sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Café Brasil

ZEITGEIST TROPICAL








Luciano Pires

Você já ouviu esse termo “Zeitgeist”? É alemão e a pronúncia é “tzaitgaist”. Adotado pelos filósofos românticos alemães do século dezoito como uma tradução do latim genius (espírito guardião) e saeculi (do século), o termo foi popularizado pelo filósofo Hegel em seu livro Filosofia da História. Zeitgeist é traduzido para o português como “espírito do tempo”, significando – em outras palavras – o nível de avanço intelectual e cultural do mundo em uma época.
De acordo com os sábios, zeitgeist é a experiência de um clima cultural dominante que define uma era. Tentando simplificar: esse clima cultural é resultante das experiências dos indivíduos que compõem as nações que convivem numa determinada era. É o espírito daquela era.
Parece complicado, né? Deixa eu tentar de outra forma: anos atrás estive diante do desafio de criar uma campanha de motivação interna para a Dana, empresa na qual eu trabalhava. Havia um discurso muito bonito, calcado naquela história de visão, missão e valores, que dizia que a empresa era o máximo. Era honesta, consciente de sua importância no meio ambiente, socialmente responsável, focada na fabricação de produtos de qualidade, etc etc etc. Igualzinho àquele texto que você lê todo dia em sua empresa.
No fundo, esses textos são apenas promessas que não têm nenhum valor até que alguém as cumpra. E nenhum papel colado na parede garante que qualquer promessa será cumprida. O cenário era aquele que encontramos na grande maioria das empresas: promessas feitas por meia dúzia de cabecinhas, embaladas em papel de presente pelos caras do marketing e distribuídas ao mercado, enquanto as pessoas responsáveis pela entrega eram superficialmente comunicadas da promessa que havia sido feita.
No meio do processo de criação surgiu a luz, quando discutíamos um bordão batido: nós somos a Dana. Nós fazemos a empresa. O pulo do gato aconteceu quando invertemos a proposta: a Dana somos nós. Melhor ainda: a Dana sou eu. Esse passou a ser o mote da campanha, que trazia em si uma definição fundamental. Quando dizíamos que “nós somos a Dana”, compartilhávamos a responsabilidade. Quando dizíamos que “a Dana somos nós”, considerávamos que a empresa seria a resultante do comportamento do grupo. Mas com “a Dana sou eu” conseguíamos o desejado: a Dana só será uma empresa de qualidade se eu for um funcionário com qualidade. Só será responsável com o meio ambiente se eu for responsável com o meio ambiente. A Dana é o que eu decidir que eu sou. Ponto. O “zeitgeist” da Dana naquele momento – se fosse possível – seria a resultante dos valores, convicções, atitudes e esforços de todos os seus 5 mil funcionários naquele momento. Seria o espírito daquela era.
Volto então ao nosso zeitgeist. Se pudéssemos fazer uma experiência de retornar no tempo, por exemplo, para o começo dos anos cinqüenta, o espírito de nossa era seria o de um país esperançoso pelo futuro, cheio de boas notícias, com obras para todo lado, títulos mundiais no futebol, no tênis, no boxe e no basquete e um presidente que prometia fazer cinqüenta anos em cinco. Havia um entusiasmo evidente, que podia ser “sentido no ar”. Na segunda metade dos anos sessenta e durante os setenta, sentia-se no ar o clima de preocupação, da mão pesada dos militares, da censura. Mesmo com o país crescendo, o espírito da época seria o espírito do medo.
Nos anos oitenta e começo dos noventa, o espírito da época era o da abertura. O Brasil descobria a democracia, votávamos para presidente, acabávamos com a inflação e experimentávamos o começo do jogo da globalização. Eu diria que o zeitgeist da época era o da perplexidade, como já escrevi em texto anterior.
E hoje? Qual é o “zeitgeist” do Brasil? Sinceramente, não sei. Tentei aplicar aquele “o Brasil sou eu”, mas não deu certo. Nunca vi o país tão dividido, tão desigual. Pobres contra ricos, pretos contra brancos, índios contra não-índios, ignorantes contra educados. E piorando.
O espírito de nossa época será esse? O do confronto? Que pena.

Perderemos para nós mesmos.


*Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista. Faça parte do Movimento pela Despocotização do Brasil, acesse http://www.lucianopires.com.br/.
Para conhecer outras ações do Luciano, dos seus colaboradores e da fertilizadora cultural Café Brasil, acesse
http://www.lucianopires.com.br/. Fotos do cronista podem ser obtidas com a assessoria de imprensa.

Cahulla vistoria obras em Alvorada

Porto Velho (Decom) - O vice-governador João Cahulla vistoriou obras de construção de pontes ao longo da RO-473, ligando os municípios de Urupá a Alvorada do Oeste. Com recursos próprios, o Governo do Estado constrói três pontes de concreto, nos rios sobre os rios Urupá, Muqui e Cacau, substituindo as antigas pontes de madeira a assegurando uma obra de qualidade para o tráfego de veículos, já que o projeto de asfaltamento deste mesmo trecho (cerca de 25 quilômetros) está pronto.
“É importante fazer obras de qualidade, duradouras, por isso a equipe do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), e o próprio governador Ivo Cassol inspeciona e acompanha o andamento dos serviços. É dessa forma que o Estado aplica os recursos públicos, oriundos dos impostos que a população paga: transformando em obras que beneficiam a todos”, disse Cahulla.
De acordo com os projetos, a plataforma sobre o rio Urupá terá a extensão de 110 metros, enquanto que a ponte do rio Muqui terá 68 metros e a do rio Cacau 45 metros. O investimento do Governo do Estado nas três pontes será de mais de R$ 4 milhões oriundos de recursos próprios da administração estadual.
Na ponte sobre o rio Urupá, uma equipe de 25 trabalhadores deverá levar mais 40 dias para concluir a obra. Cerca de 5 mil sacos de cimento e cerca de 110 toneladas de ferro serão utilizados na ponte.

CE aprova eleição direta para diretores de escolas

Brasília (Assessoria/Gab.Senadora Fátima Cleide) - Por unanimidade, a Comissão de Educação (CE) do Senado aprovou quarta-feira (27), em caráter terminativo, substitutivo da senadora Fátima Cleide (PT-RO) ao PLS 344/2007, que prevê eleições diretas para diretores de escolas públicas da educação básica de todo o País. A matéria determina que professores, alunos, pais ou responsáveis e servidores escolham o diretor.
De autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o projeto também estabelece que os diretores de escola precisam ser aprovados em curso de capacitação e quando investidos no cargo terão mandato de dois anos, com direito a uma reeleição. Mas para concorrer novamente o gestor terá a administração anterior avaliada.
Emenda do senador Romeu Tuma (PTB-SP) foi aceita pela senadora Fátima. Ela exclui da eleição direta os diretores aprovados em concursos especificos para a função. Tuma parabenizou a senadora pelo reconhecimento da peculiaridade de São Paulo.
A senadora rondoniense explicou ao senador Antônio Valadares (PSB-SE) que o percentual de participação dos alunos na escolha dos diretores ficará a cargo da decisão de cada ente da federação. “Não temos como legislar tão especificamente num país continental como o Brasil. Elaboramos os princípios, agora fica a cargo dos estados e municípios regulamentarem a matéria conforme a necessidade regional”, justificou Fátima.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) reforçou que a finalidade do projeto é acabar com as indicações. “Nosso objetivo é acabar com o “QI” – Quem Indica – que é a indicação politico-partidária, de acordo com quem governa o Estado. Só tenho a agradecer essa aprovação, que vem engrandecer a democracia”, frisou Ideli.
Aprovado anteriormente pela CE no dia primeiro de julho deste ano, a matéria retornou à comissão para nova votação. Será lida em plenário pelo presidente do Senado e depois encaminhada à Câmara dos Deputados.

Cassol entrega investimento de R$ 4,5 milhões em máquinas e veículos

Porto Velho (Decom/AI/DER) - Máquinas e veículos que representam quase R$ 4,5 milhões de investimento por parte do Governo do Estado foram entregues pelo governador Ivo Cassol (sem partido) ao Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes (DER), à Secretaria de Educação (Seduc) e à Casa Civil. A solenidade foi realizada na tarde desta quinta-feira, na revendedora Sotreq, na BR-364, em Porto Velho.
Ao D.E.R. o chefe do Executivo, acompanhado do vice-governador João Cahula, fez a entrega de seis motoniveladoras com o sistema ‘Joystick’, sem o volante convencional, a exemplo de outras duas motoniveladoras compradas no início do ano. Pouco mais de R$ 3 milhões foram investidos na compra do maquinário. As chaves foram repassadas ao diretor-executivo do órgão, Dilmar Golin, o popular “Macaco”.
Para a Seduc foram entregues 21 veículos, sendo 12 caminhonetes e 9 Paratis. As chaves foram repassadas para a secretária Marli Cahula, enquanto três caminhonetes foram entregues para a Casa Civil.
O governador Cassol destacou que esta foi mais uma aquisição feita com recursos próprios da administração estadual. Disse que na próxima terça-feira irá fazer entrega de mais uma motoniveladora para o DER. “Aqui está injetado parte do dinheiro economizado em todas as áreas da administração estadual e também recuso gerado através de impostos”, acrescentou.
O Governo do Estado está reestruturando todas as secretarias. Somente neste ano o DER está recebendo uma aquisição recorde de R$ 20 milhões com a compra de máquinas, caminhões, caçambas, micro-ônibus, veículos de apoio, entre outros – explanou Cassol.

Armazém Literário 2

A BOLÍVIA DE EVO

A luta de um país mágico e fantástico

*José Dirceu

Trechos do prefácio de A Bolívia de Evo Morales – A refundação de um país, de Antonio Barbosa Filho, 216 pp., LivroPronto Editora, São Paulo, 2008; R$ 34,90

Uma Bolívia que parecia esquecida e restrita a campo de estudo de historiadores nostálgicos da revolução de 1952 ou da guerrilha do Che renasceu pela voz e pela ação de Evo Morales, que se organizou em torno do Movimiento al Socialismo (MAS) e, por incrível que pareça, chegou ao poder em janeiro de 2006 pela via político-institucional, pela luta social, e pela organização popular.
"Pela primeira vez em sua longa e conflituosa história a Bolívia elegeu um índio presidente da República. E o elegeu não de uma forma qualquer, ou comum: consagrou-o com a maior votação da História do país, com maioria absoluta de 53,5% dos votos válidos e, mais importante e inusitado, com maioria na Câmara e no Senado. Não só o presidente do país era de origem popular, mas como diz o nome do MAS, socialista (...)."
A Bolívia, um dos países mais sofridos de todo o continente, readquiria a consciência de que precisa reassumir a cultura, a língua e os costumes de seu povo, para partilhar suas riquezas com a maioria indígena e camponesa do país.

Os grandes desafios

"O impacto da vitória de Evo foi extraordinário, não só por trazer de volta para gerações e gerações as imagens da Bolívia irredenta e rebelde, mas pela força da figura de seu presidente e o simbolismo de sua vitória, que confirmavam a tendência de grandes mudanças na América do Sul e a consolidação de governos de esquerda e de centro na região."
Sua eleição resultou do fracasso dos modelos neoliberais e da falência total da velha elite mineira-exportadora boliviana, substituída pela elite neoliberal engravatada dos executivos das privatizações e da abertura comercial. Essa nova geração que ganhou com Evo, uma massa de jovens idealistas e muitas vezes sem experiência administrativa, tem assim, diante de si, hoje, uma herança mais que maldita de corrupção, pobreza e entreguismo (...).
A elite de Santa Cruz de la Sierra, um dos departamentos mais ricos e conhecidos da Bolívia, que cresceu e se consolidou na fronteira com o Brasil à sombra das ditaduras e governos neoliberais desenvolvendo o agronegócio, se preparava para assumir o governo, mas perdeu as eleições para o MAS.
Vitorioso, este democraticamente assumiu o poder e colocou na ordem do dia os grandes desafios nacionais da Bolívia: a recuperação dos seus recursos naturais – petróleo, gás, minérios; a exploração do seu potencial energético em eletricidade; o desenvolvimento das telecomunicações e dos transportes; a democratização do país com uma nova Constituição; a reforma agrária; e a integração cultural e social da nação (...).

Uma nação livre e soberana

A direita, na defensiva, apela para seus temas prediletos: queixa da "intervenção" estrangeira – no caso, da Venezuela; a obsessão pela manutenção da propriedade e latifúndio da terra; e, o mais grave, a autonomia como escudo para uma oposição visceral ao projeto nacional, democrático e indígena-popular que o presidente da República encarna.
"Escudada na questão da autonomia dos departamentos, velha e legítima reivindicação que o próprio MAS assumira como bandeira, essa direita mobiliza suas bases nas quatro províncias orientais, a chamada media luna, e inicia um forte movimento de oposição contra Evo que se consolidará no poder com a nacionalização do petróleo e do gás – já decidida em plebiscito antes de sua eleição –, com diferentes programas sociais, com os recursos arrecadados com a nacionalização do gás, o início da reforma agrária e a Constituinte (...)."
Versando com rara exatidão e objetividade, poucas vezes vistas antes entre os que se arriscaram por todos esses meandros históricos bolivianos, o jornalista Antonio Barbosa Filho informa-nos neste livro sobre esse mágico e fantástico país e essa extraordinária luta que trava de novo seu povo, agora liderado por Evo Morales e o MAS.
Dentro da guerra midiática e de desinformação que vivemos, uma obra com informações e relatos sobre esses recentes acontecimentos bolivianos, e com a profundidade com que Antonio Barbosa mergulha na trajetória de um povo, só pode ser bem vinda. Vale a pena lê-la para compreender como a Bolívia retomou seus próprios caminhos, destino e História e se colocou de novo como uma nação livre, soberana e em posição de vanguarda no mundo de hoje.(Fonte: O Observatório da Imprensa)

*O autor é: Advogado, consultor e militante político, ex-deputado federal e ex- ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, mantém um blog

PEC deve garantir mais recursos para RO

Brasília (Fabíola Góis/Assessora de Imprensa) - O senador Expedito apresentou uma nova proposta de emenda à Constituição que garantirá mais recursos para o Estado de Rondônia tão logo as Usinas do Rio Madeira estejam em funcionamento. Trata-se da PEC nº 39/2008, que dá abertura para que o Estado gerador de energia possa cobrar ICMS na geração. Hoje, no texto atual da Constituição Federal, o ICMS é cobrado pelo Estado que compra a energia, ou seja, quem gera a energia não fica com o ICMS.
“Isso prejudica enormemente os Estados produtores de energia elétrica, que provêem a infra-estrutura e os serviços públicos necessários a essa atividade econômica, mas não têm a contrapartida tributária”, afirma o senador. Expedito cita que a maior parte dos Estados produtores de energia elétrica são os menos desenvolvidos da Federação, e em vez de diminuir as desigualdades regionais, estão contribuindo para aumentá-las.
A proposta do senador materializa um item da agenda prioritária estabelecida pela “Carta de Mato Grosso”, documento elaborado no II Fórum de Governadores da Amazônia Legal, realizado na cidade de Cuiabá, no dia 8 Agosto de 2008. A referida Carta, subscrita pelos Governadores dos Estados que compõem a Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins – está baseada na importância da variável ambiental no desenvolvimento da Amazônia.

Nova Ciretran de Vilhena será inaugurada amanhã

Porto Velho (Gerência de Comunicação do Detran/RO) - O município de Vilhena será mais um dos beneficiados com a construção de uma nova sede da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). A obra que faz parte do projeto de modernização das sedes da Ciretrans nas cidades do interior será inaugurada amanhã (30), às 9h pelo governador Ivo Cassol e o Diretor Geral do Detran/RO, Joarez Jardim.
A sede da nova Ciretran está localizada em um terreno de 10 mil m2 e terá uma área construída de 1.820 m2, além de guarita, amplo pátio e abrigo coberto para veículos apreendidos. No total, segundo o diretor-geral, Joarez Jardim (na foto de Miro Costa), foram investidos aproximadamente 1,5 milhões de reais na obra, que será dotada de sala para instalação de posto bancário, salão de atendimento, almoxarifado, arquivo de documentos de veículos e de habilitação, copa, banheiros, setor de vistoria, sala para liberação de veículos, salas para realização de serviços de registro de veículos e de serviços de habilitação.
Jardim explicou ainda que a obra faz parte do plano de melhorias das instalações e nos serviços prestados pelo órgão em todo Estado. O trabalho acontece por determinação do Governo do Estado, que vem promovendo, por meio do Detran, diversas mudanças para efetivação de um serviço melhor e de qualidade em todo Estado. O próximo município que ganhará nova sede ainda este ano será Guajará- Mirim, que está com obra em fase de acabamento.
Com uma frota de 28.007 veículos, o município de Vilhena irá disponibilizar aos usuários uma estrutura física do órgão mais moderna e com melhores acomodações, também terá uma maior agilidade nos serviços de emissão de documentos.

Armazém Literário 1

MARCA-PÁGINA

O penúltimo Francis

*Francisco Ribeiro

Carne viva, de Paulo Francis, 264 pp.,
Editora Francis, São Paulo, 2008; reproduzido do Via Política, 23/8/2008

Onze anos depois de sua morte, Paulo Francis ainda fustiga corações e mentes, e serve de modelo e inspiração para muita gente. Pouco comentada, sua ficção (a obra, não o personagem que criou para si próprio) deveria merecer mais atenção da crítica e do público. Tal é o caso de Carne viva (São Paulo: Francis, 2008), publicação post mortem.
No romance, diretor de banco, aspirante a presidente da instituição financeira, circula num ambiente elitista e cosmopolita, composto de fauna variada no que tange à formação, aspiração, projetos. De cara, nota-se o parentesco em relação aos seus romances anteriores, Cabeça de papel e Cabeça de negro, como, por exemplo: abordagem a partir do ponto de vista geopolítico da classe dominante, mesmo se "progressista"; permanência de certo tipo de caracteres, expressões e preconceitos dissimulados do universo franciano. Mas, não chega a ser um autopastiche.
Francis – como atesta sua obra jornalística e ficcional – era um admirador da upper class do ancien e moderno regime: da primeira, a elegância, a ironia fina e a possibilidade, antes da guilhotina, de não precisar tornar-se, tarefa enfadonha e masoquista do vir-a-ser neurótico almejado pela classe média; da segunda, o dinheiro, que tudo paga e dissolve. Francis, classe executiva, polêmico e nada alienado, sabia desse fascínio como atesta a auto-análise feita por Hugo Mann, seu alter ego nos cabeças: um rapaz que leu demais, aprendendo o que evitar, mas não o que é organicamente correto. Reconhecia-se um provinciano, filho da Revolução Industrial.
Há coisas que não podem ser adquiridas, assimiladas. Pode-se comprar o título, mascarar a origem, mas não a consciência da farsa. Portanto, aisance, termo caro a Francis, é, segundo ele, coisa para aristocratas e velhos burgueses (que já esconderam seus crimes). Resta, aos emergentes, novos ricos – condição, segundo os esnobes, quase abjeta –, o marketing pompier da revista Caras, ou o consolo bourgeois gentilhomme, à la Molière, contratando assessores para ajudar a diminuir o jeito gauche e a empurrar as gafes para debaixo do tapete.

Doses cavalares


Rimbaud percebeu isso e, ao invés de ficar em Paris, pedindo sobremesa porque não tinha dinheiro para pagar o prato principal, à la Baudelaire, ou enchendo a cara de absinthe, feito Verlaine, foi para África tentar enriquecer, virar um burguês. Francis, maduro, deve ter aplaudido a decisão de Rimbaud, poeta visionário que abriu mão da literatura (je ne m’occupe plus de ça), e resolveu ganhar a vida, tornar-se um empreendedor (vendendo, entre outras coisas, armas e escravos), ao invés de ficar mistificando no quartier latin. O câncer ósseo na perna minou-lhe a possibilidade e, em seu delírio de morte, Rimbaud falava em mercadorias e não nos versos que o imortalizaram, procurando, decerto, tatear os oito quilos de ouro ganho a duras penas, e que durante muito tempo manteve preso a cintura. O último Rimbaud possui um coeur d’argent.
Chico, o herói de Carne viva, foi um típico adolescente da classe média carioca nos anos dourados, quando o Rio era a capital da República e as favelas ainda não haviam envolvido a cidade. Filho de mãe provedora, mas distante, pai gilete (que fugiu com um marinheiro turco) e sobrinho de banqueiro, Chico é um rapaz que quer vencer na vida. É esforçado, e, ao contrário dos primos, não é monoglota, o que lhe facilita a ascensão, os estudos em Cambridge, uma visão panorâmica do mundo, e a preferência do tio. Safo, aprende, enquanto o tio não lhe passa o cetro, a construir seu próprio patrimônio.
Até aí nada de mais, e o enredo cabe numa trama de telenovela. O charme, na ficção de Francis, são as conexões, a tentativa do narrador pequeno-burguês em querer desvendar os mistérios, a complexidade das máscaras, persona, da classe dominante, que tem acesso, mas não faz parte. Assim, tanto em Cabeça de Papel, quanto em Cabeça de Negro, Hugo Mann (que de uma obra a outra passou de jornalista marginal a mais favorecido) destaca-se pelo saber livresco, a citação, o fascínio de épocas não vividas, a falta de aptidão para viver o seu tempo. Acaba por cair num ideal estético, como os decadentes da Belle époque, mas sem referência anímica, resultando daí o vazio existencial subseqüente. Cheio de culpas, retira-se para sua refrigerada torre de marfim, empanturrando-se de comida boa, bebendo bom uísque, folheando livros raros, idealizando mundos mortos, e sendo assediado por belas ex-leitoras. Que tal?
Chico, neste aspecto, é um personagem melhor resolvido. O falso brilhareco intelectual e niilista foi substituído por uma visão pragmática de mercado e um ideário WASP, pois o herói, embora não seja argentino, gostaria de ser inglês. É solidário e prestativo, seja ajudando uma moça, Bea, que não se lembra de ter desvirginado, seja com o namorado desta, Beau, metido com o grupo terrorista Baader-Meinhoff. Enfim, como em Cabeça de Negro, não faltam implicações sobre o declínio da esquerda e a globalização capitalista.
Situada, principalmente, entre os anos 1960 e 90, Carne Viva coloca Chico na Paris pré-revolucionária de maio de 1968. Hospedado no Ritz, põe em xeque a eficiência do famoso hotel, garantindo assim, apesar da greve geral, room service, pois como bom cliente não pode passar sem um lauto petit déjeuner, com direito a presunto e ovos. Saciada a fome, faz turismo revolucionário com uma socialite pelas barricadas estudantis. É fácil entender o ódio de Robespierre e Saint-Just. Como curiosidade, o aparecimento, rápido, de Paulo Hesse, diretor de jornal, herói de Cabeça de papel. O autor poderia colocar uma análise dele sobre os acontecimentos, certamente, bem diferente de De Gaulle: "Cocô de criança". Crianças que acabariam por mandar o velho general, de pijaminha, para casa.
Hesse talvez seja o melhor personagem criado por Paulo Francis. Misto de oficial da KGB e intelectual, Hesse trai o sogro passando aos russos o verdadeiro mapa do establishment tupiniquim. Tem bons argumentos, e não quer que os americanos transformem o patropi numa Singapura. Obrigado a posar de reacionário, Hesse sublima a venda da alma através de doses cavalares de uísque, pó, sadismo sexual, e Wagner, claro, pois, apesar de nietzcheano, não é de ferro. Nos anos 1980, houve, em algumas redações, simulacros de Paulo Hesse, logo abatidos pela cirrose e/ou loucura. Hesse, como explica um bom manual de análise literária, é só um ser de papel.

Trilogia cachola

Há em Carne viva uma nostalgia, um lamento sobre a degradação do Rio e, no geral, do Brasil. Impossível – dado os desníveis econômicos que a classe de Chico ajuda a perpetuar –, segurar o caos quando a população pula dos 50 milhões, na década de 50, para os quase 200 milhões atuais. O Rio de Paulo Francis, que ia do centro a Zona Sul, era uma tocha, faísca de possibilidade de uma civilização tropical. Saudade dá engulhos, e o perfil Blade runner das metrópoles do terceiro mundo foi se adequando à necessidade da blindagem e ao risco das balas perdidas. Ninguém está a salvo.
Diogo Mainardi comenta na orelha de Carne viva que Francis parecia pressentir que aquele seu mundo idealizado, feito de livros, filmes, viagens, conversas, havia terminado. Francis, numa conversa com Ivan Lessa, disse que se considerava tecnicamente morto, sem perspectivas num mundo globalizado, medíocre, jeca, selvagem.
Arnaldo Jabor, falando sobre Glauber Rocha (em Glauber o filme, labirinto do Brasil, 2003, de Silvio Tendler), afirmou que o cineasta morreu, entre outras coisas, porque não sobreviveria neste mundo regulado pelo mercado, sem transcendência, logo ele, uma figura épica. Cabe uma analogia entre as duas situações? Glauber, saudado por Francis como grande artista, metaforicamente um grande assassino, capaz de realizar em ações aquilo que só entabulamos em pensamentos. Os dois fazem muita falta, mas essa história de last man deve ficar restrita aos que partem. Há muitos escombros, como no final de Carne viva, mas a mensagem final não é pessimista, pois, se vivemos numa época de selvageria, pode-se, pelo menos, lutar para evitar a hecatombe.
A data da conclusão de Carne Viva, conforme a última página, é outubro de 1996. Francis ainda viveria pouco mais de três meses. Ex-trotskista (tinha um retrato do velho bolchevique em seu escritório, ou seria na carteira?), Francis, pós-Pasquim, havia trocado o Rio por Nova York, tornando-se um neoliberal enragé e bon vivant. Tinha numerário para isso, melhor salário da imprensa brasileira, vivendo de dizer o que achava das coisas. Seu público era fiel, migrando junto com ele da Folha de S.Paulo para O Estado de S.Paulo, quando um ombudsman quis se meter de pato a ganso.
Artistas deitam e rolam em cima de coadjuvantes, e era engraçado vê-lo no Manhattan Connection, chupando bala e espinafrando o Caio Blinder. Morto o homem, ainda resta, em alguma gaveta ou arquivo, Cabeça, que completaria a trilogia cachola, e, desde os anos 1980, é o livro aguardado de Francis. Seria interessante que a viúva, Sônia Nolasco, publicasse a obra, sem revisão, como material de estudo, possibilidade. Fica a sugestão. (Fonte: O Observatório da Imprensa)


*Jornalista, mestre em Lingüística pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, Paris, França, doutor em Letras pela PUC-RS, autor de João Antônio por João Antônio: literatura e malandragem

Grupo Maggi deve construir porto em RO

Porto Velho (Decom) - O governador recebeu o diretor do Grupo Maggi, João Zamboni, acompanhado da diretora do Porto de Porto Velho, Leandra Vivian e funcionários da empresa, para discutir a situação da construção da estrada que dará acesso ao porto que o grupo pretende construir na capital nos próximos dois anos.
Com o aumento da produção de soja no Mato Grosso e em Rondônia, e a dificuldade de acesso ao atual porto, obrigando as carretas a passarem por dentro da cidade, o Grupo Maggi entendeu que seria mais viável economicamente construir um porto às margens do Rio Madeira, cerca de 15 quilômetros rio abaixo de Porto Velho, por onde será escoada a produção de grãos para exportação.
O Governo do Estado já está realizando os estudos topográficos e providenciando as licenças ambientais para a construção da estrada, que deverá ser iniciada em setembro, cobrindo um trecho de cerca de 20 quilômetros entre a BR-364 e o Rio Madeira. A nova estrada vai começar próximo ao trevo do hospital das Irmãs Marcelinas e passar por dentro até a beira do rio, onde o novo porto será construído.
Cassol solicitou ao diretor do grupo que o estado precisa urgentemente de uma esmagadora de soja, pois existe mercado e tudo que consumimos é importado, aumentando o custo da produção. “Em Espigão existe uma granja e o projeto de implantar um abatedouro de frangos, mas não tem ração suficiente para alimentar mais aves. Em Vilhena um grupo de empresários pretende instalar um frigorífico de suínos, mas também não tem ração suficiente no mercado para alimentar os animais”, explicou o governador. Diante deste mercado, o Grupo Maggi irá estudar seriamente a possibilidade de montar uma esmagadora de soja no estado e prevê que em dois anos o novo porto estará funcionando, o que desafogará o trânsito de carretas nas avenidas principais da capital.

Jornal de Debates

MÍDIA & RELIGIÃO

O coronelismo eletrônico evangélico

*Venício A. de Lima

Na Constituinte de 1987-88, ao contrário de todos os outros temas, o capítulo da Comunicação Social só logrou ser "rascunhado" na Comissão de Sistematização e somente ganhou forma definitiva por acordo de plenário. As normas constitucionais finalmente aprovadas sacramentaram bandeiras defendidas por radiodifusores e representantes de igrejas evangélicas, sobretudo no que se refere ao processo de concessão, renovação e cancelamento dos serviços públicos de rádio e televisão.
A ação coordenada dos interesses da "bancada da comunicação" articulada a parlamentares evangélicos está identificada no artigo "Comunicação na Constituinte: a defesa de velhos interesses" [não disponível online], que publiquei no primeiro número do Caderno CEAC/UnB, ainda em agosto de 1987. Àquela época, no entanto, não estava claro que a Constituinte viria a se constituir no ponto de referência para a atuação e o crescimento de representantes das igrejas evangélicas no Congresso Nacional e, sobretudo, para o avanço significativo de diferentes denominações evangélicas como concessionárias de emissoras de rádio e televisão no país.
A participação de igrejas no sistema de comunicações e na política vem, gradativamente, merecendo a atenção de analistas e pesquisadores. A tese de doutorado defendida há pouco no Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) pelo cientista político Valdemar Figueredo Filho, com o título "Os três poderes das redes de comunicação evangélicas: simbólico, econômico e político", é mais uma contribuição ao entendimento de parte importante das relações entre religião e mídia no nosso país.
O argumento principal do trabalho de Figueredo Filho é que "a representação política evangélica é o mesmo que representação das redes de comunicação evangélicas" e "nem mesmo os supostos valores morais comuns ao grupo religioso conseguem o grau de coesão alcançados pelos interesses relacionados à formação, manutenção e expansão de suas redes de comunicação". No contexto legal que regula a concessão, renovação e o cancelamento dos serviços públicos de rádio e televisão no Brasil, isso significa a manutenção de um tipo particular de coronelismo eletrônico, agora o evangélico.

Bases do coronelismo eletrônico evangélico

A representação evangélica no Congresso Nacional (ver Quadro 1) tem aumentado na medida em que também aumenta o percentual de evangélicos no total da população brasileira. Dados apresentados por Figueredo Filho para o ano de 2000 indicam que esse percentual já atingia 15,6% contra apenas 9%, em 1990. Em relação à representação política, no entanto, há uma diferença fundamental. Se até o fim da década de 1980 ela era composta, sobretudo, por usuários do rádio e da televisão (a chamada "igreja eletrônica"), a partir de então ela passou a ser principalmente de concessionários deste serviço público.

QUADRO 1

Representação Evangélica no Congresso Nacional (1983-2011)

Legislatura Titulares
1983-1987 12
1987-1991 (Constituinte) 32
1991-1995 23
1995-1999 30
1999-2003 52
2003-2007 48
2007-2011 44

O levantamento realizado por Figueredo Filho, apoiado em informações da Anatel e da Abert, até março de 2006 revela que 25,18% das emissoras de rádio FM e 20,55% das AM nas capitais brasileiras são evangélicas (ver Quadros 2 e 3). Há de se notar, no entanto, que as denominações pentecostais são as que controlam o maior número de concessões, destacando-se a Igreja Universal do reino de Deus (IURD) entre as FM (24) e da Igreja Assembléia de Deus (IAD) entre as AM (9).

QUADRO 2

Rádios FM evangélicas nas capitais brasileiras

Evangélicos Pentecostais
47 69,11%
Evangélicos de Missão
5 7,35%
Paraeclesiásticas Evangélicas
16 23,52%

Total de FMs evangélicas nas capitais brasileiras
68 100%

QUADRO 3

Rádios AM evangélicas nas capitais brasileiras

Evangélicos Pentecostais
24 64,86%
Evangélicos de Missão
5 13,51%
Paraeclesiásticas Evangélicas
8 21,62%

Total de AMs evangélicas nas capitais brasileiras
37 100%

Em relação à televisão, além do grande número de programas evangélicos que é transmitido por emissoras de TV abertas, existem também redes cujas entidades concessionários são igrejas. E, sobretudo, existe um grande número de retransmissoras (RTVs) controladas diretamente por igrejas (Quadro 4, com dados anteriores a setembro de 2007).

QUADRO 4

RTVs controladas por entidades evangélicas

ENTIDADESEVANGÉLICAS NÚMERO DE RTVs GRUPO
Fundação Evangélica Boas Novas 19 IAD
Rádio e Televisão Record S.A 196 IURD
Rede Mulher de Televisão Ltda(desde 9/2007 Record News) 61 IURD
Rede Família de Comunicações S/C Ltda 10 IURD

A criação de uma Frente Parlamentar Evangélica (FPE), em 2003, formaliza a articulação dos interesses evangélicos no Congresso Nacional. Estes são defendidos através da participação de seus membros nas comissões de Comunicação tanto na Câmara quanto no Senado e nas votações das proposições legislativas em plenário.
Fundada por iniciativa do deputado Adelor Vieira (PMDB-SC), membro da IAD, a FPE é atualmente presidia pelo deputado pastor Manoel Ferreira (PTB-RJ), principal líder da IAD da Convenção Madureira.

Serviço público ou proselitismo religioso?

A tese de Figueredo Filho demonstra que, a exemplo do ocorre também em relação às outorgas de rádios comunitárias [ver, neste Observatório, "Rádio comunitárias – Coronelismo eletrônico de novo tipo"], número expressivo das concessionárias das emissoras de rádio e televisão (aberta) e RTVs está vinculado a entidades religiosas. E mais ainda: seus representantes são atores políticos que atuam de forma articulada no Congresso Nacional nas questões referentes às políticas públicas de comunicação e na formação, manutenção e ampliação da suas redes de rádio e televisão.
Obviamente os evangélicos não são o único grupo religioso concessionário do serviço público de radiodifusão. E a utilização de concessões públicas não é a única forma de atuação de grupos religiosos na mídia.
A questão que precisa ser discutida, no entanto, é se um serviço público que, por sua própria natureza, deve estar "a serviço" de toda a população pode continuar a atender interesses particulares de qualquer natureza – inclusive ou, sobretudo, religiosos. (Fonte: O Observatório da Imprensa)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Coopevi traz Içami Tiba a Vilhena

Vilhena (RO) - A Cooperativa Educacional de Vilhena (Coopevi) vai promover, no dia 11 de setembro próximo, uma palestra com o médico, psiquiatra e conferencista Içami Tiba.
A palestra vai acontecer no recém reformado Salão de Eventos do Parque de Exposições Ovídeo de Brito, em Vilhena, local onde usualmente acontece a Expovil.
O Dr. Içami Tiba é autor do best-seller “Quem ama, educa”, livro que já vendeu mais de 600 mil exemplares somente no Brasil, tendo sido editado também no exterior. Seus 22 títulos publicados já venderam até hoje mais de 2 milhões de cópias.
Para se ter uma idéia do reconhecimento de seu trabalho, uma pesquisa do IBOPE feita entre psicólogos brasileiros colocou o Dr. Içami Tiba em primeiro lugar no ranking nacional, na categoria “Autor Referência” e “Admiração”. Internacionalmente, ele ficou em terceiro lugar, perdendo apenas para Sigmund Freud e Gustav Jung.
“Faz parte da função social da cooperativa promover eventos desse tipo, em que os nossos cooperados – que são os pais dos alunos da cooperativa – possam ouvir e interagir com especialistas da área da Educação”, explica a presidente da COOPEVI, Carolina Torres Frozoni, acrescentando que o evento é aberto também à comunidade em geral.
De acordo com a presidente, o Dr. Içami Tiba foi a figura escolhida para o primeiro evento deste tipo que a COOPEVI promove, por sua experiência como psiquiatra e também como conferencista: ele contabiliza mais de 76 mil atendimentos psicoterápicos a adolescente, e já proferiu mais de 3.300 palestras. “Além disso, ele é referência internacional em Educação”, acrescenta Frozoni.
Segundo a organização, a procura por ingressos tem sido grande, tanto por parte de pais, quanto por estudantes e profissionais da área de educação. O evento atraiu também a atenção das cidades vizinhas: Colorado D’Oeste, Cerejeiras, Cabixi, Comodoro, Sapezal e Campos de Júlio são algumas das cidades que já confirmaram sua presença.
Os ingressos estão à venda na COOPEVI, e também nos seguintes locais: Mundo do Livro, Happy Kids, Papelaria Dunga, Guaporé Máquinas, Feira Chique e Discolândia. O custo é de R$ 35,00 por pessoa, com direito a certificado de participação assinado pelo conferencista. Maiores informações: (69) 3321-3050

Sobre a Coopevi

A Cooperativa Educacional de Vilhena foi fundada em 2006 por um grupo de aproximadamente 20 pais, e hoje já conta com mais de 350 cooperados. Aos moldes de uma escola que não é nem pública, nem privada, as escolas cooperativas têm por objetivo oferecer uma educação de qualidade comprometida com o desenvolvimento da comunidade.
As cooperativas de ensino são hoje consideradas no Brasil e no mundo uma das formas mais avançadas de organização educacional, com base na gestão e participação democrática, e no comprometimento com propostas político-pedagógicas inovadoras, que tem como foco a filosofia, doutrina e princípios cooperativistas e, como diferencial, a participação efetiva dos pais no processo educacional de seus filhos.

TCE participa de curso em Rolim de Moura

Porto Velho (Ascom/TCE) - Funcionários das Prefeituras, da área de Controle Interno, e membros de Conselhos Municipais da região da Zona da Mata participam, em Rolim de Moura, de um curso de capacitação sobre utilização dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), planejamento e orçamento público, controle e auditoria, sistemas do Tribunal de Contas, dentre outros.
O curso, promovido pela Controladoria Geral da União é aplicado pelos instrutores João Mourão, da – CGU, e Omar Pires Dias, do Tribunal de Contas do Estado, TCE-RO.
Na primeira fase (2ª e 3ª feira) o curso foi direcionado para os servidores municipais que tratam de questões ligadas ao Controle Interno, sendo que na segunda fase (de 4ª a 6ª feira), com representantes de Conselhos Municipais ligados à área da Educação.
Segundo os participantes, o material apresentado e as explicações dos dois instrutores estão atendendo às expectativas, especialmente porque tiram dúvidas sobre temas sobre os quais havia dificuldades de entendimento.

EscutaZé!

Tirem as mãos do Pacaembu!

O prefeito Gilberto Kassab quer vender o Pacaembu, um patrimônio de todos os paulistanos, ao Corinthians.
Confesso que até ontem achava a gestão do nosso alcaide até que razoável. Até ontem (27).
Não iria votar nele nas próximas eleições, mas também não colocava nenhum óbice a alguns amigos que manifestavam essa intenção.
Mas depois dessa notícia, vou fazer campanha contra a sua reeleição.
Paulo Machado de Carvalho, que dá nome ao estádio, deve estar se revirando no túmulo, pois assim como este velho e torcedor blogueiro era são-paulino.
Na verdade, não importa o time de cada um. O Pacaembu é um patrimônio da cidade de São Paulo.
É dos são-paulinos, dos corinthianos, dos palmeirenses, dos lusos e de quem não tem time algum.
Conheci alguns estádios de futebol famosos nesta nada mole vida. Nenhum deles é tão bem localizado e agradável para se assistir a uma partida de futebol quanto o Pacaembu.
Foi ali, aliás, das antigas arquibancadas atrás do gol do Portão Monumental, que ainda adolescente vi o São Paulo ganhar de 4x1 do Santos, no dia em que Armando Marques expulsou Pelé e os santistas acabaram fugindo de campo.
E que um dia, nessa mesma época, abracei o próprio Paulo Machado de Carvalho, em carne e osso, depois de uma brilhante vitória tricolor de 3X1 sobre o Corinthians.
Hoje-em-dia só vou ao campo ver o São Paulo jogar quando a partida é nesse estádio, o que é cada vez mais raro.
Agora, o Pacaembu está à venda. Demos e tucanos não perdem a mania de querer vender tudo o que não é deles.
Daqui a pouco, vão leiloar o Ibirapuera, a represa Guarapiranga, o teatro Municipal, a estátua de Caxias, seu cavalo, tudo. Até o Borba Gato.
É impressionante. Lembro que há alguns anos a Subprefeitura de Pinheiros mudou de endereço.
Pensei que no grande terreno de suas antigas instalações fosse construída uma praça, uma escola, ou uma creche para os moradores do bairro.
Qual não foi minha surpresa, ao ver que naquele nobre lugar, em frente à Igreja da Cruz Torta, no Alto de Pinheiros, surgiu um luxuoso condomínio particular de edifícios.
Com ordem de quem venderam aquela área? Quanto foi arrecadado? O que foi feito com o dinheiro? Quem levou a comissão de seis por cento, comum no mercado imobiliário?
Agora querem vender o Pacaembu e, ainda por cima, para os corinthianos.
Senhor prefeito, fique tranqüilo. Este velho e polido blogueiro não vai se deixar levar pela tentação da rima fácil e chula.
Não estamparei aqui o refrão que provavelmente a Torcida Independente lhe reservaria se Vossa Excelência entrasse em campo.
Mas não posso deixar de apelar, com todo o respeito:

Hei, Kassab, tire as mãos do Pacaembu!


Dia da caça
Clique aqui para ler uma clássica e saborosa crônica de Juca Kfouri, sobre um dos marcantes encontros entre Pelé e Garrincha no estádio Paulo Machado de Carvalho: "O dia em que a caça consolou o caçador no Pacaembu".

Este comentário foi extraído do Blog semanal do jornalista José Luiz Teixeira

Júnior defende que contribuinte deduza do IR despesas com aluguel

Brasília (Fabíola Góis/Assessora de Imprensa) - Despesas com aluguel de imóvel residencial poderão ser deduzidas do Imposto de Renda da Pessoa Física. É o que defende o senador Expedito Júnior, que apresentou o Projeto de Lei do Senado nº 317/2008. Ao contrário do que ocorria no passado, a legislação tributária hoje não permite a dedução das despesas com aluguéis.
Júnior argumenta que a moradia está entre os direitos sociais protegidos pela Constituição Federal. “Esse direito vem sendo sistematicamente negligenciado pelo Poder Público”, afirma. Para o senador, uma das evidências maiores desse desrespeito ocorre no imposto de renda.
O senador entende que há uma discriminação com a pessoa física, já que a pessoa jurídica pode descontar do IR as despesas com aluguel e arrendamento mercantil. “A dedução, embora possa aparentar uma renúncia de receita, constitui uma forte ajuda para combater a sonegação e inibir a prática corriqueira de acordo entre quem aluga e o proprietário para reduzir os valores de aluguel, sempre à custa do Erário”, diz.

Jornal de Debates

MÍDIA & RELIGIÃO

Entre a cruz e... a cruz

*Daniel Sottomaior

Longa e antiga é a discussão sobre o que é notícia e o que deveria ser notícia. Apesar de toda sua subjetividade, esse carimbo vital que sai das mesas dos pauteiros e editores quase sempre expõe uma visão de mundo, em especial quando milhares de jornalistas tomam, independentemente, a mesma decisão. Essa sintonia mágica expressa valores e vieses embutidos profundamente no olhar da imprensa – e possivelmente em toda a sociedade.
Na segunda-feira (18/8), Vilma Martins Costa, a seqüestradora do caso Pedrinho, recebeu liberdade condicional em Goiânia. Nada mais natural que o caso tenha sido reportado em todo o país, sem grande destaque. O que não me parece nada natural é que não se tenha dado destaque algum ao fato de que o despacho do juiz Éder Jorge, da 4ª Vara Criminal do estado, também tenha recomendado a Vilma que freqüentasse entidades religiosas de formação cristã. A recomendação aparece bem ao lado de outros pedidos insuspeitos, como o de não portar armas e manter endereço fixo.
Se você leu isso e não se assustou, ao menos ao ponto de se engasgar e cair da cadeira, então um de nós dois tem um problema. Um de nós acha que os juízes de direito podem se comportar como se o Estado fosse confessional, e o outro não. Um de nós vê a "formação cristã" como fonte natural, universal e inquestionável de moralidade – talvez a única –, o outro não. Um de nós sabe que a laicidade do Estado está profundamente ligada à democracia, e que está expressa no artigo 19 da Carta Magna, o outro não. Um de nós sabe o que são garantias constitucionais como liberdade de consciência e crença, o outro não. Eu poderia continuar, mas acho que você já entendeu.

Arrogância abjeta

Não se trata aqui de indignação com a insensibilidade da imprensa em ver a relevância nacional da minha tia Maricota, mas com a profunda incapacidade de entender e valorizar elementos centrais da formação de democracias modernas e direitos individuais. Se estivéssemos no século 19, e ainda nem soubéssemos o que são direitos humanos e o papel da imprensa em proteger e fiscalizar a democracia, vá lá.
Mas os jornalistas de hoje supostamente são sensíveis a essas coisas. Com toda razão, chacinas e casos de preconceito racial fazem manchetes. Corrupção, nepotismo e tortura são pratos cheios. O princípio da igualdade é perseguido em todas as suas vertentes. Mas parece que essa profunda sensibilidade é bastante seletiva. Exaltar os brancos ou os sulistas é de uma torpeza abjeta, mas Deus nos livre denunciar a conversão forçada de cidadãos à crença em Nosso Senhor.
Nem um único jurista foi chamado para repercutir o fato, mesmo porque diversos veículos, como o próprio Consultor Jurídico, acharam tão desimportante a recomendação do bispo, digo, juiz, que nem sequer se deram ao trabalho de incluí-la na notícia. Não consultaram religiosos, cristãos ou não cristãos, grupos arreligiosos, ou uma associação de liberdade religiosa (sim, elas existem). Não publicaram editoriais clamando por liberdade e denunciando a abjeta arrogância culturocentrista da peça. Nada.

"Princípio da maioria"

Além de seu papel estruturante no funcionamento do Estado, a laicidade é questão vital para mulheres (direitos sexuais e reprodutivos), crianças e adolescentes (ensino religioso), minorias religiosas, GLBTs (direitos de família), pessoas com deficiência (direito ao avanço científico). Ela até chegou a ser abordada ao longo do recente julgamento no Supremo. Mas parece que o interesse foi artificial ou forçado. Salvo honrosas exceções, não havia indignação, não havia engajamento. E agora parece que sabemos por quê. Parece que os jornalistas querem mesmo é dizer amém.
Em artigo divulgado no site da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Victor Mauricio Fiorito Pereira, que atualmente é membro da instituição, afirmou que o Estado "com base no princípio da maioria, pode optar, quando necessário for, por determinada crença", o que lhe permite "elaborar sua legislação tomando como base as orientações doutrinárias de um determinado credo, nisto incluindo questões polêmicas como aborto, uso de células de embriões humanos e união homoafetiva".

Indolência crítica

Ora, adotar o "princípio da maioria" para subverter direitos individuais é botar a democracia de ponta-cabeça, pois ela se baseia justamente na proteção intransigente desses direitos. A afirmação do promotor, que pertence a uma instituição a quem se confiou a defesa desses direitos, é equivalente, no campo dos direitos humanos, a uma plena confissão de que a tortura e o linchamento são vias democráticas e constitucionais. A simples idéia de que há casos em que é necessário que o Estado opte por uma crença é inadmissível. Em um país sério, isso seria notícia.
Pereira também foi membro do Ministério Público de Goiás, o que levanta sérias dúvidas sobre o que anda se passando no centro-oeste, mas a mídia do país inteiro, em uníssono, não vê que isso seja pauta. Ou eles não conseguem perceber que o Estado está sendo usado para emplacar valores religiosos e converter os cidadãos, ou não se importam. O que é mais grave?
Mais que preocupante, esse torpor jornalístico é um tapa na cara de qualquer cidadão e denuncia com clareza a indolência crítica de nossos meios de comunicação em matérias de relevância não apenas nacional, como global. Com a palavra, nossos editores e jornalistas. (Fonte:Observatório da Imprensa)

*Engenheiro, São Paulo, SP

Notícias de Rolim de Moura

Prefeitura aprimora ações de inclusão social

Assessoria de Imprensa

A secretária de Ação Comunitária de Rolim de Moura, Maria de Lourdes Alves Saldanha destacou ontem ter sido coroado de pleno êxito a realização do primeiro Fórum Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, quando foram debatidas questões relacionadas à saúde, reabilitação profissional, e acessibilidade à educação e ao trabalho. De acordo com a secretária o fórum que é uma preparação para as conferências estadual e nacional, serviu ainda de base para o aprimoramento das ações da prefeitura direcionadas aos portadores de necessidades especiais no município.
De acordo com Maria de Lourdes, este evento visou debater no âmbito municipal, a construção e consolidação das políticas de acessibilidade e outros interesses das pessoas com deficiência; analisar os obstáculos e avanços da política municipal para a integração da pessoa com deficiência; escolher os delegados que representarão Rolim de Moura e encaminhar as propostas aprovadas na plenária à II Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Segundo a secretária, o fórum propiciou a participação ampla e democrática de todos os segmentos da comunidade de Rolim de Moura, além de se obter um produto final que sirva de orientação para a Conferência Estadual e Nacional. A fase estadual deve acontecer nos dias 17, 18 e 19 de setembro de 2008, na cidade de Porto Velho.
De acordo com Maria de Lourdes, Rolim de Moura tem uma série de propostas a ser levadas a plenária da conferência estadual, destacando-se as seguintes: regulamentar e garantir através dos poderes Federal, Estadual e Municipal – a profissão do intérprete em todos os segmentos da área de saúde; assegurar recursos no Plano Plurianual para garantir a estruturação da rede de atenção aos deficientes; capacitar os agentes de saúde para que identifiquem maus-tratos por parte de seus curadores de portadores de necessidades especiais, e assim denunciar ao Ministério Público; eliminar as barreiras de atitudes com cursos de sensibilidade para os profissionais da educação; capacitação para professores nas escolas regulares; adaptação dos prédios escolares a fim de garantir o acesso para todos os alunos; garantir criação, em todos os municípios do Centro de Convivência para os portadores com deficiência que não tem condições de escolaridade, com a equipe multiprofissional tais como: pedagogo, assistente social, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, médico e odontólogo; garantir serviços específicos para alunos com deficiência visual e surdez, na Universidade; incluir com obrigatoriedade, na formação de professores, o uso de recursos didáticos específicos, de acordo com a área ou disciplina "libras", "soroban" e "braille"; e incentivar o uso dos recursos tecnológicos como a informática, no contexto escolar.
A II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência será realizada em dezembro de 2008, com abrangência nacional e caráter deliberativo e terá por finalidade analisar os obstáculos e avanços da Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência.
A etapa nacional deverá considerar a consolidação das Conferências ou Fóruns Estaduais e Municipais dos Direitos da Pessoa com Deficiência e tratar dos temas relevantes em âmbito nacional.
Orquestra Solidária
A Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Semecel) já está recebendo a inscrição de alunos interessados em participarem do projeto Orquestra Solidária, que tem como objetivo promover maior integração e desenvolver habilidades artísticas voltadas para a área musical.
A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Neide de Lima Raimundo informou que as matrículas estão sendo feitas no Teatro Municipal (das 7h30min às 13h30min) e os alunos interessados devem ter entre 10 e 17 anos, e ainda, se encontrarem devidamente matriculados nas escolas das redes públicas estadual e municipal de ensino.
As inscrições para o projeto Orquestra Solidária se encerram no próximo dia 5 de setembro. De acordo com a secretária Neide de Lima o curso é gratuito, e a prefeitura disponibilizará todos os instrumentos necessários para uma brilhante e afinada orquestra municipal.
Olho Vivo
A Controladoria Geral da União - CGU está realizando desde o ontem 27, em Rolim de Moura, o programa Olho Vivo no Dinheiro Público, que termina amanhã e que consiste na mobilização e sensibilização para o controle social, e é direcionado aos agentes comunitários e conselheiros municipais com capacitação através de palestras, que foram denominadas de "mesa de controle" .
A abertura do evento foi no Teatro Municipal. A primeira palestra foi ministrada por Sônia Maria Mendes, Chefe da CGU.
A ação da Controladoria Geral da União envolve representações dos municípios de Rolim de Moura, Alta Floresta, Nova Brasilândia, Novo Horizonte e Santa Luzia do Oeste.
O objetivo principal da capacitação é o compartilhamento dos conhecimentos adquiridos com os agentes comunitários e os conselheiros municipais, tendo em vista que as pessoas que ministram as palestras, são técnicos.
O Programa Olho Vivo no Dinheiro Público, visita vários Estados durante o ano e ensina aos cidadãos como fiscalizar os recursos públicos. As pessoas aprendem com os palestrantes da CGU a ficar de olho no dinheiro do povo para saber se está sendo gasto de forma correta, sem corrupção.
Pequeno Dragão

Com o apoio da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Semecel) foi realizada a 1ª Copa Pequeno Dragão de Karatê e que envolveu atletas de Cacoal, Vihena, Colorado do Oeste, Santa Luzia do Oeste, São Miguel do Guaporé, Buritis, Espigão do Oeste, Alvorada do Oeste, Ji-Paraná e de Rolim de Moura.
A secretária de Educação Neide de Lima Raimundo informou que o evento esportivo foi uma realização da Academia Pequeno Dragão de Rolim de Moura.
Declarou ainda a titular da Semecel que esta foi a terceira fase estadual de karatê. A copa teve a seguinte classificação: 1º lugar – Academia Pequeno Dragão de Rolim de Moura, 2º lugar – Academia Stillus de Ji-Paraná; 3º lugar – Impacto Academia de Ji-Paraná; e em 4º lugar – Academia Fenix de Alvorada do Oeste.

SEAS e Uveron intensificam campanha para o Banco de Leite do HB

Porto Velho (Decom) - A secretária de Ação Social, Tânia Pires, acompanhada da primeira – dama do Estado, Ivone Cassol, presidente da União dos Voluntários do Estado de Rondônia - Uveron -, está visitando secretarias estaduais com o objetivo de mobilizar os servidores para participar da campanha de arrecadação de frascos para o Banco de Leite Santa Ágata do Hospital de Base Ary Pinheiro de Porto Velho.
Essa campanha é permanente, mas está sendo intensificada neste período para aproveitar a programação da Semana Mundial da Amamentação que em Rondônia foi prorrogada para um mês, graças a uma articulação da Seas e a Uveron, em parceria com a Sociedade de Pediatria de Rondônia.
Segundo a secretária de Assistência Social do Estado, Tânia Pires, que está acompanhando a primeira – dama nos demais órgãos da administração estadual nesse trabalho, o objetivo é conscientizar a população sobre a importância do Banco de Leite. “Pedimos aos nossos colaboradores que assumam voluntariamente, o papel de agente multiplicador dessa causa de grande relevância social.”, justificou.
Durante reunião no auditório da Seas com a equipe da pasta, Ivone Cassol, informou que a arrecadação de frascos para o Banco de Leite do HB já está sendo feita com sucesso por alunos da rede pública estadual. “É uma atividade importante para os estudantes. Além de praticar a solidariedade, os estudantes ajudam na preservação do meio ambiente porque evita que os recipientes de vidro sejam jogados no lixo, podendo comprometer a natureza, caso não seja recolhido corretamente”.

Governador participa de audiência pública sobre as Usinas do Madeira

Porto Velho (Decom) - O governador Ivo Cassol participou na manhã de ontem (27), na Assembléia Legislativa, da audiência pública sobre a instalação das usinas hidrelétricas no rio Madeira e sobre política florestal. Proposta pelo deputado estadual Jesualdo Pires, a audiência teve o propósito de discutir os problemas sociais oriundos da instalação das usinas no Estado de Rondônia.
Para incitar a discussão foram apresentadas duas palestras. A primeira sobre a importância econômica e social da indústria madeireira em Rondônia e a segunda, sobre a defesa da utilização da corrente alternada na distribuição da energia a ser produzida pelas usinas, já que o projeto do governo federal prevê apenas a corrente contínua, o que impossibilita que o estado de Rondônia usufrua a energia.
A audiência foi presidida pelo presidente da Casa de Leis, Neodi Carlos, que abriu os trabalhos. Além do presidente Neodi, compuseram a mesa diretiva o governador Ivo Cassol, o superintendente do Ibama-ro, Leozildo Benjamim, o gerente executivo de Furnas, Afonso de Andrade, Presidente do CREA-RO, Geraldo Sena, o deputado Jesualdo Pires e o representante do ministério publico, o sub-procurador Ivo Benites.
Em seu discurso, o preponente da audiência, deputado Jesualdo Pires, criticou a postura do governo federal que tem discriminado o estado de Rondônia em diversas ações, como a questão do gasoduto de Urucum, a transposição dos servidores do antigo território e a dívida do Beron. “O governo federal insiste em deixar Rondônia de fora das suas ações, enquanto outros estados amazônicos recebem mais incentivos, como o Acre, o estado de Rondônia fica penalizado”, advertiu.
Aos proferir suas palavras, o governador Ivo Cassol falou da necessidade da industrialização do setor produtivo madeireiro, com incentivo do governo federal em linha de crédito para aquisição de equipamentos modernos que permitam o desenvolvimento do setor no estado e defendeu o trabalho dos empresários madeireiros sérios e empreendedores.
Cassol defendeu ainda a utilização da linha de transmissão em corrente alternada e aproveitou a oportunidade para falar da campanha do ICMS verde. O governador prometeu iniciar uma campanha para alterar a atual legislação tributária, que beneficia o estado consumidor da energia a ser produzida pelas usinas do Madeira. “Queremos que o governo federal faça um projeto de emenda constitucional para que Rondônia possa receber parte do ICMS sobre a produção e distribuição de energia. Não podemos deixar que o estado de Rondônia seja apenas fonte de matéria-prima para os estados mais ricos da federação”, concluiu.
Após a audiência pública, que foi prestigiada por diversos representantes da sociedade civil, autoridades parlamentares, docentes e estudantes, o governador Ivo Cassol participou do lançamento do projeto Usina Hidrelétrica de Jirau, que tem como consórcio vencedor, o Energia Sustentável do Brasil.

Concurso

Antes de participar da audiência pública, o governador Ivo Cassol despachou com o secretário de Administração, Valdir Alves. Entre as pautas discutidas, estava a realização de concursos para provimento de vagas no funcionalismo público estadual.
Segundo o secretário Valdir, até o final de setembro será lançado o edital do concurso da Sefin, para provimento de 50 vagas para auditores fiscais do Estado. O secretário informou ainda, que haverá concurso para área da saúde e novo concurso para a Secretaria de Educação, devido há aprovação de apenas 1500 candidatos, no último concurso realizado, para um quantitativo de vagas ofertadas de 3740.“Teremos que realizar um novo concurso para o preenchimento dessas vagas”, afirmou.

Usinas do Madeira

Durante o almoço de lançamento da Usina de Jirau, em Porto Velho, o governador Ivo Cassol parabenizou os empreendedores pela iniciativa do grande empreendimento, e defendeu que a energia gerada seja também fornecida para o estado de Rondônia, onde irá baratear o custo local e gerar empregos, ao invés de somente favorecer as regiões sul e sudeste, como pretende o Governo Federal, distribuindo em corrente alternada de alta tensão, e não em corrente contínua.
Outro ponto defendido pelo governador foi que o Consórcio Mesa, que irá construir a usina de Jirau, emplaque os veículos no estado, o que resultará numa maior arrecadação de IPVA, a ser revertido em benefícios do estado e do município, e que a partir de agora irá defender uma mudança na legislação, contando com apoio da bancada federal, para que o ICMS seja recolhido na geração e não onde é consumido, como ocorre hoje. “Vamos propor o ICMS Verde, que dará compensações aos estado da Amazônia que produzem matéria prima e energia para o restante do país e nada recebe em troca”, declarou.

Caderno da Cidadania

ELEIÇÕES 2008

As novas formas de violência

*Muniz Sodré


A violência que campeia no Rio e em São Paulo é normalmente associada pelo leitor ou espectador de mídia a assaltos e tiroteios. Mas é preciso prestar atenção a aspectos miúdos tanto da atual campanha eleitoral no Rio quanto do cotidiano institucional dos cidadãos para se tomar contato com uma dimensão regressiva da violência que, a médio prazo, poderá ser tão ou mais assustadora do que as anomias conhecidas.
Assim é que em O Globo (17/8/2008) se pode ler que duas professoras de História da Escola Municipal Aureliano Ribeiro, em Piabetá, foram transferidas como retaliação às lições que deram sobre coronelismo e a República Velha. Uma delas descreve a perseguição:
"Um dos alunos da oitava série era filho de uma amiga da prefeita e comentou com a mãe o que estava aprendendo. Logo depois, a diretora pediu minha transferência. Só dei a matéria do livro..."
Este é um episódio análogo à realidade, ainda próxima, da maioria dos professores sob o regime militar. Em escolas de ensino básico, ou mesmo em cursos superiores, não se podia citar impunemente Marx ou outros clássicos do pensamento social associados à transformação do Estado. O próprio fenômeno do "coronelismo" político no Nordeste era tema perigoso, ainda que pela simples referência deslocada à patente militar.
Marketing e currais eleitorais
Tão ou mais regressivo ainda é o fenômeno das candidaturas de membros de clãs, destinados a manter oligarquias locais. Um exemplo: em Nilópolis (RJ), o candidato a prefeito que detém a apoio da máquina municipal e da principal coligação partidária pertence à oligarquia comanda pelo chefe da contravenção local, vinculado à quadrilha da máfia dos jogos.
Esta segunda realidade é certamente associável aos processos eleitorais da República Velha, quando se votava a bico de pena nos "coronéis", sob a vigilância de jagunços. A campanha eleitoral de agora nos "grotões" urbanos e periféricos do Rio é marcada, como tem demonstrado a imprensa carioca, pela presença e pela truculência de candidatos, militares e civis, ostensivamente armados.
É certo que as novas feições desse velho tipo de violência institucional vinha se desenhando ao longo das duas décadas posteriores ao fim do regime militar. Por exemplo, as eleições municipais de 2004 no Brasil, que a mídia classificou como "um dos maiores espetáculos eleitorais da modernidade" (5.563 municípios, 350 mil candidatos a vereador, 15 mil candidatos a prefeito, 400 mil urnas eletrônicas, 360 mil seções eleitorais e 120 milhões de eleitores), realizadas contra um fundo de desemprego generalizado, foram, na prática, uma combinação violenta de marketing avançado com currais eleitorais ao estilo antigo.
Recrudescimento da violência
Não é preciso ser um grande analista para entender que foram se frustrando aos poucos as expectativas progressistas no sentido de que partisse da nova esquerda política uma práxis de conteúdo libertário, um "choque social" ou uma ruptura do modelo econômico dominante que proclamasse uma política de renovação institucional. É preciso ressaltar que foram vários os teóricos, ao longo do século passado, a manifestar descrença quanto à possibilidade de que se pudesse desenvolver tal práxis no interior da democracia parlamentarista.
Já na primeira metade do século 20, o politólogo Carl Schmitt sustentava que a crise do parlamentarismo "se mostra na incompatibilidade entre instituições e regulações remanescentes do século passado e a nova realidade". Ele via a degeneração do parlamento na passagem de sua antiga condição de instituição de debate público à de articulação de negócios privados, argumentando que o anacronismo dessa forma institucional instrumentaria a corrupção e tenderia ao centro, isto é, à despolitização e suas conseqüências.
Schmitt pertencia à direita política européia. No entanto, Alain Badiou, um pensador de esquerda, ativo na atualidade francesa, segue a mesma linha de raciocínio:
"O parlamentarismo é uma forma política que exclui a ruptura, já que ele garante pelo menos uma continuidade, que tem a ver com a forma constitucional do Estado e, talvez, mais fundamentalmente, a continuidade da idéia de representação em sua dupla forma."
Em outras palavras, haveria um conservadorismo de estrutura no parlamentarismo que subordina a voz popular ao voto e, portanto, subordina a política a meros ritos de calendário eleitoral.
Evidentemente, a complexidade dessa questão exige a minúcia e a paciência das longas análises. Mas os tópicos levantados podem servir como balizas para imprensa e público melhor observarem o que está ocorrendo no país, onde algo mais grave do que o velho autoritarismo estatal se instala à sombra do enfraquecimento das instituições, por sua pura e simples caduquice cívica. E esse "mais grave" é o recrudescimento da violência, seja qual for a sua forma visível. (Fonte:Observatório da Imprensa)

*O autor é: Jornalista, escritor e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Jornal de Debates

LIVRE-ARBÍTRIO É ISSO

Adeus Quarto Poder, agora você é indústria

Alberto Dines

Um "criativo" da velha McCann Erikson carioca inventou, no início dos anos 1940, um slogan para o Repórter Esso, logo incorporado ao repertório de metáforas cotidianas: "testemunha ocular da História". Ao longo de quase sete décadas ninguém percebeu a redundância: toda testemunha é ocular (as de oitiva, geralmente suspeitas). Apesar do pleonasmo, a expressão colou. Mais do que isso: não apenas o Repórter Esso, mas todos os jornalistas foram convertidos em testemunhas oculares da História.
Nos dias 18 e 10 de agosto, em São Paulo, testemunhamos um momento crucial na história do jornalismo pátrio quando, por vontade própria, o seu segmento mais poderoso resolveu praticar um haraquiri coletivo – deixou de ser serviço público para converter-se em indústria. E, como indústria, admitir sua inevitável e recorrente obsolescência.
A metamorfose se deu no 7º Congresso Brasileiro de Jornais, quando o patronato, convocado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), tirou a imprensa da nobre condição de Quarto Poder, revogou uma simbologia há mais de dois séculos entranhada no âmago das democracias representativas e apresentou-se como Indústria Jornalística.

Conteúdo e função

Livre-arbítrio é isso. Eliminando eventuais sentidos pejorativos (relativos a astúcia e ardil), a palavra indústria aplica-se ao conjunto de pessoas, processos e maquinário envolvido no fabrico de determinado produto. Tudo bem: indústrias geralmente associam-se à noção de progresso, produzem lucros, lucros movimentam a economia, distribuem riquezas, promovem o bem-estar material.
O Quarto (ou Quinto ou Sexto) Poder é outra coisa, situa-se na esfera pública, é a matriz da cidadania, do civismo e da participação política. O Quarto Poder era o poder que fazia do indivíduo uma força coletiva.
Convém lembrar que a internet americana, apesar da sua pujança, não conseguiu nem jamais conseguirá tirar um presidente da Casa Branca como aconteceu com Richard Nixon. A prova está em George W. Bush, que ganhou a primeira eleição no tapetão e no segundo mandato está levando a maior superpotência para o brejo.
Quando a imprensa era instituição, jornais também deveriam ser lucrativos, mas nos intervalos entre balancetes e balanços havia um compromisso com o interesse público.
A metamorfose ocorreu nestas bandas dentro do período dedicado à comemoração dos 200 anos da imprensa brasileira (13 de maio – 10 de setembro), como se a nova indústria quisesse livrar-se formalmente da condição anterior.
O primeiro periódico a circular livremente no Brasil dizia na primeira sentença do seu primeiro texto que "o primeiro dever do homem em sociedade é ser útil aos membros dela" (Correio Braziliense, nº 1, pág.3, 1º de junho de 1808).
Exatos 200 anos depois, não contente em obliterar a data para apagá-la da memória nacional, a nova indústria jornalística muda a sua própria natureza. Sua preocupação passa a ser meramente tecnológica. Gerou uma formidável ferramenta – a internet – e agora se submete a ela, mesmo reconhecendo suas limitações. A web era um meio, agora converteu-se num fim, algumas coisas perderam-se no meio do caminho – conteúdo e função – mas ninguém está interessado nelas.

Matérias escondidas

A pauta do 7º Congresso Brasileiro de Jornais foi rigorosamente não-jornalística e intensamente internetística, digital. Basta ver as matérias publicadas nos dias seguintes pelos três jornalões responsáveis pelo convescote.
1º dia, edições de 19/8
** O Estado de S.Paulo (pág. B-14): "Congresso traça cenário positivo para a indústria de jornais; empresários e executivos dizem que, mesmo passando por mudanças radicais [isto é, internet], jornais continuarão a crescer"
** Folha de S.Paulo (pág. A-10): "Ministro vê crescimento robusto de jornais; Miguel Jorge diz que `grandes títulos na internet são os mesmos dos impressos no Brasil´"
** O Globo (pág. 24): "Jornais defendem uma nova Lei de Imprensa; associação propõe regulação mínima com mecanismos de direito de resposta e fixação de indenizações" [os concorrentes também levantaram a questão da Lei de Imprensa em matérias secundárias]
2º dia, edições de 20/8
** Estado de S.Paulo (pág. B-15): "Classe média dá impulso a jornais; presidente de associação de mídia diz que jornais têm cinco anos para se adaptarem à era digital"
** Folha de S.Paulo (pág. A-10): "Leitores associam jornais a confiabilidade, diz pesquisa"
** O Globo (pág. 25): "ANJ: desafio é conquistar fidelidade do novo leitor; segundo presidente de associação, jornais têm de aproveitar expansão da classe média e levar conteúdo para a internet"
Estas foram as matérias principais, escolhidas a dedo pelos editores para "vender" os conceitos que marcarão a nova indústria. Textos mais importantes, porém relacionados com o statu-quo ante, não tiveram igual destaque:
** "Especialistas divergem sobre a interação entre jornal e internet" (Folha, 20/8, pág. A-10)
** "O jornal é a âncora do mundo, diz a pesquisadora" (Estadão, 20/8, pág. B-15)
** "Informação de qualidade é uma coisa rara" (idem)
** "Pesquisa aponta credibilidade do jornal; para entrevistados por Ipsos Marplan, impresso é `âncora do mundo´" (O Globo, 20/8, pág. 25)

Matérias "leves"

No fim de semana seguinte ao Congresso (23 e 24/8), os jornalões apareceram com "pesquisas" realizadas por diversas assessorias de comunicação para mostrar a importância do meio jornal para os multiplicadores de opinião.
Este frenesi histérico-badalativo para promover a nova indústria revela, antes de tudo, um total desnorteamento dos seus dirigentes no tocante ao futuro: o que é que se pretende até 2020, ou melhor, qual o sentido da convocação para "Re-Construir o jornal para a Era Digital"?
Algo foi destruído? Ou algo precisará ser destruído para que em cima dos escombros seja erigido um novo medium?
A grande verdade é que a ANJ está novamente diante de uma crise de identidade, a terceira desde a sua criação.
Início dos anos 1980, regime militar exaurido, a nova geração de empresários-jornalistas que tornou possível a criação de uma entidade patronal concluiu que não havia mais lugar para o jornalismo pré-1964.
As redações são expurgadas da velha-guarda "romântica", inicia-se um delírio novidadeiro acompanhado pela cruzada para acabar com a obrigatoriedade do diploma e assim abrir as portas dos jornais à "modernidade". Ícone do período foi o USA Today, paradigma do jornalismo sintético, híbrido de jornal com TV (a propósito: que fim levou o USA Today?).
Dez anos depois, início dos 1990, Fernando Collor de Mello escorraçado, os estrategistas da ANJ acharam que o vácuo de poder deixado pelos militares precisava ser preenchido por uma imprensa poderosa, infalível, arrogante. Ferramenta escolhida: o denuncismo. Derrubar presidentes era o sonho de qualquer estagiário, sobretudo quando era do PT. A palavra de ordem era aumentar a circulação a qualquer preço. O marketing virou panacéia. Convocaram-se os consultores de Navarra para inventar maneiras de atrair jovens e mulheres que, segundo eles, só conseguiriam pegar num jornal se tivesse muito infográfico (uma imagem vale 10 mil palavras – lembram?), muita matéria "leve", pouco noticiário internacional, muitas páginas de medicina e comportamento.

Vítima do progresso

Os jornais se converteram em meros envelopes de fascículos, as tiragens dobraram, era preciso comprar novos equipamentos gráficos, ninguém se preocupou com o fato de que os jornais tornavam-se descartáveis, simples veículos para distribuir as séries colecionáveis.
Passada outra década, novo surto suicida: diante da expansão da internet, jornais assumem previamente que desta vez não conseguirão enfrentar as novas tecnologias (como acontecera no século passado, com o advento do rádio e da televisão). Não se contentam em usar as formidáveis ferramentas digitais para qualificar o seu conteúdo, querem usá-las para o seu sepultamento.
A imprensa está utilizando o seu potencial messiânico e o poder de pavimentar as profecias para anunciar a própria destruição. Desiste de seu papel de provocador de avanços para conformar-se como vítima de um imponderável e precário progresso.
Livre-arbítrio é isso.

Leia também
A universalização do "informe publicitário" – A.D.
Jornais, o passado e o futuro – A.D
(Fonte:Observatório da Imprensa)

Prefeitura começa a montar UTI no hospital municipal

Rolim de Moura (Assessoria) - A Prefeitura Municipal de Rolim de Moura começa a equipar a Unidade de Tratamento Intensivo – UTI, que está sendo implantada no Hospital Municipal Amélio João da Silva. Recentemente o local foi inspecionado por autoridades da área da saúde que aprovaram o projeto. De acordo com a diretora de enfermagem do hospital municipal, Aparecida das Neves Martins, quando em funcionamento a UTI contará com nove leitos e uma área de isolamento.
Esta semana a Prefeitura recebeu um ventilador mecânico que é acionado no caso dos pacientes que não conseguem respirar (trata-se de um equipamento indispensável em uma UTI). O aparelho é da marca Leitsung. O moderno o equipamento está no mercado há aproximadamente 5 anos. A empresa está disponibilizando um técnico que fará o treinamento dos servidores que atuarão nesta nova unidade de saúde. A assistência técnica oficial da empresa Leitsung está em Porto Velho, facilitando assim a manutenção dos aparelhos.
A Prefeitura também já iniciou os procedimentos administrativos visando à compra de dez respiradores. A previsão é de que a UTI de Rolim de Moura entre em funcionamento ainda este ano.

Seduc anuncia mais benefícios para servidores em reunião com o Sintero

Porto Velho (Veronilda Lima/Decom) - Todos os assuntos relacionados à Educação estadual, que não esbarram na legislação estão sendo discutidos e definidos pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), em reunião com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Rondônia (Sintero). É o caso do enquadramento dos técnicos administrativos da Seduc à Lei Complementar 420, de 9 de janeiro de 2008, que deverá acontecer a partir de setembro, enquanto o dos professores será feito posteriormente.
O assunto esteve em pauta em mais uma reunião realizada pela secretária Marli Cahulla e equipe da Seduc; o representante da Secretaria de Estado de Administração, João Taborda, com a diretoria do Sintero, presidida por Claudir Mata.
Com relação à obrigatoriedade da reposição de aulas dos professores que gozam licença-médica, a secretária Marli Cahulla disse que está sensível à questão e que envidará esforços para encontrar a solução, observando as condições materiais, financeiras e de recursos humanos da Seduc.
Para garantir comodidade aos funcionários e agilidade aos serviços, Taborda anunciou que a Sead vai instalar uma Junta Médica em Vilhena, que se somará à existente em Porto Velho e à que está em fase de instalação em Ji-Paraná.
Ainda foi informado aos representantes do Sintero que, conforme foi combinado na primeira reunião realizada há 15 dias, junto com o salário do mês de setembro será pago também o 1/6 de férias dos professores do Profuncionário, curso de educação a distância, em nível médio, voltado para os trabalhadores que exercem funções administrativa nas escolas das redes públicas estaduais e municipais de Educação Básica.
Os impactos causados pelo piso salarial aprovado recentemente pelo Congresso e a redução da carga horária dos professores também fizeram parte da reunião, ocasião em que tanto a Seduc quanto a Sead se comprometeram em formar uma comissão para avaliar a necessidade de contratação de novos professores.
A secretária Marli considera as reuniões um momento importante para a tomada de decisões, por serem avaliadas as necessidades e viabilidades de todas as partes envolvidas, com vistas à continuidade do processo de melhoria da qualidade do ensino da rede estadual.

Cahulla participa de evento no TRE e defende eleições limpas

Porto Velho (Decom) - Convidado para debater em audiência pública, no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), sobre o voto livre e consciente, o vice-governador João Cahulla aproveitou para reforçar o apelo das autoridades eleitorais, em defesa de eleições limpas, transparentes e democráticas.
“O trabalho da justiça eleitoral, do Ministério Público, da Associação dos Magistrados Brasileiros, da OAB, e dos demais envolvidos nessa iniciativa de levar informações ao eleitorado sobre o processo de escolha dos candidatos é uma atitude cidadã e que desperta na consciência coletiva uma maior preocupação com a escolha dos nossos representantes”, disse Cahulla.
Além do vice-governador, participaram da audiência pública, que ocorreu simultaneamente em todo o país, o presidente do TRE/RO, Cássio Sbarzi Neto, os juízes eleitorais Raduam Miguel Filho, da 6ª Zona Eleitoral; Rosimere Pereira de Souza, da 20ª Zona; Alexandre Miguel, da 21ª; Tânia Mara Guirro, da 22ª, e Sérgio William Teixeira, da 29ª, além do presidente da OAB/RO, Hélio Vieira, promotores e delegados da Polícia Federal.
O evento é uma ação da Campanha Eleições Limpas, uma parceria entre a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A intenção da Justiça Eleitoral, segundo o presidente do TRE/RO, é esclarecer quaisquer dúvidas relacionadas à eleição e ao voto e, principalmente, ouvir a sociedade. “Que o eleitor esteja atento e consciente de seu papel. Que denuncie qualquer irregularidade às autoridades, pois estamos nos aperfeiçoando e buscando a cada dia estabelecermos normas que tornem as eleições mais limpas e democráticas. Mas, esse é um desafio que precisamos da participação efetiva da sociedade”, completou Cássio Sbarzi.
Técnicos do TRE/RO apresentaram detalhes sobre o processo de votação, com a utilização da urna eletrônica, assegurando a lisura e a segurança desse processo.

Feitos & Desfeitas

OLIMPÍADA 2008

A mídia e os "gênios" do futebol

José Paulo Lanyi

Entre as várias decepções brasileiras desta Olimpíada, nenhuma foi tão mal assimilada quanto a do nosso futebol masculino. Até os arqui-rivais argentinos "se ressentiram" da facilidade com que fomos goleados pela equipe liderada pelo contundente Lionel Messi. Diego Maradona viu um Brasil "apequenado". Do lado de cá, Ronaldinho Gaúcho chorou e, dizem os repórteres, ficou sem dormir depois da piaba.
Mas nada como um ou dois dias após o outro, informa-nos o Terra:
"Ronaldinho admite estar recuperado da tristeza que sentiu após a derrota para a Argentina, quando passou a noite em claro em um refeitório da Vila Olímpica. Depois de receber o bronze, em Pequim, o jogador elogiou os companheiros de competição.
`Formamos um grupo que se empenhou ao máximo desde o primeiro dia de preparação, e essa conquista merece ser valorizada´, disse."
Medalha de bronze olímpica não é o mesmo que um engradado de cerveja faturado na aposta peladeira de um domingo ensolarado em Bonsucesso. Neste ponto, o atleta tem razão. Difícil é concordar com o "empenho ao máximo" de um grupo que, diante da Argentina, jogou o futebol-caranguejo, com os seus toquinhos de lado e para trás. Sem pressa, sem força, sem luta, sem vergonha.
Pelo jeito nada disso importa, a julgar pela notícia aqui reproduzida. Tristeza de superstar dura pouco. Ronaldinho já está de volta ao seu pedestal.

Peso do elogio

Mas a mesma mídia que o tem endeusado, ano após ano, parece perder a paciência. Como exemplo, tomemos um símbolo de torcedor-animador de galera que bem representa um quinhão significativo do jornalismo esportivo brasileiro, nos mais diversos meios. Seu nome é Galvão Bueno.
Eis algumas de suas frases durante a transmissão da disputa do bronze no vôlei de praia masculino entre as seleções do Brasil e da Geórgia. Ronaldinho e seus colegas já haviam ficado para trás.
** "Nem todos [os derrotados] são heróis olímpicos, porque tiveram um tratamento de primeira grandeza";
** "[Ricardo e Emanuel] demonstraram profissionalismo, seriedade e força mental";
** "Nada é considerado excepcional só porque chegou à Olimpíada";
** "Está na hora de mudar o discurso";
** "Não é a cor da medalha que importa, nem o dinheiro que se ganha".
"O torcedor mais bem pago do Brasil" – como definiu o jornalista Ricardo Kotscho, no iG –, porta-voz sênior do ufanismo, mandou o seu recado, em nome de milhões que já não suportam assistir ao desfile de máscaras do futebol dos homens.
O que Galvão não diz é que o jornalismo esportivo – ele incluído – está imerso, há muito, nesse oba-oba que, de uns anos para cá, tem acabado em silêncio. É como Pelé sintetizou, no Terra:
"É preciso que se pare de transformar todo novo talento que aparece no Brasil em um grande craque. O que acontece é que os meninos são tratados como gênios e ainda nem têm experiência para carregar esse peso".

Brio e vontade

Ronaldinho Gaúcho é "rodado", bem como outros "europeus" que também não se acomodam a esse perfil, mas, talvez, ao do atleta escudado no próprio nome e nada mais. Ocorre que nos dias de hoje os adversários não respeitam ninguém. A seleção brasileira, por exemplo, é só mais uma a ser batida. Simplesmente se passa por cima.
O jornalista esportivo poderia atentar para o fato de que a vida de um ser humano se assemelha à história de um império: luxo e auto-indulgência, combinados, levam o antigo vencedor à ruína.
Por isso, cobrar do atleta, do dirigente esportivo e do político tende a dar bons resultados a médio e a longo prazos. Ao menos, ajuda a evitar o vexame.
Ontem, críticas justificadas à então "pipoqueira" seleção brasileira feminina de vôlei; hoje, palmas sinceras para a campeã olímpica.
"A nossa medalha é amarela mas é ouro", ironizou o técnico José Roberto Guimarães após a conquista, conforme o Globo Esporte.com:
"As palavras do técnico foram direcionadas às pessoas que não se cansaram de chamar a equipe de amarelona, de time que chega à final e não decide. As críticas são, principalmente, em função do 24 a 19 de Atenas, quando a seleção perdeu na semifinal para a Rússia após estar em vantagem, e da derrota no Pan-Americano, no Rio de Janeiro".
Críticas doem na pele. Com sorte, enfatizo, atingirão os ossos e as vísceras. Se não são suficientes para garantir os bons resultados, tendem a despertar o brio, a vontade de lutar naqueles que ainda têm salvação.
Os que não reagem não deveriam ser poupados de uma verdade: embora possam ter sido algo um dia, hoje já não o são. Que se esforcem ou dêem lugar para outros. (Fonte:Observatório da Imprensa)