terça-feira, 6 de março de 2012

Governador abre mutirão de cirurgias mamárias

  • Iniciativa prevê a realização de cerca de 60 operações de reconstrução mamária até sexta-feira (9). Parceria da Secretaria de Saúde com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ação integra a programação Março Mulher
    Fonte: Evelin Campos, da Agência Brasília

    Brasília - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, participou nesta segunda-feira, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), da cerimônia de abertura do mutirão para reconstrução mamária. O objetivo é realizar, até sexta-feira (9), cerca de 60 cirurgias de reconstrução mamária tardia, realizadas em pacientes que passaram pelo procedimento de mastectomia (retirada da mama) em decorrência do câncer há pelo menos seis meses.
     
    Agnelo Queiroz destacou o mutirão como uma política que terá reflexos consideráveis na capital. “Esta é uma ação de grande envergadura e apelo nacional, na qual o DF tem uma experiência de grande êxito. Havia uma demanda reprimida pela cirurgia de reconstrução mamária que conseguimos reduzir bastante. Até o final de 2012, iremos zerar essa fila, assim como fizemos com a fila de transplantes cardíacos”, garantiu o governador. 
    O mutirão é uma parceria da Secretaria de Saúde (SES) com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e faz parte da programação Março Mulher, coordenada pela Secretaria da Mulher do Distrito Federal. A agenda, criada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, prevê ações gratuitas nas áreas de Saúde, Educação, Segurança Pública e Cultura durante todo o mês de março. 
    No Distrito Federal, pelo menos 150 profissionais da área da saúde (da SES e voluntários da SBCP) estão envolvidos direta ou indiretamente nas cirurgias, que já foram iniciadas hoje nos hospitais regionais da Asa Sul e da Asa Norte. Quatro salas de cirurgia foram disponibilizadas, sendo duas em cada unidade.
     Este é o terceiro mutirão de reconstrução mamária realizado no Distrito Federal. Nesta edição, o mutirão está sendo realizado em nível nacional, com a participação de 18 estados, além do DF. A expectativa é de que 500 mulheres passem pela reconstrução mamária em todo o país. Para isso, cerca de 1,2 mil cirurgiões plásticos estão mobilizados, de acordo com a SBCP.
     
    “Brasília foi o projeto-piloto. A partir desta experiência desenvolvemos um modelo para todo o país. Cada regional tem um coordenador e todas receberam cronogramas e diretrizes”, pontuou o vice-presidente da SBCP e coordenador nacional do mutirão, Luciano Chaves. “O mutirão traz inúmeros benefícios, como a reinclusão social das pacientes, a reafirmação do direito à reconstrução mamária e o enriquecimento educacional dos jovens médicos residentes que assistirão às cirurgias”, afirmou. 
    Dois tempos – A reconstrução mamária tardia envolve de dois a três procedimentos. Por isso, o mutirão será dividido em dois tempos, como em 2011. “A primeira cirurgia é de reconstrução da mama. A segunda operação tem a função de simetrizar os seios e a terceira, de reconstruir a aureola. Todo o procedimento dura, no mínimo, seis meses”, disse o coordenador de Cirurgia Plástica da Secretaria de Saúde, Marcelo Gêa. 
    A fila de espera pela operação no DF era de aproximadamente 300 mulheres até 2010. Esse número caiu para 120 no final de 2011, com os mutirões e as cirurgias realizadas no dia a dia. “Só se faz mutirão por coisas que não foram feitas no passado. Reduzimos a fila em 2011 e agora o objetivo é que, nos próximos anos, possamos emprestar médicos para mutirões realizados em outros estados”, ressaltou o secretário de Saúde em exercício, Elias Fernando Miziara. 
    Tratamento completo – O tratamento do câncer de mama possui quatro etapas: o diagnóstico histopatológico, a mastectomia, a quimioterapia e a radioterapia. Outro objetivo dos mutirões de reconstrução mamária é a inclusão do procedimento na rotina de cura da doença.
     
    “Masctectomizar e não reconstruir não é tratar de forma completa. Queremos incluir a cirurgia ao tratamento. Assim, teremos apenas os novos casos diagnosticados, sem a espera de meses ou anos pela operação. Estamos integralmente nesta luta, por um sistema de saúde público gratuito e humanizado”, ressaltou Agnelo Queiroz, abordando ainda a importância da prevenção. “A prevenção do câncer de mama é essencial para que o diagnóstico seja rápido e a intervenção, eficiente”, concluiu o governador. 
    A primeira-dama do Distrito Federal, Ilza Queiroz, reforçou a necessidade de evitar a progressão da doença. “No dia 8, o Março Mulher fará um trabalho preventivo com mulheres que não têm acesso à informação. A reconstrução mamária é um procedimento de alta complexidade. Se investirmos em prevenção e diagnóstico, o resultado será um tratamento mais conservador e menos mutilador”, observou. 
    Início da luta – Diagnosticada com o câncer de mama em 2007, Joana Jeker foi mastectomizada no mesmo ano e, apenas em 2009, realizou a primeira cirurgia de reconstrução tardia. Hoje, Joana é presidente da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília – Recomeçar, fundada no ano passado. “Fazemos a ponte entre essas mulheres e a sociedade, cadastrando pacientes na fila de espera e acompanhando-as até o pós-operatório”, explicou. 
     
    Livre do câncer e com a mama totalmente reconstruída, Joana considera a cirurgia um renascimento. “A reconstrução é o início de uma nova vida. Quando a mulher perde a mama, perde a autoestima e a razão de viver. Mesmo com a cura do câncer, somente após a reconstrução da mama deixamos a doença para trás”, afirmou.
     
    Confira aqui mais informações sobre a agenda do Março Mulher.

    Foto

    Foto: Roberto Barroso





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