terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Artigo

Um ilustre refugiado político

Milton Hatoum/De São Paulo

Não visitava Brasília havia mais de trinta anos. Voltei para o Distrito Federal em 2002, convidado pelo Correio Braziliense para escrever um texto sobre o biênio 68/69, quando morei na Capital e fui estudante de um colégio de aplicação, o extinto CIEM.
Estava ansioso para rever os lugares que havia frequentado; a cidade, que na década de 60 suscitava medo e angústia, agora era um espaço de liberdade, sem os ameaçadores tanques do exército e viaturas policiais que circulavam nos Eixos, na estação rodoviária, na entrada do campus da Universidade de Brasília.
Antes de irmos para o hotel, meu amigo do Correio deu uma volta pelo Plano Piloto. Me lembrei do poema Brasília enigmática, de Nicolas Behr:
Brasília, faltam exatos 3.232 dias
para o nosso acerto de contas
me deves um poema
te devo um olhar terno
na beira do Paranoá pego um pedaço de pau
entre um pneu velho e um peixe morto
(uma garça por testemunha)
não me reconheces
não te reconheço.
Não me reconheces, não te reconheço. E então paramos diante do Lago Norte, de onde avistei a cidade que escondia sua periferia pobre: as outras cidades habitadas pelos filhos e netos de imigrantes que construíram a NOVACAP. Quase não reconheço a Brasília da década de 60, mas minha memória girava e dava cambalhotas e eu podia rever cenas de brutalidade e terror.
De longe, eu contemplava a Asa Norte quando notei, perto da beira do lago, uma figura sentada entre dois homens altos e fortes. Me aproximei da beira e olhei o ombro caído e a cabeçorra de um homem muito idoso. Um velho magro, sentado numa cadeira de rodas, contemplando um lago. Era um quadro quase sublime, um desses quadros que inspiram um poema sobre a decadência, o fim, a fugacidade de tudo. Perguntei ao meu amigo quem era aquele pobre ancião.
Você quer saber?
Claro, respondi.
É Alfredo Stroessner, nosso mais ilustre refugiado político, respondeu meu amigo.
Senti um calafrio. Pensava que era apenas um lance de humor do meu amigo. Mas não. Ali estava ele, o personagem em carne e osso, um dos ditadores mais sanguinários desta América.
Ele contemplava a água calma do lago, como se a superfície escura refletisse o passado glorioso do homem agora sentado, um passado encharcado de sangue e sofrimento. Sangue e sofrimento do povo paraguaio.
Antes de escrever esta crônica, li alguns artigos sobre a investigação dos crimes de Alfredo Stroessner, que governou seu país no período de 1954 a 1989. O relatório da Comissão de Verdade e Justiça, presidida pelo bispo católico Mario Medina é um inventário de atrocidades: 128 mil vítimas de perseguições, quase 20 mil registros de tortura e detenções arbitrárias, mais de 3 mil exílios forçados, além de centenas, talvez milhares de mortos e desaparecidos.
Lembrei da leitura de Yo el Supremo, de Augusto Roa Bastos, um dos mais importantes romances históricos da América Latina. A loucura feroz e homicida do ditador Gaspar Rodrígues de Francia só encontra paralelo no poder tirânico, absoluto e não menos homicida de Alfredo Stroessner. Yo el Supremo é ambientado na primeira metade do século 19, mas pode ser lido como se estivesse situado no longo e terrível governo de Stroessner, reeleito várias vezes presidente em eleições fraudadas pelo partido Colorado, que era um grotesco arremedo de uma agremiação política democrática. Por isso o livro de Roa Bastos foi proibido no Paraguai e na Argentina, quando esses dois países foram governados por ditadores.
O velho sentado numa cadeira de rodas pensava nos milhares de paraguaios assassinados, torturados, exilados? Nos índios e fazendeiros cujas terras foram usurpadas e doadas aos amigos do ditador? Ou pensava com nostalgia no tempo em que Ele, o Supremo, era o próprio Estado e seu aparelho repressivo? O Estado que, este sim, é o supremo terrorista da era moderna, capaz de assassinar deliberadamente crianças, mulheres e civis indefesos. Não por acaso os arquivos descobertos depois que Stroessner deixou o poder são conhecidos como "Os arquivos do terror".
Alfredo Stroessner contemplava todas as manhãs o Lago Norte. Ele morou quase 17 anos em Brasília, onde morreu no dia 16 de agosto de 2006. Não sei se dormia com sonhos nostálgicos do poder tirânico, ou se despertava com os gritos de homens e mulheres torturados pelos subordinados do ditador.
Aos leitores que desconheciam a longa e tranquila temporada desse ilustre senhor em Brasília, convém lembrar que, em 1989, o governo brasileiro concedeu abrigo político a Alfredo Stroessner. Não sei se isso aconteceu no governo Sarney ou Collor, mas isso tem alguma importância? Isso muda o nosso pendor à bondade e à política de boa vizinhança?


Milton Hatoum é escritor, autor dos romances Órfãos do Eldorado, Dois Irmãos, Relato de um Certo Oriente e Cinzas do Norte.

Expedito Júnior propõe melhoria para as viúvas

O senador Expedito Júnior (PR-RO) quer alterar a legislação da previdência social para trazer mais justiça às viúvas dos trabalhadores dos setores público e privado. Com esse objetivo apresentou o Projeto de Lei do Senado nº 3, de 2009, modificando a legislação do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais da União, das Autarquias e Fundações Públicas Federais (RJU) quanto ao direito ao benefício da pensão por morte.
Atualmente, para as viúvas de trabalhadores do setor privado, a legislação que trata da pensão por morte assegura esse benefício a ela e aos demais dependentes dele, dividindo-a em cotas iguais. A base de cálculo é o total do valor da aposentadoria que o trabalhador recebia, ou a que deveria receber na data da morte se estivesse aposentado por invalidez.
Já para as viúvas de servidores públicos, os dispositivos constitucionais que tratam da pensão por morte impõem uma infelicidade: após a perda do ente querido, o texto constitucional determina uma diminuição do total da remuneração que serviria de base para o cálculo para a pensão, de 30% do valor da remuneração do trabalhador que superar o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. Há neste caso um evidente enfraquecimento do poder de compra da renda familiar.A injustiça que Expedito Júnior pretende corrigir, e que atinge as viúvas de trabalhadores do RGPS ou do RJU é que, se o instituidor da pensão pagava em vida pensão alimentícia para ex-cônjuge ou ex-companheira, estas passam a concorrer ao benefício previdenciário em igualdade de condições com a viúva, passando a existir uma inversão de valores sob a ótica da constituição familiar. “A proteção previdenciária é uma obrigação da União com relação ao trabalhador e a sua família. Neste caso, nós estamos diante de um enriquecimento indevido por parte de uma pessoa que, embora dependa da pensão alimentícia para o seu sustento, não pertence ao grupo familiar do instituidor da pensão”, defende o senador.
Na prática, se uma união conjugal sem filhos foi desfeita por separação do casal e o trabalhador resolveu constituir uma nova família com mais um filho, mas tendo sido obrigado a pagar, por exemplo, 15% dos seus rendimentos a título de pensão alimentícia à ex-cônjuge significa, no entendimento de Expedito Júnior, que a Justiça avaliou a situação e decidiu que os 15% são suficientes para o sustento da ex-cônjuge. Por outro lado, o restante dos rendimentos desse trabalhador (85%) passa a constituir a renda familiar para fazer frente a todos os demais compromissos financeiros dessa nova família (aluguel, alimentação, material escolar, mensalidade da escola). Mas se houver morte desse trabalhador, a legislação previdenciária atual impõe à viúva a injustiça de ter que dividir a sua renda familiar (agora na forma de pensão por morte) com uma pessoa que não é mais da família (a ex-cônjuge do falecido). Assim, neste exemplo, o rendimento da ex-cônjuge subiria de 15% para 25% se o trabalhador for do setor público, ou de 15% para 33% se for do setor privado, podendo chegar a 100% na falta da viúva e com a maioridade do filho.
O projeto aguarda análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e receberá parecer terminativo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o que significa dizer que, se aprovado, irá direto para apreciação da Câmara dos Deputados sem precisar de votação no plenário do Senado Federal.

Jericódromo de Alto Paraíso conta com emenda de Fátima

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) participou, no domingo (15), da 8ª Corrida Nacional de Jericos, em Alto Paraíso, um dos eventos que marcaram as festividades de aniversário de 17 anos do município.
Este ano, o evento contou com estrutura de palco recém-construída para abrigar os shows anualmente realizados, obra possível com emenda de R$ 100 mil indicada pela senadora Fátima ao orçamento da União. O deputado Anselmo de Jesus (PT-RO) e a prefeitura foram responsáveis pela articulação de outros R$ 129 mil, totalizando-se na obra R$ 229 mil.
O prefeito Romeu Reolin (PT do B) e os organizadores agradeceram a emenda articulada pela senadora, que possibilitou a execução do projeto. “Queremos melhorar cada vez mais a estrutura do Jericódromo, que passará a funcionar como um complexo turístico, utilizado fora da época das corridas”, disse o prefeito.
“A festa é importante para a população, se tornou uma referencia nacional, e por isso vimos prestigiá-la. Além do mais, é uma oportunidade de ouvir a população e conhecer suas reivindicações”, disse a senadora.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Oi nois aqui traveis!!!!!!!!!!!

Bem, depois de tanto sumido, eis que o nosso umirde brog vorta.
Esperamos que os nossos leitores não tenham se cansado de tanto esperar e se bandeado para outras plagas.


































Notícias de Rolim de Moura


Prefeito e secretários visitam Brasília

O prefeito de Rolim de Moura Tião Serraia e os secretários Edimilson Matos Cândido – Planejamento, e Paulo Feitosa – Educação, estiveram em Brasília participando do Encontro Nacional dos Prefeitos e Prefeitas, ocorrido na terça-feira,10, e quarta-feira,11, que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A ida à capital brasileira serviu, ainda, para a interação com os ministérios, a fim de revelar a atual situação municipal, além da visita a alguns gabinetes de senadores e deputados, pleiteando recursos à Rolim de Moura.
O evento contou na abertura oficial com a palavra do presidente Lula, onde entre os assuntos explanados, anunciou o corte no setor cultural de 85 milhões de reais, derrubando vários projetos municipais que contavam com este efetivo, entre eles, a cidade de Rolim de Moura, que aguardava a liberação de uma fatia deste orçamento para a reforma do anfiteatro municipal Francisca Duran. Lula anunciou ainda, que mesmo com os cortes necessários para a estabilidade governamental, não deixará de investir no âmbito social.
Durante o encontro, vários painéis foram apresentados, em destaque, os seguintes assuntos (temas):

* Plano de Desenvolvimento da Educação e Mais Saúde; Agenda Social: Bolsa Família, Mais Cultura e Territórios da Cidadania; PAC - Ações do Governo Federal voltadas para o crescimento e seu impacto nos municípios; e Habitação e Saneamento Ambiental: parceria com os municípios do Brasil.

Destaque também, aos depoimentos de prefeitos com experiências municipais bem sucedidas.
Aconteceu ainda, a realização de mesas setoriais e oficinas sobre temas de interesse comum do governo federal e dos municípios. Na oportunidade, os secretários Edimilson e Paulo participaram de alguns. Tião Serraia aproveitou a quarta-feira para discutir alguns projetos com o senador Valdir Raupp e a deputada federal Marinha Raupp.
Antes do retorno para casa, Tião acompanhado do prefeito de Ariquemes Confúcio Moura, do senador Valdir Raupp e do presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) Antônio Oliveira Santos, esteve visitando Ceilândia – cidade satélite, para conhecer o complexo do Sesc, obra que recebeu um investimento aproximado de 33 milhões de reais do governo federal. A visita foi ocasionada para que projetos como aquele possam ser trazidos à Rolim de Moura e Ariquemes com o apoio federal.

Traição ao Homem Brasileiro Conforme a Região

O PAULISTA- Encontra a mulher com outro na cama e vai fazer terapia.
O CARIOCA - Encontra a mulher com outro na cama, junta-se a eles e se diverte.
O MINEIRO - Encontra a mulher com outro na cama, mata o homem e continua casado com a mulher, exatamente como manda a TFM (Tradicional Família Mineira).
O GAÚCHO - Encontra a mulher com outro na cama e, ao contrário do mineiro, mata a mulher e fica com o marmanjo só pra ele.
O PARAIBANO - Encontra a mulher com outro na cama e, sendo o cabra da peste que é, mata os dois e arruma outra no dia seguinte.
O GOIANO - Encontra a mulher com outro na cama, entra em depressão, pega a viola e vai pra rua à procura de outro corno pra montar mais uma dupla sertaneja.
O PERNAMBUCANO - Encontra a mulher com outro na cama, pega sua fantasia e sai dançando um frevo em Olinda.
O BRASILIENSE - Sempre que pega a mulher com outro na cama, de raiva vai ao Congresso e inventa mais um imposto.
O CURITIBANO - Quando pega a mulher com outro na cama não faz nada, pois curitibano não fala com estranhos.
O CEARENSE - Quando pega a mulher com outro na cama fica feliz por saber que não é o único a gostar de mulher feinha.
O BAIANO - Mulher de baiano não vai pra cama com outro, porque esse negócio de arrumar amante, tirar a roupa, fazer sexo, ser descoberta pelo marido, etc., dá um trabaaaalho, dá uma canseeeeeira, dá um sooooono... Meeeeu paaaaaainho !!!!
Paraíba é que é cabra macho mesmo!!!

Merece uma lida

O "ençino brazileiro"

1. Ensino de matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda .
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de
venda ou R$ 80,00.
Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2007:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por R$100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

DE PRIMEIRA & DE SEGUNDA


Muito interessante este artigo do Médico Veterinário Pedro Eduardo de Felício


A elegante senhora, depois de mandar pesar uma peça de filé, pede um quilo de carne de segunda para preparar um delicioso guisado ao vinho tinto e ervas finas. O freguês menos sofisticado diz que vai levar uma carne de segunda porque sai mais barato e dá um excelente picadinho.
Ambos estão certos e é preciso respeitar a maneira de se expressar do consumidor. Desnecessário explicar que não existe carne de segunda,que toda carne é de primeira se o gado for saudável e abatido em bons frigoríficos ou, como dizem alguns, o gado é que é de primeira ou de segunda, não a carne, que, se for preparada por quem conhece alguns truques culinários, ficará ótima. O consumidor sempre tem razão, o importante é fazer a venda.
Embora seja justificável a proposição que alguns fazem de que é preciso acabar com a expressão "carne de segunda" porque soa depreciativa e, conseqüentemente, dificulta as vendas de alguns cortes cárneos ou, no mínimo, contribui para manter baixos os seus preços, o fato é que as categorias de "primeira" e de "segunda", utilizadas no varejo há muitos anos, servem para resumir em poucas palavras o que demandaria tempo para explicar.
Segundo a explicação provavelmente mais popular, a carne de primeira é macia e a de segunda é dura, distinção que pode ser válida apenas se ambas forem preparadas em calor seco por um tempo curto, ou seja, por um método rápido de cozimento, como fritar ou grelhar. Ainda assim, há exceções _por exemplo, um bife de chã de fora, que é um corte "de primeira", não é recomendável para cozimento rápido, pois ficará mais duro do que um bife de paleta, que é uma carne "de segunda". Porém, se o cozimento for feito com calor úmido por um tempo longo, método lento em que se acrescenta umidade ou se impede a perda dela para o meio externo, por mais dura que seja, a carne de segunda _como a de cupim, a de peito, a de costela ou a de músculo_ ficará mais macia do que uma carne de primeira, como a de contrafilé ou de alcatra. Na verdade, o que vale mesmo é a habilidade culinária, mas também é fato que o método lento demanda tempo e hoje em dia ninguém quer gastá-lo na cozinha.
Pode-se também classificar como carne de primeira a do quarto traseiro, sem a ponta de agulha, denominado pistola ou traseiro especial (TE), e como de segunda a do quarto dianteiro (QD) e a da ponta de agulha (PA), ou seja, o flanco e a costela. Nas carcaças de novilhos, as carnes do TE representam 48%, e as do QD e da PA, os 52% restantes. É assim que os frigoríficos dividem as carcaças e assim são dadas as cotações de preços da carne com osso, sendo a do TE mais cara do que as do QD e da PA, que têm preços semelhantes. Mas aí vem uma ressalva: nem toda carne do TE é de primeira, pois a capa de contrafilé, o
"músculo" e os retalhos da desossa são considerados de segunda.
As duas explicações são válidas, porque os cortes do QD e da PA em geral são realmente os de carne mais dura na preparação com calor seco por tempo curto, e a razão disso é o seu teor de colágeno, uma proteína abundante no organismo, que se gelatiniza pelo calor na presença de umidade, mas se contrai e enrijece com calor seco. As carnes de segunda provêm de músculos relativamente pequenos que, reunidos em grupos, têm uma função importante na locomoção do animal e na sustentação de certas estruturas, como a cabeça e os órgãos torácicos e abdominais. Por esse motivo, têm um alto conteúdo de colágeno, que lhes confere resistência. Já as carnes de primeira provêm de músculos relativamente grandes e individualizados, situados nas regiões do dorso, da pelve e da coxa, que são pouco solicitados e, em geral, têm um teor de colágeno bem menor. Assim, na carne de primeira, a maciez ou a dureza depende mais das células musculares, enquanto na de segunda depende mais do colágeno.
O que fazer, então, se o objetivo é agregar valor à carne de segunda? A resposta talvez seja deixar o mercado seguir seu curso normal, porque a tendência de aumento das vendas em auto-serviços e as inovações nas técnicas de exposição das porções individuais ou familiares, mais o fato de que os filhos já não estão aprendendo com os pais a comprar e a preparar a carne, vão encarregar-se, com o passar do tempo, de extinguir a diferenciação entre "primeira" e "segunda".
Mas é possível acelerar um pouco o processo, incentivando melhorias na apresentação e na exposição das porções pré-embaladas, segundo uma estratificação por método de cozimento, como carne "para assar", "para grelhar", "para assado de panela". Outro meio é de fazer isso é a divulgação de receitas culinárias cujo ingrediente principal sejam as carnes que demandam mais tempo de preparação. A divulgação do método de cozimento de cada corte é da maior importância, pois um consumidor que leve para casa uma bandeja com vistosas fatias de acém ou de lagarto e, não tendo sido instruído a respeito da forma adequada de preparo, se ponha a fritá-las em frigideira ou em chapa preaquecida pode ficar muito decepcionado com o resultado.
A modernização do mercado tende a acabar com as expressões carne de primeira e de segunda, mas os cortes continuarão servindo a diferentes finalidades culinárias porque são estruturalmente diferentes, e isso não se pode mudar.


Médico Veterinário Pedro Eduardo de Felício
FEA/UNICAMP
Membro do Comitê Técnico do SIC – Serviço de Informação da Carne

Deu no Jornal do Brasil

Bares, hotéis e até boates investem para receber prefeitos em Brasília




O pacote de bondades anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos prefeitos eleitos fez bem também aos empresários de Brasília. A rede hoteleira, geralmente às moscas nesta época do ano, teve taxa de ocupação de 100%.
Houve prefeito que só conseguiu se hospedar em hotel a 38 km do Centro da capital. Embalados pelo otimismo, muitos empresários prepararam-se para o evento suspendendo folgas de funcionários a fim de atender os cerca de 4 mil alcaides atraídos à cidade com a promessa de renegociação de dívidas e polpudas linhas de crédito. De olho no filão, até os proprietários de night clubs investiram na contratação de dançarinas para o happy hour..
Apesar do clima de frustração em dezenas de restaurantes durante o almoço de ontem, quando a maioria dos prefeitos seguiu direto para o Centro de Convenções, onde estava marcada para as 14h a abertura do encontro, com a presença do presidente Lula, os empresários do setor esperam registrar um aumento entre 10% e 15% no faturamento ao final do encontro hoje, segundo o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Distrito Federal (Sindhobar). Mesmo sem um percentual definido, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no DF também aposta na lotação dos restaurantes da cidade.
– Nos preparamos para receber essa clientela, sobretudo os restaurantes com salas reservadas, que deixam os políticos mais à vontade para comentar os temas discutidos no encontro – afirma Lisandre Werner, do conselho administrativo da Abrasel.
Com os 197 apartamentos ocupados, o Airam Brasília Hotel, localizado a 1 km do endereço do encontro, teve que alugar mais 507 quartos no hotel do parque aquático Bay Park e todo o Gama House Center, hotel localizado a quase 40 km de Brasília.
– A taxa de ocupação chegou a 100%, quando costumamos trabalhar com apenas a metade de nossa capacidade nos mês de fevereiro – revela o gerente do Airam Hotel, Roberto Rossini, que precisou alterar escalas de plantões para dar conta do atendimento aos clientes.

adesivo