sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Coluna do Antéro

Trapizonga

(Republicado por problemas técnicos)

Frase

“Isso é bobagem. Vamos dizer o que para o eleitor? Que não votamos o Orçamento para 2008, que passamos a maior parte do tempo votando Medida Provisória ou projeto do Executivo?”

Deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) ao justificar o uso de apenas R$ 30 da verba indenizatória no mês de dezembro.

A campeã.

Levantamentos feitos pelas repórteres Fernando Odilla e Izabelle Torres, da equipe do Correio Braziliense, na página da Câmara na internet, mostram os 10 parlamentares federais que mais gastaram de verba indenizatória só no mês de dezembro último e, pasmem o leitor rondoniense, a campeã foi nada menos do que a ex-primeira-dama de Rolim de Moura e de Rondônia, atualmente deputada federal, Marinha Raupp, do PMDB. Ela apresentou notas e pediu o ressarcimento da bagatela de R$ 41.020, 12 vezes mais do que gastou no mês anterior (novembro).

Hospedagem e locomoção

As notas apresentadas pela deputada Marinha Raupp, de acordo com as repórteres do Correio, revelam que o que mais consumiu a verba de gabinete da parlamentar foram as despesas com hospedagem e locomoção, algo em torno de 36,6 mil reais. Mas nem tudo está perdido no reino, Marinha até que economizou em relação aos gastos do último mês de 2006. Em dezembro daquele ano ela declarou ter gasto com a verba indenizatória um montante de R$ 77 mil.

Enquanto isso...

Na outra ponta, onde figuram os que menos despesas tiveram, aparece Márcio Junqueira (DEM-RR), que apresentou apenas uma nota no valor de R$ 30, que disse ter usado para abastecer seu carro, garantindo que não há mais nenhuma despesa a ser apresentada. Ele dispensou cartões, telefonemas e jornais de fim de ano.

Explicando

A verba indenizatória foi criada no período em que o atual governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves exercia a Presidência da Câmara. Todo deputado tem o direito de gastar e apresentar notas de despesas de até R$ 15 mil ao mês. Eles são ressarcidos depois de apresentarem notas fiscais referentes às despesas com manutenção de escritório, locomoção, consultoria e divulgação do mandato. Caso não gaste todo o dinheiro no decorrer de um mês, o restante vai acumulando até o momento de gastar.

No cartão

A gastança, no entanto, não se resume apenas à Câmara. O Governo também abre suas torneiras para os gastos com os tais de cartões corporativos. Aqueles que são usados sem que seu detentor tenha a necessidade de prestar conta. Os pagamentos por esse intermédio, que são considerados de difícil fiscalização, ultrapassaram a casa dos R$ 75 milhões em 2007. Algo em torno de 127% do que no ano anterior. O maior gastador detectado foi justamente aquele que deveria fazer das tripas, coração para diminuir os gastos; o Ministério do Planejamento, que elevou suas despesas com o cartão em 662%.

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