem com que as pessoas criem uma imagem errada da raça Rottweiler.
Todas essas estórias sobre a raça Rottweiler quanto a sua agressividade, de acordo com os dois veterinários goianos, são reflexo de sua criação. Por ser uma raça muito leal, corajoso e dominador, em especial o macho, o Rottweiler não é um cão para qualquer dono. Esta raça é o “reflexo de seu dono” e nunca deve ser criado de maneira brutal ou poderá se tornar perigoso.
Randal explica que, para alguns, este cão, tipicamente alemão, descenderia do Boiadeiro bávaro. Para outros, ele seria proveniente dos Malossos introduzidos na Alemanha por ocasião das invasões romanas. “Já na Idade Média, na cidade de Rottweil, em Würtembergm este cão poderoso e corajoso guardava os rebanhos e defendia vendedores de gado contra os bandidos. A grande preocupação dos açougueiros adotou-o e isto fez com que ele fosse denominado de ‘cão de açougueiro’”, revela o veterinário.
O Rottweiler, de acordo com os médicos goianos, é um cachorro leal e afeiçoado a sua família, paciente com crianças, desde que seja criado junto com elas, e uma boa companhia, além disto, “a raça Rottweiler é muito inteligente e obediente, tem um grande potencial para diversas funções como cão policial e cão de guarda. Trata-se de um cachorro equilibrado que possui um forte instinto territorial, é tranquilo, resistente, robusto e dedicado a sua família, o amadurecimento psíquico do rottweiler só ocorre depois dos dois anos de idade”.

O Rottweiler só chegou ao Brasil provavelmente na década de 70, no Estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi se espalhando pelo país, sendo que hoje, os mais importantes centros de criação situam-se nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A região nordeste tem crescido muito em qualidade nos últimos tempos. Crescente também tem sido o número de filhotes de Rottweiler que nascem todos os anos no Brasil. 





Nome:

E-Mail:

Assunto:

Mensagem:


VIÚVAS ASSISTIDAS


Associação atende mulheres

que perderam seus maridos

"As coisas mudam quando uma organização como o AEVB demonstra interesse pela vida vida solitária de uma viúva"


Antéro Sóter


Anápolis (GO) - A Associação Evangélica das Viúvas do Brasil, criada por Doralice Ferreira Ramos, após a morte do marido, presta, hoje, serviços sociais a cerca de 3.600 mil viúvas. A AEVB cresceu e hoje mantém núcleos em Caldas Novas, Goiânia, Nova Glória, em Goiás e em Palmas, Capital do Estado do Tocantins. Em Anápolis, cidade distante cerca de 55 quilômetros da Capital goiana, onde está a sede, a entidade funciona em um grande galpão cedido pela família de Dona Dorinha, localizado na Rua 14 de Julho, 409, Bairro Centro.
A ideia da criação da entidade, que hoje funciona paralelo ao Centro de Convivência e Apoio às Idosas, surgiu há mais de 15 anos, quando dona Dorinha, como prefere ser chamada, viu no sofrimento a oportunidade de ajudar outras mulheres. Fundou a Associação Evangélica das Viúvas e abriu espaço também para idosas. “Resolvemos ajudar também as idosas. Muitas ficam em casa, sozinhas, tristonhas, na depressão. Elas veem aqui e acham maravilhoso”, conta dona Dorinha.
A entidade, de acordo com Dona Dorinha, "não mede esforços para buscar ajuda para aquela viúva que a procura. Está sempre de portas abertas. Hoje mesmo (06/05), demos início à distribuição de 7 toneladas de arroz cedidas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas nosso apoio não se dá apenas na forma de fornecimento de alimentos. Uma aparece necessitando de medicamentos, atendimento médico, apoio material, espiritual e emocional", revela. O arroz cedido pela Conab vai atender, ao final, mais de 600 famílias.
A Associação das Viúvas do Brasil conta, inclusive, com uma ambulância. "A União das Voluntárias de Goiás (UVG) nos deu esta tem uns 13 anos e hoje ela está cheia de problemas, dando pane e às vezes prejudica o deslocamento para levar nossas associadas à Santa Casa, ao Hospital Evangélico e outras clínicas que colaboram conosco. Na realidade, estamos precisando de uma novinha".
MANUTENÇÃO
Para manter a entidade, Dona Dorinha mantém um bazar com as doações que chegam de parte da sociedade anapolina, além de realizar outros eventos, a exemplo  do "Tarde de Mulheres Apoiando Mulheres" que acontecerá no dia 21 de maio. "Será um grande evento reunindo cerca de 200 mulheres da nossa sociedade para arrecadar fundos que serão utilizados na manutenção dos serviços realizados pela associação", espera Dona Dorinha.
Nos encontros, nada de baixo astral. Como, por exemplo, a animação com que é a comemoração ao mês das mulheres, quando centenas de viúvas e idosas participaram de um desfile de moda, demonstrando toda vitalidade, alegria e amor à vida e ao próximo, como diz Dona Dorinha.
A AEVB, por ser uma entidade totalmente regularizada e legalizada junto aos órgãos dos governos municipal, estadual e federal, de acordo com Dona Dorinha está apta a receber doações de todas as pessoas, tanto do Brasil como de outros países. "As doações podem ser feitas diretamente na sede e nos núcleos, ou mesmo através da Internet ou depósitos bancários nos bancos do Brasil (agência 0324-7 Conta corrente 7480-0) e Bradesco (agência 1343-9 Conta corrente 19.277-5). Esta contribuição voluntária nos ajuda a consolidar a associação, que não visa lucros e que hoje é referência para o Centro-Oeste brasileiro", garante Dona Dorinha.
Apesar dos esforços de colaboradores voluntários, da família e dela própria,  Dona Dorinha revela que não consegue alcançar o objetivo de atender todas as necessidades das viúvas assistidas pela AEVB. "Gostaríamos de contar com o auxílio de todos nessa tarefa, que é amenizar a dor dessas mulheres", conclama a presidente da AEVB.
"Conforme arrecadamos, repassamos para as associadas, roupas, alimentos, assistência médica, jurídica e, principalmente, doamos nosso amor para que essas pessoas possam ter um pouco de conforto", esclarece Dona Dorinha ao lembrar que o poder público também ajuda. “Esta semana mesmo recebemos cadeiras doadas pelo Ministério Público Estadual e a Receita Federal também nos envia, sempre que pode, bens que foram apreendidos", diz.
CASA PRÓPRIA
A Associação Evangélica das Mulheres do Brasil está pleiteando junto à Caixa Econômica Federal a construção de casas para as viúvas assistidas pela entidade. "Apresentamos nosso pleito à CEF no sentido de incluir as viúvas no Projeto Minha Casa Minha Vida, do Ministério das Cidades e agora estamos apenas esperando o parecer favorável (ou não) para que possamos cadastrar as viúvas interessadas. Isso vai ser de um valor inestimável para todas as que forem beneficiadas", diz.
A presidente da AEVB explica que a entidade também está procurando inserir as viúvas associadas no Programa Rede Cidadã, que busca resgatar a cidadania das famílias em estágio de extrema pobreza, por meio de auxílio financeiro mensal, com transferência de renda diretamente ao grupo familiar beneficiário, como forma de garantir sua dignidade e respeito, além de oferecer subsídios para o processo de emancipação da população atendida, bem como sua inserção no mundo do trabalho.
A entidade cadastrou quase 500 viúvas associadas, "mas vieram apenas 75 (confirmações). Mesmo assim estamos agradecidas, pois sabemos que podemos contar com o apoio de nossas autoridades e que novas famílias serão beneficiadas".
FELICIDADE
Dona Ana Efigênia Pinto, uma das viúvas associadas à AEVB, se diz "muito feliz com o apoio que recebemos aqui na Associação. Estou sempre vindo, pois aqui eu sei que vou ser recebida sempre com um sorriso, um apoio moral e espiritual, terei sempre uma amiga para conversar. O atendimento é muito bom. A gente vê pessoas, troca ideias, se diverte muito", afirma a associada que estava na sede para receber a doação dos 10 quilos de arroz.
Da mesma forma se expressa Dona Bonifácia Maria de Souza. Ela que tem 15 anos de viuvez e cerca de 10 anos é associada à AEVB, lembra que, apesar de morar com os netos em uma casa cedida - ela não paga aluguel - "a Associação nos ajuda muito. Não tenho nem como me expressar do quanto é importante o apoio recebido. Tanto que venho direto à Sede, pois aqui me sinto muito bem, Venho buscar primeiramente a presença de Deus e depois o convívio com outras pessoas”.
DESENCONTRO
A presidente da AEVB explica que "muitas mulheres relatam um desencontro entre elas e as pessoas que a cercam. Os amigos são um conforto, mas também trazem dificuldades. São diferentes opiniões e expectativas que fazem a viúva sentir-se estranha; amigos são importantes, mas suas sugestões muitas vezes não servem, os consolos são inúteis ou a irritam. Alguns não falam e não a deixam falar do marido, achando que isso vai trazer sofrimento; outros não aguentam ver o choro, não sabem o que fazer. Algumas pessoas até se afastam da viúva pela confusão sentimentos que seu luto provoca e também pelo medo de se imaginar no seu lugar. A viúva parece ser a única pessoa avulsa no mundo. Tudo parece muito mais difícil".

Dona Dorinha lembra ainda que, "outras pessoas cobram da viúva uma recuperação que ela não sente, mesmo passado algum tempo da morte do marido. A vida continua, mas para a viúva a saudade ainda é muito forte, existem as dificuldades financeiras, as novas experiências, desafios de toda espécie; toda sua vida mudou". Tudo parece, segundo Dona Dorinha, ser muito recente, "é preciso mais tempo para ajustar-se. A viuvez obriga a enfrentar uma transição em que a principal tarefa é construir uma outra identidade: a de mulher só. Não é nem melhor nem pior, é só outra identidade, nova, que exige tempo para se desenvolver".

VIUVEZ

 Mente humana demora para aceitar essa realidade


Para quem nunca passou por isso, é impossível entender como é grande a dor causada pela perda do cônjuge. De fato, a mente humana demora para aceitar essa terrível realidade. Doralice Ferreira Ramos, ou simplesmente Dona Dorinha, não conseguia aceitar a morte repentina de seu marido. “Parecia mentira”, diz ela. “Eu não podia acreditar que ele não entraria mais por aquela porta.”
Depois de uma amputação, alguns às vezes sentem que ainda têm aquela parte do corpo. De forma similar, pessoas enlutadas às vezes “veem” seu cônjuge amado no meio de uma multidão, ou percebem que estão falando para o cônjuge que já não está mais ali.
Amigos e familiares muitas vezes não sabem como reagir diante desse sofrimento. Conhece alguém que perdeu o cônjuge na morte? Como você pode dar apoio? O que precisa saber para ajudar viúvas e viúvos a lidar com essa dor? Como você pode ajudar os enlutados a recuperar aos poucos o gosto pela vida?
Dona Dorinha, que perdeu o esposo cerca de 30 anos atrás, resolveu então buscar respostas para todas estas indagações que martelavam sua mente. Uniu sua força à fé cristã e deu início à criação de uma entidade sem fins lucrativos. Reuniu amigos e familiares preocupados e com boas intenções que talvez tentem diminuir o tempo do processo de luto da pessoa e criou a Associação Evangélica das Viúvas do Brasil, à época a única existente em praticamente todo o mundo.
Desde então Dona Dorinha, que pertence a uma família da Classe A anapolina, tem dedicado todo o seu tempo no acolhimento de mulheres que, como ela, perderam seus maridos e necessitam de amparo. Ela diz: “Os amigos e familiares ajudam no início. Depois a vida deles volta ao normal, mas a sua não.” Tendo isso em mente, acredita ela, amigos verdadeiros mantêm-se à disposição e continuam a dar apoio.
Muitas pessoas acham consolador falar com alguém que passou pela mesma situação. Dona Bonifácia Maria de Souza, viúva há 15 anos e mais de 10  associada à AVEB, por exemplo, mostra como o apoio e a amizade com outra viúva foi de ajuda, no caso a presidente da Associação. “A determinação dela me impressionou muito e me incentivou a ir em frente”, diz.
Realmente, depois de superar os estágios iniciais do luto, de acordo com Dona Dorinha, as viúvas e os viúvos podem se tornar exemplos para outros e uma fonte de esperança. "Duas viúvas mencionadas na Bíblia, a jovem Rute e sua sogra Noemi, se beneficiaram da ajuda que deram uma à outra. Esse relato comovente descreve como o interesse mútuo dessas mulheres as ajudou a aliviar a dor e a lidar com a sua situação desafiadora", afirma ela, como que justificando sua decisão em criar e estar até hoje à frente da AEVB.




Nome:

E-Mail:

Assunto:

Mensagem:


10 passos para o jornalista superar suas crises de vaidade

É recomendável o jornalista adotar alguns mantras para serem utilizados durante uma crise pesada de vaidade, como “sou jornalista, mas não sou foda” ou “quem tem o meu saldo bancário não pode se achar Deus”. Quando o estrelismo se apoderar de você, respire fundo e repita o mantra umas cem ou duzentas vezes. Até a crise passar.
A advertência “não mexe no meu texto” é igual a dizer “não bota a mãe no meio” das brigas de infância. Calma, não somos mais crianças, e alguém mexer no seu texto não precisa virar um conflito. Ok, tem muita gente que mexe no texto alheio só para estragar, mas também evoluímos com boas críticas e sugestões.
Procure, ao máximo, evitar o desejo de ser um novo Arnaldo Jabor. Você pode se machucar. Esta vaidade exacerbada só deve ser praticada por profissionais.
O crachá pendurado no pescoço tem para o jornalista a mesma significação que o falo tem pra neguinho machista, já explicou Freud. Ou Lacan, sei lá, um desses malucos aí. Bom você começar a refletir a respeito.
O abuso de expressões do tipo “como antecipou a Folha com exclusividade” é a prova de que a vaidade pode causar danos cruéis à saúde mental de um jornalista ou a um veículo de comunicação. Coisa mais decadente esta autopromoção. É de bom-tom evitá-la.
A vaidade do “eu acho que sei tudo” é uma das mais comuns a atacar os jornalistas. É emocionante ver um jornalista pesquisando, fuçando um dicionário, aprendendo.
Outro ótimo exercício para controlar a vaidade é ficar uma semana inteira, incluindo sábados, domingos e feriados, sem postar uma foto sua com um entrevistado famoso no Facebook.
Glamour é ter um trabalho digno, com um salário digno. Entendeu? Ok? Podemos passar para o próximo tópico?
Todo jornalista já ouviu em algum momento de sua vida o blá-blá-blá de que a imprensa é o quarto poder. E muitos insistem em acreditar nisso. Nós, jornalistas, temos, sim, o poder de lutar por um mundo melhor e mais justo e, para isso ser possível, não podemos nos sentir melhores, nem piores, que ninguém.
Humildade, aliás, é essencial em todos os momentos da vida de um jornalista. Grande merda se você é blogueira da Capricho.




Já comprou o livro do Duda Rangel?




Nome:

E-Mail:

Assunto:

Mensagem: