sexta-feira, 28 de março de 2008

texto publicado nesta quinta-feira (27) no Blog do Zé Dirceu

O 'barraco' da oposição



Baixaria pura. Não há outra expressão mais adequada para classificar o comportamento da oposição ontem na CPMI dos Cartões Corporativos. Sem maioria, ela quis ganhar no grito. E, aí, teve de tudo - palavrões, empurrões, 'barraco' mesmo, como se diz popularmente.
A sessão atingiu limites tão constrangedores que até a presidente, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), tucana de quatro costados, reconheceu ser impossível fazer outra sessão hoje.
Os oposicionistas exageraram e, evidente, quem assistia a TV Senado os condenou pelo comportamento antidemocrático.
As CPIs se transformaram num jogo da oposição e de certa mídia que, juntas, criaram um círculo pernicioso: a oposição vaza notícias para a mídia; esta as transforma em manchetes; e estas manchetes, escandalosas e sensacionalistas, são exploradas pela oposição que as converte em investigação na CPI.
É o que acontece com o famoso dossiê sobre o governo FHC, todo ele publicado pela mesma 'Veja', que agora diz que foi produzido na Casa Civil.
Ora, quem publicou as informações foi a revista! Logo, ela é que fez um dossiê, se é que assim se pode chamar a compilação de velhas notícias e notas anteriormente publicadas e que os mesmos tucanos e a própria revista dizem não estarem protegidos pelo sigilo. Se foram até o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar o sigilo, então por que acusam o governo de fazer um dossiê?
Mas o que mais me chama a atenção e, estou certo, repugna a expressiva parcela da população brasileira, é a leniência e a conivência da mídia com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - caviar, idas ao teatro com dinheiro público etc.
Se estes gastos fossem de petistas ou do presidente Lula, estavam na capa de todos os jornais, nas chamadas de todas rádios e nos noticiários da TV. Sem contar os articulistas de todos os tipos, que estariam escrevendo rios de indignação sobre despesas perdulárias e luxuosas dos petistas e de Lula. Nada como um dia após o outro!

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