As informações fornecidas pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, nas capitais dos 26 estados do país e no Distrito Federal, revelam os hábitos relacionados à saúde dos brasileiros adultos (> 18 anos).
O inquérito é feito anualmente desde 2006. “Estamos construindo uma linha de base para o monitoramento dos fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis. A idéia é, a partir dos dados, basear as políticas públicas de promoção à saúde e prevenção de doenças não transmissíveis”, explica a coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, Deborah Malta.
A pesquisa consistiu em mais de 54 mil entrevistas telefônicas, com um mínimo de 2 mil indivíduos adultos (18 ou mais anos de idade) em cada uma das 26 capitais e no Distrito Federal. A amostragem foi realizada a partir de cadastros das linhas telefônicas residenciais de cada cidade, onde um morador foi selecionado para ser entrevistado.
Para a análise dos dados, foram utilizados fatores de ponderação que igualam a composição sócio-demográfica da amostra em cada cidade àquela observada no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000. Com isto, todas as faixas etárias, de sexo e escolaridade são representadas, conforme a distribuição populacional do Brasil.
As entrevistas foram feitas entre julho e dezembro de 2007 por uma equipe de 60 entrevistadores, quatro supervisores e um coordenador. No questionário perguntas sobre tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultravioletas, auto-avaliação do estado de saúde, diagnóstico autodeclarado de hipertensão e diabetes e, para as mulheres, exame de mamografia e preventivo de colo de útero (Papanicolau).
Os resultados do VIGITEL mostram que, de uma forma geral, as brasileiras têm cuidado mais da saúde: alimentam-se melhor, fumam menos, são menos sedentárias, bebem menos e têm menos excesso de peso.
Por outro lado, cerca de 43,4% da população adulta estão com excesso de peso (IMC> 25), apenas 17,7% da população atendem às recomendações da OMS de comer cinco porções diárias de frutas e hortaliças, o consumo de carne com gorduras aparentes está no cotidiano de 32,8% da população e 29,2% dos adultos são sedentários.
Veja a seguir os principais resultados:
Tabagismo
A freqüência de fumantes nas 27 cidades é de 16,4%. “Percebemos que esse hábito está diminuindo, mas o ideal é a sua eliminação” comenta Deborah Malta. A cidade com maior freqüência de fumantes é Porto Alegre (21,7%) e a menor é Salvador (11,5%). Se for comparado o hábito entre homens e mulheres, eles (20,9%) fumam mais que elas (12,6%). Os homens que mais fumam no país estão em Florianópolis (26,4%) e as mulheres, em Porto Alegre (20,1%). Em ambos os sexos a freqüência de fumantes cai após 54 anos de idade, alcançando menor número entre os indivíduos com 65 anos ou mais.
Excesso de peso e obesidade
Aqueles com excesso de peso (IMC maior ou igual a 25kg/m2) já somam 43,4% da população das capitais brasileiras. “A situação é preocupante, o excesso de peso é um fator de risco para doenças do coração, diabetes e outras”, observa a coordenadora. A maior parcela de adultos com excesso de peso foi encontrada em Cuiabá (49,7%), tanto em homens (57,0%) como em mulheres (42,2%), e a menor em Palmas (33,4%). Em geral, a ocorrência do excesso de peso é mais freqüente em homens do que em mulheres. O cruzamento entre excesso de peso, grau de escolaridade e sexo revela que, entre homens, o maior número de indivíduos acima do peso está entre os de maior escolaridade. Já entre mulheres o aumento do peso ocorre quanto menor a escolaridade.
Já em relação à obesidade (IMC maior ou igual a 30 kg/m2), o conjunto das capitais tem 12,9% de obesos sendo a maior parcela encontrada no Macapá (16,1%), seguido de Campo Grande (15,0%). A menor quantidade de obesos está em Palmas (8,8%). O maior número de homens obesos foi encontrado em Macapá (19,5%) e de mulheres, em Cuiabá (14,8%).
Consumo recomendado de frutas e hortaliças
O consumo recomendado pela OMS é de 400g/dia de frutas e hortaliças, o que corresponde a cinco ou mais porções, pelo menos em cinco ou mais dias por semana. No conjunto das capitais e no Distrito Federal, a freqüência da população adulta que consome essa quantidade foi de 17,7%. “Precisamos traçar estratégias para aumentar o consumo de frutas e hortaliças”, alerta Deborah Malta.
A maior freqüência foi encontrada em São Paulo, que apresentou 23% da população com esse hábito. Porto Velho, do lado oposto, apresenta apenas 10%. Entre os homens, a menor freqüência foi encontrada em Porto Velho (6,9%) e a maior em São Paulo (17,5%). Já entre as mulheres, a frequência variou de 10,6%, em Boa Vista, a 27,7%, em São Paulo.
Consumo de carnes com excesso de gordura
O consumo de carne vermelha gordurosa ou frango com pele sem remover a gordura visível do alimento foi de 32,8% da população adulta de todas as capitais e Distrito Federal. A freqüência foi maior em Campo Grande, (45,6%) e menor em Salvador (22,9%). “Campo Grande é a segunda capital em quantidade de obesos. É preciso trabalhar a informação que comer carne sem gordura é melhor para a saúde e previne doenças cardiovasculares”, explica Deborah. Homens tendem a consumir mais (42,7%) que mulheres (24,3%). Os homens de Belo Horizonte são os que mais consomem (57,1%). Entre as mulheres, as de Campo Grande tiveram o maior percentual (35,3%).
Consumo de leite integral
O leite integral é consumido por 53,2% da população do conjunto das cidades estudadas. A faixa de consumo dessa bebida variou entre 42,7%, em Vitória (menor ingestão), a 64% em Belém (maior ingestão). A maior freqüência de consumo de leite integral entre homens foi observada em Manaus (61,7%). Entre mulheres, a maior freqüência foi encontrada em Belém (66,5%). “O consumo de leite em adultos é uma importante fonte de cálcio, mas deve ser incentivada a opção de adotar o uso do leite desnatado, sem gordura, que previne doenças crônicas”, recomenda a coordenadora.
Consumo de refrigerantes
A freqüência de adultos que consomem refrigerantes cinco ou mais dias da semana variou de 21% em Aracaju (menor regularidade) a 38% no Macapá (menor regularidade). No conjunto das capitais e Distrito Federal, 26,7% dos entrevistados bebem refrigerantes. Os homens bebem com maior freqüência (31,7%) que as mulheres (22,4%). Entre os homens adultos, Porto Velho é a capital onde há maior consumo (43%) e o menor em Natal (19%). Entre as mulheres, o maior percentual de consumo da bebida é em Macapá, com (38%), e o menor em Natal (12%). Foi observado também que quanto maior a escolaridade menor o consumo de refrigerantes.
Atividade física no lazer
São poucos os adultos que praticam atividade física suficiente no lazer (30 minutos diários de intensidade leve ou moderada, em cinco ou mais dias da semana, ou 20 minutos de intensidade vigorosa em pelo menos três dias da semana). A freqüência varia entre 11,3% em São Paulo e 20,5% em Vitória. No conjunto das capitais, a prática regular foi de 15,5%. “Talvez Vitória tenha tido a maior freqüência por apresentar um serviço de orientação ao exercício físico criado pela prefeitura há mais de 20 anos. O Ministério da Saúde tem apoiado esta iniciativa”, diz Deborah.
Entre os homens, 19,3% praticam atividade física no lazer e entre mulheres apenas 12,3%. Entre homens, a prática regular de exercício mais freqüente acontece em Belém (25%) e a menos freqüente é em São Paulo (16%). Entre as mulheres, o maior número foi em Palmas (19%) e o menor em São Paulo (8%). A faixa etária entre os homens onde a freqüência é máxima é dos 18 aos 24 anos. Entre mulheres, a situação mais desfavorável é encontrada nas faixas etárias extremas: apenas 10% das mulheres jovens e 11% das idosas informam atividade física no lazer.
Inatividade física
No outro extremo da atividade física está o sedentarismo. A freqüência varia de 25% da população em Porto Velho a 34% em Recife. No conjunto das capitais brasileiras, 29,2% dos entrevistados são sedentários. Houve variação entre os dois sexos para o sedentarismo: os homens são mais sedentários (30,9%) que as mulheres 27,8%. Entre homens a maior freqüência de inatividade física foi encontrada em Florianópolis (35%) e entre mulheres em Teresina (32%). Quanto maior é a faixa etária (> 65 anos) menor é o percentual da população que faz exercícios, tanto nos homens (54%), quanto nas mulheres (58%).
Consumo de bebidas alcoólicas
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas (considerado mais de cinco doses para homens e mais de quatro para mulheres em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias) variou entre 13,4%, em São Paulo e 23% em São Luís. A freqüência no conjunto das capitais foi de 17,5%. Na maioria das cidades, a ingestão abusiva foi três vezes maior nos homens (27,2%) do que nas mulheres (9,3%). O maior percentual entre os homens se deu em São Luís (39%) e o menor em São Paulo (21%). Entre mulheres, Salvador é a capital onde há maior consumo (14%) e Curitiba o menor (5%). A partir dos 45 anos de idade a ingestão de álcool declina progressivamente.
Dirigir após consumo de bebidas
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas seguido de direção é maior em Palmas (4,5%) e a menor freqüência no Rio de Janeiro (1%). Nas capitais do Brasil, o percentual geral foi de 2%. Ao comparar eles com elas, a situação é mais freqüente entre homens (4%) do que entre mulheres (0,3%). Os homens de Teresina são os que mais bebem no país e conduzem um automóvel (9,5%). As mulheres do Distrito Federal e de Palmas são as que mais ingerem bebida alcoólica e depois dirigem (1,8% e 1,6% em cada capital, respectivamente).
Auto-avaliação do estado de saúde
A auto-avaliação da saúde, obtida com uma única questão que pede para o indivíduo classificar seu estado de saúde em excelente, bom, regular ou ruim, tem sido amplamente utilizada em inquéritos de saúde. De obtenção simples, a resposta a esta questão produz uma classificação global do estado de saúde capaz de captar, além de sinais e sintomas de doenças (diagnosticadas ou não por profissional de saúde), o impacto que essas doenças geram no bem-estar físico, mental e social dos indivíduos.
Cerca de 5% dos brasileiros avaliaram seu estado de saúde como ruim. A freqüência de adultos que auto-avaliou seu estado de saúde como ruim variou entre 3,3% em Belo Horizonte e 7,9% em Manaus (maior freqüência). Entre homens, o maior percentual foi em Salvador, com 7%, e, entre mulheres, Manaus, com 10%. De uma maneira geral, as mulheres tendem a achar seu estado de saúde pior que os homens.
Prevenção de câncer de colo de útero
O Ministério da Saúde recomenda o exame de colo de útero (Papanicolau) a cada três anos para todas as mulheres entre 25 e 59 anos que apresentaram citologia normal no último exame. Para o conjunto das capitais, o percentual foi de 82%, sendo que os maiores percentuais foram observados em São Paulo (90%) e Porto Alegre (90%) e os menores em Teresina (68%) e Fortaleza (69%).
Prevenção Mamografia
A mamografia é recomendada para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o máximo de dois anos entre os exames. A recomendação é anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres com histórico familiar de câncer de mama. A freqüência de mulheres entre 50 e 69 anos que realizaram mamografia nos dois últimos anos no conjunto das capitais foi de 70,8%, sendo que o maior percentual foi observado em Florianópolis (85%), seguido de Vitória (84%) e Porto Alegre (81%). Boa Vista (52%) e Macapá (54%) são os locais onde uma parcela menor de mulheres fizeram o exame nesse período. A cobertura da mamografia aumenta quanto maior for o grau de escolaridade.
Proteção contra radiação ultravioleta
A radiação ultravioleta do tipo B (UVB), que faz parte da luz do sol que atinge a terra, é a principal responsável pelas alterações celulares que predispõem ao aparecimento do câncer de pele. A principal forma de prevenção do câncer de pele consiste em evitar a exposição sem proteção ao sol, sobretudo das 10h às 16h. No conjunto das capitais, observa-se que 53,3% da população adulta referiram se proteger dos raios solares quando se expõem ao sol por mais de 30 minutos durante o dia. No outro extremo, a população adulta de Cuiabá é a que menos busca proteção (46,9%). As mulheres (62%) se protegem mais que os homens (43%). De todas as capitais, Florianópolis apresentou o maior percentual da população adulta que se protege dos raios solares (70%), tanto em homens (59%), quanto em mulheres (80%).
Hipertensão arterial e diabetes
O VIGITEL estima e disponibiliza como indicadores da ocorrência de hipertensão arterial e diabetes as freqüências de indivíduos que referem diagnóstico médico prévio dessas condições. Assim, os dados podem não indicar a real frequência desses agravos, já que podem não identificar pessoas ainda não diagnosticadas previamente. De qualquer modo, de imediato, fornecem informações úteis para avaliar a demanda mínima por cuidados de saúde determinada pela hipertensão arterial e pelo diabetes.
No conjunto das capitais, 22,9% da população adulta se declararam hipertensos, sendo o maior percentual observado no Rio de Janeiro (27%) e o menor em Palmas (13,8%). Entre os homens, Recife é capital com mais diagnóstico auto-referido de hipertensão (26,7%). O Rio de Janeiro é a capital onde mais mulheres declaram ter a doença (31%).
Em relação ao diabetes, 5,3% da população adulta das capitais estudadas declararam possuir essa doença. Natal é a capital onde foi observado o maior percentual (7,5%) e o menor foi visto em Boa Vista (1,8%). Entre os homens, a capital onde mais indivíduos referem a doença é Cuiabá (6%) e entre as mulheres, Natal (9%). Considerando toda a população adulta das capitais estudadas, 5,7% das mulheres referem ter diabetes, contra 4,8% dos homens. O diagnóstico da doença é mais comum com o aumento da idade.
O inquérito é feito anualmente desde 2006. “Estamos construindo uma linha de base para o monitoramento dos fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis. A idéia é, a partir dos dados, basear as políticas públicas de promoção à saúde e prevenção de doenças não transmissíveis”, explica a coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, Deborah Malta.
A pesquisa consistiu em mais de 54 mil entrevistas telefônicas, com um mínimo de 2 mil indivíduos adultos (18 ou mais anos de idade) em cada uma das 26 capitais e no Distrito Federal. A amostragem foi realizada a partir de cadastros das linhas telefônicas residenciais de cada cidade, onde um morador foi selecionado para ser entrevistado.
Para a análise dos dados, foram utilizados fatores de ponderação que igualam a composição sócio-demográfica da amostra em cada cidade àquela observada no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000. Com isto, todas as faixas etárias, de sexo e escolaridade são representadas, conforme a distribuição populacional do Brasil.
As entrevistas foram feitas entre julho e dezembro de 2007 por uma equipe de 60 entrevistadores, quatro supervisores e um coordenador. No questionário perguntas sobre tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultravioletas, auto-avaliação do estado de saúde, diagnóstico autodeclarado de hipertensão e diabetes e, para as mulheres, exame de mamografia e preventivo de colo de útero (Papanicolau).
Os resultados do VIGITEL mostram que, de uma forma geral, as brasileiras têm cuidado mais da saúde: alimentam-se melhor, fumam menos, são menos sedentárias, bebem menos e têm menos excesso de peso.
Por outro lado, cerca de 43,4% da população adulta estão com excesso de peso (IMC> 25), apenas 17,7% da população atendem às recomendações da OMS de comer cinco porções diárias de frutas e hortaliças, o consumo de carne com gorduras aparentes está no cotidiano de 32,8% da população e 29,2% dos adultos são sedentários.
Veja a seguir os principais resultados:
Tabagismo
A freqüência de fumantes nas 27 cidades é de 16,4%. “Percebemos que esse hábito está diminuindo, mas o ideal é a sua eliminação” comenta Deborah Malta. A cidade com maior freqüência de fumantes é Porto Alegre (21,7%) e a menor é Salvador (11,5%). Se for comparado o hábito entre homens e mulheres, eles (20,9%) fumam mais que elas (12,6%). Os homens que mais fumam no país estão em Florianópolis (26,4%) e as mulheres, em Porto Alegre (20,1%). Em ambos os sexos a freqüência de fumantes cai após 54 anos de idade, alcançando menor número entre os indivíduos com 65 anos ou mais.
Excesso de peso e obesidade
Aqueles com excesso de peso (IMC maior ou igual a 25kg/m2) já somam 43,4% da população das capitais brasileiras. “A situação é preocupante, o excesso de peso é um fator de risco para doenças do coração, diabetes e outras”, observa a coordenadora. A maior parcela de adultos com excesso de peso foi encontrada em Cuiabá (49,7%), tanto em homens (57,0%) como em mulheres (42,2%), e a menor em Palmas (33,4%). Em geral, a ocorrência do excesso de peso é mais freqüente em homens do que em mulheres. O cruzamento entre excesso de peso, grau de escolaridade e sexo revela que, entre homens, o maior número de indivíduos acima do peso está entre os de maior escolaridade. Já entre mulheres o aumento do peso ocorre quanto menor a escolaridade.
Já em relação à obesidade (IMC maior ou igual a 30 kg/m2), o conjunto das capitais tem 12,9% de obesos sendo a maior parcela encontrada no Macapá (16,1%), seguido de Campo Grande (15,0%). A menor quantidade de obesos está em Palmas (8,8%). O maior número de homens obesos foi encontrado em Macapá (19,5%) e de mulheres, em Cuiabá (14,8%).
Consumo recomendado de frutas e hortaliças
O consumo recomendado pela OMS é de 400g/dia de frutas e hortaliças, o que corresponde a cinco ou mais porções, pelo menos em cinco ou mais dias por semana. No conjunto das capitais e no Distrito Federal, a freqüência da população adulta que consome essa quantidade foi de 17,7%. “Precisamos traçar estratégias para aumentar o consumo de frutas e hortaliças”, alerta Deborah Malta.
A maior freqüência foi encontrada em São Paulo, que apresentou 23% da população com esse hábito. Porto Velho, do lado oposto, apresenta apenas 10%. Entre os homens, a menor freqüência foi encontrada em Porto Velho (6,9%) e a maior em São Paulo (17,5%). Já entre as mulheres, a frequência variou de 10,6%, em Boa Vista, a 27,7%, em São Paulo.
Consumo de carnes com excesso de gordura
O consumo de carne vermelha gordurosa ou frango com pele sem remover a gordura visível do alimento foi de 32,8% da população adulta de todas as capitais e Distrito Federal. A freqüência foi maior em Campo Grande, (45,6%) e menor em Salvador (22,9%). “Campo Grande é a segunda capital em quantidade de obesos. É preciso trabalhar a informação que comer carne sem gordura é melhor para a saúde e previne doenças cardiovasculares”, explica Deborah. Homens tendem a consumir mais (42,7%) que mulheres (24,3%). Os homens de Belo Horizonte são os que mais consomem (57,1%). Entre as mulheres, as de Campo Grande tiveram o maior percentual (35,3%).
Consumo de leite integral
O leite integral é consumido por 53,2% da população do conjunto das cidades estudadas. A faixa de consumo dessa bebida variou entre 42,7%, em Vitória (menor ingestão), a 64% em Belém (maior ingestão). A maior freqüência de consumo de leite integral entre homens foi observada em Manaus (61,7%). Entre mulheres, a maior freqüência foi encontrada em Belém (66,5%). “O consumo de leite em adultos é uma importante fonte de cálcio, mas deve ser incentivada a opção de adotar o uso do leite desnatado, sem gordura, que previne doenças crônicas”, recomenda a coordenadora.
Consumo de refrigerantes
A freqüência de adultos que consomem refrigerantes cinco ou mais dias da semana variou de 21% em Aracaju (menor regularidade) a 38% no Macapá (menor regularidade). No conjunto das capitais e Distrito Federal, 26,7% dos entrevistados bebem refrigerantes. Os homens bebem com maior freqüência (31,7%) que as mulheres (22,4%). Entre os homens adultos, Porto Velho é a capital onde há maior consumo (43%) e o menor em Natal (19%). Entre as mulheres, o maior percentual de consumo da bebida é em Macapá, com (38%), e o menor em Natal (12%). Foi observado também que quanto maior a escolaridade menor o consumo de refrigerantes.
Atividade física no lazer
São poucos os adultos que praticam atividade física suficiente no lazer (30 minutos diários de intensidade leve ou moderada, em cinco ou mais dias da semana, ou 20 minutos de intensidade vigorosa em pelo menos três dias da semana). A freqüência varia entre 11,3% em São Paulo e 20,5% em Vitória. No conjunto das capitais, a prática regular foi de 15,5%. “Talvez Vitória tenha tido a maior freqüência por apresentar um serviço de orientação ao exercício físico criado pela prefeitura há mais de 20 anos. O Ministério da Saúde tem apoiado esta iniciativa”, diz Deborah.
Entre os homens, 19,3% praticam atividade física no lazer e entre mulheres apenas 12,3%. Entre homens, a prática regular de exercício mais freqüente acontece em Belém (25%) e a menos freqüente é em São Paulo (16%). Entre as mulheres, o maior número foi em Palmas (19%) e o menor em São Paulo (8%). A faixa etária entre os homens onde a freqüência é máxima é dos 18 aos 24 anos. Entre mulheres, a situação mais desfavorável é encontrada nas faixas etárias extremas: apenas 10% das mulheres jovens e 11% das idosas informam atividade física no lazer.
Inatividade física
No outro extremo da atividade física está o sedentarismo. A freqüência varia de 25% da população em Porto Velho a 34% em Recife. No conjunto das capitais brasileiras, 29,2% dos entrevistados são sedentários. Houve variação entre os dois sexos para o sedentarismo: os homens são mais sedentários (30,9%) que as mulheres 27,8%. Entre homens a maior freqüência de inatividade física foi encontrada em Florianópolis (35%) e entre mulheres em Teresina (32%). Quanto maior é a faixa etária (> 65 anos) menor é o percentual da população que faz exercícios, tanto nos homens (54%), quanto nas mulheres (58%).
Consumo de bebidas alcoólicas
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas (considerado mais de cinco doses para homens e mais de quatro para mulheres em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias) variou entre 13,4%, em São Paulo e 23% em São Luís. A freqüência no conjunto das capitais foi de 17,5%. Na maioria das cidades, a ingestão abusiva foi três vezes maior nos homens (27,2%) do que nas mulheres (9,3%). O maior percentual entre os homens se deu em São Luís (39%) e o menor em São Paulo (21%). Entre mulheres, Salvador é a capital onde há maior consumo (14%) e Curitiba o menor (5%). A partir dos 45 anos de idade a ingestão de álcool declina progressivamente.
Dirigir após consumo de bebidas
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas seguido de direção é maior em Palmas (4,5%) e a menor freqüência no Rio de Janeiro (1%). Nas capitais do Brasil, o percentual geral foi de 2%. Ao comparar eles com elas, a situação é mais freqüente entre homens (4%) do que entre mulheres (0,3%). Os homens de Teresina são os que mais bebem no país e conduzem um automóvel (9,5%). As mulheres do Distrito Federal e de Palmas são as que mais ingerem bebida alcoólica e depois dirigem (1,8% e 1,6% em cada capital, respectivamente).
Auto-avaliação do estado de saúde
A auto-avaliação da saúde, obtida com uma única questão que pede para o indivíduo classificar seu estado de saúde em excelente, bom, regular ou ruim, tem sido amplamente utilizada em inquéritos de saúde. De obtenção simples, a resposta a esta questão produz uma classificação global do estado de saúde capaz de captar, além de sinais e sintomas de doenças (diagnosticadas ou não por profissional de saúde), o impacto que essas doenças geram no bem-estar físico, mental e social dos indivíduos.
Cerca de 5% dos brasileiros avaliaram seu estado de saúde como ruim. A freqüência de adultos que auto-avaliou seu estado de saúde como ruim variou entre 3,3% em Belo Horizonte e 7,9% em Manaus (maior freqüência). Entre homens, o maior percentual foi em Salvador, com 7%, e, entre mulheres, Manaus, com 10%. De uma maneira geral, as mulheres tendem a achar seu estado de saúde pior que os homens.
Prevenção de câncer de colo de útero
O Ministério da Saúde recomenda o exame de colo de útero (Papanicolau) a cada três anos para todas as mulheres entre 25 e 59 anos que apresentaram citologia normal no último exame. Para o conjunto das capitais, o percentual foi de 82%, sendo que os maiores percentuais foram observados em São Paulo (90%) e Porto Alegre (90%) e os menores em Teresina (68%) e Fortaleza (69%).
Prevenção Mamografia
A mamografia é recomendada para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o máximo de dois anos entre os exames. A recomendação é anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres com histórico familiar de câncer de mama. A freqüência de mulheres entre 50 e 69 anos que realizaram mamografia nos dois últimos anos no conjunto das capitais foi de 70,8%, sendo que o maior percentual foi observado em Florianópolis (85%), seguido de Vitória (84%) e Porto Alegre (81%). Boa Vista (52%) e Macapá (54%) são os locais onde uma parcela menor de mulheres fizeram o exame nesse período. A cobertura da mamografia aumenta quanto maior for o grau de escolaridade.
Proteção contra radiação ultravioleta
A radiação ultravioleta do tipo B (UVB), que faz parte da luz do sol que atinge a terra, é a principal responsável pelas alterações celulares que predispõem ao aparecimento do câncer de pele. A principal forma de prevenção do câncer de pele consiste em evitar a exposição sem proteção ao sol, sobretudo das 10h às 16h. No conjunto das capitais, observa-se que 53,3% da população adulta referiram se proteger dos raios solares quando se expõem ao sol por mais de 30 minutos durante o dia. No outro extremo, a população adulta de Cuiabá é a que menos busca proteção (46,9%). As mulheres (62%) se protegem mais que os homens (43%). De todas as capitais, Florianópolis apresentou o maior percentual da população adulta que se protege dos raios solares (70%), tanto em homens (59%), quanto em mulheres (80%).
Hipertensão arterial e diabetes
O VIGITEL estima e disponibiliza como indicadores da ocorrência de hipertensão arterial e diabetes as freqüências de indivíduos que referem diagnóstico médico prévio dessas condições. Assim, os dados podem não indicar a real frequência desses agravos, já que podem não identificar pessoas ainda não diagnosticadas previamente. De qualquer modo, de imediato, fornecem informações úteis para avaliar a demanda mínima por cuidados de saúde determinada pela hipertensão arterial e pelo diabetes.
No conjunto das capitais, 22,9% da população adulta se declararam hipertensos, sendo o maior percentual observado no Rio de Janeiro (27%) e o menor em Palmas (13,8%). Entre os homens, Recife é capital com mais diagnóstico auto-referido de hipertensão (26,7%). O Rio de Janeiro é a capital onde mais mulheres declaram ter a doença (31%).
Em relação ao diabetes, 5,3% da população adulta das capitais estudadas declararam possuir essa doença. Natal é a capital onde foi observado o maior percentual (7,5%) e o menor foi visto em Boa Vista (1,8%). Entre os homens, a capital onde mais indivíduos referem a doença é Cuiabá (6%) e entre as mulheres, Natal (9%). Considerando toda a população adulta das capitais estudadas, 5,7% das mulheres referem ter diabetes, contra 4,8% dos homens. O diagnóstico da doença é mais comum com o aumento da idade.
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