É o caso do Projeto GeoCerrado, Modelagem de variáveis geoambientais para a caracterização de Serviços Ambientais no Bioma Cerrado. O objetivo do projeto é desenvolver uma ferramenta que busque subsidiar o ordenamento territorial com foco em sistemas de produção sustentáveis, ou seja, visa ao uso do território com boas práticas de manejo. Essa abordagem baseada em serviços ambientais possibilita equilibrar interesses concorrentes, como conservação versus uso, apoiando a melhor forma de gerenciar os recursos naturais e a produção agropecuária no âmbito do conceito de sustentabilidade.
O desafio está em lidar com a extensão e complexidade do Cerrado, que ocupa cerca de 207 milhões de hectares e é um mosaico de diferentes tipos de geologia, solo, vegetação e usos da terra, distribuídos em paisagens heterogêneas, fortemente condicionadas pelo clima, regime hídrico e formas de relevo. O projeto está avaliando quase a metade dessa área total nas seis ecorregiões de estudo, as quais foram selecionadas de acordo com a variabilidade ambiental e os eixos de expansão da agropecuária.
As ecorregiões selecionadas foram as seguintes: 1) Planalto Central, representando a região central do bioma (escolhida como unidade piloto do projeto), 2) Chapadão do São Francisco, transição Cerrado/Caatinga, 3) Paraná-Guimarães, transição Cerrado/Pantanal e transição Cerrado/Mata Atlântica, 4) Jequitinhonha, transição Cerrado/Caatinga e transição Cerrado/Mata Atlântica, 5) Bananal, transição Cerrado/Amazônia e 6) Parecis, transição Cerrado/Amazônia (ver figura).
Como o desafio do projeto envolve variáveis e processos espacialmente distribuídos e inter-relacionados, a abordagem metodológica apoia-se na modelagem espacial usando Sistemas de Informação Geográfica e aporte Geoestatístico. “Baseados em critérios estratificadores de paisagem foi selecionada para cada ecorregião uma bacia representativa. É nesse nível de análise que o modelo Geoambiental será concebido, aplicado e validado com o propósito de extrapolação para outras áreas do bioma”, explica a pesquisadora da Embrapa Cerrados Adriana Reatto, líder do projeto.
De acordo com a pesquisadora, o projeto GeoCerrado tem como princípios apoiar na certificação do processo de produção de um determinado produto, na construção de políticas públicas como o Zoneamento Ecológico Econômico (MMA) e o Zoneamento de Risco Climático (Mapa) e, também, busca subsidiar instituições responsáveis por fomentar o crédito agrícola de forma orientada.
Programação da semana – Nesta terça-feira (11), às 18h30, foi aberta na Biblioteca do Senado Federal a exposição “Cerrado Vivo”, com fotos de empregados da Embrapa Cerrados. Além da exposição fotográfica, também estão sendo apresentadas tecnologias desenvolvidas pela Unidade que contribuem para o uso sustentável do bioma. A mostra ficará disponível para visitação pública até o dia 28 de setembro.
Já na quinta-feira (13), às 15h30, será realizada no auditório Petrônio Portela, do Senado Federal, uma audiência pública para discutir a realidade do bioma Cerrado. O debate contará com a presença do presidente da Embrapa, Pedro Arraes. Os dois eventos estão sendo organizados pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado Federal.
Juliana Caldas (4861/DF)
Jornalista da Embrapa Cerrados
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