*Marcos Antéro Sóter
Se tem algo que está indo e vindo nos meus pensamentos e momentos de analises feitas pelos botequins da vida é a declaração do jornalista Hélio Doyle quando anunciou sua saída do Governo do Distrito Federal que estaria deixando o cargo de chefe da Casa Civil por não concordar com o clima de dá lá toma cá que os parlamentares queriam impor ao Palácio do Buriti. Isso me deixa com um pé atrás, da mesma forma que esse tal de “Governo de Brasília”, que para mim soa como se o restante do Distrito Federal, que é a Unidade Federativa, não existisse.
Pois bem, vamos lá à declaração de Doyle. Se por acaso, e torcemos para que tal aconteça, o governo Rollemberg começar a deslanchar, a dar certo mesmo, as coisas acontecerem como todos gostaríamos, é sinal de que o Buriti cedeu às vontades da Câmara Legislativa ou será porque o novo chefe da Casa Civil é mais competente e conseguiu amarrar acordos sem a necessidade de oferecer um carguinho aqui, uma administração alí, ou um cala boca acolá?
Esta dúvida tem martelado minha cabeça de forma que me vi obrigado a buscar resposta escrevendo esta meia duzia de linhas mal engedradas.
Que o governador Rollemberg não me leve a mal, mas a presenca de Doyle no primeiro escalão estava realmente sendo danosa à sua administração? E mais: seu substituto, acostumado aos “pedidos” de parlamentares federais, saberá lidar com esta política que já virou rotina aqui no DF ou irá ceder aos avanços dos legisladores distritais como denuncia o jornalista Hélio Doyle?
Na minha visão de leigo em assuntos de administração pública, entendo que será muito difícil, pois a umidade relativa do ar nesta época cai tanto que chega a beirar ao que acontece no Saara (deserto) e, com isso, vai-se com muito mais sede ao pote e a água pode se esgotar facilmente e aquele que chegar primeiro beberá o melhor conteúdo da fonte, deixando aos demais apenas respingos de um líquido impróprio ao ser humano. Ou seja, os cargos de melhor remuneração já terão se esgotado e o gestor publico sem ter o que oferecer àqueles que chegarem depois.
Me preocupo mesmo com a atual situação do Governo do Distrito Federal, uma vez que acreditei em seu propósito quando da campaanha eleitoral e cravei meu voto em Rodrigo Rollemberg (Ops, acabei revelando). Não gostaria de me arrepender em ter agido desta forma, mas vi em sua fala alguma coisa que me conquistou, portanto, não me arrependo (pelo menos até o momento).
Só gostaria mesmo que o governador e aqueles que escolheu para contribuir com sua administração se esquecessem da tal “herança maldita” deixada por Agnello e comecasse a, realmente, administrar no Distrito Federal com vontade e destemor. Afinal foi para isso que eu, e mais alguns milhares de moradores nesta UF fomos às urnas no ano passado e não para, hoje, termos motives para lamentações….
Bem, é isso que penso e o que martela em meu cérebro…
*Jornalista, blogueiro e poeta..(desempregado, por sinal)