Porto Velho (Decom) - Para atender o aumento da demanda o governo de Rondônia solicitou ao Ministério da Saúde (MS), 100 mil doses extras de vacinas contra a febre amarela. O objetivo é manter o status de área livre da doença. A medida é preventiva, pois Rondônia não apresentou nenhum caso de febre amarela nos últimos 20 anos. As vacinas devem ser entregues até o próximo dia 20. Devido a grande divulgação sobre a doença, o volume de pessoas que buscam a imunização aumentou consideravelmente.
“É importante a população saber que essa medida é preventiva, há mais de 20 anos não registramos nenhuma suspeita da doença. Todos os meses o Estado recebe em média 20 mil doses da vacina, a quantidade é suficiente para atender a demanda de primeira vacinação e de reforço”, explicou Milton Moreira, secretário de Estado da Saúde.
Entre os meses de janeiro e novembro de 2007 foram vacinadas no Estado, 128.323 pessoas. Do total 39.723 tomaram a vacina pela primeira vez e 88.600 receberam, depois de 10 anos, a dose de reforço. Mesmo estando em uma região endêmica, Rondônia é considerado pelo Ministério da Saúde, exemplo de cobertura vacinal.
O MS repassa as vacinas ao Estado, que distribui as doses para as regionais de saúde em Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. As regionais enviam as vacinas para as prefeituras. As vacinas são disponibilizadas em mais de 170 postos de saúde, nos 52 municípios.
“Como exemplo do aumento da demanda, o município de Porto Velho, de janeiro a novembro, recebeu 24.882 doses, quantidade que atendeu todos que procuraram se imunizar. Neste mês, em apenas dois dias, Porto Velho solicitou e recebeu 10 mil doses extras”, disse Gilberto Miotto, diretor geral da Agencia de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa).
O principal fator que sobrecarrega a rede municipal de vacinação é a procura de pessoas já imunizadas. A vacina protege a pessoa por dez anos. Quem se imunizou depois de 1999, não precisa tomar a dose de reforço. A vacina é totalmente eficaz durante o período. A imunização faz parte do calendário de vacinação básica em Rondônia. As crianças também estão protegidas, pois vacina também integra o calendário infantil de imunizações.
Epidemia descartada
O Ministério da Saúde afirmou, na última quinta-feira (10), que a situação está sob controle e descartou a possibilidade de epidemia de febre amarela no Brasil. O MS também anunciou a liberação pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de dois milhões de doses extras da vacina. Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus, e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. A forma urbana já foi erradicada. O último caso de que se tem notícia, no Brasil, ocorreu em 1942. Todos os casos registrados, em mais de 60 anos, são de pessoas não vacinadas que contraíram a doença ao entrar nas matas.
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