quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Morre senador Jonas Pinheiro

Brasília (Denise Costa e Teresa Cardoso/Agência Senado) - Vítima de falência múltipla de órgãos, morreu às 21h35 de ontem (19) o senador Jonas Pinheiro (foto), do Democratas de Mato Grosso. Ele deixa viúva Celcita Rosa Pinheiro da Silva, com quem teve dois filhos - Giorgio Pinheiro da Silva e Giani Antonia de Moraes. Senador desde 1995, seu primeiro suplente é Gilberto Goellner, empresário do ramo agrícola. O presidente do Senado, Garibaldi Alves, viajou ao meio-dia para Mato Grosso a fim de participar das últimas homenagens ao senador.
Reconhecido no Senado como um profundo conhecedor do agronegócio, Jonas Pinheiro dedicou seu mandato a defender da tribuna o investimento brasileiro naquilo que considerava a verdadeira vocação econômica do país - a agricultura. Em 13 anos de Senado, sua atuação mais destacada foi em defesa da renegociação das dívidas dos produtores rurais. "Coloquei sempre em primeiro lugar o trabalhador do campo e os seus problemas", dizia ele.
Nascido em Santo Antonio do Leverger (MT), em 22 de janeiro de 1941, filho de pescador, Jonas Pinheiro dizia que o mandato parlamentar jamais foi cogitado em sua infância, vivida basicamente entre pequenos agricultores.
Estudante de escolas agrícolas e formado em Medicina Veterinária, em 1982 ele se elegeu deputado federal, exercendo mandato até 1994, quando foi eleito senador. Em sua fala simples e gestos humildes, dizia-se um representante, no Senado, do lavrador.
"O povo é simples e quer coisas simples: quer alimento, quer vestuário e quer moradia; quer também escolas e hospitais; mas, antes de tudo, o povo quer trabalho. Afinal das contas, o povo anseia, desesperadamente, por dignidade. Simples também são as coisas que o povo não quer: o povo não quer viver na miséria, não quer ser explorado, nem quer ser ludibriado com promessas que nunca se hão de cumprir", registrou Jonas Pinheiro em sua página na Internet.
Nessa página, ele também afirmou que, desde o começo, decidiu trabalhar preferencialmente em favor do homem do campo, por ser ele o responsável pelo abastecimento interno do país e por ser ele o sujeito cujo trabalho é sempre tão pouco reconhecido. Melhorar a política agrícola brasileira, a fim de multiplicar os empregos no campo, foi um dos temas mais repisados por Jonas Pinheiro na tribuna.
"Os meus objetivos sempre foram claros e definidos. Como deputado e como senador, quis dispensar especial atenção aos trabalhadores do campo, pois são eles que produzem o nosso alimento. Lutei para tornar a vida rural mais produtiva e mais atraente, a fim de evitar o êxodo rural", afirmava.
Seus últimos discursos no Plenário consistiram em considerações sobre a adesão de Mato Grosso ao Programa de Ajuste Fiscal dos Estados, a criação da Frente Parlamentar Mista pela Extensão Rural, o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário/2008 e o anúncio de renegociação, pelo governo federal, das dívidas dos produtores rurais.
Ao longo de seus dois mandatos no Senado, Jonas Pinheiro apresentou 59 proposições, sendo 33 projetos e 26 requerimentos, predominando nessas iniciativas os temas ligados à agricultura e ao meio ambiente. Integrava como membro titular quatro comissões do Senado: Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) , Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), e Agricultura e Reforma Agrária (CRA) . E participava, como suplente, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Em 2007, Jonas Pinheiro apresentou sete proposições, incluindo um projeto de resolução (PRS 96/07), em exame na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que permite aos estados, Distrito Federal e municípios a emissão de títulos da dívida pública, no mercado interno ou externo, para amortizar ou quitar dívidas renegociadas com a União.

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