Foto: Alexandra Martins
Deputado pede diligência para averiguar prisão de presidente de sindicato e tratamento desumano a trabalhador de fazenda
Brasília - A violação de direitos humanos de trabalhadores rurais da região Sul de Rondônia foi denunciada ontem (30) pelo deputado federal Padre Ton (PT) na sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), quando o deputado anunciou o pedido de diligência com a finalidade de “averiguar e esclarecer as condições e as razões da prisão e da manutenção do encarceramento” do presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Chupinguaia e Vilhena, Udo Whalbrink.
Segundo o deputado, Ugo está preso desde o início de março pela Polícia Civil de Rondônia, sob a acusação de incitar e comandar grupo que teria invadido a fazenda Dois Pinguins, em Chupinguaia.
“Na mesma ocasião foi preso um representante do fazendeiro, e ele já foi liberado pelo delegado. O líder sindical permanece preso, e tudo indica haver por parte da justiça local dois pesos e duas medidas para o caso”, declarou Padre Ton.
No requerimento em que pede diligência na região Sul de Rondônia, o deputado diz que há indícios consistentes da existência de conluio entre fazendeiros locais para intimidar o movimento de luta pela terra.
“Em Chupinguaia, os proprietários de fazendas são quase todos de fora. Existe empresa dona de fazenda com 70 mil cabeças de gado, a injustiça agrária persiste e há muito conflito pela terra”, relatou Padre Ton. “Os trabalhadores lá não confiam mais na justiça local”.
Para o parlamentar, está claro que autoridades policiais e judiciárias “estão agindo no interesse dos fazendeiros, intimidando as lideranças rurais com prisões ilegais e cerceamento do direito à manifestação pública, forçando os trabalhadores a desistirem da luta pela terra”.
O deputado mencionou outro grave problema, desta vez em Vilhena. É o caso do trabalhador Hélio Correia de Brito, de 65 anos, que sofreu tratamento desumano e humilhações no exercício do trabalho de vaqueiro, sem nunca ter tido carteira assinada.
“A carteira dele somente foi assinada depois que sofreu grave acidente de trabalho. Com receio de ser denunciado pela justiça trabalhista, o patrão providenciou a assinatura da carteira”, diz Padre Ton.
O deputado quer averiguar na justiça do trabalho e em outras instituições a situação de Hélio Correia, que acionou o fazendeiro Antenor Duarte do Valle – personagem envolvido no caso Corumbiara – pleiteando indenização por danos morais, horas extras e verbas rescisórias sem ter obtido sucesso.
Mara Paraguassu
Assessoria de Imprensa
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