Minha mãe é uma chata
*Ricardo Sá
Mãe, obrigado por me fazer bater em sua porta todas as vezes que saí de casa para alguma festa e disse que ia chegar mais tarde. Sei que você ficava acordada! Era superchato, mas me dava segurança.
Obrigado pela chatice de me fazer experimentar alimentos que eu julgava insuportáveis, mas que hoje reconheço que me fazem tão bem. Agora eu adoro alho, cebola e sopa, por incrível que pareça.
Mãe, obrigado por perguntar sobre meus amigos, querendo conhecer seus pais, disfarçando sua enorme preocupação e medo de que eu me envolvesse com más companhias. Como foi difícil aquele dia em que me senti obrigado a apresentar meus amigos, quando você pediu que eles saíssem do carro e eu quase morri de vergonha. Isto sem falar do dia em que você perguntou a um por um se moravam com os pais. Não sabia onde meter a cara.
Quero agradecer, também, por aquele dia em que você proibiu minha ida àquela festa, argumentando que o ambiente não era bom. Eu pedi que você confiasse em mim, mas, para piorar tudo, você teve a brilhante idéia de ir comigo. E foi! Nossa, que raiva eu senti. Acabou minha noite. Hoje reconheço que você estava cuidando de mim.
Você nem imagina o que eu senti naquele dia quando você, com imensa discrição, me disse que era melhor dar descarga e não deixar restos de cigarro no vaso sanitário. Acho que fiquei sem respirar por alguns minutos. Ciente do que eu estava fazendo às escondidas, você deu um jeito de me dizer que sabia de tudo como só as mães sabem fazer. Embora envergonhado, eu me senti querido e compreendi que havia errado, havia ferido você, mas fiquei numa boa. Não fumei mais. Obrigado por me respeitar até nos meus erros e aprendizados pelos quais tive que passar.
Não sei como agradecer pelas vezes que você telefonou perguntando onde eu estava, com quem estava, o que estava fazendo e quando chegaria em casa. Eu ficava louco da vida quando você perguntava até o nome do filme que eu estava assistindo. Será que você pode imaginar o que tudo isso significou para mim?
Ah, minha mãe. Se em todas essas vezes eu chamei você de chata, perdão, viu? Tenho certeza de que você entendia que eu não sabia bem como agir. Deve ter dado boas risadas de mim e me amado um pouco mais. Mas, saiba: por sua causa, agora eu enxergo melhor! Obrigado.
Mãe, obrigado por me fazer bater em sua porta todas as vezes que saí de casa para alguma festa e disse que ia chegar mais tarde. Sei que você ficava acordada! Era superchato, mas me dava segurança.
Obrigado pela chatice de me fazer experimentar alimentos que eu julgava insuportáveis, mas que hoje reconheço que me fazem tão bem. Agora eu adoro alho, cebola e sopa, por incrível que pareça.
Mãe, obrigado por perguntar sobre meus amigos, querendo conhecer seus pais, disfarçando sua enorme preocupação e medo de que eu me envolvesse com más companhias. Como foi difícil aquele dia em que me senti obrigado a apresentar meus amigos, quando você pediu que eles saíssem do carro e eu quase morri de vergonha. Isto sem falar do dia em que você perguntou a um por um se moravam com os pais. Não sabia onde meter a cara.
Quero agradecer, também, por aquele dia em que você proibiu minha ida àquela festa, argumentando que o ambiente não era bom. Eu pedi que você confiasse em mim, mas, para piorar tudo, você teve a brilhante idéia de ir comigo. E foi! Nossa, que raiva eu senti. Acabou minha noite. Hoje reconheço que você estava cuidando de mim.
Você nem imagina o que eu senti naquele dia quando você, com imensa discrição, me disse que era melhor dar descarga e não deixar restos de cigarro no vaso sanitário. Acho que fiquei sem respirar por alguns minutos. Ciente do que eu estava fazendo às escondidas, você deu um jeito de me dizer que sabia de tudo como só as mães sabem fazer. Embora envergonhado, eu me senti querido e compreendi que havia errado, havia ferido você, mas fiquei numa boa. Não fumei mais. Obrigado por me respeitar até nos meus erros e aprendizados pelos quais tive que passar.
Não sei como agradecer pelas vezes que você telefonou perguntando onde eu estava, com quem estava, o que estava fazendo e quando chegaria em casa. Eu ficava louco da vida quando você perguntava até o nome do filme que eu estava assistindo. Será que você pode imaginar o que tudo isso significou para mim?
Ah, minha mãe. Se em todas essas vezes eu chamei você de chata, perdão, viu? Tenho certeza de que você entendia que eu não sabia bem como agir. Deve ter dado boas risadas de mim e me amado um pouco mais. Mas, saiba: por sua causa, agora eu enxergo melhor! Obrigado.
*Ricardo Sá é cantor, escritor, e membro da Comunidade Canção Nova (www.cancaonova.com)
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Ex-Libris Comunicação Integrada
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