Presidente do STTR, Luís Pires denuncia dezoito cobras encontradas na escola do Joana D'Arc |
Porto Velho (RO) - O
primeiro item da pauta de reunião entre representantes do Grito da Terra e
Incra foi concluído nesta manhã, quando foi tratada a situação das famílias dos
projetos de assentamento Joana D’Arc afetadas pelas obras da usina de Santo
Antônio. A reunião está acontecendo no auditório do Incra em Porto Velho, desde
às 8h30.
Participam a
presidente substituta do Incra, Érika Borges, o representante da Confederação
Brasileira de Trabalhadores da Agricultura (Contag), Zenildo Pereira Xavier, o
superintendente regional do Incra/RO, Luis Flavio Carvalho Ribeiro, o
presidente da Fetagro, Fábio Menezes, o presidente da CUT Rondônia, Itamar
Ferreira, gestores e técnicos do Incra e representantes dos assentados.
Após os relatos dos
moradores do Joana D’Arc e seus representantes, denunciando impossibilidade de
cultivar a terra devido aos alagamentos, cobras nas salas de aula, falta de
estradas, malária e intoxicação com os mosquiteiros fornecidos pela empresa, a
direção nacional do Incra afirmou que o lado das instituição é “o lado dos
beneficiários da reforma agrária”. “Sabemos do sofrimento diário e vamos estar
juntos com vocês durante todo o processo até a chegada de um consenso sobre a
situação do Joana D’Arc, e vamos trabalhar para encurtar esse processo”, afirmou
Érika Borges.
O superintendente do
Incra/RO ressaltou a importância de se buscar uma solução em conjunto e passou
às mãos dos representantes dos trabalhadores os estudos realizados pelo órgão
atendendo às reivindicações do movimento.
Haverá uma reunião na
presidência do Incra em Brasília no dia 12 de setembro, com a participação da
Santo Antônio Energia S.A. e representantes dos assentamentos, que vai discutir
a avaliação da empresa sobre o relatório de impactos entregue pelo Incra no dia
23 de agosto.
O representante da
Contag disse que essa situação será levada à presidente Dilma Rousseff. “Se o
país tem recurso para construir estádios tem que ter para resolver a situação
desse povo. Não é fácil, mas é possível e vamos buscar uma resposta rápida e objetiva”,
assegurou.
Entre as deliberações
o Incra se comprometeu a solicitar apoio à CPRM - Serviço Geológico do Brasil
em estudos complementares do lençol freático da região, realizar um
levantamento sobre possíveis áreas para reassentamento das famílias impactadas
e fornecer em caráter emergencial cestas básicas às famílias do local que estão
em situação de insegurança alimentar. “As famílias não vão ficar desassistidas
nesse processo. É o nosso compromisso”, garantiu a presidente.
Até o momento a Santo
Antônio Energia indenizou 213 famílias do Joana D'Arc e 37 estão em fase de
conclusão das negociações. Outras 262 reclamam da impossibilidade de viver e
tirar seu sustento em seus lotes do assentamento.
O grito da Terra
apresentou vinte itens em sua pauta de reivindicações ao Incra incluindo
regularização fundiária, revisão de valores de títulos de terras,
infraestrutura nos assentamentos, como estradas, assistência técnica,
habitação, energia e água, extensão de políticas públicas para a agricultura familiar
aos que vivem nos acampamentos e estruturação do órgão com ampliação do número
de servidores.
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