sábado, 24 de maio de 2008

Preparação das eleições de 2008 terá custo estimado de meio bi

Brasília (Centro de Divulgação da Justiça Eleitoral) - A preparação da estrutura para as eleições municipais de outubro envolve números tão significativos quanto a dimensão continental do País. Serão dois milhões de mesários, mais de 15 mil técnicos da área de tecnologia da informação, 380 mil seções eleitorais, investimentos estimados em cerca de 500 milhões de reais. Atrás destes números existe um projeto de engenharia logística que começa na fabricação das urnas e continua até depois da totalização dos votos.
Desde o momento da sua fabricação a urna eletrônica é acompanhada por técnicos da Justiça Eleitoral. Ao sair da fábrica ela é entregue aos Tribunais, mas sempre acompanhada por um servidor da Justiça Eleitoral, que é o responsável pela integridade do patrimônio. Segundo o secretário de tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, há um controle muito rígido com relação às urnas. “Há uma preocupação tanto com o valor da urna, que é um bem público, quanto com o valor estratégico, relacionado à segurança. Todo o movimento das urnas é acompanhado”, explica o Janino.
A movimentação das urnas até os municípios mais distantes do país é o maior desafio da Justiça Eleitoral. As dimensões continentais do Brasil já representam obstáculos à locomoção das urnas e estes obstáculos sempre existiram. “Mas a dificuldade se intensificou a partir do momento em que, ao invés de transportarmos urnas de lona, que não demandavam nenhum cuidado, nós começamos a transportar material eletrônico, que é frágil. A questão ficou mais complexa”, conta o secretário tecnologia do TSE.
Na própria fábrica já são feitos testes para garantir que a urna resista à locomoção e aos mais diversos tipos de transporte. O deslocamento das urnas mobiliza desde aviões, automóveis e barcos até “voadeiras”, que são pequenos barcos usado no Norte do país para atingir as populações ribeirinhas, e os jegues, muito usados para se chegar às regiões mais distantes do Nordeste.
Todo o processo é coordenado pelo TSE e conta com mais de 250 técnicos que trabalham no desenvolvimento do sistemas utilizado nas urnas. Também participam os Tribunais Regionais Eleitorais e uma empresa especializada na prestação de serviços de tecnologia da informação e telecomunicações que é contratada por meio de licitação e participa do apoio logístico deste grande evento. No processo licitatório já é definido o perfil do profissional que será contratado para transportar, verificar o funcionamento, armazenar informações e dar suporte técnico durante as eleições. Esse técnico precisa ter formação mínima em tecnologia da informação e alguma experiência com o serviço que deve ser realizado.

Eleição

Cumprido o desafio de entregar a urna intacta na seção eleitoral, começa o processo que envolve a engenharia de tráfego da informação. A urna, que é um computador adaptado para a utilização eleitoral, deve chegar ao local de votação lacrada, com todos os dispositivos de segurança instalados. Os técnicos contratados devem deixá-la pronta para a votação. Ao longo do dia os votos são depositados na máquina e, às 17 horas, o resultado das eleições já está fechado e deve ser divulgado imediatamente. “A divulgação no momento do fechamento das eleições é uma estratégia de segurança. Esse resultado se torna de conhecimento público, totalmente passível de verificação e de auditoria”, explica Janino.
Depois das eleições, há o cuidado no armazenamento das urnas. Recomeça a preocupação com a guarda dos equipamentos, tanto com relação à proteção contra os danos causados pelo meio, como umidade e temperatura, quanto no que se refere aos dados contidos nas urnas. Além disso, a cada período de três meses, equipes contratadas pelo TSE vão até os locais de armazenamento de urnas nos estados para carregar as baterias de cada uma das urnas, para que nenhuma seja danificada pela falta de utilização.



Café Brasil


ARTIGO

AMADORES PROFISSIONAIS

* Luciano Pires


Nunca toquei violão direito, só arranhei, mas meu sonho era ter um da marca Ovation. Eu achava que com ele eu tocaria pra valer. Um dia liguei para meu amigo músico Chiquinho para perguntar onde poderia comprar um e ele me disse que estava vendendo o dele. Comprei na hora. Lindo. Levei para meu escritório e coloquei num tripé. É como um troféu. De quando em quando dou uma dedilhada.
E é sempre um horror.
Cordas de aço duras, que doem os dedos de quem não tem prática. E logo desisto. Devolvo o troféu para seu pedestal. As cordas estão velhas, meio enferrujadas e o som nunca sai bom.
Pois recebi a visita de um amigo, o Nuno Mindelis. Para quem não o conhece, Nuno nasceu em Angola mas vive no Brasil desde menino. É um grande guitarrista. Na verdade, está entre os maiores guitarristas de blues do mundo. Toca ao lado de BB King, da banda de Stevie Ray Vaugahn e outros grandes nomes nos festivais mundo afora. No Brasil do Créu, claro, é pouco conhecido. E nada reconhecido.
Quando o Nuno viu meu Ovation, não teve dúvidas, mandou bala num blues delicioso. E depois “Give Me Love” de George Harrisson... E fez-se a mágica. O violão, que não me dá a menor bola, entregou-se todo ao Nuno. As velhas cordas soaram magistralmente. Meu Ovation cantou feliz! Assisti ao momento mágico quando o artista e seu instrumento tornam-se uma coisa só e produzem... arte. Que experiência...
Então lembrei do Helder contando uma experiência que viveu jogando futebol society. Um dia apareceu no campinho o Mário Sérgio, ex-craque da Seleção Brasileira. O Helder conta que Mário entrou em campo, alguém passou-lhe a bola e ele chutou para o gol.
– Cara, o som do chute não fez aquele “tum”da gente. Fez pufffffff. O desgraçado chuta afinado...
Pois é... Profissionais. Gente que transforma o mesmo violão que não soa bem comigo e a mesma bola que nunca sai redonda de meus chutes, em ferramentas mágicas.
Mas de onde vem essa mágica, hein? Da habilidade?
Mario e Nuno levaram o domínio de sua técnica para patamares que poucos atingem. Mas é mais que isso.
Nuno e Mario – assim como outros artistas – mantêm intacto o amor pelo ofício que os levou a escolher suas profissões. Por causa desse amor, a bola e o violão deixam de ser meros objetos bem manipulados.
Ganham vida. Ficam felizes. O violão canta. E a bola sussura afinada...
Em 1976 levei meus cartuns amadores para apresentar ao Zélio Alves Pinto, um artista profissional. O Zélio olhou os cartuns de um jeito diferente, um dia contarei essa história. Mas uma coisa que ele disse me marcou:
– Luciano, você tem que encontrar seu traço.
O meu traço. O jeito de desenhar que daria a meus cartuns um estilo único e inconfundível. E, daquele dia em diante, virei noites na busca de meu traço. Lembro-me do frio na barriga no dia em que percebi que eu o havia encontrado...
Não se tratava de “desenhar bem”, era mais que isso...
Deve ter sido o mesmo frio na barriga que Mario Sérgio teve quando “afinou” o chute. Que o Nuno teve quando o violão cantou para ele pela primeira vez.
Nuno Mindelis e Mario Sérgio são amadores. Mas não no sentido pejorativo que demos ao termo, transformado em sinônimo de quem faz as coisas “meio bem”. Nuno e Mario tornaram-se amadores profissionais.
E só então eu entendi o que aconteceu... O Nuno não tocou meu Ovation. Fez amor com ele.
Helder, o Mario Sérgio não chutou a bola. Fez amor com ela.

É assim que se produz a mágica.

* Luciano Pires é um profissional de comunicação, jornalista, escritor, palestrante e cartunista. email: luciano@lucianopires.com.br


Dia de Campo deve reunir 500 produtores em Rolim de Moura

Porto Velho (Decom) - Em plena colheita da safra de café, que já ultrapassou a marca de R$ 200 por saca, acontece amanhã (25/05) na Linha 176 Norte, em Rolim de Moura, um Dia de Campo sobre Café que deve reunir mais de 500 produtores na propriedade do Toninho do Alho, um dos mais conhecidos cafeicultores de Rondônia.
Entre os assuntos a serem tratados está a importância da apicultura para o aumento da produtividade do café. “Está provado que, se houver uma caixa de abelhas no meio do cafezal, conduzida da maneira adequada, a polinização é muito mais eficiente, ajudando a segurar a carga e a melhorar a produção”, explica Márcio Soares Barbosa, chefe do escritório local da Emater/RO.
Adubação, calagem, poda e desbrota; escolha de progênies promissoras para Rondônia da variedade Robusta e as tendências de mercado para o café Conillon a partir da safra 2008 são os outros temas do encontro, que serão tratados por especialistas como Milton Messias, Cláudio “Padre” Martelli, Daniel Jordan e Moacir Ferreira Lima, técnicos da Emater no interior, de empresas dedicadas à comercialização e também da Secretaria de Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (Seapes), promotora do evento.
Abaixo, seguem os itinerários dos cinco ônibus que serão colocados à disposição pela Prefeitura Municipal de Rolim de Moura a partir das 7h30 da manhã para os produtores rurais que desejarem participar do Dia de Campo, que começa às 8h00 com um café da manhã e tem seu encerramento previsto para às 13h30, com um churrasco oferecido pelo anfitrião e pela Emater: (1) saída da Associação Apruba, na Linha 168 Norte, km 8, seguindo até o km 14 da Linha 168 Sul e dali para a propriedade de Toninho do Alho, no km 3 da Linha 176 Norte; (2) saída do sítio do Zé Linhares, na Linha 208 Norte, km 5, passando por Nova Estrela, de lá até o escritório da Emater em Rolim de Moura e, em seguida, para o local do evento; (3) saída da Linha 204, km 11, indo pela 196 Norte até o km 6, de lá até o escritório da Emater em Rolim de Moura e, em seguida, para o local do evento; (4) saída do travessão da Linha 176 Sul, km 15 direto para o local do evento e (5) saída da Linha 200 Sul, km 15, direto para o local do evento.

Familiares, amigos e autoridades homenageiam Jefferson Péres em velório

Manaus (Raíssa Abreu / Agência Senado) - Familiares, amigos emocionados e autoridades dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) de Manaus e do Amazonas prestaram suas últimas homenagens ao senador Jefferson Péres (PDT-AM), 76 anos, que faleceu em sua residência na capital amazonense, no início da manhã de ontem (23), vítima de infarto fulminante.
O corpo de Jefferson Péres está sendo velado, desde as 14h30 (horário local), no Palácio Rio Negro, antiga sede do governo estadual. Mais de 500 admiradores e curiosos já passaram pelo velório, além de várias autoridades, como o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB).
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que era amigo pessoal de Jefferson Péres e viajou em sua companhia de Brasília a Manaus na última quarta-feira (21), contou à Agência Senado que, quando soube da notícia, pensou estar sonhando. “Se o destino foi cruel levando Jefferson Péres, foi generoso deixando-o morrer em Manaus”, comentou Arthur Virgílio, muito emocionado.
O líder do PSDB no Senado acrescentou ainda que o colega vai deixar "um buraco enorme" e que "não se faz um Jefferson Péres da noite para o dia".
Já o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), afirmou que, com a morte de Jefferson, a classe política perde "uma grande referência ética".
- Ele fundou um novo estilo de oposição. Uma oposição crítica e severa. O Amazonas sente a dor da perda de um grande conselheiro - sustentou.
A ex-senadora Heloísa Helena, presidente do PSOL, também homenageou o parlamentar.
- Temos a obrigação de honrar a luta ética dele - sentenciou.
O primeiro suplente de Jefferson Péres, Jefferson Praia, que vai assumir a cadeira no Senado, permaneceu no velório durante a tarde e, chorando muito, expressou sua consternação pela morte do amigo.
O senador Jefferson Péres será enterrado hoje (24), às 16h, no cemitério São João Batista, em Manaus. Sua vaga no Senado Federal será ocupada pelo primeiro suplente, Jefferson Praia (PDT).



OAB lamenta morte do senador Jefferson Peres

Senador tinha uma relação antiga de amizade com entidade

Brasília - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), CezarBritto, lamentou a morte do senador Jefferson Peres (PDT-AM), vítima de um ataque cardíaco fulminante em sua residência em Manaus (AM). Para Cezar Britto, o senado perde "uma de suas mais dignas e elevadas personalidades". Ele - disse o presidente nacional da OAB - jamais negou seu voto às causas da cidadania. E isso o tornou parceiro constante da Ordem dos Advogados do Brasil, reverberando de sua tribuna os anseios da sociedade brasileira".
Segue a nota oficial do presidente nacional da OAB:
"Com a morte do senador Jefferson Peres, perde o Legislativo brasileiro uma de suas mais dignas e elevadas personalidades. O senador encarnou, ao longo de sua vida pública - por sua integridade, destemor e independência -, o espírito republicano, tão carente de referências entre nós.
O desprendimento e o desapego aos atrativos fisiológicos do poder, armadilha em que tantos homens públicos se perdem, o distinguiam entre seus pares. E o faziam sempre presente nas campanhas em prol do aprimoramento de nossas práticas públicas.
Jamais negou seu voto às causas da cidadania. E isso o tornou parceiro constante da Ordem dos Advogados do Brasil, reverberando de sua tribuna os anseios da sociedade brasileira.
Tinha exata consciência da significação missionária do voto, e o honrava em cada uma de suas atitudes. O legado que deixa é o do exemplo. Com ele, a cidadania brasileira dará seqüência à luta pelas reformas institucionais, indispensáveis ao resgate da credibilidade da política. A OAB lamenta a morte do advogado Jefferson Peres, um homem de bem, idealista, que honrou sua profissão e seu mandato".


Raupp vê democracia enfraquecida com morte de Jefferson Péres

Brasília (Cristina Vidigal / Agência Senado) - Em nota distribuída à Rádio Senado e ao Jornal do Senado, o líder do PMDB na Casa, Valdir Raupp (RO), afirmou, ontem (23), que "a democracia brasileira amanheceu hoje enfraquecida com a morte do senador Jefferson Péres."
Raupp ressaltou que o senador amazonense costumava pautar sua atividade parlamentar e conduta pessoal pela ética e pelo respeito aos valores democráticos e morais no trato das questões de interesse público.
Sua morte, segundo Raupp, entristece os peemedebistas e os brasileiros, que tiveram a oportunidade de acompanhar a trajetória do "ilustre homem público que foi Péres".

O líder peemedebista também manifestou seu pesar à família do senador.








Cassol vistoria obras do C.P.A. antes de sair de férias

Porto Velho ( Decom) - Uma das últimas atividades do governador Ivo Cassol antes de transmitir o cargo ao vice-governador João Cahulla e sair de férias, foi inspecionar o andamento das obras do Centro Político Administrativo – C.P.A., que será construído em Porto Velho, onde hoje está a Esplanada das Secretarias.
Acompanhado do secretário Regional de Porto Velho, Valcleir Melo, e pelo diretor do Deosp, Alceu Ferreira, Cassol chegou ao local no momento que estava sendo descarregada a primeira carga de ferro para a obra, adquirida pelo Governo do Estado diretamente do fornecedor, em Minas Gerais. “Estamos comprando diretamente de quem produz, isso vai significar uma economia de pelo menos 20% no custo total da obra, pois não teremos atravessadores”, disse o governador durante o desembarque.
O ritmo das obras está acelerado. Nesta primeira fase estão sendo desmontadas as estruturas para aproveitamento do que for possível: divisórias, luminárias, instalações elétricas, portas, janelas e tijolos, que serão usados nas reformas de órgãos públicos da capital e do interior. Cassol deu como exemplo uma pequena reforma ou reparo em uma escola: “se precisar de uma divisória, ou trocar uma porta, teremos várias estocadas em perfeitas condições de uso, isso significa economia e rapidez para resolver um pequeno problema”.
Após esta fase de desmontagem, a obra entrará na fase de demolição propriamente dita, quando serão derrubadas as paredes e retirado o entulho para que os alicerces dos cinco prédios possam ser iniciados. Quando pronto, o C.P.A. irá abrigar todas as secretarias num só espaço, oferecendo mais conforto aos funcionários e à população que utiliza os serviços públicos da administração estadual.
Na quarta-feira (28) o Governo do Estado fará o lançamento da obra em solenidade oficial, quando serão oficialmente apresentados os cronogramas e as maquetes dos prédios. Como o dinheiro para a construção já está disponível em conta, graças ao convênio firmado entre o Governo do Estado e o Banco do Brasil para administrar a folha de pagamento do funcionalismo público estadual, a obra andará em ritmo acelerado, e será entregue antes do final do mandato da atual administração. “Esta será a grande obra do nosso governo”, disse Cassol ao fim da vistoria.

Cassol reassume terça

O governador Ivo Cassol, acompanhado da esposa e filhos, encontra-se em viagem de férias no Panamá, onde foi conhecer as obras de ampliação do Canal do Panamá e o funcionamento das eclusas, que permitem a navegação de navios de grande porte entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e retorna à Rondônia na próxima segunda-feira, reassumindo o Governo em seguida. “Pretendo conhecer uma das maiores obras da engenharia moderna para aplicar os mesmos princípios na futura hidrovia do Rio Madeira”, disse o governador antes de embarcar.

Café Brasil


ARTIGO


CORRELAÇÕES E CAUSALIDADES

* Luciano Pires


Você sabe qual é a diferença entre correlações e causalidades? Não? Você não está sozinho. A maioria das pessoas confunde uma com a outra.
Correlações acontecem quando as coisas se relacionam. Por exemplo, o Zé adora a festa junina da igreja. Ele vai vestido de caipira e com uma barba desenhada com carvão. E se mata de dançar e comer batata-doce. E então fica como um zepelin: grande, gordo e cheio de gás. Tanto a festa junina como a roupa de caipira, a barba de carvão, a dança e a batata-doce têm a mesma correlação com os gases do Zé. Mas não têm a mesma relação de causalidade.
A causalidade está entre a batata-doce e os gases. Se o Zé comer batata-doce numa festa italiana ou numa praia ou em casa em frente à televisão, terá gases. A batata-doce causa gases. “Se eu fizer isso, acontece aquilo”. Isso é ciência. Isso é causalidade.
O problema é que a maioria das pessoas não se dá ao trabalho (ou não tem capacidade) de pensar para entender essas relações. No Brasil (e não só aqui), a turma sai dizendo que festa caipira dá gases. Que roupa de caipira dá gases. Que pintar barba com carvão dá gases. Que dançar dá gases. E tem neguinho tentando convencer neguinho que soltar gases provoca festas caipiras...
Isso acontece por ignorância, má fé ou estratégia política / comercial.
O pessoal da propaganda, por exemplo, é mestre no assunto. Quando você liga a televisão e vê o anúncio irresistível daquele aparelho “Ab-dane-se” para abdominais, não dá vontade de comprar na hora? E quando recebe o pacote em casa e lê o manual, você sempre encontra a recomendação de que o aparelho “funciona melhor se você regular a alimentação e realizar exercícios físicos freqüentes”. Pois é. O Ab-dane-se tem correlação com a perda de peso. Mas a causalidade da perda de peso é a regularização alimentar e os exercícios físicos. No entanto está lá na televisão: compre já nosso produto milagroso e perca 7 quilos em 2 dias... Só trinta minutos diários... Correlação transformada em causalidade pra meter a mão em seu bolso.
Igual àquele gordinho feio tomando cerveja na praia e rodeado de boazudas. A cerveja, a praia e o mar têm correlação com as boazudas. Mas a propaganda transforma a correlação que importa em causalidade: tome esta cerveja que você ganha as gostosas! Percebeu?
Em política é a mesma coisa. Lembra quando a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva mostrou a correlação das políticas adotadas pelo governo com a redução do desmatamento na Amazônia? Mostrou como se esta fosse causada por aquelas. No entanto, a causalidade era a redução dos preços internacionais da carne bovina. Quando o preço internacional subiu, o desmatamento recomeçou com a mesma fúria anterior. E não houve política que o segurasse.
Quer mais? Quando a justiça ordenou a prisão preventiva do pai e da madrasta da menina Izabella Nardoni, o fez porque ambos estavam tão correlacionados com o crime que se tornaram suspeitos. Mas o povo, alimentado pelo espetáculo da mídia, entendeu como causalidade. Se foram presos preventivamente é porque cometeram o crime. São culpados. Taca pedra neles...
Mas e se forem? “Se”... Por causa do “se” consideramos que todo homem de saia é gay. Que toda mulher dirige mal. Que todo político é ladrão. Que todo empresário é explorador. Que todo pobre é honesto.
Entender as correlações não significa entender as causas do comportamento.
Portanto preste muita atenção nos discursos dos educadores, dos políticos, dos jornalistas, das autoridades e dos vendedores que confundem correlações com causalidades.
Eles querem influenciar suas decisões.
Eles querem determinar seu futuro.

Luciano Pires é um profissional de comunicação, jornalista, escritor, palestrante e cartunista. email: luciano@lucianopires.com.br

Pronto, presídio de segurança máxima de RO não tem data para abrir

Segundo o Ministério da Justiça, é preciso contratar agentes e pessoal administrativo. Ministério do Planejamento informou que projeto será enviado ao Congresso em breve

Brasília (Mirella D'elia Do G1) - Pronto para funcionar, o terceiro presídio federal de segurança máxima do país, em Porto Velho (RO), não tem data para ser inaugurado por falta de pessoal. A unidade foi oficialmente entregue ao Ministério da Justiça quarta-feira (21). Mas, para entrar em funcionamento, é preciso abrir concurso público para contratar agentes penitenciários e funcionários administrativos – o que não tem prazo para acontecer.
“Não há previsão para a inauguração. É preciso pelo menos deflagrar um processo para realizar o concurso”, disse o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Maurício Kuehne.
As obras já foram concluídas e os equipamentos de segurança – 240 câmeras, aparelhos de raio-x e outros para detectar vestígios de armas, drogas e explosivos – já foram comprados. Todo o material está estocado na superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. “A casa está vazia, agora é preciso mobiliar”, comentou Kuehne.
O Ministério da Justiça investiu R$ 20 milhões na penitenciária e destinará mais R$ 5 milhões para instalar os equipamentos necessários ao funcionamento.
Assim com as outras duas penitenciárias inauguradas – Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS) – a de Porto Velho foi elaborada para abrigar criminosos de alta periculosidade, como o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, atualmente confinado em uma das 208 celas individuais da penitenciária de Campo Grande.

Concurso

Os Ministérios da Justiça e do Planejamento discutem há pelo menos um ano e meio a realização de um concurso público para contratar novos agentes, mas até agora não houve consenso. No último concurso, em 2005, foram contratados 500 homens para as unidades de Catanduvas e Campo Grande. “Me sinto totalmente frustrado. É um sonho que todos acalentamos. Esbarrar em entraves burocráticos é desalentador”, comentou Kuehne.
Procurada pelo G1, A assessoria do Ministério do Planejamento informou que deve ser encaminhado nos próximos dias ao Congresso Nacional um projeto de criação de novos cargos de agentes penitenciários. O tipo de projeto que será enviado ao Congresso, a data e a quantidade de agentes que seriam contratados não foram informados.
O Ministério ressaltou que o governo espera uma solução em tempo hábil para atender à necessidade de contratação de novos agentes penitenciários federais para trabalhar nas penitenciárias de segurança máxima.
Não há pessoal disponível para os novos presídios. Só para Porto Velho e também para a penitenciária de Mossoró (RN) - que deve ficar pronta este ano - é preciso contratar 500 agentes penitenciários.
Outros 250 agentes atuariam na penitenciária de Brasília, que deve ficar pronta em 2009. Além disso, é preciso contratar outras 250 pessoas para a área administrativa, como médicos, dentistas e assistentes sociais para trabalhar em todas as cinco unidades previstas no projeto original do governo federal.
Técnicos do Ministério da Justiça ouvidos pelo G1 disseram que, nas reuniões, já foi discutida, em caráter emergencial, a proposta de abrir concurso para contratar pelo menos 500 agentes.
Pelos cálculos do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), mesmo que o concurso for autorizado logo, só no fim deste ano ou no início do ano que vem os agentes estariam aptos a tomar posse. Além de aprovados no concurso, eles têm que passar pelo crivo de um treinamento intensivo de três meses.

Sistema Penitenciário

Só nas quatro primeiras unidades previstas no Sistema Penitenciário Nacional – Catanduvas, Campo Grande, Porto Velho e Mossoró - o governo já investiu cerca de 100 milhões.
O Ministério da Justiça argumenta que, desde que as primeiras penitenciárias começaram a funcionar, o número de rebeliões em presídios caiu. Segundo dados do Ministério, em 2006, 26 mil presos participaram de rebeliões em todo o país. Um ano depois, o número de detentos rebelados baixou para 6 mil.
As duas primeiras unidades foram inauguradas em 2006. “O sistema penitenciário federal é eficaz, tem reduzido as rebeliões nos estados porque retira os chefes de facções de outras unidades estaduais para evitar que eles continuem no comando do crime”, disse ao G1 o ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
A Justiça já liberou as transferências de cem detentos para presídios federais em junho. Outros 500 pedidos estão pendentes.

DF terá o seu

O ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou, quinta-feira (24), que o quinto presídio federal de segurança máxima será erguido em Brasília. A expectativa, segundo ele, é que a construção comece ainda em 2008.
De acordo com o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Maurício Kuehne, o orçamento previsto para a obra é de R$ 25 milhões, incluindo o aparato de segurança. A unidade, nos moldes do Sistema Penitenciário federal, deverá ter 208 vagas.
Ele acrescentou que os presídios de Mossoró (RN) e Porto Velho (RO) também deverão ser inaugurados ainda este ano.
Das cinco unidades federais de segurança máxima previstas pelo governo federal para abrigar os detentos mais perigosos do país, duas já estão em funcionamento: Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS) - onde está preso o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Cada uma delas tem 208 vagas.

Situação inaceitável

O Ministério da Justiça apresentou nesta quinta-feira um balanço do sistema prisional brasileiro. Segundo dados do Depen, o Brasil tem mais de 420 mil presos para pouco mais de 262 mil vagas.
Além disso, ao menos sete em cada dez detentos que são soltos voltam para a prisão. E mais de 250 mil presos tem menos de 30 anos de idade.
Para o ministro da Justiça a situação é “inaceitável”. Tarso Genro também classificou o sistema prisional de “precário”.
“O sistema prisional está numa situação inaceitável do ponto de vista humano jurídico e sob qualquer ângulo do estado democrático de direito. [O sistema prisional] é precário e a ampla maioria dos presídios é desumana. São locais de segregação e isolamento”, disse o ministro, em entrevista coletiva, nesta quinta-feira.
Para tentar reverter o quadro, o governo anunciou um investimento de R$ 550 milhões, que abrangem a construção de penitenciárias para jovens, adultos e mulheres, a criação de cerca de 12 mil vagas no sistema carcerário em todo o país e a capacitação de servidores.

Café Brasil

* Luciano Pires



A FÁBRICA DE IDIOTAS





Escola Sem Partido. Tomei contato com essa organização recentemente. O site deles é o escolasempartido.org . Cheguei até eles depois que soube da polêmica causada quando denunciaram a contaminação político-ideológica das escolas brasileiras em todos os níveis, ao comentar o conteúdo de alguns livros e cartilhas de uma grande rede de ensino.
Esse problema – a contaminação político-ideológica nas escolas – é antigo. Os estudantes sempre foram solo fértil para as pregações ideológicas. São mentes jovens, dispostas a mudar o mundo, ávidas por modelos e por heróis. Num ambiente assim, os “tchê-guevarismos” fazem sucesso e a garotada têm a cabeça feita por “educadores” que se dizem revolucionários e trabalham para formar jovens que servirão de instrumentos para projetos de poder. E as escolas transformam-se em fábricas de idiotas.
Alguns desses “professores” transformaram-se em ídolos da garotada, que não percebe que está sendo doutrinada. Cabe a cada um de nós reagir – como pais, como estudantes, como contribuintes. Por isso convido você a conhecer o trabalho da Escola Sem Partido, reproduzindo aqui as dicas que eles publicaram para perceber quando um professor está tentando doutrinar ideologicamente os alunos. Você, ou seus filhos, podem estar sendo vítimas quando o professor:

• se desvia, freqüentemente, da matéria-objeto da disciplina para assuntos relacionados ao noticiário político ou internacional;
• adota ou indica livros, publicações e autores identificados com determinada corrente ideológica;
• impõe a leitura de textos que mostram apenas um dos lados de questões controvertidas;
• exibe aos alunos obras de arte de conteúdo político-ideológico, submetendo-as à discussão em sala de aula, sem fornecer os instrumentos necessários à descompactação da mensagem veiculada e sem dar tempo aos alunos para refletir sobre o seu conteúdo;
• ridiculariza gratuitamente ou desqualifica crenças religiosas ou convicções políticas;
• ridiculariza, desqualifica ou difama personalidades históricas, políticas ou religiosas;
• pressiona os alunos a expressar determinados pontos de vista em seus trabalhos;
• alicia alunos para participar de manifestações, atos públicos, passeatas, etc.;
• permite que a convicção política ou religiosa dos alunos interfira positiva ou negativamente em suas notas;
• encaminha o debate de qualquer assunto controvertido para conclusões que necessariamente favoreçam os pontos de vista de determinada corrente de pensamento;
• não só não esconde, como divulga e faz propaganda de suas preferências e antipatias políticas e ideológicas;
• omite ou minimiza fatos desabonadores da corrente político-ideológida de sua preferência;
• transmite aos alunos a impressão de que o mundo da política se divide entre os “do bem” e os “do mal”;
• não admite a mera possibilidade de que o “outro lado” possa ter alguma razão;
• promove uma atmosfera de intimidação em sala de aula, não permitindo ou desencorajando a manifestação de pontos de vista discordantes dos seus;
• não impede que tal atmosfera seja criada pela ação de outros alunos;
• utiliza-se da função para propagar idéias e juízos de valor incompatíveis com os sentimentos morais e religiosos dos alunos, constrangendo-os por não partilharem das mesmas idéias e juízos.

E então? Você já percebeu um comportamento assim? Então vá lá: www.escolasempartido.org. É seu passaporte para escapar das fábricas de idiotas.

Luciano Pires é um profissional de comunicação, jornalista, escritor, palestrante e cartunista. email: luciano@lucianopires.com.br