Do Alto da Torre
Eduardo Brito
Aperto nos administradores regionais
O Buriti mandou um recado a todos os administradores regionais. Não admitirá mais que, à revelia do gabinete do governador, enviem convites em que apareça o nome de Agnelo Queiroz. É que têm sido muitíssimo comuns os casos em que os administradores encaminhem mensagens começando por “o governador Agnelo Queiroz convida”, referindo-se a solenidades a que ele não pretende ir e, frequentemente, até desconhece. Esse gesto, que não será mais tolerado, tem criado constrangimentos para o Buriti.
Pente-fino na agenda do Buriti
A medida se enquadra em um esforço maior, que é a revisão dos critérios usados para montar a agenda do governador. Agnelo tem examinado – e às vezes aceita – participar de eventos a que se atribui importância técnica ou repercussão política. Não apenas ocorrem erros de avaliação, como superestimar o interesse por uma solenidade a que só aparece meia dúzia de gatos pingados, como o nome do governador termina associado a atos de pouca relevância. O Buriti quer, agora, combinar técnica e política.
Entre idas e vindas
O suplente Paulinho Roriz, do DEM, volta à Câmara Legislativa na semana que vem. O distrital Raad Massouh, que trocou a legenda pelo PPL, já foi renomeado para a Secretaria da Pequena e Microempresa.
Na corda bamba
Paulo Roriz assume, mas fica em permanente corda bamba. Só permanece na Câmara, óbvio, caso se alinhe com o Buriti. No entanto, se der bandeira, pode ser expulso do DEM de Alberto Fraga e ter seu mandato pedido pelo partido.
Quem pode subir
Caso tanto Raad Massouh quanto Paulo Roriz fiquem fora da Câmara Legislativa – embora o Buriti deva cuidar para que isso não aconteça – a vaga cairia para o médico João Luiz Arantes de Freitas. Só para registro, Paulinho Roriz teve 16.762, acima de 12 dos distritais eleitos, enquanto João Luiz ficou com 3.974.
Reaproximação ensaiada
Ensaiou-se uma reaproximação entre o governador Agnelo Queiroz e o senador Rodrigo Rollemberg. Após um bom tempo em que só se encontravam em eventos formais, Rollemberg esteve na residência oficial de Águas Claras e conversou com o governador. Dos dois lados, porém, a turma está de pé atrás. A equipe do Buriti acha que Rollemberg só procurou Agnelo porque não consegue afastar o PSB da base de apoio do governo. O senador, por sua vez, acelerou sua ainda não declarada campanha pelo lugar de Agnelo.
Desconfiança de parte a parte
Para o Buriti, o que mais revela a disposição do senador Rollemberg é o endurecimento de sua postura diante do Buriti. Embora tenha voltado a cultivar as pontes com o governo, o senador tem adotado tom mais ácido nas críticas a Agnelo.
Escolha de Sofia
O Buriti está mesmo disposto a retomar a vaga de deputado federal hoje confiada a Augusto Carvalho (foto). Cresce a convicção de que essa retomada é inevitável diante da postura adotada pelo PPS. No entanto, ainda não se sabe qual o secretário a ser despachado para a Câmara dos Deputados para desalojar Augusto.
O emocional e o racional
A turma do Buriti detectou no governador Agnelo Queiroz a disposição para exonerar o secretário de Habitação, Geraldo Magela. Essa postura, porém, seria mais emocional do que racional. Agnelo preferiria ter por perto o secretário de Governo, Paulo Tadeu. Isso, porém, teria um custo. Afinal, a Secretaria de Habitação tem mostrado trabalho e, principalmente, até hoje não gerou constrangimentos para o governador.
Custo político
Já a saída de Paulo Tadeu seria mais fácil de explicar, do ponto de vista administrativo. A Secretaria de Governo está mesmo esvaziada desde a chegada de Swedenberger Barbosa à Casa Civil. Os distritais, que farejam sangue a distância, passaram a ignorar o antes cortejado Paulo Tadeu. Mas uma exoneração do secretário de Governo, agora, teria custo político elevado, pensa o Buriti.
Sob nova direção
O novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do DF, desembargador Mario Machado Vieira Netto, toma posse quarta-feira, juntamente com o vice, desembargador Romão Cícero de Oliveira. A solenidade será às 18h30, na sala de sessões do TRE.
Só a pedido
A Procuradoria Geral do Distrito Federal não gostou nada, mas nadinha mesmo, de que haja gente por aí afirmando que envolveu o GDF na greve dos vigilantes, em janeiro. Diz que só agiu naquele caso após receber pedido formal, por escrito, e em caráter de urgência, da Secretaria de Planejamento , em virtude do risco a órgãos públicos como hospitais, bancos ou escolas. Afirma ainda que, em todos os movimentos grevistas dos últimos meses, seguiu rigorosamente a orientação do governo, inclusive nos casos em que foi orientada a aguardar a evolução das negociações antes da adoção de medidas judiciais. Não é o que pensa o Buriti. O atual procurador geral, Rogério Leite Chaves, deve deixar o cargo na semana que vem.
PTB escolhe candidatos
O PTB brasiliense faz hoje uma reunião plenária. Presidido pelo senador Gim Argello, o encontro começará o processo de seleção de nomes para disputar as eleições na Região Metropolitana.
Fonte: Jornal de Brasília
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