Nome difícil para a
"Doença do Pombo"
Goiânia (Antéro Sóter -Diário da Manhã) Os pombos são sempre
olhados como aves bonitinhas, um pombo como símbolo da paz, dois pombos como símbolos
do amor. Entretanto, podem se tornar um verdadeiro transtorno para a população
quando em grande número. Essas aves podem causar danos à saúde e ao ambiente.
Segundo o infectologista Marcelo Daher, existem três tipos de doenças
transmitidas pelos pombos: infecções bacterianas ou por fungos, reações
alérgicas e doença intersticial pulmonar, que pode cursar com fibrose pulmonar.
“São transmitidas principalmente pelas fezes, porém, as partículas das penas
também podem provocar doenças”, explica.
Os perigos das infecções bacterianas
ou por fungos estão relacionados a um processo infeccioso agudo, subagudo ou
crônico. Em alguns casos é necessário internamento na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) ou pode levar à morte. A pessoa contaminada pode sentir
calafrios, ter febre e sudorese. Entre os sintomas pulmonares estão tosse,
presença de escarro, falta de ar e dor torácica. “Esta doença pode também
comprometer outros órgãos, como o sistema nervoso central, podendo provocar
alteração do nível de consciência, crises convulsivas, sonolência até levar ao
coma”, explica. De acordo com o pneumologista, o tratamento depende do causador
da infecção e pode ser feito via oral ou endovenoso, com o uso de antibióticos
para bacteriana e para infecção fúngica, os antifúngicos.
A falta de predadores
naturais favorecendo a proliferação de pombos. De acordo com o médico
infectologista Marcelo Daher esses pássaros transmitem uma doença que pode
levar a morte.
A criptococose é
transmitida por fungos (Cryptococcus neoformans) encontrados nas fezes secas do
animal. De acordo com o infectologista a doença não é comum, e o índice de
mortalidade pode ser de 60% a 70% em pacientes com Aids ou outra doença
imunodepressiva. “O aumento da população dessas aves nos centros urbanos
favorece o aumento da incidência da enfermidade”, diz.
A situação é mais
complicada nas praças, pois as pessoas ficam com pena e alimentam as aves. “Os
pombos dormem e fazem ninhos nas casas próximas às praças, aumentando os riscos
para quem mora nessas regiões”, observa o médico.
Ele lembra que a poeira
dos ninhos e das fezes podem causar doenças como:
Ornitose: infecção
pulmonar, doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Chlamydia psittasi,
tem afinidade pelo sistema respiratório superior e inferior. Os sintomas são:
febre, cefaleia, mialgia, calafrios, tosse. Doença do tipo oportunista, pode ou
não se desenvolver, dependendo do estado de saúde da pessoa.
Histoplasmose: infecção
pulmonar cujo agente etiológico, Histoplasma capsulatum, tem afinidade pelo
sistema respiratório. Os sintomas que podem ocorrer variam desde uma infecção
assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar geral, debilidade,
anemia, etc. Doenças oportunistas: o indivíduo pode ou não desenvolver a
doença, dependendo de seu estado de saúde.
Criptococose: inflamação
no cérebro - meningite aguda cujo agente etiológico, Criptococus neoformans,
tem afinidade pelo sistema nervoso central. Os sintomas são: febre, tosse, dor
torácica, podendo ocorrer também cefaleia, sonolência, rigidez da nuca,
acuidade visual diminuída, agitação, confusão mental. São transmitidas através
da inalação de poeira contendo fezes de pombos contaminadas pelos agentes
etiológicos
Salmonelose: doença
infecciosa aguda, cujo agente etiológico, Salmonela typhimurium, tem afinidade
pelo sistema digestivo. Alguns dos sintomas são: febre, diarreia, vômitos, dor
abdominal. É transmitida através da ingestão de alimentos contaminados com
fezes de pombos contendo o agente etiológico.
Dermatites: são
provocadas pela presença de ectoparasitas (ácaros) na pele, provenientes das
aves ou de seus ninhos.
Alergias: os piolhos e as
penas, além de incomodarem, causam sérias alergias.
RATOS VOADORES
O pombo doméstico,
Columba livia, é uma ave originária da Europa. Na Inglaterra são chamados de
"ratos voadores" pelo perigo que causam à saúde dos humanos. Os
pombos soltos na natureza viviam antes nos campos, mantidos sob controle pelos
seus predadores naturais, a coruja e o gavião, mas de uns tempos para cá eles
preferiram viver nas cidades, encontrando sempre lugares para seus ninhos (em
telhados de casas, de igrejas, de mercados, de quartéis, de prédios velhos,
etc), para se reproduzirem e se alimentarem, lugares onde não encontram seus
predadores naturais e assim, podem se proliferar à vontade, sem controle.
O pior é que muitas
pessoas alimentam os pombos em seus quintais ou nas praças públicas, porque os
acham bonitinhos e pensam que estão ajudando a cuidar do meio ambiente, sem
saberem do risco enorme que correm, e aos seus filhos, ao lidarem com os pombos,
suas penas com, piolhos, carrapatos e percevejos e em especial, o risco de suas
fezes, como nos dois casos citados. As fezes podem causar pneumonias fatais,
renites crônicas e outros riscos graves afetando o cérebro, causando meningite
aguda, e os pulmões.
O infectologista Marcelo
Daher explica o que fazer para evitar as doenças causadas pelos pombos.
"Primeiro, pare de alimentar os pombos, já, a partir de agora! Não deixe
restos de comida no chão. Não deixe os pombos fazerem ninhos em seus telhados ou
prédios. Ao varrer as fezes dos pombos de seus quintais, molhe antes as fezes e
proteja o nariz e a boca com lenços ou panos úmidos e mantenha quaisquer
alimentos em lugares fechados, longe de pombos. As aberturas em forros e sótãos
devem ser vedadas com telas de arame ou alvenaria; nos beirais das janelas, em
que as aves costumam pousar, deve-se colocar fios de náilon sustentados por
pregos dez centímetros acima da superfície. Se os beirais forem largo, são
necessários dois, três ou quatro fios; pendurar objetos brilhantes ou coloridos
em pontos em que haja corredor de ar (os pombos os identificarão com algum
predador e se afastarão). Outra coisa importante que você pode fazer é
solicitar da Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura onde você reside que faça
alguma coisa, solicite ações do Conselho Municipal do Meio Ambiente, ações do
Ministério Público (que tem dentre suas obrigações, atuar para proteção do meio
ambiente), divulgue a ideia nos jornais de sua região, etc. O importante é você
fazer alguma coisa, contribuindo para evitar que os pombos continuem a provocar
danos à saúde das pessoas".
Uma Cartilha de Manejo de
pombos urbanos, muito útil para uma campanha de informação, pode ser encontrada
na internet pelos endereços:
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