terça-feira, 10 de julho de 2012

Coluna da Mara

Topa tudo por horário de TV

Eu não conheço ninguém que queira ficar em casa vendo propaganda política de candidato. A não ser nós, jornalistas, masoquistas de plantão.

O palanque eletrônico das eleições, cobiçado pelos grandes partidos, acaba por deformar alianças cujos partidos nada ou pouco têm em comum, sacrificando a política de convergência programática, centrada na defesa de ideias e políticas convergentes.

Nas eleições majoritárias, os grandes partidos querem mais tempo de TV, por isso correm atrás dos pequenos e, quando chega o momento das eleições proporcionais os mais fracos se socorrem dos grandes para não ficar sem cadeira no parlamento. É uma barganha que as legendas veem vantajosa, uma distorção do sistema eleitoral brasileiro, que acaba elegendo políticos descompromissados, sem lastro e lustro.

Vimos agora em São Paulo o PT ganhar a disputa pelo tempo de pouco mais de 1 minuto de TV do PP de Paulo Maluf. O partido sonha, com isso, tornar o ex-ministro Fernando Haddad palatável, conhecido e aceito pelo eleitorado paulista. Capaz de consagrá-lo nas urnas.

Sem dúvida o horário eleitoral na televisão é importante, mais ainda para candidatos pouco conhecidos, entretanto sua influência é maior, apontam os marqueteiros, nas inserções pequenas, naqueles intervalos que pegam o eleitor de surpresa e, assim, mais fácil de ser persuadido.

Aquele programa enorme, de 50 minutos duas vezes ao dia (caso das eleições gerais de 2010), é caríssimo e seu efeito de convencimento duvidoso. Eu não conheço ninguém que queira ficar em casa vendo propaganda política de candidato. A não ser nós, jornalistas, masoquistas de plantão, sem hora e descanso.

Duda Mendonça e Antonio Lavareda, dois dos maiores marqueteiros do país, defendem a substituição de programas em bloco por debates temáticos. “O programa em bloco só serve para encarecer campanha. Eleitor não presta atenção. E, quando presta, é pouco afetado”, diz o sociólogo Lavareda, 76 campanhas no currículo, à Folha Online, em entrevista de 2010. Naquele ano, quando Dilma foi eleita, o horário eleitoral, que é gratuito apena para os partidos, custou perto de R$ 900 milhões.

Fico matutando se nas eleições municipais o quadro é diferente. Tudo certo, a televisão é meio quente, alcança muitos ao mesmo tempo, todo mundo tem ao menos uma em casa, mas não é garantia nenhuma de que o candidato com maior tempo de exposição irá convencer o eleitor e ser eleito.

Se ele tiver que se defender de ataques, de dar muitas explicações, se socorrer de informações demais para dar conta de acusações, pode se dar mal. Do mesmo modo, se a produção do programa pecar pelo exagero, pela tentativa de forçar a “venda de um produto” ruim, nada feito.

Os especialistas dizem, também, que o eleitorado dá uma espiada no começo da propaganda para ver a novidade, e no final da novela para tirar alguma dúvida.

Continuo matutando. Se a coisa é assim, por que os coordenadores de campanha, marqueteiros e políticos continuam brigando por segundos a mais, topando gastar direta e indiretamente até dois terços do investimento total em uma campanha na produção de programas para TV?

Talvez a explicação esteja no Topa Tudo por Dinheiro. Ainda continuo matutando.



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Marcio Kühne


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