Manaus (Amanda Mota/Agência Brasil) - O governo do Amazonas e o Banco Mundial firmaram um acordo de financiamento para garantir a realização do projeto de desenvolvimento da região do Alto Solimões. Os recursos totalizam US$ 35 milhões e serão aplicados nos próximos quatro anos em obras de saneamento, desenvolvimento sustentável e saúde nos nove municípios da região. Juntas, essas cidades ocupam 213 mil quilômetros quadrados, com uma população próxima de 230 mil habitantes, vivendo nas áreas urbana e rural e em quase 150 aldeias indígenas.
O acordo, firmado em Tabatinga, é resultado de quatro anos de negociações, consultas e estudos de órgãos dos governos federal e do Amazonas, da sociedade civil e do banco. A idéia de investir no Alto Solimões surgiu em 2002, quando uma pesquisa do governo amazonense identificou a área como a região com os mais elevados índices de pobreza e de vulnerabilidade a doenças, além de concentrar os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Amazonas.
Apesar desses fatores, a região é rica em recursos naturais, abriga grandes áreas de floresta preservada e vasta diversidade de peixes. O Alto Solimões é considerado estratégico pelo governo federal por estar localizado na tríplice fronteira - Brasil, Colômbia e Peru.
Segundo o secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra, o desenvolvimento da região permitirá, por exemplo, o fim do comércio ilegal de peixes, entre Tabatinga e Colômbia. O secretário antecipa que uma das medidas para desenvolver a região será a implantação de um sistema pesqueiro que organize a atividade no local. De acordo com ele, porém, não é possível saber a quantidade exata de peixe contrabandeado.
"É difícil precisar isso. Ainda assim, pelo que estamos observando, das 130 toneladas de peixe pescadas por mês, cerca de 100 [toneladas] são contrabandeadas".
Um engenheiro da Sepror já está em Tabatinga para identificar os problemas relacionados à atividade pesqueira e para treinar os profissionais que irão atuar na região. Na região o contrabando de peixes para a Colômbia é aberto.
“É preciso criar as oportunidades para que o pescador brasileiro possa trabalhar de forma regular. A idéia é que a região tenha um conselho gestor da atividade pesqueira que seja formado por associações e conselhos de pesca locais, com apoio técnico da Sepror e da prefeitura", acrescenta Bezerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário