Aluno ganha fóssil
vegetal de 220 milhões de anos
Goiânia (Antero Sóter) - O adolescente Bernardo
Arêas Gonçalves da Silva, aluno da 7° série, do Colégio Marista, em Goiânia,
ganhou um presente no mínimo inusitado: um fóssil vegetal de 220 milhões de
anos. Em 2012, após uma aula de História e assistir uma peça teatral na própria
escola, ele, sem mais, nem menos, teve a ideia de pesquisar sobre a Pedra de
Rosetta (pedra encontrada na Revolução Francesa por um soldado em 1799: pedra
que traduzia vários idiomas antigos, entre eles o grego e o egípcio).
Incentivado pelos amigos
Gabriel Lusvarghi e Nathália Rodrigues, também alunos do Colégio Marista,
Bernardo elaborou um texto acerca do assunto e o apresentou à professora de
História, Regina Oliveira, que, segundo o adolescente, "achou o texto
ótimo e que minhas observações acerca da Pedra de Rosetta eram muito
boas".
A professora então
sugeriu um encontro de Bernardo com o professor Altair Sales, pós graduado em
Antropologia pela Universidade Católica
de Chile e doutorado em Arqueologia Pré Histórica pelo Smithsonian Institution
National Museum Of Natural History de Washington DC, e atualmente é professor
titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Bernardo teve que
aguardar por cerca de um ano para ter o tão esperado encontro com o professor
da PUC e só agora, em 2013, ele foi recebido, junto com sua mãe pelo
antropólogo no Museu do Cerrado, no Campus 2 da PUC. "Nosso encontro
superou todas as minhas expectativas. O professor Altair me explicou a
diferença entre paleontologia e arqueologia, além de me apresentou vários
fósseis e artefatos arqueológicos, além de mostrar todo o museu da PUC,
explicando cada detalhe".
O encontro de Bernardo
Arêas com o professor Altair Sales, de acordo com o aluno do Marista, durou
cerca de uma hora e ao final o antropólogo o presenteou com um fóssil vegetal
de 220 milhões de anos. "No dia seguinte fui para a escola levando o
fóssil. Todos os colegas ficaram impressionados e fizeram questão de tocá-lo.
Mas, mais importante que o presente, foi o aprendizado que adquiri com o
professor Altair.
"Algo que me
impressionou foi que Regina, minha professora de História no Marista, espalhou
para todos os professores e para alguns alunos do sexto ano. O que se iniciou
com uma ideia, um pensamento, terminou como uma experiência de vida
inigualável", se alegra do aluno do 7º ano do Colégio Marista de Goiânia.
(Com Lead Comunicação)
O QUE É A PEDRA ROSETTA
A Pedra de Roseta é um fragmento
de uma estela, bloco de pedra com inscrições de registros governamentais ou
religiosos. A Pedra é feita de granito negro e pesa cerca de ¾ de uma tonelada
(0,680 toneladas métricas).0 A pedra
mede 118 cm de altura, 77 cm de largura e 30 de espessura, praticamente o
tamanho de uma televisão LCD ou de uma pesada mesa de centro [fonte: BBC]. Mas o conteúdo das inscrições na Pedra de Roseta é muito mais
importante do que sua composição. São três colunas de inscrições com a mesma
mensagem, mas em três línguas diferentes. Grego, hieróglifos e demótico. Estudiosos usaram as inscrições
em grego e o demótico para poder decifrar o alfabeto dos hieróglifos. Ao
utilizar a Pedra de Roseta como um glossário de tradução, os estudiosos
revelaram mais de 1.400 anos de segredos do Egito Antigo [fonte: Cleveland MOA).
A descoberta e decifração
da Pedra de Roseta são tão fascinantes quanto a tradução final das inscrições.
Controversa desde o início, ela foi descoberta em 1799, numa expedição militar
do então general Napoleão - mais tarde ela foi capturada pelos ingleses. Sua
tradução ainda causa conflitos entre nações e, até os dias de hoje, estudiosos
debatem sobre quem deveria levar crédito por decifrar o código dos hieróglifos.
Até mesmo a atual localização da pedra é assunto para debate. O objeto sempre
foi considerado de grande importância histórica e política.
Desde 1802, a Pedra de
Roseta tem ocupado um espaço no British Museum de Londres. Enquanto a maioria
dos visitantes considerem a Pedra como uma importante parte da história, outros
a vêem como uma relíquia religiosa. A Pedra foi recentemente fechada numa
caixa, mas, antigamente, os visitantes podiam tocá-la e investigar os
misteriosos hieróglifos com os dedos.