quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Coluna do Antéro

Trapizonga

*Marcos Antéro Sóter

A primeira nota é dirigida ao índio boliviano Roberto Gutierrez.

PALAVRAS INDÍGENAS

ABABÁ - é uma tribo tupi-guarani que morava nas cabeceiras do rio Corumbiara, no Mato Grosso.
ABACATAIA - é um peixe de água salgada.
ABAÇAÍ - pode ser alguém que espreita ou que persegue; também é um espírito maligno que perseguia os índios, fazendo-os enlouquecer.
ABAETÊ - (ou Abaeté) psignifica "pessoa boa, honrada, de palavra". A Lagoa de Abaeté, na Bahia, é um dos pontos turísticos mais famosos do Brasil.
ABAETETUBA - quer dizer "lugar cheio de gente boa".
ABAITÉ - gente ruim, repulsiva ou estranha.
ABAQUAR - é o "senhor do vôo", o "homem que voa". É o mesmo que "abequar".
ABARÉ - amigo.
ABARUNA - é o "amigo de roupa preta!"; pode ser usado significando "padre", já que, antigamente, era comum os padres usarem batinas pretas.
ABATI - significa "milho", ou "cabelos dourados" (da cor do milho).
AÇAÍ - agora que virou moda, todo o mundo conhece aquele coquinho pequeno amarronzado, que dá em cachos na palmeira do açaizeiro. "Açaí" quer dizer "fruta que chora", ou seja, de onde sai líquido.
ACARÁ - garça, ave branca.
ACEMIRA - significa "o que faz doer", "o que dói".
AÇU - quer dizer "grande", "comprido"; é um termo que aparece em nomes como "Iguaçu" e "Paraguaçu".
AGUAPÉ - redondo e chato, como a vitória-régia; aguapés são as plantas que flutuam em águas calmas.
AIMARA - quer dizer "árvore".
AIMARÁ - é uma roupa, um tipo de túnica feita de algodão e plumas. É usada principalmente pelos índios guaranis.
AIMORE - espécie de macaco; também é uma marca de biscoito famosa.
AISÓ - quer dizer "formosa".
AIYRA - filha.
AJUBÁ - quer dizer "amarelo".
AMANA - (ou amanda) chuva.
AMANACI - é "a Mãe da Chuva".
AMANAIARA - é a "Senhora da Chuva" ou o "Senhor da Chuva".
AMANAJÉ - significa "mensageiro".
AMANARA - quer dizer "dia chuvoso".
Palavras indígenas
AMAPÁ - é uma árvore da família das apocináceas, de madeira útil e de cuja casca, amarga, sai um látex medicinal, que serve para o tratamento da asma, bronquite e afecções pulmonares; usada externamente serve como cicatrizante de machucados.
AMERÊ - quer dizer "fumaça".
ANACÊ - significa "parente".
ANAUÊ - quer dizer "salve", "olá".
ANHANGÜERA - (ou aanhangüera) diabo velho.
AONDÊ - é "coruja".
APOENA - aquele que enxerga longe.
ARA - diz respeito, em geral, às aves, às alturas e, mais raramente, àquilo que voa (insetos); lembre-se das palavras "arara" e "Ceará".
ARACY - a "Mãe do Dia", a fonte do dia, ou a origem dos pássaros.
ARAPUÃ - abelha redonda (existe abelha redonda?)
ARAPUCA - é uma armadilha para aves, feita com uma pirâmide de gravetos colocados uns sobre os outros; no português falado no Brasil, diz-se "caí numa arapuca", significando que a pessoa foi vítima de uma armadilha.
ARARAÚNA - é uma arara preta.
ARARÊ - amigo dos papagaios.
AUÁ - (ou avá) homem, mulher, gente, ou índio.
BAQUARA - é o "que sabe das coisas", o "esperto".
CAÁ - (ou kaá) é "mato" ou "folha".
CAAPUÃ - significa "a pessoa ou a coisa que mora no mato".
CAETÉ - quer dizer "mata verdadeira".
CAMU-CAMU - é uma fruta, ainda pouco conhecida das outras regiões brasileiras. Essa fruta tem muita vitamina C e está sendo produzida no estado do Acre.
CANOA - é uma embarcação a remo, esculpida no tronco da árvore; "canoa" foi uma das primeiras palavras indígenas a serem registradas pelos descobridores espanhóis!
CAPIM - mato fino, folha delgada.
CARI - quer dizer "homem branco", "a raça dos brancos".
CARIJÓ - aquilo que vem do branco; também quer dizer "mestiço", como o galo ou galinha de penas salpicadas de branco e preto que leva este nome.
CARIOCA - atenção, pessoal que nasceu no Rio de Janeiro. "Carioca" quer dizer "casa do branco".
CARIRI - significa "silencioso". O sertão do Cariri fica no Nordeste brasileiro (veja no mapa). Muitos migrantes saíram de lá por causa da seca, buscando uma vida melhor no Rio de Janeiro e em São Paulo.
CUÍCA - tipo de rato grande com o rabo muito comprido; a cuíca também é um instrumento de percussão, feito com um pequeno cilindro - em uma das bocas do cilindro, se prende uma pele bem estirada, que produz o som. Quer fazer uma cuíca? Clique
aqui!
CURUMIM - é uma variação do tupi "kuru'mi" e quer dizer "menino".
GERIBÁ - é o nome de um tipo de coqueiro.
GOITACÁ - nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar.
GUARATINGUETÁ - reunião de pássaros brancos.
GUARINÍ - guerreiro, lutador.
I - quer dizer "água", e também "pequeno", "fino", "magro".
IANDÊ - quer dizer "você".
IBI - terra.
IBITINGA - terra branca.
IG - também quer dizer "água", como "I".
IGUAÇU - é a "água grande", "rio ou lago grande".
INDAIÁ - é um certo tipo de palmeira.
IRA - quer dizer mel; lembre-se de Iracema e de Irapuã.
IRACEMA - lábios de mel.
IRAPUÃ - mel redondo (existe mel redondo?).
ITA - pedra; muitos lugares do Brasil têm "ita" no nome: Itaúna, Itaipava, Itabirito.
ITAJUBÁ - significa "pedra amarela".
ITATIBA - "muita pedra" ou "abundância de pedras".
ITAÚNA - quer dizer "pedra preta".
MANDIOCA - todo o mundo conhece, e a maioria adora: é o aipim, a macaxeira, uma raiz que é o principal alimento dos índios brasileiros. Se você nunca provou, aproveite agora - faz parte da história do seu país!
MEMBIRA - significa "filho" ou "filha".
MOTIRÕ - é o "mutirão", uma reunião de pessoas para colher ou construir algo juntos, uns ajudando os outros.

Mudando de sexo

Está na edição de hoje (20) do
Diário Oficial da União. Os procedimentos para a mudança de sexo no Sistema Único de Saúde foram regulamentados. Ontem (19), o Ministério da Saúde instituiu a realização da cirurgia nos hospitais públicos do país. A Portaria n.º 457, da Secretaria de Atenção à Saúde, determina que as secretarias de estaduais e municipais estabeleçam os fluxos assistenciais, os mecanismos de referência e contra-referência dos pacientes e, ainda, adotem as providências necessárias para que haja a articulação entre os serviços e, considerem a distribuição geográfica para a definição das Unidades de Assistência.

Especialistas

O texto define como Unidade de Atenção Especializada no Processo Transexualizador o hospital "que ofereça assistência diagnóstica e terapêutica especializada aos indivíduos com indicação para a realização do processo transexualizador e tenha condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados a este tipo de atendimento".
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde, avaliará a indicação apresentada e verificará a disponibilidade de recursos para tornar pública a habilitação do hospital

No SUS

A cirurgia para mudança de sexo fará parte da lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). A Portaria n.º 1.707 do Ministério da Saúde, publicada na edição de ontem (19) do
Diário Oficial da União, prevê a realização do processo transexualizador nos hospitais públicos dos estados.
De acordo com a norma, deve-se “levar em consideração a integralidade da atenção, não restringindo nem centralizando a meta terapêutica no procedimento cirúrgico de transgenitalização, promovendo um atendimento livre de discriminação”.
Cabe à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, segundo o texto,
adotar as providências necessárias à plena estruturação e implantação do processo transexualizador no SUS, definindo os critérios mínimos para o funcionamento, o monitoramento e a avaliação dos serviços.


Contas do Cassol

As contas do Governo do Estado, referentes ao exercício de 2006, serão apreciadas durante Sessão Especial do Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO), no próximo dia oito de setembro, no plenário da Corte, a partir das 9 horas da manhã. A sessão será pública. O relator das contas é o conselheiro José Euler Potyguara Pereira de Mello, que vai apresentar a análise do relatório da prestação de contas governamentais, cujo responsável é o governador Ivo Cassol.

Durante a reunião, o TCE vai emitir um parecer prévio sobre as contas, encaminhando-o a seguir para a Assembléia Legislativa.

Crianças sadias

O deputado estadual Valter Araújo (PTB), segundo a coluna está sendo informada pela assessoria da Assembléia rondoniense, está que “só sorrisos” com o Governo Estadual que atendeu indicação (reivindicação) apresentada por ele e vai reformar o Centro Desportivo e de Lazer (Cedel) do bairro Ulisses Guimarães em Porto Velho. Ele agradeceu o Governo “diante da importância de envolver principalmente as crianças e jovens em atividades ‘sadias’, evitando-se o possível envolvimento com ações anti-sociais.”

Governo e Ibama assinam termo de cooperação para Gestão Florestal

Porto Velho (Decom) - Foi assinado na residência oficial, nesta quarta-feira (20), pelo governador Ivo Cassol e o presidente do Ibama, Roberto Messias, Termo de Cooperação para Gestão Florestal entre o Governo do Estado e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, por intermédio da Secretaria Desenvolvimento Ambiental (Sedam). O termo tem como objetivo o estabelecimento de regras e condições de cooperação técnica visando o licenciamento e a gestão dos recursos florestais no Estado de Rondônia.
Estão entre os objetivos do termo: evitar fragmentação de controles, duplicidade de esforços e sobreposição de atividades; melhorar as condições estruturais e de recursos humanos para a execução da política florestal pela SEDAM; estabelecer e normatizar em conjunto a padronização de critérios e instrumentos técnicos, estratégicos e políticos para a gestão florestal e estabelecer conjuntas parcerias nas ações de fiscalização, além do estabelecimento de agenda anual de trabalho entre o Ibama Nacional, a superintendência do Ibama em Rondônia e a Sedam.
Para o governador Ivo Cassol, a presença do presidente do Ibama no estado é uma forma de estreitar relações com o órgão, e o termo de cooperação é uma forma de realizar ações conjuntas em combate ao desmatamento e queimadas ilegais no estado, além de por fim ao impasse quanto a divergência de nomenclatura das espécies de madeira. “Com a assinatura do termo não haverá mais divergências de nomenclatura adotada entre a Sedam e o Ibama, o que estava ocasionando a apreensão da madeira no posto de fiscalização do Ibama, em Vilhena. Agora, haverá a uniformização das nomenclaturas no âmbito da gestão ambiental, como a Resolução nº 01, do Consepa”, declarou.
De acordo com o presidente do Ibama, Roberto Messias, é postura do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que o Ibama faça acordos com os estados para que em ações conjuntas possa ser combatido o desmatamento ilegal na Amazônia e nos demais biomas. “Estamos animados com os dados do Inpe que mostraram, no mês de julho, que o desmatamento da Amazônia caiu 50%, mas sabemos que para que o desmatamento continue a regredir precisamos trabalhar em conjunto com os estados”, ressaltou.
Além da volta do diálogo com o Ibama, o que não acontecia na presidência anterior, o governador Ivo Cassol também lembrou o sério problema da falta de calcário em Rondônia, com o fechamento, há quatro meses pelo Ibama, da única jazida existente no estado, localizada no município Espigão D’oeste. “Temos que reverter isso para que a distribuição do calcário volte a ser feita, principalmente nesta época que os agricultores precisam do calcário para o preparo da terra”, afirmou. O presidente do Ibama prometeu rever a situação da proibição de exploração da jazida para o restabelecimento da produção do calcário.
O termo de cooperação tem a validade de 12 meses, a partir da data da publicação no Diário Oficial da União, e poderá ser prorrogado por intermédio de termo aditivo.
A solenidade foi realizada no gabinete da residência oficial e contou com a presença do superintendente do Ibama-Rondônia, Leozildo Benjamim e do secretário de meio ambiente do Estado, Cletho Muniz de Brito, que assinaram o termo como testemunhas.
Após a assinatura do termo, o governador Ivo Cassol e o presidente do Ibama, Roberto Messias, concederam entrevistas à imprensa que acompanhou a solenidade. Cassol presenteou o presidente com um kit de propaganda do potencial de pesca do estado, em especial na região de Pimenteiras, e um livro que conta a história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

ELEIÇÕES 2008

O começo real da campanha

*Carlos Brickmann

A campanha eleitoral de verdade é a que se inicia agora: o horário gratuito de TV, que mostra aos eleitores o rosto dos candidatos, suas propostas (ou falta de propostas), que permite comparar uns aos outros. Há quem não goste; há quem prefira, como este colunista, ver o jogo do Corinthians; há quem prefira as emoções da novela. Mas novela e futebol nos agradam ou irritam no curto prazo. O resultado das eleições nos afeta no longo prazo: teremos melhor transporte, ou não, teremos melhor trânsito, ou não, teremos melhor uso do dinheiro público, ou não, dependendo do prefeito que ajudarmos a eleger.
Que é que move tantos veículos de comunicação, que é que move tantos jornalistas a criticar com tanta força o horário gratuito? Tudo bem, o horário gratuito não é perfeito – mas o que é perfeito? Há demagogia, sim; demagogia que continuaria existindo sem horário gratuito, e sem que o eleitor tivesse o direito de olhar o rosto do candidato, de acompanhar visualmente seus eventuais acessos de insinceridade. Há promessas absurdas, sim; há má-fé, sim. Só que nada disso acabaria com o fim do horário gratuito.
Talvez alguns colunistas, alguns nomes de grife se sintam ofendidos com o contato quase direto do eleitor com o candidato, tornando menos importante aquilo que consideram seu direito sagrado, de achar que comandam, por trás das telas de seus computadores, o pensamento dos votantes. Bobagem? É: candidatos apoiados por um líder carismático, como o presidente Lula, já perderam eleições. Mas é uma bobagem piedosa: deve ser difícil comprovar que a orientação tão boa que oferecem é rejeitada pelo eleitor desobediente, que quer votar nos candidatos que escolher e não nos que escolherem para ele.
Empresas gigantescas, com produtos conhecidos e líderes de mercado, não economizam verbas para anúncios da TV. Será que propaganda na TV é boa para sabão em pó, refrigerantes, jornais, livros, e inútil apenas para candidatos?

Guerra à imprensa 1

Este colunista tem pouquíssimas informações sobre o site
Novo Jornal, retirado do ar pelo Ministério Público de Minas Gerais, acusado de difamar autoridades estaduais e federais e o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares. O site, com base no slogan do MP, "O que você tem a ver com a corrupção?", acrescentava o nome do procurador e perguntava a respeito de algum tema polêmico.
Aceitemos, para argumentar, que o site esteja inteiramente errado. Mesmo assim, retirá-lo do ar vai contra a liberdade de imprensa garantida pela Constituição. Que o responsável pelo site seja processado pelo que publicar, nos termos da lei. E, se condenado, sejam-lhe aplicadas todas as sanções legais. Mas depois do julgamento, e não antes.
Ou ficamos na história de Alice no País das Maravilhas, onde a Rainha de Cartas determinava que os suspeitos fossem condenados e depois julgados.

Guerra à imprensa 2

O prefeito tucano de São José dos Campos (SP), Elias Cury, prometeu ao jornalista Lano Brito que irá indenizá-lo pelo absurdo ataque à sua emissora de rádio. Prometer, prometeu; mas o dinheiro não saiu até agora. E um "maçaneta" do prefeito procurou o dono da rádio para saber se a nova torre não pode ser mais baratinha.
Recordando: um grupo de fiscais da prefeitura se apresentou na rádio de Lano Brito e o informou de que o prédio e a torre seriam demolidos, por irregularidades. Lano Brito pediu alguns instantes para buscar toda a documentação. Os fiscais não esperaram: enfiaram as marretas e as máquinas na torre e no prédio da rádio. Claro que foi um engano: o fato de a rádio fazer oposição ao prefeito não deve ter tido influência nenhuma na violência. E a indenização? Um dia desses, com certeza, vai acabar saindo.

Eles e nós

A mistura entre policiais e repórteres é ainda mais grave do que parece. Um jornalista importante de Brasília recebeu de um colega um cartão de visita com os seguintes dizeres:
Fulano de Tal
Repórter
Polícia Federal
Talvez o colega queira apenas esclarecer sua área de atuação. Mas este colunista nunca viu um cartão de visita de algum companheiro com o esclarecimento "limpeza urbana", "necrológio" ou "lavagem de dinheiro".

Nós e eles

César Cielo é um grande nadador e ganhou o prêmio máximo dos Jogos Olímpicos, a medalha de ouro. Mas quem ganhou o prêmio foi ele: não foi o Brasil, não foi o telespectador (aliás, se ele dependesse do Brasil para ganhar a medalha, não teria nem chegado à Olimpíada: precisou mudar-se para os Estados Unidos, onde treina há três anos, para melhorar seus tempos e seu estilo). Diego Hypolito não ganhou a medalha. É pena; fez por merecê-la. Mas quem ficou sem a medalha foi ele, não foi o Brasil, não foi o telespectador. Transformar a Olimpíada em vitrine da Pátria do Atletismo é mais do que falso: é ridículo.
Na concepção original dos Jogos Olímpicos modernos, nem há classificação por país. Os prêmios são as medalhas. Mais tarde, com a Guerra Fria, inventou-se um sistema de pontos a ser atribuídos a cada uma das medalhas, para permitir a comparação entre os países de cada bloco ideológico.
De qualquer forma, é bom lembrar que Jade Barbosa, como ginasta, exibe suas qualidades pessoais, não as do Brasil. Torcemos por Jade, claro; torcemos por Daniela Hypolito e por Daiane dos Santos, mas não é por nós, e sim por elas, que buscam sair-se cada vez melhor.
É difícil ouvir coisas do tipo "esse é de bronze, mas o sorriso é de ouro". Sorriso de ouro tinha o bicheiro de Nélson Rodrigues. Ao contrário dos atletas brasileiros que foram às Olimpíadas, este não era gente fina.

Os números, os números!

Jornalista, com raras exceções, não gosta muito de números: se gostasse, teria prestado vestibular para alguma coisa na área de Exatas. Mas não precisa exagerar.
Em reportagem sobre a arrecadação de campanha obtida pelos candidatos à prefeitura paulistana, um importante jornal diz que o maior arrecadador foi o prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição. Atribui-se a informação ao TSE, Tribunal Superior Eleitoral: Kassab levantou R$ 2.649.900, sendo R$ 6.500 em doações de pessoas físicas e R$ 340.400 de pessoas jurídicas. Tente fazer a conta: não bate de jeito nenhum.
Mas as coisas não param por aí. Marta Suplicy, do PT, levantou R$ 780.778,08, sendo R$ 10 mil de pessoas físicas e R$ 330.915 de pessoas jurídicas. É mais difícil fechar essa conta do que ganhar a eleição.

Como é mesmo?

A gente cresce ouvindo falar bem de algumas emissoras estrangeiras, muito melhores e mais sérias do que as daqui. Aí surge a internet e a gente pode ver o que é que esse pessoal escreve. Vixe!
Numa única notícia, sobre a contusão da égua do cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, que o tirou dos Jogos Olímpicos, diz o portal da famosíssima emissora internacional:
"É muito duro. Ainda não caiu a minha fixa". (...) "A égua deu um mal jeito (...)", "uma coisa que (...) vai estar curado".
Vai ver que nos tempos da Segunda Guerra Mundial a lendária emissora era diferente.

Como é...

Frase do noticiário do blog de um grande jornal:

** "Excluindo-se o Canadá, a Petrobras é, nas Américas, a empresa que mais perdeu valor de mercado desde 20 de maio"
Terá o Canadá virado uma empresa? Terão empresas canadenses perdido mais valor de mercado que a Petrobras? Nesse caso, por que não identificá-las?

...mesmo?

Notícia de um jornal importante:

** "Guido Mantega convidou seus antecessores vivos para um seminário (...) em Brasília"
Que será que o ministro tem contra seus antecessores falecidos, para negar-lhes o convite?

E eu com isso?

O excelente jornalista Adib Muanis, da TVTem (SP), envia-nos o seguinte bilhete:

"Segunda-feira 11, Rússia mandando bomba e bala pros lados da Geórgia, Olimpíadas bombeando, o ministro Tarso Genro querendo punir torturadores, mas nada, na minha opinião, foi mais importante do que ficar sabendo pela Internet que irmã de Britney passeia com a filha.
"Foi um alívio no meu dia, devo dizer.
"O mundo tem salvação, concluí".

O mundo tem salvação:

** "Brad Pitt sai com calça furada"
** "Yasmin Brunet namora em lanchonete do Rio"
** "Matthew McConaughey vai enterrar placenta do nascimento de filho"
** "Rodrigo Santoro dá uma circulada pelos Jardins"
** "Pouco sol: Selma Blair exibe não-bronzeado de biquíni em Hollywood"
** "Fátima Bernardes e William Bonner fazem compra em shopping carioca"

O grande título

Não há competição possível:

** "Pingüim norueguês com patente militar é promovido"
Um pingüim, ave do Pólo Sul, num país nórdico. Uma ave que nem sequer se defende mas possui patente militar.
Deve ter algum sentido.


*O autor é Jornalista, diretor da Brickmann&Associados

MÍDIA & CULTURA

Vêm aí a primavera e as eleições

* Deonísio da Silva

Em setembro virá a primavera. Em outubro, as eleições municipais. Que as cidades se mirem no exemplo da estação e refloresçam e reverdejem em todo o esplendor. Evitemos o pessimismo do Barão de Itararé: "De onde menos se espera, dali mesmo é que não sai nada".
O problema solar da crise por que passam as cidades não é econômico, é cultural. Com educação e cultura, a saúde iria melhor e até a segurança e o trânsito seriam melhores.
A criança que é bem educada tem outros desejos, quando criança e quando cresce. Ela aprende a desfrutar a alegria de ouvir um trecho de música clássica, ou de outra música que seja de sua preferência, gostos que lhe são transmitidos na escola, na igreja, na família. Aprende a ter o gosto de ler e delicia-se com a leitura de livros escritos por autores sobre os quais aprendeu em casa, na escola e em outros lugares que freqüenta, por serem lidos por seus pais, por seus professores, parentes, amigos, vizinhos etc.

Sinos de lata

Ao ler uma coluna de jornal, o leitor gosta de comentar com outros o que leu. Sei de casos em que o pai ou a mãe chama os filhos para apreciarem o pequeno trecho que acabaram de degustar. E isso pode no futuro diminuir problemas sociais e atenuar até a violência urbana. Que lado bonito tem a minha profissão, não tinha pensado nisso!
E por que trecho de jornal ou de revista? Porque escrevo no Primeira Página, aos domingos e às terças-feiras, um jornal cuja tiragem é de 10 mil exemplares; semanalmente, na revista Caras, cuja tiragem está sempre acima de 300 mil exemplares. Este Observatório da Imprensa me causa um arrepio quando me informa ter enviado ementa de meu artigo para mais de 25 mil pessoas! E algumas colunas são repetidas em vários lugares da internet. Machado de Assis talvez tenha sido um dos primeiros a entender que, com público tão reduzido para seus livros, ele precisava dos jornais! E deles foi colunista, deixando uma obra interessantíssima no batente desta outra profissão.
Nos cem anos da morte de nosso maior escritor, os livros ainda não estão nas livrarias e custam caro. Por isso, a tiragem média de 2.000 exemplares por edição atinge muito pouca gente. Os livros não estão também nas bibliotecas!
Várias cidades são sinos de lata para seus autores! Alguns deles obtiveram reconhecimentos importantes, são constantemente reeditados, mas não são encontrados em sua própria terra. Venceram por méritos próprios, a cidade nada fez por eles, e nem agora lhes dá atenção, quando a qualidade do que produziram já foi comprovada.

Famoso por quinze minutos

Não é assim em todos os lugares. Whisner Fraga, de Ribeirão Preto, nascido em 1971, meu ex-aluno de Letras na UFSCar e doutor em Engenharia Mecânica pela USP, tirou o primeiro lugar no 17º Concurso de Contos de Ituiutaba (MG), em 2008. O prêmio homenageia Luiz Vilela, escritor de daquela cidade mineira. Vilela, de 65 anos, dá nome a um prestigioso prêmio literário de seu município há 18 anos! Lembro da alegria dele, contando isso a outros colegas da delegação brasileira de escritores que foi à Alemanha, em 1994. Ou terá sido 1993?
Iniciativas culturais têm muitos benefícios, alguns dos quais nem sequer podemos supor, pois operam na cabeça de cada pessoa. Mas, vejam vocês, é muito importante um adolescente ser ensinado a compreender que um parágrafo de Machado Assis ou uma canção vale mais do que um par de tênis.
Vocês já ouviram falar em algum delinqüente juvenil que foi preso por furtar livros? Que foi que a mídia enfiou na cabeça do pobre rapaz para ele achar que, com um tênis daqueles que aparecem na televisão, ele obteria o reconhecimento social de que tanto precisa?
E por que tanta menina querendo aparecer? Já assistiram certamente, nem que tenha sido por uma zapeada, o programa da Luciana Gimenez, na TV Record? "In the future everyone will be famous for fifteen minutes" (no futuro, todo mundo será famoso por quinze minutos), foi a profecia de Andy Warhol, o cineasta e pintor norte-americano, conhecido por desenhar latas de Coca-Cola, de sopa Campbell’s e símbolos como a atriz Marilyn Monroe. Morreu aos 59 anos, em 1987, depois de uma operação na vesícula. Pois aqueles entrevistados expõem intimidades com um descontrole que só é comparável em seu aluvião à voracidade do público que se delicia com as desconcertantes amostras de tantas coisas que têm o seu lugar no mundo, certamente, mas em ambiente privado. Não há mais privacidade para quem quer ser famoso por quinze minutos.

Sonho com surpresas

Fiquem com Shakespeare: "The spring puts a spirit of youth in everything" (a primavera põe um sentido de juventude em tudo).
A primavera nos ensina que tudo pode mudar de repente, não mais que Vinicius de Morais. De repente, quem sabe, o eleitor brasileiro nos haverá de ensinar que aprendeu a votar. Que, mesmo com o STF postando-se ao lado de quem não podia pleitear cargo público, ele, o eleitor, tem melhor discernimento que os ilustres onze membros daquela corte, pródigos em livrar a cara de candidatos para cujo exame de seus abomináveis prontuários teríamos que acrescentar um requisito: a cara dos brutos. Pois há muitos candidatos dos quais se pode dizer, com certeza: "De onde menos se espera, dali mesmo é que não sai nada". E no município o eleitor tem acesso a muitos olhares, infelizmente ocultos à última instância à qual podemos apelar.
Demora a florescer a primavera que tanto desejamos. Talvez ela chegue com atraso de um mês, em outubro próximo. Sonho com grandes surpresas em todo o Brasil. O povo brasileiro está, em muitas questões, à frente de gente culta e bem pensante. Aguardemos!

* O autor é: Doutor em Letras pela USP e professor da Universidade Estácio de Sá, onde é vice-reitor de pesquisa e pós-graduação e coordenador de Letras; seus livros mais recentes são Os Segredos do Baú (Peirópolis) e A Língua Nossa de Cada Dia (Novo Século);
www.deonisio.com.br

Escuta Zé...

Beijing, Beijing...tchau, tchau.

Ainda bem que restam poucos dias para o fim das Olimpíadas. Não agüento mais tanta frustração.

A última (por enquanto) foi terça-feira de manhã, na derrota do futebol masculino para a Argentina.

Pudera. O Brasil atuou apenas com dez jogadores. Ronaldinho Gaúcho, completamente fora de forma, foi apenas uma peça decorativa em campo.

Depois dessa, acho que o Macaco Simão está mesmo certo: nosso craque deveria ser convocado para fazer embaixadas no semáforo; não na seleção brasileira.

A cada dia, surgia uma nova decepção. A primeira foi quando descobri que as duplas de vôlei de praia da Geórgia, tanto as femininas quanto as masculinas, são formadas por brasileiros naturalizados georgianos.

Em seguida, soube que a maioria dos participantes do torneio de tênis de mesa era composta de chineses, representando diversos países asiáticos nos quais também foram naturalizados pelos mesmos motivos dos brasileiros: dinheiro.

Nada contra o dinheiro. Muito pelo contrário. Sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor, mas por um punhado de dólares defenderia qualquer outro país no ping-pong - único esporte no qual este velho e combalido blogueiro ainda dá suas raquetadas.

O que está em jogo, na verdade, é a legitimidade das Olimpíadas. Daqui a pouco os países ricos contratam os melhores atletas dos países pobres e ficam com todas as medalhas de ouro. Qual é a graça?

Outra correção que precisa ser feita nas Olimpíadas do futuro se refere ao número de medalhas.

Nos esportes coletivos cada jogador recebe uma medalha. Por que elas não são computadas no ranking final?

Treinar dois, seis, onze atletas é duas, seis, onze vezes mais trabalhoso do que treinar um atleta apenas.

Pensem bem, meus poucos, mas imparciais leitores: é justo um atleta sozinho ficar com seis medalhas, enquanto outros seis campeões de um esporte coletivo ficam com apenas uma?

Fora isso, um nadador, ou corredor, disputa uma prova de segundos e, pronto, já é campeão.

Quantos metros precisa nadar um jogador de pólo aquático para chegar a uma final olímpica? Quanto metros precisa correr um jogador de futebol?

Quem sabe com essas brilhantes sugestões, as medalhas seriam distribuídas mais eqüitativamente e não nos fariam passar tanta vergonha e frustração.

Chegamos ao cúmulo de tratar como herói nacional o nosso Cesão, único brasileiro que até ontem havia ganho uma mísera medalha de ouro (Michael Phelps, aqui, ganharia uma estátua maior do que a do Padim Ciço).

Mas não vamos perder as esperanças. Em 2012, pode ser que as Olimpíadas venham para o Rio de Janeiro.

Daí nos vingamos dos vencedores chineses que, além de tudo, esconderam a vara de Fabiana Murer.

No Rio, vamos seqüestrar e esconder os melhores atletas chineses dentro de cisternas até acabarem os jogos.

Nessa modalidade não tem perhaps: somos os campeões.



Sem amadorimos

"E não me venham com papagaiada, com patriotada. Eu quero ver Michael Phelps humilhando os outros coitados que se atrevem a pular na piscina junto com ele".

Assim começa o artigo desta semana de Fernando José. Você pode lê-lo na íntegra, clicando em: http://www.escutaze.com.br/

Lula e FHC estrelas em propaganda eleitoral

São Paulo (Agência Estado) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram as duas figuras de peso que apareceram no primeiro programa de rádio dos candidatos a prefeito de São Paulo, enquanto o governador de São Paulo, José Serra, teve seu nome citado. Tanto o atual presidente como o ex-mandatário manifestaram o apoio aos candidatos de seus partidos - Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), respectivamente - enquanto Gilberto Kassab (DEM) lembrou a parceria com Serra.
Lula pediu votos para Marta. "Sua volta à Prefeitura é a melhor coisa que pode acontecer a São Paulo neste momento. Vamos trabalhar muito por São Paulo, eu e você". FHC ressaltou as qualidades de Alckmin e justificou seu voto. "O povo de São Paulo precisa de um bom prefeito. O que é um bom prefeito? É um homem que tenha credibilidade como primeira condição, competência e que seja leal. Geraldo Alckmin tem essas características. Por isso, voto nele".
Serra não apareceu no primeiro programa do PSDB e nem foi citado pelo tucano. Contudo, Serra foi lembrado pelo atual prefeito e candidato do DEM, Gilberto Kassab, que ressaltou a parceria com o governador na Prefeitura da capital paulista. "Eu e Serra sabíamos que era preciso fazer algo para melhorar o atendimento à Saúde", disse, ao falar da Assistência Médica Ambulatorial (AMA), ressaltando que deu continuidade à política do tucano em pouco mais de dois anos na gestão de São Paulo.
Assim como Marta, Kassab também anunciou em seu programa que vai aumentar o número de Centros Educacionais Unificados, os CEUs, marca registrada da administração da ex-prefeita petista na cidade. O candidato do DEM aproveitou ainda para atacar Marta, dizendo que sua prioridade é "acabar com escolas de lata", e "não plantar coqueiro", em referência ao plantio de flores e mudas na gestão da candidata do PT (2000-2004).
O candidato do PP, Paulo Maluf, não falou no seu primeiro programa de rádio, que apenas ressaltou suas obras como ex-prefeito na cidade, como os Cingapuras, o túnel Ayrton Senna e a Avenida Água Espraiada. A candidata do PPS, Soninha Francine, afirmou que usará o horário eleitoral para apresentar, em 18 programas, sua visão sobre os problemas da cidade e as propostas caso seja eleita. O candidato do PSOL, Ivan Valente, pediu votos. "Vote em quem não tem rabo preso e tem coragem de mudar. Vote no coração valente".
Levy Fidélix (PRTB) destacou a proposta do "aerotrem", enquanto Edmilson (PCB) propôs a "governança comunista em São Paulo". O PCO, que teve o registro da candidatura de Anaí Caproni indeferido, afirmou que eleição "mantém os capitalistas no poder contra o interesse dos eleitores". Renato Reichmann (PMN) disse que ia apresentar três propostas em seu programa: "educação, educação e educação", sem dar detalhes. A propaganda eleitoral termina dia 2 de outubro.

TSE esclarece dúvida sobre geração de propaganda eleitoral

Brasília (Centro de Divulgação da Justiça Eleitoral) - As estações retransmissoras de televisão não estão obrigadas a fazer geração da propaganda eleitoral gratuita que começou ontem (19). Trata-se de atribuição exclusiva das emissoras geradoras. O esclarecimento foi feito pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a sessão desta terça-feira (19) em resposta parcial a requerimento formulado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e relatado pelo ministro Marcelo Ribeiro.
A associação noticiou ao TSE decisões de juízes eleitorais para que as estações retransmissoras de televisão, e não somente as emissoras de rádio e televisão, também façam a geração da propaganda eleitoral. Segundo os advogados da Abert, em determinadas localidades, os juízes têm determinado que as retransmissoras e até as repetidoras alterem a programação para que, obrigatoriamente, retransmitam ou repitam a propaganda partidária, em total desacordo com a lei eleitoral.
Além disso, os juízes têm determinado que seja verificada na Anatel e no Ministério Público Federal a possibilidade de revisão das concessões. O TSE recebeu o requerimento como consulta, respondeu a primeira parte e converteu o julgamento em diligência para que a Anatel e o Ministério das Comunicações se pronunciem sobre a possibilidade técnica de se evitar que o sinal da emissora geradora se propague a municípios diversos (sinal invasor). O entendimento dos ministros é o de que a veiculação de propaganda eleitoral de outro município contribui para confundir o eleitor.

TSE mantém deputado estadual acreano no cargo

Brasília (Centro de Divulgação da Justiça Eleitoral) - O ministro Arnaldo Versiani, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu que o deputado estadual Josemir Anute dos Santos (PR-AC) deve permanecer no cargo até que o plenário da Corte julgue o recurso do parlamentar contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), que decretou a perda de seu mandato.
Josemir Anute, eleito em 2006 como suplente da coligação “Frente Popular do Acre II”, assumiu como deputado depois que a titular, Naluh Maria Lima Gouveia (PT), desfiliou-se do partido e renunciou ao mandato para exercer o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado.
O segundo suplente da coligação, Hammerly Silva Albuquerque, pediu a decretação da perda do mandato no Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), alegando que a deputada Naluh Gouveia teria cometido infidelidade partidária e que a vaga aberta deveria ser ocupada por ele, por ser o suplente com maior votação no Partido dos Trabalhadores.
O TRE-AC acolheu o pedido e determinou que Hammerly assumisse a vaga de deputado estadual. Inconformado, Josemir Anute recorreu ao TSE afirmando que a deputada não cometeu infidelidade partidária, tendo em vista que não se filiou a outro partido, e sim deixou a legenda por exigência legal para assumir como conselheira. Além disso, afirma que o próprio Partido dos Trabalhadores apoiou a ida da então parlamentar para o Tribunal de Contas do estado e que a vaga pertence à coligação, e não ao partido.
Em sua decisão, além de considerar os argumentos do deputado para permanecer no cargo, o ministro Arnaldo Versiani ressaltou que o pedido para que o parlamentar deixasse a sua função foi ajuizado por suplente de partido e que o TSE, em julgamento recente, propôs questão de ordem para revogar o § 2º da Resolução 22.610/2007, que disciplina a perda de mandato por infidelidade, por entender que nem o Ministério Público nem os suplentes têm legitimidade para pedir perda de cargo eletivo.

Projeto sobre voto facultativo vai para CCJ da Câmara

Brasília (Assessoria de Imprensa/Dep Geraldo Magela) - Considerando que o direito de escolher se deve ou não votar é uma decisão tomada pelo leitor, o deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) lembra que “O voto obrigatório não mais se justifica, uma vez que é um direito do cidadão e não uma obrigação”.
Magela é autor do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 384/07, que determina a realização de um plebiscito que responda a seguinte pergunta: "Você é a favor da adoção do voto facultativo no Brasil?". O texto de Magela em defesa do voto facultativo tramita na Comissão de Constituição Justiça (CCJ).
Caso seja aprovado na CCJ, esta criará a Comissão Especial responsável pela organização da campanha. Os critérios para veiculação da campanha nos meios de comunicação de massa contará coma participação da justiça eleitoral para garantir, entre outras regulamentações, a participação democrática de opiniões favoráveis e contrárias ao projeto.

Referendo popular

Uma vez submetido à população, o direito de escolha como prevê o texto apresentado por Magela, outros projetos legislativos ou medidas administrativas cujo teor seja semelhante ao objeto do plebiscito, terão suas tramitações sustadas até que o resultado das urnas seja proclamado.
Magela lembra que a Constituição permitiu diversas conquistas ao eleitorado brasileiro, como: o voto facultativo para eleitor analfabeto, o voto facultativo para maiores de 70 anos e também o direito ao voto para maiores de 16 anos. Segundo o parlamentar, ainda pode melhorar "O perfil da sociedade brasileira teve mudanças consideráveis. O direito legítimo de decidir se vai ou não participar do processo eleitoral ainda não foi outorgado aos demais eleitores, pois o voto continua sendo obrigatório no Brasil", esclarece o deputado.
O projeto apresentado por Magela permitirá que a população brasileira possa debater sobre o que é melhor para o Brasil. “Não existe democracia participativa sob efeito da coação”, avalia.
Porto Velho (P. Ayres/Assessoria) - O deputado estadual Miguel Sena (PV) encaminhou ontem mensagem de congratulações aos membros da Ordem Maçônica em Rondônia, pelo transcurso do Dia do Maçom (20 de agosto).
Segundo o parlamentar, se verifica a participação da Maçonaria em diversos eventos de grande importância na história política e administrativa de Rondônia, e até o momento, se observa a presença de maçons em posições estratégicas, continuando desta forma a contribuir em diferentes segmentos.
"Nesta data se faz necessário destacar o aspecto histórico de nossa pátria, que está estreitamente ligado ao da Ordem Maçônica, principalmente, nos movimentos que levaram à emancipação política do país, numa época em que a Maçonaria era a única via de transformação, a única via em que podia florescer um movimento de libertação tanto no Brasil, como na América", declarou o parlamentar.
Em seguida observou:" Vamos encontrar a marca dos maçons e conseqüentemente da Maçonaria, na Inconfidência Mineira, na Revolução Pernambucana de 1817, na Independência do Brasil, na Confederação do Equador, na Guerra dos Farrapos, na Questão Religiosa, na Abolição da Escravatura, na Proclamação da República, dentre outros movimentos libertários".
O deputado Miguel Sena disse que grandes homens públicos continuam com esta missão. Os maçons se destacam em diversas áreas, destacando como exemplos o ex-governador José Bianco; senador Valdir Raupp; prefeito de Ariquemes Confúcio Moura; deputado Alexandre Brito; vice-governador João Cahulla; dentre outros. No campo educacional a participação também é marcante citando como exemplos os professores Maurílio Galvão e Dante Ribeiro da Fonseca da Fundação Universidade Federal de Rondônia. Observou também que na esfera do judiciário a presença de maçons também é destacada e dentre tantos nomes dignos também de registros, citou os procuradores de Justiça Jorge Badra (aposentado), Gilberto Barbosa, José Vitachi e Abdiel Ramos (atual procurador geral do Ministério Público); e o desembargador Gabriel Marques. Observou em seguida que o grande nome da ordem atualmente em Rondônia é o engenheiro Euclides Fróes, atual grão mestre do Grande Oriente do Brasil em Rondônia.
Ao concluir o deputado destacou as obras sociais desenvolvidas pelas lojas maçônicas do Grande Oriente do Brasil e da Grande Loja Maçônica em Rondônia. Disse Miguel Sena que Rondônia tem muito a agradecer aos maçons por suas importantes contribuições.

Senado aprova emendas ao projeto que criou novos eixos ferroviários no país

Brasília (Augusto Castro/Agência Senado) - O Plenário do Senado aprovou ontem (19) duas emendas do relator-revisor Valdir Raupp (PMDB-RO) ao Projeto de Lei de Conversão (PLV) 18/08, que alterou a estrutura ferroviária do país. O projeto, proveniente da MP 427/08, foi aprovado na última terça-feira (12), porém com equívocos no texto, já que emendas que haviam sido acatadas pelo relator deixaram de ser apreciadas pelos senadores por não terem sido formalizadas. O equívoco havia deixado de fora da malha ferroviária nacional trechos considerados importantes pelos senadores.
"Durante os debates sobre a matéria, conforme pode ser verificado nas notas taquigráficas da sessão, acatei duas sugestões de alteração do Anexo I do PLV, encaminhadas pelo senador Flexa Ribeiro: uma, tratando da inclusão de Barcarena como ponto de passagem na descrição da Ferrovia EF-151, entre Belém e Açailândia; e outra, para inclusão da Ferrovia EF-170, ligando Santarém a Cuiabá. Entretanto, naquela ocasião, essas sugestões deixaram de ser formalizadas como emendas, em complementação ao parecer proferido", resumiu Raupp.
Como a matéria já foi remetida à Câmara dos Deputados, as duas novas emendas serão enviadas àquela Casa. Ao final da votação, Garibaldi determinou a confecção de novos autógrafos ao projeto, para remessa à Câmara.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) agradeceu pela aprovação das emendas. "Quero agradecer ao nobre senador Valdir Raupp por ter corrigido uma falha que poderia prejudicar as emendas de minha autoria que foram por ele acatadas na sessão da semana passada. A Ferronorte vai finalmente passar por Barcarena, que é o nosso porto. As emendas também incluem no sistema ferroviário nacional a Ferrovia Santarém-Cuiabá. São duas ferrovias da maior importância para o desenvolvimento do estado do Pará", disse.
Valdir Raupp lembrou que o PLV 18/08 regulamentou a malha ferroviária nacional, e ligou os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por vários estados brasileiros (Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Rondônia e Acre) até chegar aos portos de Paita e Baiova, no Peru.