Brasília (Idhelene Macedo/Rádio Câmara) - Estudo coordenado pelo professor Lúcio Rennó, do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação para as Américas da Universidade de Brasília (UnB), aponta o fraco desempenho nas urnas dos deputados federais suspeitos de corrupção. Dentre os deputados reeleitos, 90% não estiveram envolvidos em escândalos. O índice de reeleição, ou seja, dos parlamentares que concorreram e tiveram sucesso na eleição, dentre os deputados envolvidos em escândalos, foi em torno de 20% menor do que daqueles não envolvidos em escândalos. Além disso, o estudo constatou que 40% dos envolvidos em escândalos nem tentaram a reeleição.
Segundo o professor, PhD em Ciência Política pela Universidade de Pittsburgh (EUA), a principal conclusão da pesquisa é que o eleitor não está com os olhos fechados para a atuação de seus representantes. Para o especialista, o resultado da pesquisa é um indicador claro de que o parlamentar que tem o nome relacionado pela mídia com algum escândalo durante a legislatura corre um sério risco de não ser reeleito.
Fatores para reeleição
Segundo o conjunto de pesquisas do professor, historicamente, o fator determinante da reeleição dos deputados federais sofreu certa variação de uma legislatura para a outra.
Na legislatura encerrada em 1998, o fator determinante para o sucesso eleitoral foi a execução de emendas orçamentárias. O deputado com mais emendas orçamentárias executadas em seu estado tinha mais chances de se reeleger. Já em 2002, o gasto com a campanha foi o fator mais relevante para a reeleição.
Na atual legislatura, além do baixo índice de reeleição, os envolvidos em escândalos tiveram que gastar mais para obter sucesso nas urnas. Segundo Lúcio Rennó, aqueles que conseguiram se reeleger gastaram, em média, R$ 30 mil a mais do que os não envolvidos.
Coleta de dados
Os dados utilizados para a análise foram coletados principalmente na Secretaria da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas também na Comissão Mista de Orçamento. As unidades de análise são os deputados que exerceram o mandato na legislatura de 2003 a 2007. Foram incluídos todos os que exerceram mandato, titulares ou suplentes. Foram considerados titulares também os suplentes efetivados no cargo. Ao todo, constam do banco de dados 626 deputados. Desses, 568 foram considerados titulares e 58 permaneceram como suplentes.
Dentre todos os deputados que exerceram o mandato, 110 ou 17% tiveram seus nomes envolvidos em escândalo. Ao todo, 75 parlamentares, ou 12%, foram mencionados em relação ao escândalo das "sanguessugas", que recebeu esse nome devido à alocação de emendas orçamentárias para a compra de ambulâncias superfaturadas em troca de propinas. Quanto ao escândalo do "mensalão", que indicava a compra de votos pelo Poder Executivo, 18 deputados, ou 3% do total, foram citados.
Há ainda outros escândalos, como o dos bingos e o dos Correios, e diversas outras formas de possível quebra de decoro parlamentar, como acusações sobre improbidade administrativa. O professor constatou, assim, que o envolvimento em escândalos "não é um evento desprezível na legislatura".
Entre os parlamentares citados em escândalos, 33 foram julgados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e 15 tiveram seu pedido de cassação votado pelo Plenário. Oito parlamentares foram cassados e oito renunciaram ao mandato.
Segundo o professor, PhD em Ciência Política pela Universidade de Pittsburgh (EUA), a principal conclusão da pesquisa é que o eleitor não está com os olhos fechados para a atuação de seus representantes. Para o especialista, o resultado da pesquisa é um indicador claro de que o parlamentar que tem o nome relacionado pela mídia com algum escândalo durante a legislatura corre um sério risco de não ser reeleito.
Fatores para reeleição
Segundo o conjunto de pesquisas do professor, historicamente, o fator determinante da reeleição dos deputados federais sofreu certa variação de uma legislatura para a outra.
Na legislatura encerrada em 1998, o fator determinante para o sucesso eleitoral foi a execução de emendas orçamentárias. O deputado com mais emendas orçamentárias executadas em seu estado tinha mais chances de se reeleger. Já em 2002, o gasto com a campanha foi o fator mais relevante para a reeleição.
Na atual legislatura, além do baixo índice de reeleição, os envolvidos em escândalos tiveram que gastar mais para obter sucesso nas urnas. Segundo Lúcio Rennó, aqueles que conseguiram se reeleger gastaram, em média, R$ 30 mil a mais do que os não envolvidos.
Coleta de dados
Os dados utilizados para a análise foram coletados principalmente na Secretaria da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas também na Comissão Mista de Orçamento. As unidades de análise são os deputados que exerceram o mandato na legislatura de 2003 a 2007. Foram incluídos todos os que exerceram mandato, titulares ou suplentes. Foram considerados titulares também os suplentes efetivados no cargo. Ao todo, constam do banco de dados 626 deputados. Desses, 568 foram considerados titulares e 58 permaneceram como suplentes.
Dentre todos os deputados que exerceram o mandato, 110 ou 17% tiveram seus nomes envolvidos em escândalo. Ao todo, 75 parlamentares, ou 12%, foram mencionados em relação ao escândalo das "sanguessugas", que recebeu esse nome devido à alocação de emendas orçamentárias para a compra de ambulâncias superfaturadas em troca de propinas. Quanto ao escândalo do "mensalão", que indicava a compra de votos pelo Poder Executivo, 18 deputados, ou 3% do total, foram citados.
Há ainda outros escândalos, como o dos bingos e o dos Correios, e diversas outras formas de possível quebra de decoro parlamentar, como acusações sobre improbidade administrativa. O professor constatou, assim, que o envolvimento em escândalos "não é um evento desprezível na legislatura".
Entre os parlamentares citados em escândalos, 33 foram julgados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e 15 tiveram seu pedido de cassação votado pelo Plenário. Oito parlamentares foram cassados e oito renunciaram ao mandato.
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