quarta-feira, 9 de abril de 2008

Reunião busca saída para a questão da LCP em Rondônia

Porto Velho (Decom) - Durante reunião para discutir as informações veiculadas na imprensa do Estado de que grupos guerrilheiros estão atuando nos acampamentos de sem terra na região de Jacinópolis e Buritis, a aproximadamente 400 quilômetros da capital, o coordenador técnico da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), Cézzar Pizzano, enfatizou que “queremos deixar claro que em nenhum momento afirmamos que existe guerrilha em Rondônia, e sim um grupo que usa tática de guerrilha”.
A 25ª reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), convocada por Pizzano, contou com a participação de representantes do Ministério Público do Estado e Federal, Tribunal de Justiça, Polícia Federal, Agência Nacional de Inteligência, Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, OAB, Ibama e Incra.
O gabinete busca desenvolver ações integradas com os demais órgãos a fim de criar estratégias de combate e prevenção e também de proteção de vítimas e testemunhas e dessa forma evitar um possível enfrentamento entre a polícia e o grupo de pessoas que fazem parte da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e que está espalhando o terror naquela região.
A Sesdec dispõe de um acervo de fotos e imagens de pessoas que foram assassinadas por integrantes da LCP. De acordo com os documentos, as vítimas são torturadas e mortas com tiro na cabeça, o que fica caracterizado como uma execução. “Na realidade queremos que o Governo Federal possa ajudar Rondônia, enviando tropas federais para controlar esse grupo, porque o estado não tem efetivo para entrar sozinho nessa ação. Mesmo porque, se tirarmos os policiais da capital, a cidade vai ficar desguarnecida”, afirmou Pizzano.
Pizzano acrescentou ainda que diante dos levantamentos realizados junto a testemunhas e policiais que atuam numa única base do Batalhão da Polícia Ambiental próximo a Jacinópolis e Buritis, existem foragidos da justiça de vários estados do país e que estão infiltrados nos acampamentos de famílias de sem terra.
”São criminosos que estão se escondendo nessas bases. Por isso andam encapuzados incentivando essas famílias a entrar num confronto com a polícia. Não é mais uma condição social, mesmo porque naquela região existem Reservas Indígenas, Extrativistas, Parques Estadual e Federal. De acordo com a política de reforma agrária, nenhum assentamento será realizado nessa área. São marginais que querem tudo, a desordem, a guerrilha, menos a terra e ainda colocam na linha de frente crianças, mulheres e idosos. Isso explica porque os sem terra andam armados. Sem terra não têm dinheiro para comprar armas, querem terra para viver”, finaliza.
Após quase três horas de discussão, foi decidido que outra reunião do GGI acontecerá ainda esta semana. Na próxima reunião extraordinária será apresentado pela Sesdec um plano de ação que será analisado pelos participantes de depois encaminhado à Secretaria Nacional de Segurança Pública.



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