terça-feira, 10 de abril de 2012

Audiência no Senado discute ocupação do cerrado



Senadores da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) discutem com especialistas a ocupação do cerrado brasileiro e colhem sugestões para a elaboração de projeto de lei de proteção ambiental do bioma.

Ao abrir o debate, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) informou que o cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Amazônia. Com 2.045 milhões de km², está presente em 10 estados e no Distrito Federal, com manchas de vegetação típica do bioma em outros estados.
Conforme informou, a ocupação do cerrado se deu principalmente a partir do avanço da agropecuária, havendo atualmente a preocupação com adoção de técnicas produtivas que reduzam a destruição do bioma, como redução de queimadas, rotação de culturas e uso de técnicas de proteção do solo.
Ameaças - O presidente do Conselho da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata), Donizete Tokarski, afirmou que, dos 50% da vegetação nativa de cerrado ainda não desmatada, metade já está comprometida pela ação do homem, por meio da pecuária extensiva e de queimadas. “O cerrado está abandonado”, denunciou o pesquisador. Para ele, o bioma não deve ser visto só como um produtor, um fornecedor de mão de obra.  Tokarski defendeu também maior controle sobre as nascentes e outras fontes de água, responsáveis por rios que nascem no bioma, lembrando que ali estão 5% da biodiversidade do mundo.

Pacto - O chefe da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, afirmou que só um “grande pacto” entre o poder público e as empresas privadas, com o auxilio de tecnologia adequada e intensiva, poderá minimizar os danos causados pela exploração desordenada do cerrado nas últimas quatro décadas.

Segundo o representante da Embrapa, 49% do cerrado estão sendo utilizados pelo homem, embora essa taxa tenha diminuído nos últimos anos, justamente com o auxílio da tecnologia.“Estamos frente ao desafio de diminuir o passivo ambiental e social deixado por um modelo de exploração que desmatou desnecessariamente, em razão da necessidade de produzir alimentos e do desconhecimento de técnicas adequadas”, observou Peres.
Ele apontou como solução a adoção de um sistema de “produção vertical”, que permite produzir grãos, carne e energia em pequenas áreas e com preservação de vegetação e outros recursos nativos.
Para exemplificar, o representante da Embrapa disse que os 160 milhões de toneladas de grãos produzidos anualmente no cerrado exigiriam três vezes mais  terras se o país não contasse com a tecnologia de plantio atual.
Fonte: Agência Senado




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