quinta-feira, 12 de junho de 2008

Safras de grãos em RO devem passar de 920 mil toneladas

Porto Velho (Decom) - As safras de Rondônia devem superar em 2008 uma série de recordes históricos nos quesitos aumento da produção e produtividade por hectare. Dados consolidados até abril pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), revelam que os principais itens que compõem a “cesta de produtos” do Estado - arroz, feijão, milho, café e soja - terão expressivos incrementos, tanto no total a ser colhido quanta na quantidade a ser obtida por hectare.
A soma das áreas dedicadas ao plantio das principais lavouras deve alcançar os 362 800 hectares, equivalentes a 36.800 km2, que correspondem a pouco mais de 30% das áreas agriculturáveis em todo o Estado, conforme previsto no Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico. É destas regiões que devem ser colhidas 920 mil toneladas até o fim do ano.
O café é o exemplo mais eloqüente do bom momento que atravessa todo o setor agropecuário. Depois de amargar em 2002 as piores cotações da história, quando a saca de 60 kg chegou a ser vendida a menos de R$ 30, levando centenas de produtores a arrancar seus cafezais para formar pastos, a cultura recupera-se vigorosamente, puxada pela recuperação dos preços (até R$ 210,00 a saca nas praças de Rolim de Moura e Cacoal) e pelo forte investimento do Governo do Estado na tecnificação da produção.
Alguns exemplos do trabalho feito pelas equipes técnicas da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES): foram distribuídas entre 2003 e 2007 nada menos que 500 mil mudas e mais 5,11 toneladas de sementes selecionadas da variedade Conillon, a mais adaptada às condições de clima e solo de Rondônia.
Para corrigir e fertilizar solos, a SEAPES fez chegar aos cafeicultores 11,2 toneladas de adubo NPK (nitrogênio+fósforo+potássio) e 268 toneladas de calcário dolomítico. Com apoio dos escritórios da Emater/RO, a secretaria implantou 74 Unidades Demonstrativas de Condução de Cafeeiros, as quais receberam 712 visitas dirigidas. Foram organizadas 448 palestras técnicas, 51 cursos, 58 Dias de Campo e nada menos que 1.816 Demonstrações de Métodos, atividades que reuniram, no total, exatos 38.226 beneficiários. Resultado: mesmo com mínima redução na área plantada (0,5%, ou pouco mais de 100 hectares, de um total de mais de 159 000 ha plantados), o café deve ter em 2008 um aumento de 20,1 % na produção, que deve saltar de 88.600 para 106 300 toneladas (ou 1,6 milhão de sacas). Melhor: a produtividade por hectare subiu de 555 para 672 kg/ha. Em Nova Brasilândia, aliás, há produtores como os irmãos Geraldo e José Giacomini que conseguem até 1 800 kg por hectare.
“A expectativa é de que apenas o café faça girar na economia rondoniense algo em torno de R$ 350 milhões até o fim do ano, valor que equivale a dois meses de toda a arrecadação de ICMS do Estado”, afirma Marco Antonio Petisco, secretário titular da SEAPES.

“Jóias da Coroa”

A soja e o milho são outras duas “jóias da Coroa” da agricultura rondoniense em 2008. A primeira terá este ano um excelente índice de produtividade média, entre 3 100 e 3 500 toneladas por hectare, patamar equivalente ao registrado em Estados como o Mato Grosso (3 136 ton/ha), Goiás (3 016 ton/ha), Paraná (3 003 ton/ha) e Mato Grosso do Sul (2 664 ton/ha), segundo a Estatística de Produção Agrícola do IBGE, datada de abril deste ano. A safra de soja, de 318 500 toneladas, será quase o dobro da esperada no Pará, que deve ficar em torno de 164 000 toneladas.
O milho também faz bonito, com uma colheita próxima à da soja em termos de volume: 305 400 toneladas, um formidável aumento de 27,2% em relação às 222 380 toneladas do ano passado, além de ter apresentado crescimento de 22,1% no rendimento médio, que saltou de 1 915 kg (31 sacas) para 2 284 kg (38 sacas). “A combinação de dois fatores de crescimento - aumento na produtividade e expansão da área plantada - explica a produção, a maior dos últimos dez anos”, reforça Petisco.
Atrás apenas do Pará e do Tocantins na região Norte, Rondônia produz mais arroz do que Roraima. Sua produtividade, de 33 sacas/hectare, também é a terceira maior da região. A área plantada deve ter um acréscimo de pouco mais de 300 hectares, no entanto, a produção deve passar de 145 200 para 145 600 toneladas (0,8% a mais), com um ganho de produtividade de 0,5%, já que a produção por hectare deve passar de 2 035 para 2 045 kg por hectare.
A estabilização na produção de feijão deve ser sucedida por uma expressiva expansão em 2009, em função da alta dos preços tanto no mercado nacional como internacional. Tal como o milho, a área plantada de feijão aumentou: passou de 116 050 para 133 700 hectares na virada do ano, mas a colheita deve passar de 40 898 para 44 600 toneladas, com uma produtividade de 678 kg/ha (11,3 sacas)



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