Brasília (Daniel Rittner/Valor Econômico) - O aumento da oferta de vôos entre Brasil e Estados Unidos está no centro da estratégia das companhias aéreas em 2008. No ano passado, a Varig correu para retomar suas operações na Europa e a TAM inaugurou novas rotas - como Milão, Frankfurt e Madri - para preencher o vazio deixado pela antiga líder no mercado internacional. Agora, a aposta das aéreas está na ampliação das ligações para cidades americanas.
TAM, que nos vôos para os Estados Unidos consegue ocupar 85% dos assentos oferecidos na alta temporada e 72% na baixa, estuda a criação de três rotas: Rio-Miami, Rio-Nova York e São Paulo-Los Angeles - atualmente não há vôos diretos entre o Brasil e a Costa Oeste. Para isso, só depende do aumento da frota de aeronaves de longo curso. Já a Varig planeja voltar ao mercado americano no segundo semestre.
Se houver aviões disponíveis para iniciar os vôos, essa programação pode até ser antecipada para o fim do primeiro semestre, diz Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. "A intenção é começar por Nova York e em seguida operar também para Miami", comenta o executivo, que espera chegar ao fim de janeiro com uma frota de 12 aviões do modelo 767 da Boeing. Os vôos para Nova York devem ser iniciados primeiro, segundo ele, porque a capital financeira tem demanda maior e oferta mais ampla de conexões para outros destinos dos Estados Unidos. "E é mais a cara de uma empresa focada no viajante a negócios", afirma o diretor da Varig, adiantando que os vôos partirão do aeroporto de Cumbica (Guarulhos).
As companhias americanas também têm interesse em ampliar suas rotas. Delta e American Airlines comunicaram ao governo que têm intenção de voar para capitais como Brasília, Recife, Salvador e Fortaleza. O problema é que, pelo acordo aéreo bilateral entre Brasil e Estados Unidos, as empresas de cada país podem fazer no máximo 105 vôos por semana. Enquanto as brasileiras são responsáveis por 35 freqüências semanais, as americanas já esgotaram sua cota. Elas pediram ajuda da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para negociar essa ampliação com o governo.
Com o apoio da ministra do Turismo, Marta Suplicy, a Embratur tem pedido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que aumente o limite de vôos. Os Estados Unidos são o segundo país que mais envia turistas ao Brasil - são aproximadamente 750 mil por ano. "Temos muito interesse em ampliar as freqüências para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste", afirma a presidente da Embratur, Jeanine Pires. De acordo com ela, os Estados Unidos estão entre os quatro países de "altíssima prioridade" para o órgão de divulgação do Brasil no exterior e receberão foco especial em 2008. Isso inclui uma intensa campanha de mídia entre março e junho, véspera da alta temporada para os americanos, que costumam sair de férias de julho a setembro.
Para Jeanine, a indústria do turismo no Brasil deve observar as oportunidades que, paradoxalmente, podem surgir com a crise de crédito na economia americana. "Os turistas americanos podem trocar destinos mais caros, como a Europa, pela América do Sul", acredita. Ela frisa que a política de promoção turística brasileira nos Estados Unidos não deve basear-se somente nisso, e sim manter uma lógica de atração contínua de viajantes a médio prazo. Mas pondera que, num momento em que a renda das famílias americanas pode ficar mais comprometida, viagens pela América do Sul tornam-se uma opção e o Brasil deve estar preparado para receber esses turistas.
A questão, segundo a presidente da Embratur, é que começa a haver mais procura do que oferta nos vôos ligando os dois países. Isso faz com que o Brasil perca competitividade em relação a seus "concorrentes" no continente, pois tem sido cada vez mais incomum encontrar bilhetes aéreos em classes tarifárias promocionais nesses vôos. Daí, conclui Jeanine, a necessidade de ampliar a oferta, especialmente fora de Guarulhos e do Galeão. "Não podemos prejudicar as companhias brasileiras, mas não podemos cair no outro extremo", diz.
A frase da executiva é uma resposta indireta às pressões das empresas brasileiras para que a Anac não libere, em hipótese nenhuma, mais vôos das americanas para São Paulo ou Rio. Elas defendem que, antes disso, deve haver maior equilíbrio na quantidade de vôos feitos por companhias de cada país. Atualmente, quatro aéreas americanas mantêm linhas para o Brasil - American, Delta, United e Continental.
Fontes do setor com assento nas reuniões plenárias da Superintendência de Relações Internacionais da Anac, que distribui as autorizações de vôos ao exterior, duvidam do interesse das americanas em inaugurar vôos para destinos como Brasília ou no Nordeste.
TAM, que nos vôos para os Estados Unidos consegue ocupar 85% dos assentos oferecidos na alta temporada e 72% na baixa, estuda a criação de três rotas: Rio-Miami, Rio-Nova York e São Paulo-Los Angeles - atualmente não há vôos diretos entre o Brasil e a Costa Oeste. Para isso, só depende do aumento da frota de aeronaves de longo curso. Já a Varig planeja voltar ao mercado americano no segundo semestre.
Se houver aviões disponíveis para iniciar os vôos, essa programação pode até ser antecipada para o fim do primeiro semestre, diz Lincoln Amano, diretor comercial da Varig. "A intenção é começar por Nova York e em seguida operar também para Miami", comenta o executivo, que espera chegar ao fim de janeiro com uma frota de 12 aviões do modelo 767 da Boeing. Os vôos para Nova York devem ser iniciados primeiro, segundo ele, porque a capital financeira tem demanda maior e oferta mais ampla de conexões para outros destinos dos Estados Unidos. "E é mais a cara de uma empresa focada no viajante a negócios", afirma o diretor da Varig, adiantando que os vôos partirão do aeroporto de Cumbica (Guarulhos).
As companhias americanas também têm interesse em ampliar suas rotas. Delta e American Airlines comunicaram ao governo que têm intenção de voar para capitais como Brasília, Recife, Salvador e Fortaleza. O problema é que, pelo acordo aéreo bilateral entre Brasil e Estados Unidos, as empresas de cada país podem fazer no máximo 105 vôos por semana. Enquanto as brasileiras são responsáveis por 35 freqüências semanais, as americanas já esgotaram sua cota. Elas pediram ajuda da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para negociar essa ampliação com o governo.
Com o apoio da ministra do Turismo, Marta Suplicy, a Embratur tem pedido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que aumente o limite de vôos. Os Estados Unidos são o segundo país que mais envia turistas ao Brasil - são aproximadamente 750 mil por ano. "Temos muito interesse em ampliar as freqüências para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste", afirma a presidente da Embratur, Jeanine Pires. De acordo com ela, os Estados Unidos estão entre os quatro países de "altíssima prioridade" para o órgão de divulgação do Brasil no exterior e receberão foco especial em 2008. Isso inclui uma intensa campanha de mídia entre março e junho, véspera da alta temporada para os americanos, que costumam sair de férias de julho a setembro.
Para Jeanine, a indústria do turismo no Brasil deve observar as oportunidades que, paradoxalmente, podem surgir com a crise de crédito na economia americana. "Os turistas americanos podem trocar destinos mais caros, como a Europa, pela América do Sul", acredita. Ela frisa que a política de promoção turística brasileira nos Estados Unidos não deve basear-se somente nisso, e sim manter uma lógica de atração contínua de viajantes a médio prazo. Mas pondera que, num momento em que a renda das famílias americanas pode ficar mais comprometida, viagens pela América do Sul tornam-se uma opção e o Brasil deve estar preparado para receber esses turistas.
A questão, segundo a presidente da Embratur, é que começa a haver mais procura do que oferta nos vôos ligando os dois países. Isso faz com que o Brasil perca competitividade em relação a seus "concorrentes" no continente, pois tem sido cada vez mais incomum encontrar bilhetes aéreos em classes tarifárias promocionais nesses vôos. Daí, conclui Jeanine, a necessidade de ampliar a oferta, especialmente fora de Guarulhos e do Galeão. "Não podemos prejudicar as companhias brasileiras, mas não podemos cair no outro extremo", diz.
A frase da executiva é uma resposta indireta às pressões das empresas brasileiras para que a Anac não libere, em hipótese nenhuma, mais vôos das americanas para São Paulo ou Rio. Elas defendem que, antes disso, deve haver maior equilíbrio na quantidade de vôos feitos por companhias de cada país. Atualmente, quatro aéreas americanas mantêm linhas para o Brasil - American, Delta, United e Continental.
Fontes do setor com assento nas reuniões plenárias da Superintendência de Relações Internacionais da Anac, que distribui as autorizações de vôos ao exterior, duvidam do interesse das americanas em inaugurar vôos para destinos como Brasília ou no Nordeste.
De acordo com essas fontes, a agência reguladora chegou a oferecer 21 freqüências adicionais por semana - sete para Salvador, sete para Brasília e sete para Manaus - às quatro companhias dos Estados Unidos, mas elas não teriam aceitado.
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