São Paulo - Milhares de pessoas prestaram a última homenagem à antropóloga e ex-primeira dama Ruth Cardoso, que morreu na noite de terça-feira (24), em São Paulo, de arritmia cardíaca. O velório foi realizado na Sala São Paulo, na região central da capital paulista, e contou com a presença de populares, políticos, amigos e intelectuais.
No final da tarde, a comitiva do governo chegou ao local para cumprimentar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e familiares. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi com a primeira-dama, Marisa Letícia, e sete ministros: Dilma Rousseff (Casa Civil), Fernando Haddad (Educação), Franklin Martins (Comunicação Social), Hélio Costa (Comunicações), Múcio Monteiro (Relações Institucionais), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Édison Lobão (Minas e Energia).
Também passaram pelo velório a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), além do presidente do Senado, Garibaldi Alves.
O presidente Lula preferiu a discrição e não concedeu entrevistas. Fernando Henrique, visivelmente abatido, acompanhado de filhos e netos, permaneceu a maior parte do tempo ao lado do corpo da mulher. Ele se retirou do velório no meio da tarde e voltou no início da noite para receber Lula.
Parte do caixão da ex-primeira dama ficou coberto com uma bandeira do Brasil. As coroas de florestas presenteadas foram tantas que lotaram o grande salão ao lado do local do velório. Algumas foram colocadas em uma das entradas da Sala São Paulo.
À noite, em entrevista a jornalistas, o governador de São Paulo, José Serra, disse estar consternado com a morte e destacou a experiência da ex-primeira dama à frente de políticas sociais. “Muito do que se fez depois, na parte social, foi inspirado nas teses dela. Ela ajudou a redefinir os rumos da política social do país”, disse.
Serra confessou que Ruth Cardoso foi pessoa fundamental em sua carreira política. “Quero dizer que ela foi a pessoa que eu, pessoalmente, mais ouvia a respeito da minha atuação na vida política.”
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também foi à Casa São Paulo para velar o corpo da antropóloga e se disse chocado com a morte dela. “Uma mulher que tinha luz própria e era referência para as demais mulheres brasileiras no campo profissional e acadêmico. Vamos reverenciar não a mulher de um presidente da República, ligada ao projeto político do país. Vamos reverenciar a Ruth Cardoso como uma mulher do Brasil, na maior dimensão que essa expressão pode contar", pediu.
De acordo com familiares, o ex-presidente Fernando Henrique havia recebido, até o início da tarde, telefonemas de diversas personalidades, como o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, sua esposa, a senadora norte-americana Hillary Clinton, e o rei da Espanha, Juan Carlos.
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