quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Escuta Zé...

Beijing, Beijing...tchau, tchau.

Ainda bem que restam poucos dias para o fim das Olimpíadas. Não agüento mais tanta frustração.

A última (por enquanto) foi terça-feira de manhã, na derrota do futebol masculino para a Argentina.

Pudera. O Brasil atuou apenas com dez jogadores. Ronaldinho Gaúcho, completamente fora de forma, foi apenas uma peça decorativa em campo.

Depois dessa, acho que o Macaco Simão está mesmo certo: nosso craque deveria ser convocado para fazer embaixadas no semáforo; não na seleção brasileira.

A cada dia, surgia uma nova decepção. A primeira foi quando descobri que as duplas de vôlei de praia da Geórgia, tanto as femininas quanto as masculinas, são formadas por brasileiros naturalizados georgianos.

Em seguida, soube que a maioria dos participantes do torneio de tênis de mesa era composta de chineses, representando diversos países asiáticos nos quais também foram naturalizados pelos mesmos motivos dos brasileiros: dinheiro.

Nada contra o dinheiro. Muito pelo contrário. Sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor, mas por um punhado de dólares defenderia qualquer outro país no ping-pong - único esporte no qual este velho e combalido blogueiro ainda dá suas raquetadas.

O que está em jogo, na verdade, é a legitimidade das Olimpíadas. Daqui a pouco os países ricos contratam os melhores atletas dos países pobres e ficam com todas as medalhas de ouro. Qual é a graça?

Outra correção que precisa ser feita nas Olimpíadas do futuro se refere ao número de medalhas.

Nos esportes coletivos cada jogador recebe uma medalha. Por que elas não são computadas no ranking final?

Treinar dois, seis, onze atletas é duas, seis, onze vezes mais trabalhoso do que treinar um atleta apenas.

Pensem bem, meus poucos, mas imparciais leitores: é justo um atleta sozinho ficar com seis medalhas, enquanto outros seis campeões de um esporte coletivo ficam com apenas uma?

Fora isso, um nadador, ou corredor, disputa uma prova de segundos e, pronto, já é campeão.

Quantos metros precisa nadar um jogador de pólo aquático para chegar a uma final olímpica? Quanto metros precisa correr um jogador de futebol?

Quem sabe com essas brilhantes sugestões, as medalhas seriam distribuídas mais eqüitativamente e não nos fariam passar tanta vergonha e frustração.

Chegamos ao cúmulo de tratar como herói nacional o nosso Cesão, único brasileiro que até ontem havia ganho uma mísera medalha de ouro (Michael Phelps, aqui, ganharia uma estátua maior do que a do Padim Ciço).

Mas não vamos perder as esperanças. Em 2012, pode ser que as Olimpíadas venham para o Rio de Janeiro.

Daí nos vingamos dos vencedores chineses que, além de tudo, esconderam a vara de Fabiana Murer.

No Rio, vamos seqüestrar e esconder os melhores atletas chineses dentro de cisternas até acabarem os jogos.

Nessa modalidade não tem perhaps: somos os campeões.



Sem amadorimos

"E não me venham com papagaiada, com patriotada. Eu quero ver Michael Phelps humilhando os outros coitados que se atrevem a pular na piscina junto com ele".

Assim começa o artigo desta semana de Fernando José. Você pode lê-lo na íntegra, clicando em: http://www.escutaze.com.br/

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