Brasília (Redação) - O Departamento de Comunicações do Governo do Estado de Rondônia divulgou nota à Imprensa revelando que o novo relatório sobre o desmatamento na Amazônia divulgado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) caiu como uma bomba e colocou na berlinda a competência do Governo Federal que buscar medidas para conter a destruição da floresta frente ao reaquecimento dos mercados internacionais de soja e carne, conforme divulgado pelo Ministério do Meio-Ambiente na semana passada.
Citando uma entrevista ao Jornal “O Estado de São Paulo”, o Decom afirma que o diretor do INPE, Gilberto Câmara declarou que “erraram nos dados”. Gilberto garantiu que houve uma dupla contagem de áreas desmatadas que já tinham sido detectadas pelo sistema Prodes e foram computadas novamente pelo sistama Deter. Os dois programas são responsáveis pelo monitoramento via satélite da floresta Amazônica.
“Erramos e corrigimos. Os números divulgados em outubro, não têm validade. O erro no relatório foi detectado no final de dezembro, quando a equipe do INPE fazia consolidação dos dados do Deter de 2007 e percebeu que os números estavam muito altos. Houve uma falha no software que analisa as imagens dos satélites, seguida de um erro humano por parte dos técnicos, que falharam em não detectar o erro”, declarou o diretor do INPE.
O novo relatório divulgado na última quarta-feira pelo Instituto de Pesquisas Espaciais corrige o primeiro que foi repassado ao Ministério do Meio Ambiente e que foi amplamente divulgado na imprensa nacional e internacional. De acordo com o segundo relatório, o desmatamento em agosto na Amazônia foi de 243 km2 e não 723 km2. Uma redução de 66% com relação a setembro.
Em Rondônia, segundo o novo relatório do INPE, o desmatamento foi bem menor do que o divulgado anteriormente. Em agosto, foram derrubados 54km2 de floresta e não 179km2. em setembro o número foi corrigido de 295km2 para 84km2. De acordo com o novo relatório todos os estados da Amazônia também tiveram desmatamento bem menor do que o divulgado em outubro.
O governador Ivo Cassol já havia afirmado na semana passada que os dados estavam incorretos, e que já havia pedido todo o levantamento sobre desmatamento em Rondônia, principalmente nos municípios apontados pelo relatório que tinham grandes áreas desmatadas, para confrontar com o relatório do INPE.
“Não precisava nem ser funcionário do INPE para perceber que os dados anteriores não condiziam com a realidade no estado. O que intriga é que o Ministério do Meio Ambiente não pensou duas vezes em fazer essa divulgação a nível mundial e colocar Rondônia como um dos estados que mais desmatam na Amazônia. É uma irresponsabilidade do governo federal em divulgar dados que não condizem com a realidade e agora ter que admitir uma falha tão primária como essa”, finalizou o governador.
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