quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Circo da Notícia








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DIREITO À INTIMIDADE
Informar e manter o respeito

Por Carlos Brickmann em 19/1/2010
Durante muitos anos, a imprensa americana publicou fotos do presidente Franklin Roosevelt apenas da cintura para cima. Evitava, assim, chamar a atenção para seus problemas físicos: Roosevelt, paralítico, usava cadeira de rodas.
A imprensa francesa jamais noticiou que o presidente François Mitterrand tinha duas famílias. O fato se tornou publicamente conhecido apenas em seu enterro, quando as duas esposas e os filhos de ambos os relacionamentos lhe prestaram as últimas homenagens. Para os jornalistas franceses, Mitterrand tinha de ser avaliado por sua vida pública, não por seus momentos íntimos.
O presidente Getúlio Vargas teve relacionamentos amorosos que os meios de comunicação ignoraram – por exemplo, com a famosíssima Virginia Lane, "A Vedete do Brasil". O presidente Juscelino Kubitschek teve por longos anos um caso com a elegantíssima Maria Lúcia Pedroso. Nos dois casos, muita gente sabia, mas ninguém publicou. E por um motivo fortíssimo: tirando os envolvidos na história, ninguém tem nada com isso. Excetuando-se os casos em que o amante, ou a amante, interfere na vida pública, intimidade é intimidade e deve ser respeitada.
Neste momento, há quem insinue romances extraconjugais de figuras importantes da República. Não importa que essas notícias saiam em publicações sem importância ou em blogs inexpressivos: o objetivo é jogá-las no ar, mantendo-as em circulação, para que sejam usadas posteriormente, em ocasião adequada.
Independentemente do que pensamos sobre as pessoas envolvidas, isso não é exercício da liberdade de imprensa: é jornalismo marrom, é fofocagem pura e simples, sem qualquer vínculo com o interesse público. Beira a chantagem. E, especialmente, é covarde: as pessoas atingidas não podem reagir à altura, sob pena de divulgar amplamente aquilo que foi publicado de maneira restrita.
Para usar a linguagem do Carnaval, a genitália alheia não é assunto do jornalismo político e econômico, a menos que ultrapasse as fronteiras do privado e invada o espaço público. Arranjar emprego para a amante, ou o namorado, é inaceitável (e, no entanto, isso não apenas acontece como provoca escândalo apenas quando aparece dentro de outro escândalo).
E que ninguém venha dizer que a vida privada de outras pessoas, que sua intimidade sexual, seja um termômetro de seu caráter e de sua capacidade de ocupar cargos públicos. Os reis David e Salomão, que a Bíblia nos aponta como exemplos de vida, jamais escolheram o puritanismo como forma de vida. E quem é que o caro leitor prefere: o casal Roosevelt, cada um com seus relacionamentos próprios, o grande líder britânico Sir Winston Churchill, beberrão e apreciador do belo sexo, ou o ascético Adolf Hitler, que não bebia, que não era dos mais fanáticos por sexo, e que sem dúvida foi homem de uma só mulher?
Chateações
É sempre bom acompanhar de perto os dias de folga das autoridades: caso algo aconteça que exija sua presença, não será necessário procurá-las, nem esperar que alguém informe as novidades, nem correr o risco de saber que as coisas ocorreram debaixo do seu nariz e você não ficou sabendo.
Mas, no caso do presidente Lula, houve um certo exagero. Ficar à distância tentando flagrar momentos é cansativo para o repórter e ruim para a autoridade, que não pode comportar-se com naturalidade. Qualquer coisa pode ser objeto de crítica. Vejamos o caso do isopor, aquela geladeirinha que Lula levava na cabeça. Foi criticadíssimo por isso, onde já se viu um presidente carregar sua geladeirinha na cabeça, como se fosse uma lavadeira com a trouxa de roupa? Mas imaginemos o contrário: algum ajudante de ordens carregando o isopor. Aí o presidente seria criticadíssimo por usar funcionários públicos em serviços pessoais.
Por que não deixar o homem sossegado, ficando por perto apenas para eventualidades?
O papel da imprensa
O governador de Brasília, José Roberto Arruda, foi vaiado no Itamaraty. Ninguém, nenhum político, queria ser fotografado a seu lado. Até aí, tudo bem. O problema é que jornalistas participaram da vaia. É uma confusão total: o jornalista pode pensar o que quiser a respeito de quem quer que seja, mas não pode permitir que suas opiniões interfiram no trabalho de levar os fatos a seus patrões, os consumidores de informação. Imagine um médico que deteste determinada pessoa: nem por isso deve deixar de tratá-la da melhor maneira que lhe for possível.
Este é um mal recorrente. Em 1989, jornalistas chegaram a cercar o carro do então candidato Fernando Collor, na saída de uma TV, em São Paulo, deram socos e bateram com as máquinas na lataria. Seu candidato era Lula – e como se sentirão hoje, sabendo que Collor está entre os grandes aliados de Lula?
As notícias da imprensa
O atento leitor Décio Pedroso escreve a este Observatório mostrando um caso exemplar: no lançamento do Programa Nacional dos Direitos Humanos, que provocaria tantas discussões alguns dias depois, o noticiário esqueceu o programa e se concentrou no new look da ministra Dilma Rousseff, agora sem peruca. A questão das invasões de terras, as ameaças às empresas produtoras de tecnologia, os ataques ao agronegócio, tudo ficou de lado: importante era saber se Sua Excelência usava peruca ou não. A imprensa, diz o leitor, deveria tê-lo informado de que, da próxima vez em que sua fazenda for invadida, ele teria de se reunir com os invasores antes de recorrer à Justiça. Ele procura notícias relevantes, "e não insignificâncias pilosas de quem quer que seja".
O leitor tem toda a razão – e nem mencionou outro fato, de que notícia vende jornal. Quando este colunista dirigia uma redação, sabia que, sempre que havia notícias quentes – cruzeiro novo, tragédia de Caraguatatuba, Plano Collor, internação de Tancredo Neves – a circulação iria crescer. Lembrando o grande publicitário Alex Periscinoto, o que o leitor quer saber é o "what about me": em bom português, "e eu com isso?" O resto é história paralela, que até dá sabor à notícia, mas não pode substituí-la.
O Haiti e o Brasil
Uma história bem interessante, narrada pelo ex-prefeito do Rio, César Maia, relaciona o Haiti e o Brasil:
1. Em 5 de dezembro de 1492, menos de dois meses depois de ter descoberto a América, Cristóvão Colombo chega a uma grande ilha que chama de La Española. É a primeira ocupação das Américas e com desenho urbano espanhol. A população encontrada era estimada em 300 mil indígenas. Em 1697, espanhóis e franceses celebram o Tratado de Ryswick e dividem a ilha ao meio. À França coube a parte onde hoje é o Haiti, onde intensificou o sistema escravista. Em 1750, a parte francesa contava com 310 mil pessoas, sendo 300 mil escravos.
2. O Haiti alcançou, na segunda metade do século 18, índices de produtividade agrícola (café, cana etc.) dos maiores do mundo. A avaliação dos proprietários era de que a escravidão explicava a produtividade. Com isso, a população escrava não parou de crescer, atingindo quase o dobro no final do século 18. A aglomeração de escravos produziu, no último quarto desse século, reações, inicialmente de base religiosa. Sob a liderança do escravo Toussaint-Louverture se iniciou a luta a partir de 1790. Declara a Abolição em 1794 e promulga a Constituição em 1801. É capturado em 1802 e morto na França.
3. Em 1803, sob a liderança do escravo Jean Jacques Dessalines, se inicia a luta pela independência, que derrota os franceses e em 1804 declara a Independência, assumindo o governo como Imperador e nessa condição seus sucessores. É o primeiro país das América Latina a se tornar independente. O temor do exemplo leva a América Hispânica a limitar a entrada de escravos e, após as independências, realizar as suas abolições. Em 1822, o Haiti invade a parte oriental e unifica a Ilha de Santo Domingo. Em 1844, Haiti perde o controle da parte oriental e a República Dominicana se declara independente. Em 1915, o exército dos Estados Unidos ocupa o Haiti e o controla até 1934.
4. Mas o ponto que relaciona Haiti ao Rio é a rebelião de 1794. Os proprietários fugiram. Um deles, Louis François Recesne, grande produtor de café no Haiti, vai para Cuba e em função das disputas – Espanha e França –, segue para os EUA. Quando D. João IV cria no Brasil um programa de incentivos à lavoura, em 1816, Lecesne (com 57 anos) e sua esposa americana Frances Mary vêm para o Brasil e se apresentam. Querem que ele plante trigo. Lecesne lembrou que trigo só em clima temperado.
5. Sem esse apoio e com apoio do embaixador francês, compra 130 hectares na Gávea Pequena, Floresta da Tijuca, Rio. Em menos de um ano tem 60 mil pés de café plantado, o que é a primeira plantação de café em extensão do Brasil. Chamou suas terras de Fazenda São Luís. A casa central da fazenda é onde hoje está a casa da família Magalhães Lins. E a casa de apoio é hoje a casa do prefeito do Rio, a Gávea Pequena. A Fazenda São Luis foi desenhada de cima e está no diário de Maria Graham (Diário de uma viagem ao Brasil).
6. A Fazenda São Luis foi visitada e relatada por Carl von Martius, Rugendas, von Theremin, Príncipe Adalberto da Prússia, Maria Graham... Dois anos depois, o comerciante e médico-militar holandês Charles Alexandre van Mocke comprou as terras ao lado de Lescene e passou a ser o segundo grande produtor com sua Fazenda Nassau. E dessa forma nasceu a grande plantação de café no Brasil e seu caráter exportador. Em 1843 uma praga encerrou o ciclo do café nos altos da Tijuca.
Faltou dizer
Há coisas que só podem acontecer no Brasil. João de Barro, um clássico da música caipira gravado em 1956, foi composto por dois turcos, Muíbo César Cury e Teddy Vieira – Muíbo, filho de árabes, Teddy com os antepassados árabes mais distantes, já mesclado aos Vieiras e aos Azevedos, mas com inequívocos traços mediterrâneos, reforçados pelo clássico bigode da região. Teddy, que morreu há muitos anos num acidente de carro, compôs outros grandes sucessos caipiras, como Menino da Porteira; Muíbo, que morreu outro dia, depois de 56 anos de Rádio Bandeirantes, foi ator, dublador, compositor de músicas de Carnaval e, acima de tudo, um locutor de primeiro time.
E, no entanto, como saiu pouca coisa sobre Muíbo fora das emissoras de rádio! Os jornais ou ignoraram sua morte ou a deram em poucas linhas; as revistas nada publicaram. Em parte, por desconhecimento; em parte, porque os demais meios de comunicação costumam fazer de conta que o rádio não existe.
O público e a imprensa
Um blog visto por alguns milhares de pessoas é divulgado por outros blogs, sai no jornal, entra em alguma revista de informática. Um programa de rádio com centenas de milhares de ouvintes não consegue espaço em lugar nenhum. Os jornais informam quais os jogos de futebol que a TV vai transmitir; mas não contam de jeito nenhum quais os jogos que serão transmitidos pelo rádio. Há dias, a Rádio Inconfidência FM de Belo Horizonte reapresentou entrevista com dona Zilda Arns, com transmissão para todo o país pela internet, e a imprensa escrita nada informou.
Por que? Excelente pergunta – pois não se pode esquecer que o rádio está entre os mais ágeis veículos de comunicação, e em certas ocasiões, como o apagão, se transformou em única fonte utilizável de informações.
Como...
De um grande jornal:
** "Kassab usa carro para visitar áreas alagadas de São Miguel Paulista"
E como é que queriam que o prefeito fosse do centro da cidade a um bairro distante: em lombo de burro? A cavalo? Ou de helicóptero (caso em que a notícia chamaria a atenção para o conforto de que estaria desfrutando o prefeito, enquanto os moradores da região lutam contra os alagamentos).
...é...
De um grande portal noticioso:
** "Filha de Charles Chaplin atua em peça teatral em Paris"
Isso é o que diz o título. Já o texto informa que Victoria Chaplin Thierrée é neta de Charles Chaplin. Pela idade da moça, o texto deve estar certo.
...mesmo?
De um jornal importante, noticiando as Rodas de Samba no SPTV, da Rede Globo:
** "A escola leva 11 integrantes ao estúdio, dá entrevista e canta o samba"
Deve ser uma escola notável. Este colunista, já avançado em anos, jamais teve oportunidade de conhecer uma escola que dê entrevista e cante sambas.
No capricho
Saiu no site de um grande jornal regional, referindo-se ao terremoto no Haiti:
** "Trajédia"
Pois é: assim mesmo, com "j". Hoge em dia faltam a alguns giornalistas o enjenho e a harte.
We are the world
Ainda o presente que recebemos de Moisés Rabinovici, que edita o inovador Diário do Comércio de São Paulo: alguns títulos escolhidos pela pesquisa Fark.
Numa notícia sobre naves espaciais:
** "A nave seguia próximo a 18 vezes a velocidade da luz"
Notável: até este colunista, para quem Física é a mulher do Físico, já conseguiu aprender que nada pode ser mais rápido no Universo do que a luz.
Comentário sobre maus-tratos a animais:
** "Ativistas bolivianos dos direitos dos animais obtêm sucesso na proibição de circos em usar animais, mas agora eles têm de descobrir o que fazer com 22 leões inúteis"
Trio fantástico:
** "Uma pessoa morta, seis feridas em explosão de fábrica de tortas. Estampido foi ouvido num raio de 3.14159265 milhas"
** "Avião se choca num istmo na Flórida, nenhum piloto encontrado". Bem, aí está o problema"
** "Fogo destrói acampamento de sem-teto, deixando muitos..." bem, não poderia ser pior, realmente.
E eu com isso?
O noticiário da semana é altamente informativo e instrutivo:
** "Descubra por que é difícil contentar as mulheres"
Como diria Oscar Wilde, é fácil analisar os homens. "Quanto às mulheres, limitemo-nos a amá-las." Embora ele também não se dedicasse a isso.
** "Novo estudo afirma que é saudável ter nádegas, coxas e quadril grandes"
** "Desenhos pubianos deixam você na moda"
** "Isis Valverde vai ao supermercado com shorts curtinho"
** "Cachorro recarrega bateria de celular"
** "Penélope Cruz pode estar mais perto do altar"
** "Susan Boyle surta em sala VIP de aeroporto"
** "Freira vai à praia em Copacabana"
O grande título
Nada muito especial. Comecemos com o clássico título que não coube:
** "Dois armadores disputam preliminar do"
Temos também um título, digamos, exótico:
** "Gato é convocado para júri nos Estados Unidos"
Nada a estranhar: este colunista conhece uma série de pessoas que conversam com gatos, cachorros e cavalos e não só estão convencidas de que eles entendem tudo como de que sabem direitinho o que os bichos responderam.
E temos um título bem-feitinho, sem nada de especial, a não ser a cena que se imagina que aconteceu:
** "Policial é pego transando na torre da igreja durante missa de Ano-Novo"
É aquilo que se poderia chamar de boas entradas.

ENTREVISTA /José Luiz Sóter








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JOSÉ LUIZ NASCIMENTO SÓTER
"O Brasil tomou gosto pelo debate sobre as comunicações"

Por Candice Cresqui em 19/1/2010

Reproduzido e-Fórum nº 285, de 16/1/2010, boletim semanal de divulgação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)

As conquistas para a radiodifusão comunitária, historicamente atacada pela grande mídia, exemplificam o expressivo avanço na luta por uma comunicação mais democrática representado pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Para o coordenador-geral da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), José Luiz Nascimento Sóter, a ampla discussão proporcionada pela Confecom inaugurou um novo momento no país. "O Brasil tomou gosto pelo debate sobre as comunicações", afirma o dirigente.

Entre os indicativos de políticas públicas para o setor acatados na Confecom, Sóter destaca a criação da Subsecretaria de Radiodifusão Comunitária no Ministério das Comunicações, com um conselho de acompanhamento dos processos de outorgas. Em entrevista concedida por e-mail ao e-Fórum, o coordenador, que é também secretário-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), avalia os resultados do encontro nacional, realizado entre os dias 14 e 17 de dezembro em Brasília, traça os desafios pós-Confecom e discorre sobre as dificuldades enfrentadas pelas emissoras comunitárias. Confira a seguir.

***

O que a Conferência representou para a democratização da comunicação no Brasil?

José Luiz Nascimento Sóter – Democracia é um termo que traz dentro de si as palavras luta e debates de idéias. Nesse sentido, a Conferência foi um marco para a democratização das comunicações no Brasil, pois propiciou um amplo debate em todas as frentes de luta por uma comunicação mais democrática, com a participação de um espectro muito maior da sociedade brasileira do que o representado pelas categorias envolvidas diretamente com o setor. E isso é um caminho irreversível, o Brasil tomou gosto pelo debate sobre as comunicações.

Quais foram os principais avanços trazidos pela Conferência para o setor da radiodifusão comunitária?

J.L.N.S. – Coloco a radiodifusão comunitária como imprescindível para o debate sobre o aperfeiçoamento e desenvolvimento das comunicações no País. A totalidade das propostas da Abraço aprovadas, além de uma carta compromisso dos três ministérios responsáveis na organização da Conferência ( Ministério das Comunicações, Secretaria Geral de Governo e Secretaria de Comunicação Social) em apoiar a implementação das propostas históricas do movimento, demonstram isso (confira). Aprovamos medidas importantes como o aumento de canais, a liberação de publicidade institucional púbica para as radcom, a criação da Subsecretaria de Radiodifusão Comunitária dentro do Ministério das Comunicações, com um conselho de acompanhamento dos processos, o aumento da potência dos transmissores de acordo com as necessidades da localidade, entre outras (veja as propostas aprovadas aqui).

Como a Abraço avalia o processo de construção da Conferência e o diálogo entre os três setores representados nela (sociedade civil, sociedade civil empresarial e poder público)?

J.L.N.S. – Acreditamos que foram fundamentais a mobilização do FNDC por uma conferência convocada pelo Executivo, ampla e tripartite e as iniciativas tomadas pela coordenação do Fórum envolvendo o governo e os empresários. Não foi um diálogo fácil durante o processo de organização da Confecom. As reuniões sempre foram tensas e no limiar da ruptura, o que não impediu a construção de uma ponte entre os três setores e o sucesso do encontro.

A cobertura da mídia sobre a Confecom pautou-se pelo silêncio. O que isso representa?

J.L.N.S. – Isso já era esperado. As empresas que se retiraram o fizeram por pura arrogância e prepotência frente ao debate democrático. O barulho das ruas, demonstrado pela representatividade de todo o país na Confecom, incomodou e muito o sistema comercial. A imprensa golpista sente-se ameaçada pelas novas linguagens comunicacionais e quer segurar o "osso" com todas as forças de suas mandíbulas, por isso certamente continuará desqualificando os resultados da Conferência.

Quais são os desafios pós-Conferência?

J.L.N.S. – São dois, pelo menos: manter a mobilização para garantir a implementação do que foi aprovado e começar a mobilização para a II Confecom, em 2011. Nós, da Abraço, temos inúmeras propostas que são de exclusiva responsabilidade do Executivo, portanto, iniciaremos o ano político com essa agenda.

A comunicação brasileira reclama um novo marco regulatório. Quais devem ser as suas bases?

J.L.N.S. – As novas tecnologias criaram uma nova possibilidade de pensar e fazer comunicação. Por isso, o novo marco regulatório deve contemplar os avanços tecnológicos e democráticos, com unidade e abrangência de todos os segmentos da comunicação.

Entre as propostas da Abraço aprovadas na Conferência, o senhor citou a criação da Subsecretaria de Radiodifusão Comunitária para agilizar as concessões. Quais são as dificuldades enfrentadas pelas emissoras comunitárias para o recebimento de outorgas?

J.L.N.S. – A criação de uma subsecretaria de radiodifusão comunitária no âmbito do Minicom tem o objetivo de tentar sanar as dificuldades que as comunidades têm para acessar os serviços do órgão. Por isso propusemos também a criação de representações do Ministério nos estados e um conselho de acompanhamento dos processos para evitar o tráfico de influência e a procrastinação dos processos. As representações estaduais serão responsáveis pelo recebimento do pedido de outorga e a definição das diligências necessárias para a adequação das emissoras aos procedimentos exigidos. Outra questão preocupante é a falta de dispositivo que garanta à comunidade o tempo que se dará entre o requerimento e a emissão da autorização temporária. Precisamos definir que a partir de determinado prazo (seis meses) o Ministério seja obrigado a emitir uma autorização provisória, que será efetivada ou não no término do processo. Solucionadas essas questões, grande parte dos nossos problemas estará resolvida.

Recentemente a rádio comunitária Criativa FM, da cidade baiana de Jaguarari, sofreu forte repressão por parte da Anatel. Como a Abraço vê esse tipo de ação?

J.L.N.S. – Essa atuação da Anatel foi sintomática. A Abraço encaminhou ao Minicom a denúncia de que uma emissora comercial estava se utilizando de outros transmissores que não os seus simplesmente para evitar que a população tivesse acesso à programação da rádio. O fiscal da Agência, entretanto, se investiu de poder policial e apreendeu tudo que tinha no estúdio da emissora comunitária e ainda deixou escapar que "a Anatel já conhecia a Abraço e que a mesma era apenas uma quadrilha". Portanto, a Agência está a serviço da mídia mercantilista e não disfarça esse conluio e essa subordinação. A cada ação da Abraço, invariavelmente tem uma reação dos empresários da comunicação por meio da repressão. Por isso, defendemos a inclusão na próxima composição do Conselho Consultivo da Anatel de alguém da sociedade civil que compreenda a luta das rádios comunitárias e leve para dentro daquele órgão o respeito que elas merecem, considerando sua a importância na circulação de informações dentro das comunidades.

Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (5826/09) que possibilita às rádios comunitárias receberem um certificado de utilidade pública. Que benefícios isso trará para o setor?

J.L.N.S. – Todas as medidas que beneficiam e reconhecem a importância do serviço de radiodifusão comunitária são bem vistas pela Abraço. Já existem várias emissoras comunitárias detentoras da declaração de utilidade pública. Essa certificação traz benefícios como a isenção no imposto de renda para as doações feitas às rádios e maior respeito à emissora para a veiculação de apoios culturais e publicidade pública.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Notícias de Rolim de Moura (R)

CAMPEONATO MUNICIPAL DE FUTEBOL CONSAGRA GUARANI CAMPEÃO.


No ultimo domingo (03), o Estádio Ângelo Cassol – o Cassolão, sediou a final do Campeonato Municipal de Futebol na Categoria Titular e Aspirante. A disputa entre as equipes 2 de abril, da Linha 196, lado norte, e Guarani, da Linha 188, lado norte, foi acirrada, sendo definido nos pênaltis, fechando o placar em 3X1 para o Guarani.
O Campeonato Municipal iniciou no dia 18 de outubro, onde contou com a participação de 48 equipes inscritas, sendo 24 na Categoria Titular e outras 24 na Aspirante. Equipes da Zona Urbana e Rural participaram das competições.
A idéia de resgatar o campeonato partiu do vereador Rodnei Paes, sendo prontamente acatada pelo Poder Executivo Municipal, por meio da Superintendência de Esporte. Sem interesse financeiro, mas, como forma de entretenimento e lazer, as inscrições foram gratuitas, o único critério exigido era de que as equipes fossem do município.
O superintendente de Esporte, Claudio Roberto – o Claudinho, comenta sobre esta iniciativa. “Esta idéia realmente deu certo, pois conseguimos proporcionar momentos agradáveis de descontração para os amantes do esporte do município. Através desta experiência, com certeza repetiremos a dose neste ano com um novo campeonato”, declarou.
Já o vereador Rodnei, destacou a importância de valorizar o esporte. “Sempre fui um grande incentivador do Esporte em nosso município, acredito que temos muitos talentos a serem descobertos, sendo assim, tive a idéia de promovermos um Campeonato Municipal, o melhor de tudo é que realmente deu certo”.
Flexível à ações que beneficiem a população de Rolim de Moura, o prefeito Tião Serraia conta como tudo teve início. “O vereador Rodnei Paes é um grande parceiro da nossa Administração, achei que seria uma ótima idéia realizar o campeonato, pois poderíamos levar a população um espetáculo pelo qual o brasileiro tem uma grande paixão – o Futebol”, contando ainda sobre os investimentos realizados em 2009 neste setor; “a prova do nosso incentivo ao esporte são as quadras que construímos, bem como outras que reformamos no ano que passou, levando mais comodidade aos nossos atletas”, finalizou.
Na final, disputaram na Categoria Aspirante, Juventus e União (Linha 172, lado Sul), o time da Zona Urbana – Juventus, levou a melhor, goleando União por 4 X 1 , conquistando o título. Já na categoria Titular, Guarani levou a melhor; na disputa contra o 2 de Abril, o jogo terminou num eletrizante empate, 1X1, porém nos pênaltis o placar encerrou em 3X1 para o time da Linha 188, sendo o dono do Título em 2009.
- PREMIAÇÃO
Como congratulação aos Títulos, a Prefeitura de Rolim de Moura presenteou os ganhadores com troféu e prêmio em Dinheiro. O artilheiro e o goleiro menos vazado de cada categoria do Campeonato também foram premiados com troféus.

CATEGORIA TITULAR
1º Lugar – R$ 2.000,00
2º Lugar – R$ 1.000,00
3º Lugar – R$ 600,00
4º Lugar – R$ 400,00

CATEGORIA ASPIRANTE
1º Lugar – R$ 1.000,00
2º Lugar – R$ 500,00
3º Lugar – R$ 300,00.







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O Brasil já tem novo fabricante de Aviões Agrícolas e de Treinamento

Acaba de ser fundada a Airtechs, empresa no interior de São Paulo que desenvolveu o seu avião. Trata-se do Guará G200, um monomotor acrobático de dois lugares em tanden, ideal para o treinamento de pilotos militares e civis. Este avião tem despertado o interesse de vários países da América Latina, por ser uma aeronave de baixo custo e ser oferecido com duas opções de motor, o americano Lycoming, de 200 HP, a gasolina, ou com o motor francês SMA, de 230 HP, movido a querosene Jet Á1, que utiliza ciclo diesel.

Este projeto deslanchou pela ousadia de um apaixonado pela aviação: Jesus Rodrigues, que desde jovem tinha um sonho, ser piloto de avião e aos 21 anos conquistou o brevê no aeroclube de São Paulo. Após isso comprou seu primeiro avião e trabalhou com táxi aéreo na região amazônica. Lá descobriu um nicho de mercado ao comprar e reformar aviões. Numa dessas atividades, conheceu e associou-se ao Engenheiro Carlos Gonçalves, um expert em modelos de treinamento, que já possuía experiência no projeto e fabricação de aeronaves, como o Uirapuru e o Tangará. A jornada não foi fácil, foram anos de trabalhos intensos, fins de semana dedicadas ao projeto e montagem do protótipo, noites sem dormir dentro do hangar X10 do CTA em São José dos Campos. Coincidentemente foi nesse mesmo hangar que nasceu o Bandeirante, o primeiro avião da Embraer. Jesus Rodrigues fala com gratidão da ajuda recebida do Engenheiro Ozires Silva, na época presidente da Embraer e do Brigadeiro Taveiras, comandante do CTA. Ajuda essas de grande importância, pois levaram o Guará G200 ao seu primeiro vôo, a partir do X-10.
Para aqueles que acreditam que fabricar um avião no Brasil é um plano ambicioso, a Airtechs avança com força na área da Aviação Agrícola. Em atendimento a crescente demanda no país foram desenvolvidos o Guará G300 e o Guará G400. Aeronaves estas que estarão disputando o mercado já em 2010 e 2011.
O Guará G300 é destinado à pulverização agrícola com capacidade de 600 quilos. Esta aeronave foi projetada a partir do Guará G200 e possui estrutura totalmente metálica, com grande poder de manobra, destinada a propriedades de tamanho médio. Já o Guará G400 tem capacidade de 1.000 quilos. Seu projeto é inovador no mercado. O tanque de defensivo é posicionado atrás do piloto e desenvolvido de forma garantir sua segurança. Sua estrutura é em material composto e destinado a grandes propriedades.
Rodrigues é enfático ao falar sobre segurança, para ele é o item mais importante na aviação, por isso a cabine do Guará G300 e G400 foram projetadas e constituídas de tal forma a preservar a integridade do piloto, tal como nos carros de corrida atuais, o cockpit é uma célula de segurança.
A Airtechs aponta as vantagens na aplicação da Aviação Agrícola.
Rapidez: é a característica mais evidente para a aplicação agrícola, pois cobre grandes áreas em curto espaço de tempo, sendo assim a maior responsável pela eficácia no tratamento de doenças e combate a pragas.
Uniformidade da aplicação: Como o avião aplica em velocidade praticamente constante, e não sofre influência das condições do terreno como umidade, vales e montanhas , a uniformidade de distribuição é excelente.
Independência das condições do terreno: O avião não necessita aguardar que o solo seque, após um período de chuva, pois não depende dele para a aplicação. Assim que cessam as chuvas pode ser iniciada a pulverização.
Não provoca danos à lavoura: A pulverização aérea não causa perdas por danos diretos à plantação como amassamento ou compactação do solo. Alguns dados indicam que a redução de colheita devida a danos ocasionados pelo uso de equipamentos terrestres pode chegar a 5%, ou 2 sacas de soja por hectare.
O nome Guará foi emprestado de uma das mais belas aves. Essa ave povoava todo o litoral da América do Sul e de algumas localidades da América Central. Possui a cor vermelha, pois habita os mangues e tem no caranguejo e siri seu principal alimento. Sua presença era muito intensa, a ponto do Padre José de Anchieta em 1560 dar o nome Guará Parim a um povoado do Espírito Santo, que significa ninhos de Guará, hoje o nome oficial desta cidade é Guarapari. A ave Guará esteve a beira da extinção, a beleza das suas penas causava muito cobiça, pois era usada como adornos, mas hoje já está em recuperação e pode ser vista com certa freqüência no litoral de São Paulo e outros estados. A revoada de Guarás contrasta o vermelho forte da suas penugens com o azul do céu e é tão linda, que quem vê jamais esquece.
Texto de: Eng. Reinaldo Ribeiro da Silva

reinaldo.silva@plasmatec.com.br

(12) 3909-1300







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Pulseiras do sexo

Vocês podem achar que é uma besteira, mais para os pedófilos é apenas mais uma vitima!

À primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos de crianças parece inocente.
Mas na realidade elas são um código para as suas experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até ao sexo propriamente dito.
Poderia confundir-se com mais uma daquelas modas que pega, uma vez que é usado por milhares em várias escolas primárias e preparatórias no Reino Unido e custam apenas uns centavos em qualquer banca ao virar da esquina.
Mas as diferentes cores das ditas pulseiras de plástico – preto, azul, vermelho, cor-de-rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado – mostra até que ponto os jovens estão dispostos a ir, se proporcionar, desde dar um beijo até fazer sexo.
Andam uns atrás dos outros nos recreios das escolas, na tentativa de rebentar uma das pulseiras. Quem a usava terá de “oferecer” o ato físico a que corresponde à cor. É o "último grito” comportamento promíscuo que sugere, cada vez mais, que a inocência da infância pertence a um passado distante.
Quase tão chocante como as "festas arco-íris” – encontros com muito álcool e droga à mistura, em que as meninas usam batons de cores diferentes para deixar a “marca” nos rapazes após o sexo oral -, as “pulseiras do sexo”, que custam apenas um euro (um pacote com várias), têm um custo maior que foge ao alcance de muitos pais.
Significado das cores:
» Amarela é a melhor porque significa das um abraço no rapaz;
» Laranja - significa uma “dentadinha do amor”;
» Roxa – já dá direito a um beijo com língua;
» Cor-de-rosa – a menina tem de lhe mostrar o peito;
» Vermelha – tem de lhe fazer uma lap dance;
» Azul – fazer sexo oral praticado pela menina;
» Verdes – são as dos chupões no pescoço;
» Preta – significa fazer sexo com o rapaz que arrebentar a pulseira;
» Dourada – fazer todos citados acima;
Símbolo de respeito
Como quase em tudo nestas idades, existe um estigma por detrás das pulseiras: quem não as usar é excluído e quem usar as cores preto e dourado é mais respeitado. “No meu grupo da escola, a líder – que serve de exemplo para todos – só usa pulseiras pretas e douradas. Todos os rapazes da minha turma usam pretas e se uma rapariga também usa, eles gostam todos dela”, conta a criança de 12 anos.
Shannel Johnson, de 32 anos, descobriu através da filha, de oito, o significado das pulseiras e admitiu ao The Sun que nunca suspeitaria do código subjacente. Quando a filha Harleigh lhe disse que se alguma rebentasse, tinha de fazer um “bebe com um rapaz”, Shannel teve uma conversa com a filha, chamando-a à realidade.
Esta mãe, preocupada, começou a pesquisar na Internet e descobriu sites onde se vendiam as pulseiras, grupos no Facebook e fóruns de menores a discutir quem usava que cores. Enquanto alguns pais já confiscaram as pulseiras, muitos continuam na ignorância do significado destes acessórios aparentemente da moda.

Muita atenção, estas pulseiras já chegaram ao Brasil!







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