terça-feira, 6 de agosto de 2013

CACHAÇA

A nova estrela das adegas

Goiânia (Jairo Menezes-Diário da Manhã) - Cachaça, pinga, goró, e tantas outras denominações são dadas a esta bebida, genuinamente brasileira, descoberta ao acaso, por escravos e que hoje é um orgulho nacional; é o terceiro destilado mais consumido no mundo – atrás apenas da vodca (Rússia) e soju (destilado de arroz coreano). Tornou-se quase um xingamento chamar alguém de cachaceiro – por conta da bebida ser nacional, o valor é baixo e quando chamados de cachaceiros ou pinguços, os bebedores confundem o nome dado a quem se bebe, com uma afronta por conta do baixo custo. No Brasil, o que ficou definido é que a bebida vinda de produtores das Minas Gerais são os que fazem a melhor cachaça do País. Mas não é por aí. A reportagem do DM descobre, com fontes oficiais, que produtores goianos vendem a bebida aos mineiros, que a engarrafam e rotulam como produzida no Estado.
Em Goiás são 2 mil alambiques; deles, apenas 15 têm marca registrada e estão nos padrões de exigência estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A maioria dessas industrias está localizada na região da cidade de Posse – a 513 quilômetros de Goiânia.
É natural que em uma simples fazenda, possa haver um pequeno produtor, de restrita quantidade e a venda é feita diretamente no alambique, para intermediários na sede do município onde acontece a produção. A estrutura de produção é de baixo nível tecnológico, utilizam a tração animal para movimentar as moendas, as máquinas e equipamentos quase que sempre estão sucateados e em péssima condição de conservação pela depreciação e manutenção inadequada e a produção a céu aberto.
A produção da cachaça de alambique no Estado é desenvolvida em todas as regiões. A expressiva maioria dos produtores é informal, com baixo nível de renda e de escolaridade, caracterizado por uma organização familiar, perpetuada por sua tradição.
PRÓ-CACHAÇA
A qualidade da cachaça goiana é irrefutável e quem a prova, pode dizer que os toques são sutis. O aroma e a pureza são pontos variantes, mas nem sempre baixos. Goiás pode ter a melhor qualidade de cachaça do País, mas para que isso aconteça, basta somente que haja incentivos para a produção de valor.  Goiás anda em passos lentos na produção de qualidade de cachaça, mas ao menos anda. Ainda que os incentivos sejam tímidos, eles existem. Nesse final de mês passado, o governador sancionou uma lei da governadoria que incentiva os produtores da aguardente de cana.

Segundo o Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec) Mauro Fayad, está sendo um passo largo que Goiás está dando junto aos produtores de Goiás. “Em todos os tempos, nunca houve um incentivo tão sólido como este que foi sancionado agora, pelo governador”, conta. Fayad fala do Pró-Cachaça, um incentivo que pretende criar um Arranjo Produtivo Local (APL), com a marca da ‘Cachaça de Goiás’ e capacitação profissional de produtores.
Fayad ainda relata que serão disponibilizadas, aos produtores, duas linhas de créditos diferenciadas. “Além disso, precisamos avaliar a qualidade da cachaça goiana. O acompanhamento laboratorial é de suma importância e nós vamos fazer com que um selo de qualidade seja criado”. “A cultura de que Goiás não tem cachaça boa deve ser caída. Não existe isso. Somos, se não os melhores, um deles”, diz.
MINEIRA GOIANA
O secretário faz uma revelação: “Descobrimos que empresas de Minas Gerais compram a bebida em Goiás e a levam para o Estado vizinho em barris. Ao chegar em seus galpões, engarrafam e rotulam como se fossem mineira. O material produzido em Goiás é vendido a baixo lucro, mas a fama de qualidade é dos nossos vizinhos de divisa”, constata.

“Nossa cachaça é de qualidade, mas o que nos falta mesmo é fazer com que o produtor tenha acesso a um laboratório de análise, para determinar e comprovar o alto padrão da cachaça goiana”, comenta Mauro Fayad. A Sectec proverá, por meio do Pró-Cachaça, esse acesso aos produtores. “Uma das coisas que mais nos preocupa, na produção não fiscalizada em Goiás, é a higienização. Não sabemos a procedência da cana, nem de como é feita a fermentação. O produto final é, infelizmente, duvidoso”, acredita o secretário.
Mauro Fayad ainda ressalta que várias regiões goianas têm potencial propício para a produção de qualidade de cachaça, até mesmo melhores que a região mineira. “Goiás não tem geada – o que existe em Minas Gerais. O nosso tempo é mais seco que no Estado vizinho. Isso nos proporciona uma cana mais adocicada e, naturalmente, traz uma cachaça de qualidade. Só temos que saber trabalhar melhor essa nossa produção”, pondera.

Longe de grande escala
Pequenos produtores, como Wilson Garcia Lopes, de 68 anos, morador da Fazenda Rozal, em Trindade, em sua maioria, mesmo sabendo que somente comprovaria a qualidade de sua cachaça e trariam benefícios, não querem aderir ao Pró-Cachaça. Wilson, que estudou até a 4° ano do Ensino Médio, aprendeu a fazer cachaça em 1988, mas ele já fabricava rapadura, na fazenda da família, desde 1970. Tranquilo, ele recebe a reportagem do Diário da Manhã para contar como é feita sua produção e o que ele acha desse novo projeto.
“Pode até ser que a cachaça de Goiás receba um certificado de qualidade e com isso os valores do produto sejam inflacionados”, conta Wilson. Ele não quer, de maneira alguma, entrar em qualquer tipo de projeto que por ventura possa modificar algum dos processos de confecção da bebida. “Se eu entro nesse projeto, tenho que aumentar a produção. O que me faz medo é diminuir a qualidade da cachaça”, revela.


DA PLANTA PARA GARRAFA
As canas-de-açúcar são plantadas ali mesmo, a cerca de 100 metros da casa onde Wilson e a família toda moram. Ele criou, naquela fazenda, cinco filhos – quatro homens e uma mulher. Hoje, com netos e sobrinhos, passa as tradições para frente. “A rapadura, a moça-branca (uma moldura feita com o melado da cana batido), são doces que minha família faz desde meu pai. Agora trago além dessas, tradições como o carro de bois, que são levados anualmente à Romaria do Divino (Trindade) e a cachaça”, fala com a voz embargada.

“Eu me emociono todas as vezes que me chega alguém para comprar um litro, dois. Saber que aquela pessoa bebeu da cachaça que eu fiz nesse, que é meu terceiro alambique, com caldo de canas plantadas no meu quintal é muito gratificante”, comenta. Quem o ouve falar, pensa até simples a produção. Mas vai bem além daquilo que ele descreve.
Wilson Garcia planta canas em abril, todos os anos. Com as ultimas chuvas da época, a cana cresce até está adequada para colheita e separação de suas folhagens. Só então o caldo da cana é extraído, em uma moenda elétrica – há seis anos a tração era animal, com quatro burros. Aquele líquido é armazenado posteriormente em caixas d’água, com macerado de milho, para agilizar o passo mais importante deste processo, na fazenda de Wilson: a fermentação.
Quando a Reportagem fez o primeiro contato para a realização deste trabalho pelo DM, Wilson estava preparando a fermentação. A chegada de surpresa da equipe de reportagem, na fazenda, provocou um alvoroço. Um dos filhos, Márcio, já adiantou logo, na sexta-feira: “Meu pai está fazendo ainda o processo de fermentação – e esse é o segredo da cachaça dele. Então, infelizmente, vocês não podem entrar lá”.
Esse processo dura três dias até a garapa está totalmente azeda. A maturação é de 24 horas. Só então ele leva o liquido para o alambique de cobre, numa temperatura de 90°C exatos. “Caso passe disso, a válvula que extrai o vapor para a condensação após ser resfriado não suporta e o liquido que está para evaporar sai. A consequência é sujar a cachaça e perder tudo o que já foi feito”, diz o homem.
Com paciência e muito trabalho, além da dedicação de um sertanejo, a cachaça é produzida diariamente, por uma semana, somente uma vez por ano. A produção, de quatro mil litros de bebida não aumenta. “Jamais. Se eu aumentar a produção, minha cachaça baixa a qualidade e eu não quero saber de quantidade. Quero é ter uma cachaça boa”, revela, enquanto faz a produção sozinho, colocando o liquido dentro do alambique – ele, já operado de hérnia de disco, pega dois baldes cheios, cada um com 15 litros de garapa. Observa a fervura, a temperatura, num termômetro afixado no tambor de cobre, e retira um tição de fogo, de debaixo do alambique, para manter os 90°C.
Em seguida, ele acompanha o cano de cobre com o olho, durante sua fala: “Um homem é feito de seus orgulhos. O meu é fazer cachaça para que outros possam, dois anos após sua destilação, me dizerem que meu trabalho ficou bom”. Ele passa pela serpentina, resfriada numa caixa de alvenaria, com água corrente, para resfriar o vapor que entra e, depois de condensado (a passagem do estado gasoso para o líquido), se torna a tão trabalhosa cachaça. “Mas essa que sai agora é ruim. Não tem um gosto bom. Ela tem que envelhecer – e quanto mais tempo isso durar, melhor é a cachaça”, disse.
Dentro de um quarto reservado, iluminado apenas por um bico de luz incandescente, ele abre a porta: lá dentro está o tesouro. O cheiro não nega: tem cachaça! O homem mostra com simplicidade e orgulho os barris de plástico, as bebidas que estão em processo de envelhecimento e a ‘melhor de todas, de seis anos’. “Elas (as cachaças) são guardadas aqui. São poucas com rótulo – só porque um amigo me pediu, criei um nome fantasia, sem registro, sem nada. Simplesmente criei o nome, imprimi e colo na garrafa. Mas geralmente vendo em garrafas pets”, revela.
De lá da fazenda de Wilson, a reportagem se despede e vai direto para Guapó. Na estrada, a certeza de que o próximo passo da apuração da reportagem seria o conhecimento de outro extremo: Goiás tem mais produtores de cachaça. Também artesanais, mas com produção maiores e registrados. Produção diferente da cachaça de Wilson.




A fabulosa fábrica de pinga

Os cinéfilos que lerem este título, certamente pensarão no filme da Warner Bros Picture, de 1971. A aventura contava sobre um garoto, em uma excursão por desbravar uma fábrica de doces à base de chocolate. O DM fez diferente, foi até uma fazenda, às margens da BR-060, após Guapó, para descobrir como é a fabricação artesanal, mas em uma produção maior que a do senhor Wilson, de Trindade.
Pai e filho – Enéias Guedes e Guto Guedes, 44 – decidiram que com o restante da cana que era para alimentar o gado, fariam cachaça. A ideia surgiu em 1977 e desde então é desenvolvida a mesma receita da bebida, que desde 2006 tem marca registrada. A Cachaça da Posse é envelhecida por dois ou seis anos em barris de carvalho antes de ser vendida. “Somos mineiros e esse gosto por cachaça vem de nossa terra natal. Resolvemos ir contra o desperdício. As primeiras produções foram experimentais, até surgir oportunidades de vendagem e, enfim, sair da informalidade”, relata Guto Guedes, o filho que hoje é quem administra a produção.
“Não pensamos em fabricar muito. Temos três pessoas contratadas, para fazerem até 30 mil litros de cachaça por ano. Isso é o que somos capazes de fazer hoje sem baixar a qualidade, que é o essencial para nós. Não somos grandes produtores. Somos pequenos, em vista de fábricas em Pirassununca, ou em Pernambuco, por exemplo”, revela Guto, enquanto mostra o processo. Guto já jogou fora toda ou parcialmente a cachaça fabricada em um dia, porque segundo ele, estava fora dos padrões exigidos pelos apreciadores.
“A cachaça goiana é ótima – estudos revelam que um dos melhores lugares para produzir cachaça em todo o País, está no interior do Estado. Nossa cachaça tende muito a avançar e com o incentivo do Pró-Cachaça poderemos ir além de outros grandes produtores do País, que acabam ganhando a fama de serem os melhores fazedores de cahcaça, levando produto goiano para ser envasado e rotulado lá", desabafa Guto, ao mostrar que a cana-de-açúcar é primeiramente moída, ao ar livre, e seu caldo seja extraído ao máximo. Esse líquido inicial desce direto para um decantador, que separa as partes sólidas da líquida, que segue por meio de canalização em PVC para uma Caixa de Recepção.
Só daí é que, segundo Guto, a doçura do caldo de cana é testada, para se saber quanto será o teor alcoólico da cachaça e ter noção se aquela matéria-prima está ou não apta a ser usada para fabricação. O líquido, após testado, vai, ainda em cano de PVC, para as dornas de fermentação, e são misturadas a agilizadores dos fermentos. "Arroz e milho são os usados por nós aqui", conta. Após três dias é que o material, completamente azedado, vai, por meio de cano, para a segunda sala do processo: onde está o coração da cachaça - o alambique de cobre, sobre um fogareiro de alvenaria, com tijolos expostos e vagamente colocados um sobre outro. 
O alambique varia, segundo Guto Guedes, temperaturas de 90°C a 100°C, "nada mais que isso". Dali o liquido da garapa, após fervura, entra em processo de ebulição, quando o vapor segue por uma cânula à outra sala, onde ocorro o quarto processo da fabricação - um grande caldeirão onde fica a serpentina, por onde passa o vapor resfriado para que seja condensado e o líquido cachaça saia e caia diretamente para um balde de inox. 
Aquele balde de inox, com o conteúdo extraído, é levado para a quinta e ultima parte da fabricação - a sala de envelhecimento. É quando a cachaça é colocada para envelhecer dois ou cinco anos e barris de carvalho. Esses barris, com até 60 anos, segundo Guto, primeiramente serviram para envelhecer vinhos portugueses e depois uísques escoceses. Só depois foram importados ao Brasil, com uma pequena quantidade de malte em seu interior. "O malte que estava dentro dele, quando chegou, era doce como mel. Uma delícia", comenta Guto.
Após o envelhecimento da bebida, aquele líquido que envelheceu nos barris é levado, por meio de outra canalização, para uma sala ao lado, onde é filtrado e envasado manualmente e após, as garrafas são lacradas e rotuladas. Para vendas especiais, existem dois modos para serem distribuídas: um saco de TNT, com a estampa da marca da cachaça e uma caixa, com madeira branca e um copo de bambu, com a marca estampada em alta temperatura - tanto no copo, como nas laterais da caixa. E assim Guto diz que sua cachaça é toda produzida nos mais rígidos padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Saiba Mais

O que é Aguardente de cana?
A legislação brasileira atual (decreto n.4072, de 2002) define aguardente de cana como sendo toda bebida obtida do destilado alcoólico simples de cana de açúcar ou pela destilação do mosto fermentado de cana de açúcar, com graduação alcoólica variando entre 38% e 54%  - percentagem volúmica (v/v) –, a 20°C. Já a Cachaça é definida como uma aguardente de cana de fabricação exclusivamente brasileira, com graduação alcoólica mais controlada (de 38% a 48% v/v, a 20°C).

A produção
O processo produtivo da cachaça é composto por basicamente seis estágios. Primeiro ocorre a preparação da matéria prima, isto é, o corte (manual – por “bóias-frias” – ou industrial – com maquinário específico), seguido da separação das folhagens (por queimada ou mecanização), transporte e armazenamento. O tempo ideal para todo o processo de preparação da matéria prima é de 24 horas. Adiante, temos a extração do caldo feito a partir de moendas, para logo após ocorrer a fermentação do mosto. Mosto é tudo aquilo que pode ser fermentável, ou seja, o caldo da cana. O mosto deve ser associado a fermentos específicos para acelerar o processo de fermentação. Existem dois tipos de fermentos: os naturais – também conhecidos como caipira – de baixa velocidade; ou o prensado – leveduras do mesmo tipo usado em panificadora – que é de aceleração mais rápida. No entanto, o processo mais usado é o misto. O resultado da fermentação – denominado de vinho – agora é levado à destilação, onde se pretende extrair de tal vinho o etanol, água, aldeídos, ácidos, cetonas e todos os componentes que fazem parte da aguardente, sendo extraída por meio de uma coluna de destilação ou alambique. A pinga, já pronta, pode ser envelhecida em tonel de madeira, de modo a alterar cor, aroma e sabor. Por último, o engarrafamento, onde é necessária uma padronização, o que não acontece em vários casos.

Como surgiu?
O álcool etílico, consumido nas bebidas alcoólicas, foi provavelmente descoberto pelos árabes. Em cada região do mundo se produz um tipo especifico e característico de bebidas, de acordo com as condições da produção de cada área, como a grapa (destilado de uva da região da Itália), o uísque (destilado proveniente da cevada sacarificada, clássico na Escócia), ou ainda a bagaceira (destilado do bagaço de uva, característico da região de Portugal). No Brasil, a cana de açúcar serviu para suprir o mercado europeu no período colonial, devido ao fato de nosso clima ser distinto do europeu. A aguardente de cana propriamente dita surgiu ao acaso, a partir das impurezas retiradas durante o processo de fervura do caldo da cana, no processo da produção de açúcar. A este líquido foi dado o nome de acagaça  muito apreciado pelos escravos. E é esta cagaça que mais tarde, ao ser destilada, dará origem à cachaça ou pinga.


Nos engenhos, a cachaça tinha as funções de desjejum, mata-bicho, estimulante, remédio ou até como moeda (juntamente com o tabaco) para a compra de escravos. De meados do século XVI até o XVII, alguns engenhos resolveram dar mais valor à pinga, dividindo a atenção de sua produção. O fato repercutiu com tanta intensidade ao diminuir o consumo da bagaceira e do vinho portugueses que a Corte proibiu sua produção, comercialização e até seu consumo. Este fato tornou a cachaça um símbolo dos Inconfidentes mineiros, como representação da resistência à dominação da metrópole. Posteriormente, com o fim da mão de obra escrava e o aumento do consumo do café, inicia-se uma fase de valorização às referências europeias  Neste contexto, a cachaça é mais uma vez marginalizada, só sendo retomada sua defesa pelos modernistas, durante a Semana de Arte Moderna de 1922, como signo nacional, juntamente com o samba e a feijoada.




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Caso Bianca Pazinatto

Nova audiência será dia 19

Goiânia (Antéro Sóter) - Sob forte esquema de segurança, o juiz Thiago Soares Castelliano, de Jataí, deu início, em alguns minutos, aos interrogatórios das menores L.L.M e M.M.S, apontadas como autoras do assassinato da universitária Bianca Mantelli Pazzinato, de 18 anos, ocorrido na semana passada, naquela cidade. Com exclusividade, a repórter Arianne Lopes e a fotógrafa Aline Caetano - as duas do Centro de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) - acompanharam a audiência e o site do TJGO divulgou, em tempo real, os flashes com detalhes dos depoimentos.
As menores foram levadas ao Fórum de Jataí e somente a imprensa oficial do Poder Judiciário goiano foi autorizada a entrar na sala de audiências, para garantia da segurança das duas, uma vez que o crime causou forte comoção pública. A equipe do TJGO recebeu orientações do juiz com relação aos conteúdos e imagens que poderiam ser divulgados, de modo a proteger a identidade das menores.
Depois da audiência realizada ontem (5), quando uma das menores acusadas de matar a estudante Bianca Pazinatto apresentou sua versão para o fato – a outra preferiu exercer o direito de permanecer em silêncio -, uma nova instrução foi marcada para 19 de agosto. Nesse dia, serão ouvidas sete testemunhas de acusação. A defesa terá até a quinta-feira (8) para apresentar suas testemunhas.
“Estou muito arrependida, principalmente quando penso nas famílias”, afirmou L.L.M, que, logo em seguida, olhou para sua mãe e chorou. Ela disse que começou um namoro com Bianca no dia 3 de março desse ano e que M.M.S a ajudou no crime "por questão de amizade". (A menor L.L.M confessou ao juiz Thiago Soares Castelliano, que o crime foi planejado. "Durante uma semana planejamos tudo, pesquisamos na internet como matar uma pessoa", afirmou. Segundo ela, a intenção era matar Bianca, mas em outro lugar.
Presente no interrogatório, a mãe de L.L.M manteve a cabeça baixa e, eventualmente, olhou para a filha. Também acompanhou a audiência o pai de M.M.S, que ouviu atentamente o interrogatório, e com os olhos cheio de lágrimas. "Eu vi a primeira facada que M.M.S deu em Bianca” , disse L.L.M Calçando chinelos e mexendo muitos com as mãos, L.L.M, de 17 anos, começou a ser interrogada por Tiago Thiago Soares Castelliano  por volta de 14 horas. Ela entrou na sala de audiências acompanhada de sua mãe e do advogado Gilson Henrique Ferreira. “Nosso relacionamento amoroso começou em março desse ano", afirmou, relatando que matou a vítima porque não conseguiria vê-lo com outra pessoa.
O caso
Bianca foi assassinada a facadas por volta das 10h30 da segunda-feira passada (29). Seu corpo, encontrado no mesmo dia, na casa de uma delas, embrulhado em sacos plásticos debaixo de uma cama. Informalmente, uma das garotas afirmou que o assassinato foi cometido porque Bianca havia se recusado a manter namoro com ela. Há indícios de que o crime foi premeditado, pois a policia encontrou um caderno, no qual estavam listados os objetos que deveriam ser utilizados para matar a estudante, como faca, luvas e barra de ferro. (Com Assessoria)








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“Onde está Murilo?”

Mãe goiana procura filho
desaparecido há 8 anos

Antéro Sóter

A população está acompanhando, através dos noticiários, as manifestações que estão acontecendo, em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, cobrando das autoridades do Rio o esclarecimento sobre o que ocorreu com o pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 23 dias. Em Goiás, a dona de casa Maria das Graças Soares luta quase que sozinha, há oito anos, para saber o paradeiro de seu filho Murilo Soares. O garoto é umas das 39 pessoas que, segundo organizações sociais de defesa dos direitos humanos, desapareceram após serem abordadas por policiais militares na região metropolitana de Goiânia nos últimos anos.

"Eu também queria saber onde está o meu filho. Eu queria que os governantes, as autoridades, também me ajudassem”, disse Maria das Graças. “São 39 famílias de desaparecidos após abordagem policial que até hoje não tiveram respostas”, comentou a dona de casa, referindo-se aos números parcialmente revelados no ano passado, em um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás.
“Minha vida virou uma tristeza, um inferno, e minha única esperança é encontrar meu filho. Batalho, continuo correndo atrás para um dia encontrá-lo, mas o pouco que eu posso fazer é dar entrevistas para que o caso não seja esquecido e participar de reuniões de grupos de direitos humanos”, comentou Graça, citando, como exemplo, a reunião extraordinária do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), da qual a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, participou, em setembro do ano passado.
AMARILDO
Morador da Rocinha, Amarildo desapareceu no dia 14 de julho deste ano, após ser levado por policiais militares para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, no bairro de São Conrado, na zona sul do Rio. O caso gerou protestos de moradores da Rocinha aos quais, depois, se somaram outros segmentos da sociedade fluminense. Após chegar às redes sociais, a pergunta "Onde está Amarildo?" atraiu a atenção da imprensa brasileira e internacional. Já o caso de Murilo e das outras 38 supostas vítimas da abordagem policial goiana atraem cada vez menos atenção da opinião pública.
MURILO

Murilo tinha 12 anos quando, em 22 de abril de 2005, policiais do grupo Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) pararam o carro dirigido pelo servente Paulo Sérgio Pereira Rodrigues, de 21 anos. A pedido do próprio pai (que, na época, já estava separado de Graça), Murilo voltava para casa de carona com Paulo. Várias pessoas presenciaram o momento em que os policiais revistavam o motorista enquanto o garoto permanecia de pé, ao lado do veículo. Foi a última vez que Murilo e Paulo foram vistos. O carro foi encontrado no dia seguinte, carbonizado e sem a aparelhagem de som e as rodas. Os corpos dos dois ocupantes, no entanto, jamais foram localizados. Paulo tinha antecedentes criminais.
Oito policiais acusados de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver foram absolvidos pela Justiça de Goiás por falta de provas materiais. O Ministério Público recorreu da sentença e o resultado do julgamento foi anulado pela Justiça estadual, que decidiu levar os policiais ao Tribunal de Júri por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáveres. Por falta de indícios, a nova decisão também foi anulada e o novo julgamento não aconteceu.
IMPUNES
Passados oito anos, Maria das Graças diz ter perdido a esperança de que alguém seja punido pelo sumiço de seu filho. Por já não acreditar que o garoto esteja vivo, ela diz alimentar unicamente a esperança de dar um enterro digno ao seu filho. “Minha expectativa é que um dia eu possa enterrar os restos do meu filho. Este é meu sonho. Eu quero encontrar o Murilo, não importa o jeito que ele esteja”.
Informações desencontradas, expectativas frustradas, ameaças de morte, o contato com a burocracia e a “falta de sensibilidade” do Estado levaram a dona de casa Maria das Graças Soares a acreditar que ninguém será punido pelo desaparecimento do filho, Murilo Soares. Dia 22, quando o desaparecimento do adolescente completou oito anos, Graça declarou que o que a sustenta é o desejo de localizar o corpo do filho e enterrá-lo dignamente. “Acabaram com a minha vida”, disse Graça.
“Infelizmente, de lá para cá, nada aconteceu”, lamentou Graça. Há pouco mais de dois anos, o Instituto Médico-Legal (IML) de Goiânia fez exames para verificar se uma ossada, supostamente de um adolescente, era de Murilo. “Disseram que o resultado ia demorar uns seis meses, mas, até hoje, nunca tive uma resposta se o exame deu positivo ou negativo. Já fui lá e não me deram resposta”. O advogado Alan Hahnemann Ferreira, que hoje representa Graça, disse estar tentando obter uma resposta oficial do IML. Mas, segundo ele, extraoficialmente a informação é que a ossada não seria de Murilo.
“A exceção de alguns veículos impressos, e muito por iniciativa de uns poucos jornalistas, a mídia local tem um receio enorme de tratar desses temas. Aí, sem isso, fica uma briga de Davi contra Golias. Com certeza, sem essa atenção, não há a necessária mobilização da sociedade. Logo, não há pressão pela resolução desses casos”, disse o advogado.
Ao pedir que a investigação e o julgamento das mortes de moradores de rua de Goiânia fossem federalizados, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, sugeriu, a cerca de três meses, que também as denúncias de desaparecimentos após abordagens policiais na região metropolitana da capital goiana também fossem federalizados. O pedido da ministra foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no começo de maio.
No pedido, é mencionada a suspeita de violência policial e atuação de grupos de extermínio em Goiás que, desde 2000, resultaram em “sistemáticas violações aos direitos humanos, diante da inércia estatal para investigar, julgar e punir os possíveis autores”.

A cargo do ministro Jorge Mussi, do STJ, o deslocamento da competência ainda não foi julgado. Por meio do chefe de Comunicação Social, coronel Anésio Barbosa Júnior, a Polícia Militar de Goiás informou que acompanha os desdobramentos do caso, classificado como “extremamente complexo”, e tem o maior interesse no esclarecimento dos fatos para que, se comprovadas as acusações, os eventuais responsáveis sejam punidos. Ou que, caso contrário, não restem dúvidas sobre a atuação de quaisquer servidores públicos ou da corporação. (Com Agência Brasil)





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CRUELDADE HUMANA

Cão encontrado com olhos costurados


(Foto: Dudu Bala/ Arquivo Pessoal)

Antéro Sóter

Até onde vai a maldade do ser humano? Isso, segundo especialistas no assunto, é difícil de se prever ou mensurar, mas ela pode ir aos extremos. O que a população de Ceres, município localizado a 178 quilômetros da Capital, quer saber é a identidade da pessoa que retirou os dois olhos e costurou as pálpebras de um cachorro e depois o abandonou. O animal só não morreu porque uma pessoa, que não quis se identificar ouviu seu ganido e o resgatou, no último dia de julho. “Fiquei arrasado e me faltou até a voz quando o vi naquele estado”, disse ele.
O benfeitor, que é um autônomo e não registrou ocorrência na delegacia por pretender adotá-lo, diz que, ao perceber que o cachorro estava sem os olhos, o levou a uma clínica veterinária para fazer exames. Apesar do ferimento, o cão passa bem. "Não sei quem pode ter feito isso com ele, mas um veterinário me disse que isso é característico de rituais de magia negra. Outro profissional falou que o cachorro pode ter tido uma doença nos olhos, e, por isso, o globo ocular foi retirado. Ele disse que os pontos foram feitos por gente que entende", informou.
O veterinário que realizou o atendimento informou que as pálpebras foram costuradas com linha de anzol. Ele retirou os fios e constatou que os olhos do animal foram retirados. O veterinário disse acreditar que se trate de um ritual de magia negra.
O homem que encontrou o animal conta que os pontos devem ser retirados em dez dias, pois está muito recente. Ele e a esposa decidiram adotar o animal, que já recebeu até nome: "Pretinho". "Vou tomar conta dele, cuidar, dar muito carinho. Gosto muito de cachorro", ressaltou.
Apesar de não haver uma denúncia formal, a Delegacia de Polícia de Ceres, de acordo com o delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, deve apurar o caso, pois é, segundo ele, “um crime ambiental de ação pública plena e incondicionada”.







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Centro de Educação Profissional de Catalão será reformado e ampliado pela Sectec

O Centro de Educação Profissional (CEP) de Catalão será reformado e ampliado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado (Sectec) com recursos dos governos federal e estadual por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O anúncio da reforma foi feito na sexta-feira (2) pelo secretário Mauro Faiad, que é de Catalão.
 O convênio firmado entre o governo de Goiás e o MEC possibilita que a Sectec auxilie na manutenção do CEP e também compre mobiliário, laboratório e equipamentos para as unidades. “A reforma e ampliação do CEP vão incrementar de forma significativa o atendimento à crescente demanda dos trabalhadores e das empresas por qualificação profissional”, disse Mauro Faiad. 
O prefeito Jardel Sebba (PSDB) ressaltou o compromisso do governador Marconi Perillo com o povo de Catalão. “Este benefício para o CEP é outro exemplo da ótima relação que a prefeitura tem com o Governo do Estado. É uma parceria administrativa sólida e faz com que Catalão seja contemplada com muitos recursos e benefícios. O povo só ganha com essa parceria”, declarou o prefeito. 
A Sectec também lançou na sexta-feira os editais de licitação das primeiras duas escolas técnicas de um total de cinco que serão construídas por meio de parceria entre o Governo de Goiás e o Ministério da Educação. As novas unidades, denominadas Escolas Técnicas Padrão 1.200, serão construídas em Goiânia (Região Noroeste), Aparecia de Goiânia, Mineiros, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso.



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ESPORTE

Equipes de Catalão conseguem
classificação para fase regional
dos Jogos Abertos de Goiás

Cinco equipes de Catalão que disputaram a 12ª fase classificatória dos Jogos Abertos de Goiás, no fim de semana passado, conseguiram acesso à etapa regional da competição. 
Sete times participaram dos jogos que foram realizados em Caldas Novas. Catalão foi representada no futsal masculino e feminino, handebol masculino e feminino, voleibol masculino e feminino e basquete masculino.  
Após as disputas, apenas as equipes do basquete masculino e voleibol feminino não conseguiram se classificar. 
A delegação catalana contou com apoio da Prefeitura de Catalão que forneceu o transporte para os atletas.

Confira a classificação:
FUTSAL - FEMININO
 Classificadas para a Fase Regional: Catalão e Ipameri

CHAVE ÚNICA
1- Catalão
2- Ipameri
3- Pires do Rio
4- Cumarí
  
FUTSAL – MASCULINO
Classificados para a Fase Regional: Caldas Novas e Catalão

 CHAVE A
CHAVE B
CHAVE C
1- Davinópolis
1- Ipameri
1- Pires do Rio
2- Caldas Novas
2- Catalão
2- Mazargão
3- Corumbaíba                    
 3- Urutaí
3- Palmelo

HANDEBOL – FEMININO
 Classificadas para a Fase Regional: Catalão e Davinópolis
CHAVE ÚNICA
1- Caldas Novas
2- Davinópolis
3- Três Ranchos
4- Catalão
  
HANDEBOL- MASCULINO
Classificadas para a Fase Regional: Catalão e Caldas Novas

CHAVE ÚNICA
1- Três Ranchos
2- Catalão
3- Caldas Novas

VOLEIBOL – MASCULINO
Classificadas para a Fase Regional: Chave A Catalão - e Chave B - Davinópolis 
 CHAVE A
CHAVE B
1- Goiandira
1- Caldas Novas
2- Catalão
2- Pires do Rio
3- Ipameri
3- Urutaí

4- Davinópolis





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2ª edição da Feira Sabor & Arte começa amanhã


Evento faz parte da programação do
aniversário de 154 anos de Catalão

A Prefeitura de Catalão realizará, amanhã (7) a abertura da 2ª edição da Feira Sabor & Arte. Integrando a programação do aniversário de 154 anos da cidade, o evento contará com cerca de 55 expositores e apresentações de música e dança. A feira será montada no calçadão da Avenida Raulina Paschoal, em frente ao Núcleo de Convivência da Terceira Idade João Faiad, no Centro.
A feira terá início na quarta-feira e vai até o sábado, dia 10. A feira funcionará das 19h até às 23h30. Serão montadas cerca de 30 barracas de comida e outras 25 de artesanato sob um túnel de 30 metros.
Banda Gênese 
Entre as atrações artísticas na 2ª edição da Sabor & Arte está o show com a Banda Gênese, de Goiânia, famosa por animar grandes festas de formatura no Brasil com repertório eclético. A banda se apresenta no sábado, 10.
Estão previstas ainda duplas sertanejas, além de apresentações de tango e dança do ventre. A prefeitura disponibilizará ainda brinquedos para crianças.

Serviço: Feira Sabor & Arte
Data: 7 a 10/08 – quarta-feira a sábado
Hora: das 19h às 23h30
Local: Calçadão da Avenida Raulina Paschoal, em frente ao Núcleo de Convivência da Terceira Idade João Faiad, no Centro


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COMUNICADO



Prefeitura alerta comerciantes: Agente falso se passa por fiscal da prefeitura

A Prefeitura de Catalão alerta comerciantes da cidade quanto à autuação de um falso fiscal que se apresenta como servidor da prefeitura e cobra taxas por alvarás e licenças. O estelionatário se identifica como Pablo e tem se passado por agente de diferentes unidades, como da Secretaria Municipal de Obras ou do Departamento de Vigilância Sanitária, e exige dinheiro de comerciantes para a regularização de atividades.

Nenhum fiscal da prefeitura realiza qualquer tipo de cobrança em dinheiro. Todos se apresentam com crachás e qualquer pagamento referente a alvarás e licenças deve ser realizado por meio do Documento Único de Arrecadação Municipal (Duam).




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Vacina brasileira contra o HIV começará a ser testada em macacos em setembro | Agência Brasil

Vacina brasileira contra o HIV começará a ser testada em macacos em setembro | Agência Brasil



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domingo, 14 de abril de 2013

Força-tarefa define linhas de ação para regularizar situação de haitianos no Acre

Segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, o plano de ação integrado, definido hoje, prevê, além do já anunciado esforço para fornecer aos haitianos os documentos necessários à sua regularização e permanência no Brasil, ações de assistência social e de orientação.

Vejaa mais:

Força-tarefa define linhas de ação para regularizar situação de haitianos no Acre | Agência Brasil



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