Devido ao aumento das áreas urbanas, por causa da degradação do meio ambiente, os animais perdem seus espaços naturais. A “invasão” de espécies silvestres a espaços urbanizados ajuda a engrossar o número de capturas feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No ano passado, foram 4.045 casos registrados. O dado inclui capturas em área urbana e apreensões em casos de cativeiro e tráfico. O órgão ainda não computou os números deste ano, mas estima que a média de 11 animais por dia permaneça.
O caso mais recente ocorreu na última terça-feira, quando uma onça parda apareceu nas proximidades do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas, afinal, quem é que tem invadido a área de quem? São os animais, que estão caminhando onde não podem, ou é a cidade, que cresceu sem ordem?
“O bicho é natural desta região e ele precisa de uma área grande para caçar, sobreviver. Ele não tem reconhecido seu habitat natural e está se perdendo, pois a desfragmentação do seu espaço está muito grande e isso faz com que ele não tenha para onde ir e acabe passando por um ambiente já alterado”, responde a professora de zoologia da Universidade de Brasília, Ivone Diniz.
Segundo a especialista, no DF estão sendo estudadas formas de manter os animais em suas áreas naturais, fazendo com que eles não precisem sair e se deparar com áreas urbanas. “As alternativas são corredores ecológicos, para ligar uma área fragmentada à outra. Essa é a melhor opção, uma vez que os bichos fora de sua área não conseguem sobreviver, pois não encontram presas. Quando são recuperados, devem retornar ao seu habitat”, diz.
Sem ainda ter sido encontrada, a onça suçuarana, conhecida também como onça parda, vista perto do STJ, tem aproximadamente 40 quilos. Ela foi flagrada perto dos carros.
Agentes da Polícia Ambiental, biólogos e veterinários do Zoológico de Brasília tentaram capturar o animal, que conseguiu se esconder no mato próximo ao tribunal. As buscas foram retomadas ontem, com a ajuda do Ibama. Após várias horas e nada da onça, a equipe decidiu tentar atrair o bicho. “A gente levou cães e uma armadilha com jaula de espera. Além disso, fizemos sobrevoo com helicóptero, para ter certeza que ela ainda está por lá”, afirma o tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental do DF, Claudio Ribas.
Fonte: Kamila Farias - kamila.farias@jornaldebrasilia.com.br (Da redação do clicabrasilia.com.br)
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