Opção por linha contínua contraria tendência no país
BRASÍLIA (O Globo) - Para alguns analistas, a decisão de usar a linha ponto-a-ponto (de corrente contínua) para transmitir energia das usinas do Rio Madeira para o Sudeste contraria o que vem sendo adotado nas licitações de linhas de transmissão nos últimos anos. No Brasil, apenas o linhão de Itaipu, que transmite a energia da hidrelétrica binacional ao Sudeste, é de corrente contínua.
As demais são de corrente alternada.
Para Ary D’Ajuz, especialista em linhas de transmissão e consultor do Fórum LTCA, falta mão-de-obra especializada no país para lidar com o sistema, dominado por empresas multinacionais: — Temos experiência para lidar com a tecnologia de corrente alternada e, por isso, os preços vêm caindo ao longo dos anos nos leilões. Ficaremos à mercê dos fabricantes.
Rafael Schechtman, diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE), afirma que, em uma linha tão longa, a corrente contínua evita perdas maiores da energia transportada, algo comum em qualquer linhão: — As perdas são inevitáveis, mas com a corrente alternada serão ainda maiores com essa distância. O governo não poderá contar com parte da energia gerada em Rondônia.
Governo alega que sistema alternado é 40% mais caro
Para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que com o Ministério de Minas e Energia dará a palavra final sobre o tipo de transmissão, a questão primordial está relacionada a custos e problemas técnicos. Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, a linha de corrente alternada custaria 40% mais que a contínua, ou seja, demandaria investimentos de R$ 10 bilhões.
Como ela apresentaria problemas técnicos, os custos poderiam subir 60%. Já a alternativa híbrida é 20% mais cara.
Tolmasquim garante que Rondônia não será prejudicada por falta de energia: — O atendimento local está garantido, e há planos que asseguram o crescimento do mercado para os próximos 15 anos.
Nos próximos dias, o edital de licitação das linhas será apreciado pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Enquanto isso, a discussão começa a se politizar. A Comissão de Infra-estrutura do Senado aprovou, semana passada, o requerimento para audiência pública com a finalidade de debater a transmissão de energia de Santo Antônio e Jirau.
Segundo a senadora Fátima Cleide (PT-RO), se forem confirmados os estudos pelo uso da energia em corrente contínua, não apenas Porto Velho, mas diversas cidades por onde a linha de transmissão passará serão prejudicadas, sem acesso à energia produzida. (G.P.)
BRASÍLIA (O Globo) - Para alguns analistas, a decisão de usar a linha ponto-a-ponto (de corrente contínua) para transmitir energia das usinas do Rio Madeira para o Sudeste contraria o que vem sendo adotado nas licitações de linhas de transmissão nos últimos anos. No Brasil, apenas o linhão de Itaipu, que transmite a energia da hidrelétrica binacional ao Sudeste, é de corrente contínua.
As demais são de corrente alternada.
Para Ary D’Ajuz, especialista em linhas de transmissão e consultor do Fórum LTCA, falta mão-de-obra especializada no país para lidar com o sistema, dominado por empresas multinacionais: — Temos experiência para lidar com a tecnologia de corrente alternada e, por isso, os preços vêm caindo ao longo dos anos nos leilões. Ficaremos à mercê dos fabricantes.
Rafael Schechtman, diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE), afirma que, em uma linha tão longa, a corrente contínua evita perdas maiores da energia transportada, algo comum em qualquer linhão: — As perdas são inevitáveis, mas com a corrente alternada serão ainda maiores com essa distância. O governo não poderá contar com parte da energia gerada em Rondônia.
Governo alega que sistema alternado é 40% mais caro
Para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que com o Ministério de Minas e Energia dará a palavra final sobre o tipo de transmissão, a questão primordial está relacionada a custos e problemas técnicos. Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, a linha de corrente alternada custaria 40% mais que a contínua, ou seja, demandaria investimentos de R$ 10 bilhões.
Como ela apresentaria problemas técnicos, os custos poderiam subir 60%. Já a alternativa híbrida é 20% mais cara.
Tolmasquim garante que Rondônia não será prejudicada por falta de energia: — O atendimento local está garantido, e há planos que asseguram o crescimento do mercado para os próximos 15 anos.
Nos próximos dias, o edital de licitação das linhas será apreciado pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Enquanto isso, a discussão começa a se politizar. A Comissão de Infra-estrutura do Senado aprovou, semana passada, o requerimento para audiência pública com a finalidade de debater a transmissão de energia de Santo Antônio e Jirau.
Segundo a senadora Fátima Cleide (PT-RO), se forem confirmados os estudos pelo uso da energia em corrente contínua, não apenas Porto Velho, mas diversas cidades por onde a linha de transmissão passará serão prejudicadas, sem acesso à energia produzida. (G.P.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário